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DERRAME ARTICULAR DO JOELHO TRATADO POR ACUPUNTURA

DERRAME ARTICULAR DO JOELHO ACUPUNTURA CURITIBA

Introdução

O derrame articular do joelho revela-se como um sintoma que corresponde a um aumento da quantidade, e qualidade, do líquido, que normalmente existe no interior do joelho, seja esse liquido sangue, no caso de lesões traumáticas agudas, seja liquido sinovial, nas lesões articulares crônicas ou recidivantes. A conjugação deste, com outros sintomas, o conhecimento da história clínica, a descrição do mecanismo causal e a avaliação das características do liquido intra-articular podem, só por si, ser suficientes para o estabelecimento de um diagnóstico de presunção que poderá passar, numa situação aguda, por uma sinovite traumática aguda até uma rotura isolada do ligamento cruzado anterior ou, num contexto crônico, por uma artrite úrica ou de natureza osteoartrósica1 .

A articulação do joelho é a maior do corpo humano, é bastante suscetível a problemas já que suporta boa parte do peso do corpo. Derrame articular no joelho e também a sinovite de joelho (água no joelho) ocorrem frequentemente em pessoas idosas e de meia idade, quando o Qi e o Xue (sangue) começam gradualmente a diminuir, tornando-se insuficientes para nutrir os ossos e tendões2.

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Em caso de trauma ou sobrecarga na articulação ou um ataque de vento patogênico, frio e/ou umidade, o canal do Qi será obstruído com a consequente estagnação (de Qi, Xue ou os dois simultaneamente).Na fase aguda da síndrome haverá inchaço e dor, podendo ocorrer espasmo com limitação de movimento. Na fase crônica o músculo quadríceps femoral poderá ser afetado e sofrer uma pequena atrofia2.

Dados clínicos

Um estudo clínico2 realizado no Hospital do Condado de Yutai, Shandong (China) realizado com Dados Clínicos avaliou a eficácia do tratamento com acupuntura em 50 casos de pacientes com derrame articular do joelho e sinovite. Dentre estes casos, 18 eram do sexo masculino e 32 do sexo feminino com idades variando entre 38 e 64 anos e que apresentavam o problema entre 3 meses e 3 anos. Foram excluídos do estudo pacientes com artrite de origem infecciosa.

Leia também: ACUPUNTURA É A MELHOR OPÇÃO PARA O TRATAMENTO DA ARTROSE DE JOELHO

Método de tratamento

Pontos principais:

· Qixue 1 (0,5 cun lateral a Liangqiu E 34) e Qixue 2 (0,5 cun lateral a Xuehai BP 10)

Pontos auxiliares:

· Ambos Xiyan (EX-LE5) no lado afetado

· Zusanli (E 36)

· Yanglingquan (VB 34)

· Yinlingquan (BP 9)

· Sanyinjiao (BP 6)

Os pacientes foram posicionados em decúbito dorsal com as articulações do joelho flexionadas (pode-se usar um rolo almofadado para maior conforto). Após desinfecção da pele, as agulhas foram inseridas perpendicularmente (à exceção de Xiyan – EX LE5 – onde as agulhas foram inseridas obliquamente, num ângulo de aproximadamente 45º em relação à pele). Após inserção, as agulhas foram mantidas por 30 minutos após a obtenção do De Qi efetuando manobras de tonificação e sedação igualmente a cada 5-10 minutos a fim de induzir uma sensação de agulhamento no paciente. O tempo de retenção (de 30 minutos) foi estendido conforme a gravidade do quadro.

Leia também: ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA GONARTROSE

Um curso terapêutico correspondeu a 10 sessões diárias de acupuntura com um intervalo de 3 a 5 dias entre um curso e outro.

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Mensuração dos resultados - critérios

Cura: desaparecimento do inchaço e da dor na articulação do joelho, com retomada dos movimentos e nenhuma recorrência em 6 meses ou mais.

Resultado marcadamente eficaz: alívio evidente do inchaço e da dor na articulação do joelho e flexão e extensão do mesmo em níveis praticamente normais.

Melhora: redução do inchaço e da dor, porém com limitação no movimento da articulação do joelho.

Falha: ausência de melhora nos sinais e sintomas.

Resultados do Tratamento

Dos 50 casos tratados, 30 casos foram considerados curados, 18 casos apresentaram resultados marcadamente eficazes e 2 casos alcançaram apenas melhora. Não houve falhas.

Leia também: DERRAME ARTICULAR DO JOELHO

Comentários

Os pontos Qixue 1 e 2 têm uma ação peculiar na promoção da circulação do Qi e Sangue (Xue), neutralizando o edema e eliminando a estagnação de Sangue. Xiyan (EX-LE5), Yanglingquan (VB 34) e Yinlingquan (BP 9) são fortemente recomendados no tratamento da sinovite.

O agulhamento desses pontos juntamente com Zusanli (E 36) regula o funcionamento dos Zang Fu (órgãos e vísceras), equilibra Yin e Yang, remove a obstrução dos Canais e Colaterais, promove o fluxo de Qi e Sangue, diminuindo a inflamação.

A irradiação com lâmpadas TDP também pode ser usada, caso esteja disponível.

Referências

1 Jones H. Derrame articular do joelho. Rev Medic Desp in forma, 1 (3), pp.10-12, 2010.

2 Anxiang W. Acupuncture Treatment of Synovitis with Effusion-A Report of 50 CasesJournal of Traditional Chinese Medicine 204 2005; 25(3): 204-205.

Traduzido e adaptado por Roberto Almeida, Terapeuta Acupunturista.

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INFLUÊNCIAS NUTRICIONAIS NA PSORÍASE

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RESUMO

A psoríase é uma doença inflamatória de pele, mediada por células T, hereditária, que sofre influência ambiental. Ingestão elevada de ômega-3, jejum, dietas hipocalóricas e vegetarianas mostram efeitos benéficos. Alguns pacientes que apresentam anticorpos antigliadina IgA/IgG, com sensibilidade ao glúten, melhoram após a retirada deste. O calcitriol é usado no tratamento tópico. Ingestão de álcool pode exacerbar a doença. Neste trabalho, analisam-se fatores dietéticos e descrevem-se seus benefícios na psoríase.

Palavras-chave: Ácidos graxos ômega-3; Antioxidantes; Bebidas alcoólicas; Dieta; Glúten; Psoríase


INTRODUÇÃO

(grifos do site)

A psoríase é doença inflamatória crônica da pele, mediada por células T, caracterizada por lesões eritematoescamosas, aumento na proliferação celular e padrões anormais de diferenciação dos queratinócitos1,2. Apresenta prevalência mundial estimada em 2%1,3, variando entre 0,6% e 4,8%, sem predileção por sexo nem por faixa etária, sendo mais comum entre a terceira e a quarta décadas, no sexo feminino e em indivíduos com história familiar4,5.

As causas são desconhecidas, porém uma predisposição genética3, associada a fatores ambientais como fumo, álcool, alimentação, infecção, drogas e eventos estressantes, constitui uma explicação etiológica plausível3.

A prevalência e a gravidade da psoríase têm se mostrado diminuídas durante períodos de jejum. Dietas hipocalóricas levam à melhora dos sintomas2 e podem ser importantes fatores adjuvantes na prevenção e no tratamento do tipo não-pustular moderado4.

Apesar de vários mecanismos serem discutidos, a causa direta desses efeitos positivos nos sintomas da doença ainda é desconhecida2. A explicação mais importante é, provavelmente, a diminuição na ingestão do ácido araquidônico (AA), que resulta na menor produção de eicosanoides inflamatórios. Durante o jejum, ocorre redução na ativação das células TCD4 e elevação no número e/ou na função da interleucina 4 (citocina anti-inflamatória)1 e a restrição calórica leva à redução do estresse oxidativo1.

Dietas vegetarianas podem ser benéficas em todos os pacientes com psoríase, visto que há ingestão diminuída de AA e conseqüente redução na formação de eicosanoides inflamatórios. Concentrações elevadas de AA e de seus metabólitos pró-inflamatórios foram observadas em lesões psoriáticas, assim como em outras desordens autoimunes e inflamatórias. Uma opção terapêutica na psoríase é a substituição do AA por um ácido graxo (AG) alternativo, especialmente o eicosapentaenoico (EPA), que pode ser metabolizado pelas mesmas vias enzimáticas do AA2,5.

Quanto ao efeito da suplementação oral de ômega-3 nessa enfermidade, os resultados são conflitantes e não são claros em relação à dose a ser utilizada5. A maioria das pesquisas apresenta efeitos positivos; entretanto, resultados de testes randomizados e controlados são menos efetivos2. Apesar dos resultados ainda inconsistentes, pode-se recomendar ingestão de peixes ricos em ômega-3. Em pacientes com psoríase agudizada, infusões parenterais de ômega-3 podem ser benéficas2.

Estudos recentes evidenciaram uma associação entre a doença celíaca (DC) e a psoríase6; todavia, tal relação ainda é bastante controversa, uma vez que os dados são escassos6. Quanto à dieta isenta de glúten, sabe-se que poderá melhorar as lesões de pele, mesmo em pacientes sem DC, mas com anticorpos antigliadina IgA e IgG7. Dados da literatura ainda são escassos na explicação dos mecanismos envolvidos na associação entre DC, psoríase e dieta isenta de glúten nas lesões de pele. Várias hipóteses têm sido propostas, como alteração na permeabilidade intestinal, mecanismos imunes e deficiência de vitamina D6.

Estresse oxidativo e formação elevada de radicais livres têm sido relacionados à inflamação da pele na psoríase2. Estudos mostram que indivíduos com essa doença apresentam concentrações elevadas de malonilaldeído, um marcador da peroxidação lipídica, e estado antioxidante prejudicado, com níveis diminuídos de β-caroteno, α-tocoferol e selênio7.

O selênio apresenta propriedades imunomodulatórias e antiproliferativas. A literatura indica que pacientes com desordens inflamatórias de pele, melanoma maligno e linfoma cutâneo de células T apresentam baixas concentrações desse elemento8. Seu baixo nível pode ser fator de risco para o desenvolvimento da psoríase, sendo poucos os trabalhos publicados7. Níveis diminuídos de selênio relacionam-se com a gravidade da doença e podem ocorrer devido à baixa ingestão alimentar ou à excessiva descamação da pele8.

Dentre outros fatores que podem elevar o estresse oxidativo e reduzir os antioxidantes naturais, em indivíduos com história da doença há mais de três anos, relata-se a ingestão alcoólica elevada e o fumo ativo e/ou passivo8. Homens jovens e de meia-idade apresentam riscos com ingestão de álcool enquanto que, em mulheres, não é fator de risco, mas agrava o quadro clínico9. Pacientes psoriáticos devem evitar a ingestão de álcool, principalmente, nos períodos de exacerbação, quando ocorre elevado risco de cirrose hepática associado com metotrexato ou outros tratamentos hepatotóxicos2.

O calcitriol e seus análogos exercem efeitos antiproliferativos e pró-diferenciativos, o que justifica a sua importância na psoríase. Deve-se considerar suplementação oral da vitamina D em pacientes com psoríase que não fazem o tratamento tópico com a vitamina2,10.

Finalmente, pode-se dizer que a dieta é fator importante na patogênese da psoríase e que, apesar de os resultados da literatura com suplementação oral de óleo de peixe serem inconsistentes, os pacientes podem ser orientados a ingerir peixes ricos em ômega-3, por seus benefícios no quadro clínico. A pacientes hospitalizados com doença aguda sugerem-se infusões parenterais de ácido graxo poli-insaturado. Outros estudos devem ser realizados para esclarecer o papel da dieta isenta de glúten, o que pode diminuir a gravidade da doença em pacientes com anticorpos. A vitamina D tem sido uma opção terapêutica, devido a suas atividades imunorregulatórias e antiproliferativas.

CRÉDITOS

Maria Lúcia Diniz Araujo; Maria Goretti P. de A. Burgos; Isis Suruagy Correia Moura. Influências nutricionais na psoríase. An. Bras. Dermatol. vol.84 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2009. [Link]

REFERÊNCIAS

1.  Ghoreschi K, Mrowietz U, Rocken M. A molecule solves psoriasis? Systemic therapies for psoriasis inducing inter leukin 4 and Th2 responses. J Mol Med. 2003;81:471-80         [ Links ]

2.  Wolters M. Diet and psoriasis: experimental clinical and evidence. Br J Dermatol. 2005;153:706-14        [ Links ]

3.  Naldi L. Epidemiology of psoriasis. Curr Drug Targets Inflamm Allergy. 2004;3:121-8         [ Links ]

4.  Ruceviæ I, Perl A, Barisiæ-Drusko V, Adam-Perl M. The role of low energy diet in psoriasis vulgaris treat ment. Coll Antropol. 2003;Suppl. 1:41-8         [ Links ]

5.  Mayser P, Grinn H, Gringer F. Omega-3 fatty acids in psori asis. Br J Nutrition. 2002;87(Suppl 1):S77-82        [ Links ]

6.  Woo WK, McMillan SA, Watson RG, McCluggage WG, Sloan JN, McMillan JC. Coeliac disease - associated antibodies correlate with psoriasis activity. Br J Dermatol. 2004;151:891-4         [ Links ]

7.  Briganti S, Picardo M. Antioxidant activity, lipid peroxida tion and skin disease. WhatÂ's new. J Eur Acad Dermatol Venearol. 2003;17:663-9         [ Links ]

8.  Serwin AB, Wasowicz W, Gromadzinska J, Chodynicka B. Selenium status in psoriasis and its relation to the durat ion and severity of the disease. Nutrition. 2003;19:301-4         [ Links ]

9.  Poikolainen K, Reunala T, Karvonen J, Lauharanta J, Karkkainen P. Alcohol intake: A risk factor for psoriasis in oung and midlle aged men? BMJ. 1990;300:780-3         [ Links ]

10.  Holick MF. Vitamin D: a millennium perspective. J Cell Biochem. 2003;88:296-307        [ Links ]

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NOTA COMPLEMENTAR (de nossa Política do Site):  Todo o material exibido nesse site é publicado exclusivamente para fins informativos. Não pretende substituir a avaliação e o acompanhamento do seu profissional de saúde (médico, nutricionista, acupunturista, fisioterapeuta, psicólogo, farmacêutico, etc.)

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ARTRITE REUMATÓIDE–INFORMAÇÕES GERAIS

ACUPUNTURA CURITIBA ARTRITE REUMATOIDE

Nota introdutória do site: artrite reumatóide é um problema bastante comum em nossa prática. Por isso estamos publicando este artigo como subsídio aos nossos pacientes e leitores com o único intuito de divulgar informações confiáveis para esclarecimento. Conforme explicitado em nossa Política do Site, reiteramos que o propósito geral de nosso site e deste artigo em particular não é o de servir como guia para auto-diagnóstico e nem mesmo uma maneira para confirmação de diagnósticos. A única maneira de obter um diagnóstico fidedigno e orientações precisas é com seu prestador de serviços de saúde (seja ele médico no caso dos diagnósticos nosológicos ocidentais, terapeuta acupunturista para os diagnósticos energéticos orientais e os casos da alçada de outros profissionais de saúde nas suas áreas de atuação como fisioterapeutas, psicólogos, etc.).

Artrite Reumatóide

Introdução:

Apesar da artrite reumatóide (AR) ser historicamente temida com uma das formas mais agressivas e deformante de reumatismo, pacientes diagnosticados com esta doença nos dias de hoje têm um prognóstico muito mais animador.  Avanços recentes no entendimento da doença e a combinação de novos e velhos tratamentos têm tornado possível evitar, ou ao menos frear, o dano articular na grande maioria dos pacientes. Poucas áreas da medicina têm passado por mudanças tão rápidas quanto à reumatologia e, em especial, o tratamento da artrite reumatóide.

Em poucas palavras:

  • A AR é a forma mais comum de artrite (inflamação nas articulações) mediada pelo sistema imunológico
  • Acomete 1 a 2% da população mundial.
  • Afeta mulheres 2,5 vezes mais freqüentemente que homens.
  • Pode ocorrer em qualquer idade, mas o pico da incidência acontece entre a 4ª e a 5ª década de vida.
  • Na maior parte das vezes os sintomas iniciam-se paulatinamente com fadiga, rigidez ou “ferrugem” nas juntas pela manhã, dor e inflamação nas articulações, semelhante em ambos os lados do corpo, em especial nos punhos, mãos e pés (poupando as articulações mais próximas às pontas dos dedos).
  • Se não tratada, na maior parte das vezes a AR evolui para uma doença crônica e progressiva, capaz de levar a deformidades nas articulações.
  • O tratamento deve ser realizado por reumatologista e é eficaz em grande parte das vezes.
  • Um grande número de novas drogas têm surgido, ascendendo esperanças para os casos mais difíceis.

O que é Artrite reumatóide?

É uma doença crônica que causa dor, rigidez, inchaço e limitação à motilidade e função de múltiplas articulações do sistema esquelético. Apesar de a AR poder acometer virtualmente qualquer articulação do corpo, os punhos e as articulações dos dedos mais próximas das mãos e pés são mais freqüentemente acometidas, e as distais (as mais próximas das pontas dos dedos), muito raramente. A inflamação pode ocorrer em outros órgãos também.

Quais são os sintomas de Artrite Reumatóide?

A AR é uma doença infamatória sistêmica, portanto sintomas gerais como fadiga, febre, perda de peso podem estar presentes antes mesmo das manifestações articulares, apesar de geralmente serem menos proeminentes do que estas. Na maioria das vezes a AR se instala insidiosamente, com dor, inchaço e rigidez das articulações (principalmente as referidas à cima) progressivos ao longo de semanas ou meses. Uma minoria dos pacientes, no entanto, apresentam uma forma abrupta e explosiva de poliartrite (artrite em muitas articulações). Monoartrite (artrite em uma única articulação) é possível na AR inicial, mas outras doenças reumatológicas são prováveis e devem cuidadosamente ser excluidas. Outros pacientes, ainda, apresentam episódios transientes e auto-limitados de monoartrites ou poliartrites, apresentação conhecida como “reumatismo palindrômico”. Metade dos pacientes com reumatismo palindrômico vai desenvolver AR típica com o tempo. Com a progressão da doença, as grandes articulações (tornozelos, joelhos, cotovelos, ombros) são freqüentemente atingidas. O acometimento das articulações têmporo-mandibular (a envolvida na mastigação), esterno-clavicular (no final da clavícula) e espinha é incomum, e se presente tende a acontecer mais tardiamente. O envolvimento de órgãos e tecidos diferentes das articulações também tendem a acontecer em doenças antigas e duradoras. Ele consiste principalmente em nódulos firmes e indolores surgindo geralmente em cotovelos, tendão de Aquiles e dedos (nódulos reumatóides); falta de ar e/ou dor à respiração por inflamação do pulmão e/ou pleura (membrana que envolve o pulmão); dor e vermelhidão em esclera dos olhos (esclerite); boca e olhos secos (síndrome de Sjoegren secundária). Outras manifestações extra-articulares são possíveis mas ainda mais raras.

O que causa Artrite Reumatóide?

A AR é uma doença “autoimune”. O sistema imune é desenhado para proteger-nos de bactérias, vírus, câncer e outros agressores. Nas doenças autoimunes o sistema imune identifica e ataca partes do nosso corpo como faz com patógenos. Não se entende completamente o que causa ou perpetua esta “auto-agressão”, mas ela é atribuída a uma combinação de tendências pessoais (genética, hormônios) com fatores ambientais (tabaco, vírus, bactérias). Estudos PRELIMINARES apontam que a inflamação constante e/ou recidivante da gengiva, causada por uma higiene bucal insuficiente, elevaria o risco de desenvolver AR.

Quem vai desenvolver Artrite Reumatóide?

Mulheres desenvolvem AR 2,5 vezes mais freqüentemente que homens.  A doença pode acontecer em qualquer idade, mas o pico de incidência acontece entre a 4ª e 5ª década. Indivíduos com parentes de 1º grau com AR têm chance 1,5 vezes maior que a população em geral de desenvolver a doença. Quando a AR acomete indivíduos que possuem irmãos gêmeos idênticos (com exatamente os mesmos genes) o outro também é acometido em 12 a 15% das vezes, o que sugere influência genética (mas não exclusiva).

Como Artrite Reumatóide é diagnosticada?

É relativamente recente a disponibilidade da pesquisa de anticorpos contra peptídeos cíclicos citrulinados (anti-CCP) em laboratórios comuns. A presença deste marcador no sangue de um indivíduo com sintomas compatíveis permite o diagnóstico de AR com cerca de 90 a 96% de certeza. No entanto, de 24 a 53% dos indivíduos que têm AR nunca vão apresentar este anticorpo. Nos casos iniciais esta proporção pode ser ainda maior. Nestes casos o reumatologista tem que se basear no quadro clínico e em marcadores menos específicos para diagnosticar a doença e diferenciá-la de outras com início muito semelhante. Portanto o diagnóstico pode não ser fácil ou imediato, e semanas ou até meses de observação e um grande número de exames não são raros até se ter a certeza do diagnóstico. Outros exames que auxiliam no diagnóstico são fator reumatóide (menos específico e sensível que o anti-CCP), provas inflamatórias, exames (relativamente) específicos para doenças a serem excluídas, exames de imagem. Dentre os exames de imagem, a ultrassonografia e a ressonância magnética são de grande ajuda por diferenciar precocemente artrites capazes de erodir as articulações (sugestivo de AR) de artrites não erosivas (sugestivo de outras causas). O raio-x é importante mas vai ser alterado bem mais tardiamente que nestes 2 exames.

Como a Artrite Reumatóide é tratada?

Atualmente a maioria dos reumatologistas concordam que quanto antes a doença for controlada maiores as chances do paciente ficar livre de sintomas, e da doença. Seguindo esta idéia a tendência atual é introduzir, assim que o diagnóstico é firmado, doses efetivas da combinação de diversas drogas com ação sobre o sistema imune, e sobre a inflamação. Nenhuma destas medicações é livre de possíveis efeitos colaterais, mas são geralmente bem toleradas e com uma relação custo/benefício bastante favoráveis. Algumas das medicações mais tradicionais para a AR não são mais disponíveis no Brasil (p.e. sais de ouro), outras são menos usadas, por uma pior relação custo/benefício para esta doença (sulfas, ciclosporina, Azatioprina), mas outras ainda são centrais no tratamento da AR (metotrexate, cloroquina). O leflunomide é uma droga mais recente e bastante útil, com eficácia semelhante ao Metotrexate. As cortisonas (corticoesteróides) são usadas na AR há muitas décadas. Passada a euforia inicial, descobriu-se que apesar de elas terem um impacto importante na inflamação e nos sintomas dos pacientes, sua habilidade em efetivamente parar a doença é pequena, se existente. Em combinação com as chamadas “drogas modificadoras de doença”, no entanto, ela mantém seu papel. Antinflamatórios comuns não têm efeito modificador de doença, mas podem aliviar os sintomas e poupar doses maiores de corticóides.

Nas últimas décadas o desenvolvimento da biotecnologia permitiu um salto exponencial no nível de conhecimento acumulado sobre o funcionamento do sistema imunológico. A conseqüência natural disso foi o desenvolvimento de drogas capazes de agir diretamente sobre os aspectos “fora da ordem” em muitas das doenças autoimunes. Nasciam os medicamentos “biológicos” (para saber mais clique aqui). No Brasil existem atualmente 5 biológicos aprovados pela ANVISA para uso na AR (Infliximabe, adalimumabe, etanercept, rituximabe, Abatacepte), mas esta lista tende a crescer rapidamente. São medicações potentes, que muitas vezes têm ação mesmo em indivíduos que deixaram de responder às medicações convencionais. Por outro lado até um terço dos pacientes (segundo a Arthitis Foundation, nos EUA) não respondem ou deixam de responder também às novas medicações, e o efeito destas medicações sobre o sistema imunológico podem trazer efeitos colaterais, como maior propensão a infecções e câncer. O custo é outro limitante. Algumas destas substancias podem custar cerca de R$15.000,00 mensais, e seriam utilizadas por tempo indeterminado. Certamente estas dificuldades limitam, mas estão longe de inviabilizar o uso dos biológicos. O custo tende a cair com o aperfeiçoamento das técnicas de produção e com a concorrência entre as companhias farmacêuticas, e aos poucos vamos descobrindo as doses, as combinações e o “timing” para cada uma destas drogas, em cada doença. Hoje já é impensável fazer reumatologia sem os novos biológicos, e certamente o futuro trará ainda melhores surpresas. Mas por enquanto estas substâncias são indicadas para casos e pacientes específicos, geralmente após falha da terapia convencional, ou em atrites iniciais agressivas.

Outras modalidades de tratamento

Informação – Buscar informação é essencialmente uma boa coisa: o paciente orientado e engajado ativamente no seu processo de cura tem claramente melhor prognóstico. No entanto, a busca não assessorada de informações, sobre tudo na Internet, pode trazer uma impressão sobre esta condição mais negra do que a realidade. Ou pior, pode trazer uma impressão mais leve do que a real, e estimular negligencias, abandonos do tratamento ou  opções (tentadoras) de terapias alternativas sem embasamento científico. Procure informações em sites e organizações confiáveis (sugestões a baixo) e discuta suas impressões com seu reumatologista. Utilize medicações não convencionais apenas com a aprovação do seu médico, e sem deixar de usar as medicações prescrias!

Psicoterapia – É comum, e de alguma forma esperado, que o advento de uma doença crônica e potencialmente deformante cause angústia, ansiedade e até depressão. A psicoterapia pode ajudar o paciente a elaborar as perdas, reorganizar sua vida e readaptar as perspectivas. Há evidências de que a psicoterapia seja capaz de diminuir a autopiedade, inibir posturas passivas diante da doença e do processo de cura e diminuir a percepção da dor. O sistema imunológico, assim como o neuro-endócrino e os demais sistemas do corpo humano, está sob influência do sistema neuro-psiquiátrico. É possível, portanto, que o benefício da psicoterapia vá além do psicológico.

Descanso – Durante os períodos de inflamação (sistêmica ou localizada) a execução das atividades normais pode ser difícil. Durante estes períodos repouso é fundamental, e pode ser alternado com exercícios adequados.

Exercícios – Dor e rigidez freqüentemente levam a pacientes a evitar exercícios. A falta do uso pode resultar em perda da motilidade, contraturas e atrofia muscular, causando aumento da fadifa, além de instabilidade articular e maiores deformidades. Exercícios visando a ampliação da motilidade ajudam a restaurar a função de um membro. Exercícios de fortalecimento muscular (isométricos, isotônicos e isocinéticos), realizados 1 a 2 vezes por semana, melhora a função e não pioram a atividade articular. Exercícios aeróbicos melhoram a função muscular, melhoram o controle da dor possivelmente previnem osteoporose induzida pelo corticoide e não pioram a atividade da doença. Programa de exercícios devem ser prescrito por médicos e fisioterapeutas e devem ser direcionados individualmente para cada paciente.

Fisioterapia – Os objetivos da fisioterapia na AR são a redução da dor e inflamação e a preservação da função e integridade articular. A fisioterapia envolve diversas modalidades de tratamentos direcionadas a problemas específicos. Isso exclui: calor ou frio para o alívio da rigidez e inflamação; ultrassonografia para atenuar tenosinovites; exercícios ativos e passivos para melhorar e manter o alcance da motilidade das articulações; descanso e talas para reduzir dor e melhorar função; técnicas de relaxamento para diminuir espasmo de musculatura.

Terapia ocupacional – foca na adaptação dos membros afetados (especialmente os superiores) às atividades do dia-a-dia, incluindo: educação sobre proteção articular; provisão de artefatos auxiliares e talas e orientações referentes ao seu uso.

Alimentação – Muitas dietas foram propostas para a AR, mas a maioria não mostrou benefícios em estudos controlados. Possível exceções são as dietas ricas em óleos de peixe e as dietas ricas em ácido eicosapentaenóico ou docosahexaenóico, que parecem diminuir sintomas. Pacientes obesos devem ser encorajados a perder peso, no intúito de diminuir a sobrecarga sobre as articulações.

Prevenção de osteoporose – A AR por si é um fator de risco para osteoporose, em função da inflamação crônica. Adicionalmente, a AR ocorre mais freqüentemente em mulheres na 4ª ou 5ª década de vida, população em especial risco para o início do problema. O corticóide, quase sempre utilizado na doença, é outro fator de risco importante para a osteoporose. Desta forma uma abordagem farmacêutica (cálcio, vitamina D e outros remédios) e não farmacêutica (exercícios, prevenção de quedas) deve ser instituída o quanto antes.

Prevenção de doença cardíaca e vascular – A doença cárdio-vascular é a principal causa de morte entre os pacientes com AR. A inflamação crônica, bem como o uso contínuo de corticóide, são potentes fatores de risco para ateriosclerose e suas conseqüências. A prevenção do problema passa pelo controle precoce e efetivo da inflamação, pelo controle agressivo do colesterol, abolição do tabagismo e de outros fatores de risco modificáveis.

Vacinações – pacientes recebendo drogas imunossupressoras NÃO devem receber vacinas com vírus vivos. As demais são apropriadas e importantes. A seguinte recomendação foi incluída nas diretrizes de 2008 do colégio americano de reumatologia: a vacina da gripe (anualmente) e a contra o Pneumococcus (esta a cada 5 anos) devem ser dada para todos os pacientes que estão usando ou usarão imunossupressores; a vacina contra hepatite B deve ser dada a todos os pacientes com AR e risco de contrair este vírus (múltiplos parceiros sexuais nos últimos 6 meses, contato com portadores do vírus, usuários de drogas endovenosas, trabalhadores na área da saúde), se possível antes da introdução das drogas imunossupressoras.

Vivendo com Artrite Reumatóide

Mesmo com os avanços recentes em seu tratamento, e com a possibilidade do controle da doença ou cura, a AR é uma doença crônica, potencialmente deformante, que interrompe a vida normal do indivíduo obrigando-o a uma rotina de freqüentes exames, visitas ao médico, efeitos colaterais de medicações, sintomas e seqüelas. A incerteza sobre seu curso, falhas no tratamento e os hormônios da inflamação colaboram para raiva, frustração, depressão, perda da esperança e da vontade de lutar. A melhor maneira de controlar a AR é:

  • Confiar e manter uma boa relação com o médico
  • Manter uma sólida relação com familiares e amigos
  • Tomar regular e eficientemente as medicações como prescritas
  • Visitar o médico e fazer exames regularmente, mesmo se não estiver se sentindo doente.
  • Não ter uma postura passiva. Se envolver diretamente no processo de cura.
  • Um acompanhamento psicoterápico é bastante recomendado e ajuda na aceitação dos limites impostos pela doença, bem como na reorganização da vida com sua presença.
  • Manter-se ativo física-emocional e profissionalmente. Evitar, no entanto, exercícios não monitorados por profissionais da área.

Pontos a lembrar

Os tratamentos agora disponíveis têm dramaticamente melhorado os o quadro clínico dos pacientes com AR. A maioria das pessoas com pode viver vida normal, mas a doença deve ser cuidadosamente monitorada e o tratamento ajustado como necessário para prevenir seqüelas. Confiar no reumatologista e se envolver na busca da cura é fundamental na definição do curso da doença.

Para mais informações:

Em inglês:

National Institute of Arthritis and Musculoskeletal and Skin Diseases Information Clearinghouse: www.niams.nih.gov

Américan College of Rheumatology:http://www.rheumatology.org/public/factsheets/diseases_and_conditions/ra.asp?aud=pat

Em Português:

Referências:

  1. Sociedade Brasileira de Reumatologia: http://www.reumatologia.com.br/
  2. MD consult, informações ao paciente
  3. Up-To-Date 17.3, Junho 2009
  4. Primer on the Rheumatic Diseases by John H. Klippel, John H. Stone, L eslie J. Crofford, and Patience H. White – Jul 29, 2008

CRÉDITOS DO ARTIGO: Reumatologia Avançada. Acesso em 27/11/2012.

Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

ACUPUNTURA E DOENÇAS REUMÁTICAS

ACUPUNTURA CURITIBA REUMATOLOGIA

Entrevista com a Dra. Helena Campiglia, médica e clínica geral formada pela USP, trabalha com acupuntura e medicina chinesa há 15 anos e dá aulas de Acupuntura na Associação Médica Brasileira e no Hospital do Servidor Público Estadual. Autora dos livros Psique e Medicina Tradicional Chinesa (Roca, 2004) e O Domínio do Yin: da Fertilidade à Maternidade na Medicina Tradicional Chinesa (Roca, publicação prevista para segundo semestre de 2009).

Publicado no site da Revista Reumatologia Avançada

RA: Como a medicina chinesa vê doenças em geral e as doenças reumatológicas em especial?

Dra. Helena: Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) as doenças reumatológicas são fruto da diminuição da “energia de defesa” chamada de Wei Qi e do ataque sucessivo de patógenos externos chamados de vento-frio, vento-calor e vento umidade que pouco a pouco vão se instalando nas articulações. Com o passar do tempo, existe um alojamento permanente desse “vento” e as crises podem ser desencadeadas sem fatores externos predisponentes. A circulação da energia (Qi) fica bloqueada principalmente a nível articular gerando dores e rigidez. Por outro lado, existe uma alteração de imunidade cada vez mais pronunciada levando, em última análise, a uma desvitalização.

Observa-se, na maior parte dos pacientes, a presença de um desequilíbrio energético de três elementos: o elemento água, responsável pela vitalidade do indivíduo, o elemento terraresponsável pela nutrição do organismo e também das articulações e o elemento madeiraque, quando desequilibrado, gera as inflamações articulares (por presença de calor). Os elementos madeira e água são juntos responsáveis pela imunidade do corpo. O elemento terra é o maior responsável pelo acúmulo de umidade que causa a rigidez articular e as dores tipo “em peso”.

RA: Há alguma diferença (ou semelhança) entre as diferentes doenças reumatológicas do ponto de vista da medicina chinesa?

Dra. Helena: As doenças reumatológicas na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) são genericamente chamadas de “Síndrome Bi“, que quer dizer, síndrome da obstrução dolorosa. Acredita-se que a maior parte das doenças reumatológicas obedeçam ao padrão de adoecimento descrito acima, porém existem variações, como por exemplo, a fibromialgia, que costuma ter um comprometimento maior do elemento madeira (fígado, músculo, tendões) e a artrite reumatóide, que costuma afetar mais o elemento água (imunidade, vitalidade). Outra questão fundamental é que, na MTC, avalia-se em primeiro lugar o paciente e seus desequilíbrios, e só em segundo plano a doença em si. Dois pacientes com lúpus eritematoso sistêmico podem apresentar dois padrões diversos de acometimento segundo a MTC.

RA: Qual o papel da acupuntura nestas doenças? A Dra. faria algo além, ou ao invés de acupuntura em alguma situação específica?

Dra. Helena: A acupuntura e a fitoterapia (uso de plantas medicinais) são os pilares da MTC e através delas tratam-se todas as doenças reumatológicas, com maior ou menor grau de resposta. Alguns pacientes podem apresentar remissão completa dos sintomas, enquanto outros se beneficiam pouco desses tratamentos. A resposta depende do grau de acometimento da chamada “energia vital”, que quanto mais danificada, pior será a resposta.

RA: Em que situações a acupuntura dispensa o tratamento alopático, ou pelo menos pode ser o tratamento inicial?

Dra. Helena: A acupuntura dispensa o tratamento alopático quando há remissão completa da doença. Caso contrário, é necessário associar as duas formas terapêuticas. Pode-se iniciar com a acupuntura e após 5 sessões avaliar seus resultados. Quando o resultado é positivo (diminuição de sintomas) deve-se prosseguir o tratamento e avaliar se é ou não necessária a associação da alopatia. Em pacientes que já estejam se tratando pela alopatia, observa-se se com a acupuntura é possível ou não diminuir a dose das medicações (por exemplo analgésicos). O controle não só dos sintomas, mas também de outros parâmetros laboratoriais (como o VHS, proteína C reativa, etc.) são fundamentais na decisão se a acupuntura será ou não o único tratamento de base. Portanto, ainda que a resposta ao tratamento pela MTC seja satisfatória, oriento sempre aos meus pacientes que realizem simultaneamente o acompanhamento com um reumatologista, que poderá avaliar corretamente quando o tratamento alopático pode ou não ser dispensado.

dra_helenaDra. Helena Campiglia

RA: Quais as doenças reumatológicas nas quais a acupuntura e a medicina chinesa são mais eficazes?

Dra. Helena: O que deve ser avaliado é muito mais o paciente do que a doença em si. Como já foi dito, dois pacientes com a mesma doença, podem ter diagnósticos diferentes na MTC e, portanto, tratamento e evolução diversos. Doenças onde haja comprometimento permanente da articulação, como por exemplo a osteoartose, a acupuntura jamais poderá reverter o que já foi destruído. De qualquer modo, ela ainda assim poderá diminuir os sintomas (dor, restrição do movimento, etc.).

RA: Qual o papel de regimes e mudanças alimentares nas doenças reumatológicas segundo a medicina chinesa?

Dra. Helena: As mudanças alimentares fazem parte das prescrições da MTC. A alimentação é fundamental na saúde e no bem estar global. Observa-se que uma boa alimentação é capaz de aumentar a energia vital e diminuir as “obstruções energéticas” nas síndromes Bi. Contudo, a alimentação é apenas uma das ferramentas da MTC. A fitoterapia e a acupuntura são igualmente importantes. No caso de dores, a acupuntura é a mais eficaz das técnicas terapêuticas da MTC, por outro lado, o aumento da energia vital é melhor controlado pela dieta e pela fitoterapia. A dieta, segundo a MTC, segue princípios muito diferentes daqueles praticados no ocidente. Cada alimento, além das suas propriedades nutricionais tem características energéticas, como temperatura e sabores que determinam um movimento energético.

Exemplos:

Alimentos quentes: alho, canela, carne de carneiro, gengibre, salsinha.

Alimentos mornos: frango, carne de vaca, tomilho.

Alimentos frescos: pepino, folhas verdes, frutas em geral como pêra e maçã.

Alimentos frios: caqui, leite, laticínios, queijos.

Alimentos neutros: cenoura, abóbora, batata, batata-doce.

Sabor ácido ou azedo: movimento da Madeira (Fígado e Vesícula Biliar).

O sabor ácido, como o do vinagre tem a capacidade de retrair, contrair, pois ele é adstringente. Ajuda na formação dos músculos e é equivalente a pequenas moléculas ou tijolos que constroem o organismo.

Alimentos ácidos: ameixa, alho-porró, frango amarelo, trigo, levedo.

Sabor amargo: movimento do Fogo (Coração e Intestino Delgado)

O sabor amargo tem o movimento de endurecer, como um alimento que é tostado ou grelhado, ou mesmo conservado por longo tempo.

Alimentos amargos: damasco, carne de carneiro ou de cabra, aspargo, alcachofra, trigo sarraceno, arroz selvagem, arroz longo, cogumelo Shitake, café e chá torrados.

Sabor doce: movimento da Terra (Baço-Pâncreas e Estômago)

O sabor doce é predominante na maior parte dos alimentos, pois é a Terra a grande responsável pela nutrição do organismo e, portanto, o sabor doce irá auxiliar esta função.

Alimentos doces: melão, jujuba chinesa, manga, milho, quinua, carne de vaca, abóbora, batata, mandioca, batata doce, beterraba, cenoura, couve chinesa

Sabor picante: movimento do Metal (Pulmão e Intestino Grosso)

O sabor picante tem a capacidade de dispersar a energia, levando-a para o exterior. Ele tonifica os Pulmões e a Pele e auxilia na prevenção de gripes e resfriados.

Alimentos picantes: cebola, alho, condimentos e ervas aromáticas, carne de coelho, aveia, cevada.

Sabor salgado: movimento da Água (Rins e Bexiga)

O sabor salgado é capaz de reunir a energia e, portanto, tonifica os Rins e melhora a vitalidade.

Alimentos salgados: leguminosas, soja, feno grego, alface cozida, molho de soja, carne de porco, espinafre, peixes e frutos do mar, castanha, germe de trigo.

Sabores tóxicos: Cada um dos cinco sabores pode ser em um extremo sutil ou em outro tóxico. Um sabor tóxico é aquele que é tão extremo, que acaba lesando o órgão em vez de tonificá-lo.  Para o ácido encontramos o próprio vinagre, para o amargo o tabaco, o café, para o doce o açúcar da cana ou mesmo o aspartame, para o picante o álcool, para o salgado os alimentos muito salgados ou conservados no sal. Esses alimentos devem ser evitados por fazerem mal a saúde.

A combinação desses princípios é feita individualmente para cada paciente, levando em consideração quais órgãos e meridianos estão mais ou menos desequilibrados e, portanto, quais sabores e temperatura intrínseca podem ajudar a restituir o equilíbrio dinâmico e sutil do corpo.

RA: Quais outras mudanças de estilo de vida devem ser preconizadas nas doenças auto-imunes?

Dra. Helena: Além da dieta, dos fitoterápicos e da própria acupuntura, o paciente portador de doenças auto-imunes deve em primeiro lugar afastar-se de fatores que predisponham ao seu adoecimento como: excesso de trabalho e estresse, poucas horas de sono, ritmo de vida irregular sem respeito aos horários de sono, refeições e descanso, exposição constante a viroses ou outras doenças, exposição constante a emoções intensas como preocupação, raiva, medo, etc. Pode-se ainda orientar o paciente a praticar atividade física, que em muito ajuda a circulação do Qi e ajuda a melhorar o nível energético nas atividades específicas (Qi Kun, Tai Chi Chuan, Yoga), que visam a melhora da respiração. Segundo a MTC, após o nascimento e até a morte, o ser humano está sempre desgastando sua energia vital. As únicas maneiras de repor relativamente essa energia é através da alimentação e da respiração. Evitar os fatores de adoecimento ajuda a diminuir o desgaste global da energia.

Serviço: Dra. Helena Campiglia. Consultório em Pinheiros, SP. Tel: 11-3813-5080.

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ACUPUNTURA E ELETROACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATÓIDE

ACUPUNTURA  CURITIBA
RESUMO: A Acupuntura tem sido usada por especialistas como uma terapia adjuvante na reabilitação e no tratamento sintomático da artrite reumatóide (AR).
A acupuntura é uma técnica da Medicina Chinesa Tradicional, que consiste em finas agulhas que são inseridas em pontos específicos para trabalhar a concentração das energias do corpo. Em alguns casos um pequeno impulso elétrico é adicionado à agulhas.
Uma vez que as agulhas são inseridas em alguns dos locais apropriados, substâncias como as endorfinas são laçadas no sistema do paciente, induzindo a analgesia local.
OBJETIVOS: Avaliar os efeitos da Acupuntura ou Eletroacupuntura sobre as medidas objetivas e subjetivas da atividade da doença em pacientes com artrite reumatóide.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO: Estudos comparativos controlados, como ensaios clínicos randomizados e controle de ensaios clínicos em doentes com AR foram elegíveis. Não há restrições de linguagem.
COLETA DE DADOS E ANÁLISE: Dois revisores independentes efetuaram o levantamento. Houve consenso sobre todos os dados extraídos. A qualidade foi avaliada pelos dois avaliadores utilizando critério de cinco pontos.
PRINCIPAIS RESULTADOS: Dois estudos (n = 84) preencheram os critérios de inclusão. Um no qual foi utilizada a acupuntura (David, 1999), enquanto o outro fez uso de eletroacupuntura (Man 1974).
No primeiro estudo, usando Acupuntura, nenhuma diferença significativa foi encontrada para a velocidade de sedimentação eritrocitária (VHS), proteína C reativa (CRP), a escala analógica visual da dor (VAS P), escala visual analógica para global de avaliação do paciente (VAS G), o número de articulações inchadas, o número de articulações dolorosas, ao questionário de saúde geral (QSG), a pontuação na escala modificada de atividade da doença (DAS) ou a diminuição na ingestão de analgésicos.
No segundo estudo, usando Eletroacupuntura, uma diminuição significativa da dor no joelho foi relatada no grupo experimental, 24 horas após o início do tratamento, quando comparado ao grupo placebo (diferença média ponderada de -2,0 com 95% IC -3,6, -4,0).
CONCLUSÕES: Embora os resultados mostrem que a Eletroacupuntura pode ser benéfica para reduzir a dor no joelho sintomática em doentes com AR (tratamento com 24 horas), os revisores concluíram que a pequena amostra dificulta uma opinião final sobre os benefícios da técnica.
Os revisores ainda concluíram que a Acupuntura tem efeito em VHS, PCR, dor, avaliação global do paciente, número de articulações edemaciadas, número de articulações dolorosas, saúde geral, atividade da doença e redução dos analgésicos. Estas conclusões mostram-se limitadas devido à questões metodológicas, tais como o tipo de Acupuntura (Eletroacupuntura vs Acupuntura), o local da intervenção, o reduzido número de ensaios clínicos e pequeno tamanho da amostra dos estudos incluídos.
Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!
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Caso Clínico - paciente com artrite reumatóide tratada com medicamentos convencionais, medicamentos herbais e suplementos dietéticos

Por Roberto Almeida
Descrição da paciente e dos sintomas
Mulher, 64 anos, não fumante, relatou estar sofrendo de fortes dores nas articulações (mãos e pés) e rigidez matinal que perdurava por até duas horas. As articulações afetadas (IFP,IFD,MTF e joelho) estavam edemaciadas, brilhantes e quentes. Relatou ainda extrema dificuldade na execução dos cuidados pessoais (pentear-se, escovar os dentes, etc.) e das tarefas cotidianas do lar sobretudo no período da manhã e mesmo após o desaparecimento da rigidez. O edema das articulações e a duração da rigidez eram mais pronunciados no lado esquerdo do corpo. O sono não era reparador, o apetite estava diminuído (paciente também informou perda de peso) e emocionalmente alternava períodos de irritação e desalento. A dor nas articulações se irradiava para os membros, joelhos e região cervical. Episódios de cefaléia eram freqüentes e perduravam por horas. Episódios de cãibras na região da coxa ocorriam com alguma freqüência. Fezes e evacuações estavam normais. A urina era escura e gosto amargo ao acordar.  A paciente relatou ainda ocorrência de sangramento gengival durante a higiene bucal. A paciente possui hipotireoidismo e hipertensão  e está sob tratamento e acompanhamento de um cardiologista há vários anos.

Leia também: ACUPUNTURA E DOENÇAS REUMÁTICAS
Diagnóstico e tratamento ocidental
Duas semanas após o aparecimento dos sintomas a paciente consultou-se com um ortopedista que diagnosticou o quadro como artrite reumatóide solicitando contudo, a consulta a um reumatologista para confirmação do diagnóstico e realização de exames laboratoriais e início do tratamento. Foi prescrito analgésico e anti-inflamatório[1] que não aliviou totalmente a dor, sem prejuízo dos outros sintomas. Uma semana depois a paciente consultou-se com um reumatologista e lhe foi receitado um AINE** até a liberação dos exames laboratoriais e confirmação do diagnóstico. Uma semana depois da consulta os resultados dos exames laboratoriais*** foram os seguintes:


Quadro 1 – Exames laboratoriais iniciais

TESTE
RESULTADO
REFERÊNCIAS
VHS - Hemossedimentação
1ª Hora: 65,00 mm
2ª Hora: 84,00 mm
( 1,00 a 15,00)
(1,00 a  25,00)
VHS - Índice de Kats
49,66
Normais: até 20
Acelerado: > 20
Muito acelerado: > 50
Transaminase Oxalacética - TGO
25 U/l
13 a 49
Transaminase Pirúvica - TGP
21 U/l
8 a 37
Fosfatase Alcalina
84 U/l
27 a 100
Fator Reumatóide - Látex
128 UI/ml
< 8 UI/ml
Proteína C Reativa
10,6 mg/L
< 6 mg/L
Fator Reumatóide - Waaler Rose
96 UI/ml
< 6 UI/ml

TESTE
RESULTADO
REFERÊNCIAS
Fator Anti-Nuclear (HEP 2)
Núcleo: Reagente
Nucléolo, citoplasma, aparelho mitótico, placa metafásica cromossômica: Negativo
CONCLUSÃO: padrão nuclear pontilhado fino
Negativo

Fonte: laudo laboratorial fornecido pela paciente.

[1] Celecoxibe (Celebra), 200 mg, cápsulas, duas vezes ao dia.
** Trometamol cetorolaco (Toragesic), 10 mg, comprimidos sublinguais, dose única diária.
*** Uma descrição sucinta dos exames laboratoriais citados neste capítulo encontra-se no Anexo III Glossário de Termos Técnicos.



Os valores do hemograma estavam dentro da normalidade. Confirmado o diagnóstico de artrite reumatóide, o reumatologista iniciou o tratamento* com DMARD, glicocorticóide e ácido fólico. Em consulta ao cardiologista, que solicitou outros exames específicos, mudanças na medicação para controle da hipertensão e hipotireoidismo foram feitas, uma vez que se constatou elevação na pressão arterial e alterações nos níveis de hormônios tireoideanos**.

Diagnóstico da MTC e princípio de tratamento

A paciente foi diagnosticada como portadora de Síndrome Dolorosa Obstrutiva Persistente (Wan Bi) em fase aguda acometendo as articulações das mãos e dos pés e presença dos fatores patogênicos umidade-calor, calor e vento, deficiência de xue,  estagnação de xue do gan e deficiência de qi do baço. Estes caracteres atuam ainda sobre um fundo constitucional marcado por debilidade de yin do rim gerando calor vazio.

O princípio de tratamento consistiu em restabelecer o Qi Correto, vencer a umidade-calor aguda, dispersar e expelir o calor e o vento, cessar o sangramento, nutrir e circular o xue e elevar o qi do baço inicialmente. Em uma fase posterior seria realizada o fortalecimento e a nutrição do yin do rim.
Primeira fase do tratamento
O tratamento herbal iniciou-se duas semanas antes da administração dos medicamentos prescritos pelo reumatologista e consistiu na administração das fórmulas magistrais Long Dan Xie Gan Tang, Er Miao San e Ba Zhen Tang e, para cessar o sangramento gengival, decocção de folhas de batata doce (a paciente também foi aconselhada a se consultar com um dentista para avaliação da saúde bucal).

Long Dan foi administrado à razão de 2 cápsulas de uma marca proprietária (SKL Herbal Farmacêutica) três vezes ao dia ao longo de 25 dias. Concomitantemente, Er Miao San, preparada artesanalmente, foi administrada sob a forma de decocto, quatro vezes ao dia (ao acordar, ao se deitar, ao meio dia e às dezoito horas) devendo ser ingerida levemente morna, quase à temperatura ambiente. A decocção foi preparada com  20g da fórmula em 1 litro de água em ebulição por 5 a 10 minutos, sendo esta a dose diária.



* Metotrexato (Tecnomet) – DMARD – 15 mg/semana (administrado nas quartas-feiras); Prednisolona (Predsim) – Glicocorticóide – 10 mg/dia ; Ácido Fólico (Endofolin) – 5 mg/semana (administrado na quinta-feira).
** Paciente fazia uso de Atenolol 100 mg/d, Hidroclorotiazida 25 mg/dia e Euthyrox (levotiroxina sódica) 25 mcg/dia. Foi acrescentada losartana potássica (100 mg/dia) e a dose de Euthyrox aumentada para 50 mcg/dia.

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Terminado o curso de tratamento do Long Dan, prosseguiu o tratamento com Er Miao San, entretanto, cessado o Long Dan, Ba Zhen Tang foi administrado por uma semana (juntamente com o Er Miao San) e consistiu em uma preparação artesanal desta fórmula (as ervas foram trituradas até formarem um pó) que era levada à decocção (30g de pó) em 600 mL de água em ebulição por 5 minutos, sendo esta a dose diária, administrada três vezes ao dia (manhã, tarde e noite) em temperatura morna.
 
A decocção de folhas de batata doce foi utilizada como enxaguatório bucal várias vezes ao dia. Foi preparada com 30 a 50 g de folhas em 500 mL de água em ebulição por 5 a 10 minutos. Durante o enxágüe bucal, a temperatura do decocto deveria ser morna.


O tratamento com outras ervas medicinais* complementares incluiu:

a) Harpagophytum procumbens (garra do diabo): 1 comprimido com 200 mg do extrato padronizado a 5% de harpagosídeos, três vezes ao dia.

b) Uncaria tomentosa (unha de gato): 1 comprimido com 100 mg do extrato padronizado a 4,5 – 5,5% de alcalóides totais, três vezes ao dia.

c) Pterodon pubescens (sucupira): 15 gotas do extrato hidroalcoólico concentrado dissolvido em água, três vezes ao dia.


O tratamento com suplementos dietéticos** incluiu:

a) Probióticos Lactobacillus Acidophilus e Lactobacillus Bifidus: 1 tablete contendo 1 bi UFC por tablete por dia.

b) Óleo de peixe: 1 cápsula gelatinosa contendo 1200 mg de óleo de peixe contendo 720 mg de EPA/DHA, duas vezes ao dia.

c) Suplemento polivitamínico e polimineral: 1 comprimido ao dia.

d) Vitamina C: 1 comprimido de 500 mg de ácido ascórbico ao dia.




* Garra do Diabo e Unha de Gato, marcas do Herbarium Laboratório Botânico Ltda. Extrato hidroalcoólico de sucupira adquirido na Homeopatia e Farmácia de Manipulação Dr. Alberto Seabra Ltda. (São Paulo, SP).

** Probióticos “Chewable Strawberry Acidophilus with Bifidus Wafers”. Óleo de peixe “Extra Strength Fish Oil 1200 mg with Natural Omega-3 Softgels”. Suplemento polivitamínico e polimineral “SunVite Active Adult 50+ Advanced Formula with Lutein and Lycopene”. Vitamina C “High Potency Vitamin C”. Todos os suplementos dietéticos são marcas da Sundown Naturals (Rexall Sundown, Inc). Boca Raton, FL, USA.


Discussão sobre a primeira fase do tratamento



Em relação às fórmulas magistrais empregadas na primeira fase do tratamento, o Long Dan Xie Gan Tang (Gentiana Longdancao Decoction to Drain the Liver ou Gentiana Drain Fire Decoction) pertence à classe de medicamentos que clareiam o calor e à subclasse de medicamentos que clareiam o calor dos órgãos internos. Esta fórmula provém do Yi Fang Ji Jie (Analytic Collection of Medical Formulas) publicada em c.1682 e seu autor é Wang An, um famoso médico do início da dinastia Qing. Long Dan é de natureza fria e amarga e possui um tropismo pelo fígado, vesícula e estômago. Esta fórmula age clareando e drenando a umidade-calor do triplo-aquecedor (e do aquecedor inferior em particular) e também drena a plenitude de calor e o fogo do fígado e vesícula biliar. Long Dan é constituída por:



Long Dan Cao (Radix Gentianae Longdancao)               8.50 %  

Huang Qin (Radix Scutellariae Baicalensis) 11.00 %      

Zhi Zi (Fructus Gardeniae Jasminoidis)            11.00 %                

Chai Hu (Radix Bupleuri) 8.50 %

Mu Tong (Caulis Akebiae Trifoliatae) 5.50 %

Che Qian Zi (Semen Plantaginis) 14.00 %        

Ze Xie (Rhizoma Alismatis Orientalis) 11.00 %                

Sheng Di Huang (Radix Rehmanniae Glutinosae) 14.00 %            

Dang Gui (Radix Angelicae Sinensis) 11.00 %                

Gan Cao (Radix Glycyrrhizae Uralensis) 5.50 %            



Dentro desta fórmula, Long Dan Cao (Radix Gentianae) é extremamente amarga e muito fria. É o medicamento soberano agindo tanto na drenagem do fogo quanto na eliminação da umidade. Ele drena a plenitude de fogo da vesícula, especialmente na parte superior do corpo, ao mesmo tempo que se precipita e elimina o calor úmido da parte inferior do corpo. Huang Qin (Radix Scutellariae) e Zhi Zi (Fructus Gardeniae) são os ministros desta fórmula. Eles também têm as funções de drenar o fogo com seu frio e seu amargor e são combinados com Long Dan Cao (Radix Gentianae) para esse fim. Ze Xie (Rhizoma Alismatis), Mu Tong (Caulis Akebiae) e Che Qian Zi (Semen Plantaginis) clareiam o calor e dispersam a umidade. Assim, eles ajudam na eliminação do calor-úmido  através do trato urinário. Como o fígado pode armazenar  sangue e calor dentro do seu canal e isto pode facilmente danificar o yin e o sangue ao mesmo tempo, usa-se  ingredientes amargos e frios para secar a umidade: Sheng Di (Radix Rehmanniae glutinosa) e Dang Gui (Extremitas Radicis Angelicae Sinensis) são assistentes utilizados para enriquecer o yin e nutrir o sangue. Gan Cao (Radix Glycyrrhizae) regula e harmoniza todas as outras ervas. Portanto, temos nesta fórmula a suplementação com a drenagem e o enriquecimento com a dispersão. Isso ajuda a diminuir o  fogo e clarear o calor, além de separar o claro do turvo1,2. Foi utilizada com cautela, haja vista que ervas frias e amargas podem danificar o estômago e o baço3.


Er Miao San  (Two-Marvel Powder) pretence à classe dos medicamentos que eliminam a umidade e à subclasse que clareia e transforma a umidade-calor. Esta fórmula provém do Dan Xi Xin Fa (escrito entre 1389-1392 A.D.), obra resultante da compilação dos ensinamentos de Zhu Dan-Xi (1280-1358 A.D.) pelos seus seguidores. Er Miao San atua clareando o calor e o calor cheio, drenando a umidade e expelindo toxinas. É indicada para umidade-calor alojada no aquecedor inferior 4 afetando os tendões, ossos e região genital. É de natureza fria e sabor amargo e possui um tropismo pelos rins, vesícula e intestino grosso. Seus componentes são:



Huang Bai (Cortex Phellodendri) 50%

Cang Zhu (Rhizoma Atractylodis) 50%



Huang Bai é uma erva amarga e fria que elimina o calor e seca a umidade enquanto Cang Zhu é amarga, quente e aromática que transforma e seca a umidade. Além disso, Cang Zhu também é conhecida por aliviar as dores dos membros quando esta dor é associada com a umidade. Esta simples fórmula constituída por dois medicamentos elimina o calor e seca a umidade, especialmente na metade inferior do corpo1,2.

Leia também: Caso Clínico - Os benefícios de um tratamento pela Acupuntura a longo prazo em uma paciente com artrite reumatóide


A razão do pequeno curso de tratamento com Ba Zhen Tang (Eight-Treasure Decoction; Eight Precious Decoction ou Tangkuei and Ginseng Eight Decoction) após o final do tratamento com Long Dan é explicada pelas características do Ba Zhen. Ela pertence à classe dos tônicos e à subclasse dos tônicos de amplo espectro. Esta fórmula provém do Zheng Ti Lei Yao (Cataloged Essentials for Correcting the Body), publicada em 1529 e de autoria do médico Bi Lizhai da dinastia Ming. É, na verdade, uma combinação de Si Jun Zi Tang (Four Gentlemen Decoction) com Si Wu Tang (Four Materials Decoction). Ba Zhen atua nutrindo o sangue e tonificando o qi. È indicada para deficiência simultânea de qi e de sangue, que toma parte como um dos fatores de desequilíbrio oriundos de doenças crônicas, excessiva perda de sangue ou como fator constitucional do paciente. Os componentes do Ba Zhen são:


Ren Shen (Radix Ginseng) 9.00 %    

Fu Ling (Sclerotium Poriae Cocos) 13.50 %     

Bai Zhu (Rhizoma Atractylodis Macrocephalae)              13.50 %                

Zhi Gan Cao (Radix Glycyrrhizae Uralensis) 7.00 %      

Shu Di Huang (Radix Rehmanniae Glutinosae Praeparata) 18.00 %            

Dang Gui (Radix Angelicae Sinensis) 13.50 %

Bai Shao Yao (Radix Paeoniae Lactiflorae)  9.00 %         

Chuan Xiong (Radix Ligustici Wallichii)             9.00 %  

Sheng Jiang (Rhizoma Zingiberis Officinalis Recens) 4.50 %

Da Zao (Fructus Jujubae) 3.00%



Nesta fórmula, Ren Shen (Radix Ginseng), Bai Zhu (Rhizoma Atractylodis Macrocephalae), Fu Ling (Poria) e Gan Cao (Radix Glycyrrhizae) fortalecem o baço e suplementam o qi. Shu Di Huang (Radix Rehmanniae Glutinosae Praeparata), Dang Gui (Radix Angelicae Sinensis), Bai Shao (Radix Paeoniae Alba) e Chuan Xiong (Rhizoma Chuanxiong) suplementam o sangue.

De um modo geral, esta fórmula suplementa igualmente qi e sangue. E suplementando o qi, fortalece também o baço. Com produção e nutrição de xue, o vento é extinto5


As ervas medicinais complementares foram ministradas devido às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e renoprotetoras já descritas nos capítulos 4, 5 e 9. Os suplementos dietéticos vão ao encontro dessas propriedades citadas, além de fornecer um suporte nutricional para a paciente que possuía uma dieta com uma quantidade reduzida de alimentos e desbalanceada nutricionalmente.


As recomendações dietéticas não foram rigorosas. Foi sugerido apenas que se evitasse frituras e alimentos gordurosos, picantes, extremamente condimentados e embutidos e que fossem acrescentadas  frutas e legumes variados à dieta. Como recomendações gerais de rotina, o cuidado com mudanças climáticas, evitando exposição ao frio e ao vento (sobretudo ao ar livre e ao sair do banho) e a utilização de roupas que protegessem a região da nuca. Foi recomendado enfaticamente à paciente que evitasse viajar para o campo a fim de não se expor a fatores alergênicos  como picadas de insetos (mosquitos e carrapatos principalmente) e viajar para áreas com grande incidência de dengue.


Foi sugerida a aquisição de um aparelho de pressão digital automático para aferição da  PA quatro vezes ao dia (ao se levantar, no final da manhã, no final da tarde e antes de se recolher). Assim, adquiriu-se  o aparelho modelo HEM 710 INT da Omron, clinicamente validado pela AAMI (Associação Americana de Avanço de Instrumentos Médicos) e pela ESH (Sociedade Européia de Hipertensão), aferido pelo INMETRO e registrado na ANVISA. Os resultados das aferições deveriam ser anotados para posterior análise e consulta.
Resultados da primeira fase do tratamento

A paciente estava sob tratamento complementar (medicamentos herbais e suplementos) duas semanas antes do início do tratamento convencional. Após o início do tratamento convencional com os medicamentos receitados pelo reumatologista, a paciente relatou as seguintes melhoras: desaparecimento da dor e do inchaço nas articulações após 3 dias e desaparecimento da rigidez matinal após 15 dias.  Aos 30 dias a paciente já havia retomado plenamente todas as suas atividades rotineiras e aos 40 dias de tratamento voltou a fazer caminhadas leves. A paciente relatou ainda disposição para as atividades diárias e melhora da força muscular, melhora do sono, humor, apetite (aumentou o peso corporal em 4 Kg) e o desaparecimento das cãibras. Sua urina estava clara e límpida e não havia mais gosto amargo pela manhã. O sangramento gengival* cessou com três dias de uso de enxaguatório feito com decocção de folhas de batata doce, antes do início da terapia convencional. Os episódios de cefaléia diminuíram de intensidade e freqüência (cerca de 1 episódio a cada 2 semanas, intensidade leve). Como efeitos adversos, a paciente relatou pequeno desconforto estomacal (passageiro) no dia seguinte à administração do metotrexato e PA elevada (média de 155 x 97 mmHg) com picos à noite registrados principalmente após se iniciar o horário regido pelo fígado (23h). No 50º dia de tratamento os exames laboratoriais apresentaram os seguintes resultados:



* Existem estudos que sugerem não só a associação da AR com doença periodontal 6,7,8 como também indicam que o controle da infecção periodontal, da inflamação gengival e da placa podem  reduzir a gravidade da AR9.

Quadro 2 – Resultados dos exames laboratoriais no 50º dia (resultados do 1º exame entre parênteses)

TESTE
RESULTADO
REFERÊNCIAS
VHS - Hemossedimentação
1ª Hora: 27,00 (65,00) mm
2ª Hora: 54,00 (84,00) mm
( 1,00 a 15,00)
(1,00 a  25,00)
VHS - Índice de Kats
27,00 (49,66)
Normais: até 20
Acelerado: > 20
Muito acelerado: > 50
Transaminase Oxalacética - TGO
18 U/l (25)
13 a 49
Transaminase Pirúvica - TGP
12 U/l (21)
8 a 37
Proteína C Reativa
1,8 mg/L (10,6)
< 6 mg/L
Glicose
83 mg/dL
(70 a 100)
Cálcio
10,89 mg/dL
8,80 a 11,00
Fósforo
4,40 mg/dL
2,50 a 4,80
Vitamina D
22,00 ng/mL
Deficiência: < 10,00 ng/mL
Insuficiência: 10,00 a 29,90 ng/mL
Suficiência:30,00 a 100,00 ng/mL
Elevado: > 100,00 ng/mL

Fonte: laudo laboratorial fornecido pela paciente.
 
Os valores do hemograma continuaram dentro da normalidade. O reumatologista prosseguiu com o tratamento convencional sem modificações.

Segunda fase do tratamento

Uma das premissas do tratamento complementar, neste caso,  foi o de sempre se alinhar aos objetivos do tratamento convencional com o fito de se obter uma sinergia entre as abordagens terapêuticas e atuar em consonância com os médicos, que não interpuseram óbices em nenhum momento do tratamento complementar.

O curso terapêutico do Er Miao San foi encerrado no 60º dia após o início do tratamento. Nesta fase, o objetivo geral seria fortalecer e nutrir o yin do rim e os objetivos específicos diminuir a PA e o desconforto estomacal.

Er Miao San cedeu lugar à fórmula Liu Wei Di Huang Wan. Ao grupo de ervas medicinais complementares foi acrescentada Silybum marianum (cardo marinho) e ao grupo de suplementos dietéticos foi acrescentado cálcio.

Liu Wei Di Huang Wan foi preparado artesanalmente por meio da trituração das ervas até se transformarem em pó. A dose diária era preparada pela decocção de 30 g do pó em 600 mL de água por 5 minutos, sendo esta a dose diária, administrada três vezes ao dia (pela manhã, final da tarde e uma hora antes de se deitar) em temperatura morna.

Silybum marianum  foi administrada sob a forma de tintura*. Três doses diárias eram preparadas com a diluição de 30 gotas da tintura em água.

O suplemento de cálcio** foi administrado na forma de comprimidos revestidos, contendo 1.250 mg de carbonato de cálcio correspondendo a 1.287,40 mg de pó de concha de ostra, equivalente a 500 mg de cálcio elementar e 200 UI de colecalciferol (vitamina D).

Discussão sobre a segunda fase do tratamento

Liu Wei Di Huang Wan (Six-Ingredient Rehmannia Pill; Nourish Essence Pill), a fórmula herbal utilizada na segunda fase do tratamento, pertence à classe dos tônicos e à subclasse dos tônicos de yin. Esta fórmula provém do Xiao Er Yao Zheng Zhi Jue (Key to the Therapeutics of Children's Diseases) publicada em c. 1113 A.D. Seu autor é famoso pediatra Qian Yi (c. 1032 -1113 A.D.) da dinastia Song. Liu Wei atua principalmente na nutrição do yin do rim e, secundariamente, do yin do fígado. É indicada na deficiência de yin do rim, primariamente à deficiência de yin do fígado. Seus constituintes são:

Shu Di Huang (Radix Rehmanniae Glutinosae Praeparata) 32.00 %            
Shan Zhu Yu (Fructus Corni Officinalis)            16.00 %                
Shan Yao (Radix Dioscoreae Oppositae) 16.00 %          
Ze Xie (Rhizoma Alismatis Orientalis) 12.00 %                
Mu Dan Pi (Cortex Moutan Radicis) 12.00 %    
Fu Ling (Sclerotium Poriae Cocos) 12.00 %




* Tintura adquirida na Homeopatia e Farmácia de Manipulação Dr. Alberto Seabra Ltda. (São Paulo, SP).
** Os-Cal 500+D, Sanofi-Aventis.

Nesta fórmula, Shu Di (Radix Rehmanniae) é o ingrediente soberano. Ela enriquece o yin do rim, impulsiona a sua essência, e preenche a medula. Shan Zhu Yu (Fructus Corni) auxilia no aquecimento e no enriquecimento dos rins e impulsiona o fígado. Shan Yao (Radix Dioscoreae) enriquece os rins e suplementa o baço. Estes são os três suplementadores de yin que tomam parte nesta fórmula e também são conhecidos como “os três suplementadores”. Eles são combinados então com os “três drenantes”  ou “ingredientes de abertura”. Ze Xie (Rhizoma Alismatis) auxilia Shu Di Huang drenando qualquer exuberância de fogo de rim e diminui a turbidez. Mu Dan Pi (Cortex Moutan) auxilia Shan Zhu Yu drenando o fogo do fígado e também  move o sangue e transforma a estase. Como a estase é um elemento comumente encontrado em idosos e doentes crônicos, esta fórmula é bastante empregada nestes casos. Fu Ling (Poria) auxilia Shan Yao a escoar a umidade do baço. Além disso, Fu Ling e ZeXie trabalham juntas para eliminar a umidade e liberar a água. E, finalmente, Fu Ling também acalma o espírito1,3,10.

Silybum marianum  foi incluída entre a ervas medicinais complementares pelas suas atividades antioxidantes e hepatoprotetoras (conforme descrito no capítulo 6). Embora os níveis de TGO e TGP estejam na normalidade, a carga de medicamentos herbais e não herbais é grande e  sua utilização se dará ainda por algum tempo. Os resultados positivos do estudo clínico11 citado no capítulo 6 endossam a opção pelo uso desta erva neste momento.

O suplemento de cálcio foi acrescentado visando ao enriquecimento da dieta da paciente neste mineral. Sua dieta, de um modo geral, é pobre em laticínios (uma das maiores fontes de cálcio na dieta). Recomendou-se a ingestão do cálcio longe das principais refeições e de chás, mas não em jejum. Outro motivo que levou à inclusão do cálcio foi a prevenção da perda óssea causada por glicocorticóides12,13 e a recomendação da ACR para a manutenção de um nível diário de ingestão desse mineral de pelo menos 1200 mg13. A escolha por um suplemento de cálcio enriquecido com vitamina D se deve não só ao estado de insuficiência dessa vitamina evidenciado no exame laboratorial (quadro 2) como também na associação deste micronutriente com a AR e as recomendações de IDR diferenciadas recomendadas por institutos internacionais14,15. Foi recomendado à paciente que se expusesse com mais freqüência ao sol durante as caminhadas e em sua residência. Por último, embora não menos importante, foi considerado o papel deste mineral como elemento modulador da PA, nada obstante este papel ainda ser objeto de controvérsias16.

Resultados da segunda fase do tratamento

Quinze dias após o início da segunda fase do tratamento (75º dia após o início do tratamento) o resultado mais marcante foi observado no decréscimo da PA. A média das aferições calculada no 15º dia da segunda fase evidenciou um valor de 129x85 mmHg (a média anterior era de 155x97 mmHg). A incidência de “picos” de PA no horário do fígado se tornaram escassas. A média dos batimentos cardíacos foi de 75 bpm e não variou em relação às primeiras aferições. 

A paciente referiu sensação de peso ao ingerir o Li Wei. Esta sensação foi resolvida com a adição de três pequenas fatias de Sheng Jiang (Rhizoma Zingiberis Officinalis Recens) durante a preparação do Li Wei.

No 90º dia após o início do tratamento foi iniciado um período de “descanso” com a interrupção de todos os medicamentos herbais. A finalidade deste período é permitir que o paciente seja dessensibilizado dos estímulos terapêuticos das ervas para que estas tenham um efeito renovado quando forem retomadas1. Este período durou 7 dias.

Considerações finais

Este estudo de caso descreveu a aplicação de um tratamento complementar orientado por uma perspectiva terapêutica que integrou paradigmas ocidentais e paradigmas da MTC concomitantemente  ao tratamento estritamente convencional em uma paciente com AR. Esta doença pode evoluir com vários padrões distintos e a remissão completa é o objetivo final do tratamento,  cujo início imediato aliado ao diagnóstico precoce são fundamentais para o sucesso terapêutico. Outro aspecto primordial é a colaboração do paciente no processo. O tratamento convencional da AR tem por objetivo controlar a atividade da doença, prevenir a incapacidade funcional e a lesão articular irreversível e também aliviar os sinais e sintomas da doença, normalizar os resultados dos exames e maximizar a qualidade de vida do paciente17. Enunciados de outra forma, são os mesmos objetivos do tratamento complementar. Assim, podemos afirmar que ambos atingiram seus objetivos dentro do período avaliado. 



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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2 Flaws B. Treating Allergies and Autoimmune Diseases with Chinese Medicine [CD-ROM]. Boulder: Blue Poppy Press;2010.

3 Yu CS, Fei L. Guia Clínico de Ervas e Fórmulas na Medicina Chinesa. São Paulo: Roca. 1996.

4 Flaws B. Scatology & the Gate of Life: The Role of the Large Intestine in Immunity, an Integrated Chinese-Western Approach. Boulder, CO: Blue Poppy Press, 1990.

5 Becker S. A Handbook of Chinese Hematology. Boulder (CO): Blue Poppy Press;2000.

6 Savioli C, Silva CA, Ching LH, Campos LM, Prado EF, Siqueira JT. Dental and facial characteristics of patients with juvenile idiopathic arthritis. Rev Hosp Clin Fac Med Sao Paulo. 2004 Jun;59(3):93-8.

7 Detert J, Pischon N, Burmester GR, Buttgereit F. Pathogenesis of parodontitis in rheumatic diseases. Z Rheumatol. 2010 Mar;69(2):109-12, 114-6.

8 Berthelot JM, Le Goff B. Rheumatoid arthritis and periodontal disease. Joint Bone Spine. 2010 Dec;77(6):537-41.

9 Al-Katma MK, Bissada NF, Bordeaux JM, Sue J, Askari AD. Control of periodontal infection reduces the severity of active rheumatoid arthritis. J Clin Rheumatol. 2007 Jun;13(3):134-7.

10 Dong-Yuan L. The Treatise on the Spleen and Stomach: A Translation of the Pi Wei Lun. Boulder, CO: Blue Poppy Press, 1993.

11 Ladas EJ, Kroll DJ, Oberlies NH, Cheng B, Ndao DH, Rheingold SR, Kelly KM. A randomized, controlled, double-blind, pilot study of milk thistle for the treatment of hepatotoxicity in childhood acute lymphoblastic leukemia (ALL). Cancer. 2010 Jan 15;116(2):506-13.

12 Gregório LH, Lacativa PG, Melazzi AC, Russo LA. Osteoporose induzida por glicocorticóide. Arq Bras Endocrinol Metab 2006; vol.50 no.4.

13 American College of Rheumatology Ad Hoc Committee on Glucocorticoid-Induced Osteoporosis. Recommendation for the prevention and treatment of glucocorticoid-induced osteoporosis. Arthritis Rheum 2001;44(7):1496-503.

14 Marques CD, Dantas AT, Fragoso TS, Duarte AL. A importância dos níveis de vitamina D nas doenças autoimunes. Rev Bras Reumatol 2010;50(1):67-80.

15 National Institutes of Health [homepage]. Bethesda, MD: U.S. Department of Health and Human Services - U.S. National Library of Medicine. Vitamin D. Acessado em 20 mai 2011. Disponível em http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/druginfo/natural/929.html.

16 Houston MC, Harper KJ. Potassium, magnesium, and calcium: their role in both the cause and treatment of hypertension. J Clin Hypertens (Greenwich). 2008 Jul;10(7 Suppl 2):3-11.

17 5 Bértolo, et al. Atualização do Consenso Brasileiro no Diagnóstico e Tratamento da Artrite Reumatóide.  Rev Bras Reumatol, v. 47, n.3, p. 151-159, mai/jun, 2007.

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