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CASO CLÍNICO: SINOVITE DO JOELHO TRATADA POR ACUPUNTURA

sinovite joelho acupuntura curitiba

Descrição

Uma paciente do sexo feminino com 54 anos de idade queixava-se de inchaço e dor em ambos os joelhos há mais de um ano. Ela informou que, devido ao excesso de trabalho e exposição ao frio, seus joelhos ficaram inchados e extremamente dolorosos, especialmente quando ela subia e descia.

No exame clínico, a paciente apresentava edema no local e patela flutuante. A condição foi diagnosticada como sinovite do joelho.

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Método de tratamento

Pontos principais:

· Qixue 1 (0,5 cun lateral a Liangqiu E 34) e Qixue 2 (0,5 cun lateral a Xuehai BP 10)

Pontos auxiliares:

· Ambos Xiyan (EX-LE5) no lado afetado

· Zusanli (E 36)

· Yanglingquan (VB 34)

· Yinlingquan (BP 9)

· Sanyinjiao (BP 6)

Leia também: ACUPUNTURA É A MELHOR OPÇÃO PARA O TRATAMENTO DA ARTROSE DE JOELHO

A paciente foi posicionada em decúbito dorsal com as articulações do joelho flexionadas. Após desinfecção da pele, as agulhas foram inseridas perpendicularmente (à exceção de Xiyan – EX LE5 – onde as agulhas foram inseridas obliquamente, num ângulo de aproximadamente 45º em relação à pele).

Após inserção, as agulhas foram mantidas por 30 minutos após a obtenção do De Qi efetuando manobras de tonificação e sedação igualmente a cada 5-10 minutos a fim de induzir uma sensação de agulhamento no paciente. O tempo de retenção (de 30 minutos) foi estendido conforme a gravidade do quadro.

Um curso terapêutico correspondeu a 10 sessões diárias de acupuntura com um intervalo de 3 a 5 dias entre um curso e outro.

Resultados

Após cinco sessões, constatou-se um alívio no edema e na dor. Depois de um curso de tratamento a paciente já era capaz de subir e descer escadas sozinha. Após dois cursos de tratamento o edema e a dor desapareceram completamente.

Leia também: ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA GONARTROSE

Caso clínico publicado por Wang Anxiang in Acupuncture Treatment of Synovitis with Effusion-A Report of 50 CasesJournal of Traditional Chinese Medicine 204 2005; 25(3): 204-205.

Traduzido e adaptado por Roberto Almeida, Terapeuta Acupunturista.

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Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

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CASO CLÍNICO: 4 PONTOS SIMPLES PARA TRATAMENTO DE TRAUMA FACIAL

acupuntura curitiba trauma facial

Paciente E.B.S., 21 anos , interno de uma comunidade terapêutica, apresentou-se no ambulatório de Acupuntura informando apenas “fratura no maxilar” (sem mais detalhes), decorrente de agressão.
Reclamava de dor na face, edema, dificuldade e dor na mastigação e parestesia nos lábios.

Optamos por tratamento local do problema já que não havia nenhuma outra síndrome energética associada.

Pontos escolhidos

Ponto mais dolorido proximal ao E7 transfixado para E6
Ponto de inserção proximal ao E4 com a ponta da agulha atingindo o ponto referido sob a pele.
VG 26
VC 24
Todos os pontos com obtenção de Te Chi.

            acupuntura curitiba trauma facial_aacupuntura curitiba trauma facial_b

Funções energéticas dos pontos relacionados ao caso

E7: Melhora as funções do ouvido e da articulação temporomandibular. Dispersa o Vento, o Vento-Calor e o Frio do Yang Ming.

E6: Fortalece os dentes e a mandíbula. Melhora o Qi da articulação temporomandibular. Remove a obstrução de Qi dos Canais de Energia. Relaxa os músculos faciais.

E4: Regula a circulação de Qi e remove a obstrução de Qi dos Canais de Energia. Relaxa o Qi dos músculos da face.

VG 26: Revigora o Qi e o Yang Qi. Harmoniza o Qi do Du Mai.

VC 24: Ponto de partida dos Canais de Energia Secundários que contornam os lábios e as gengivas para se unirem ao Du Mai, no ponto VG-28 ( Yinjiao ), e ao Canal Unitário Yang Ming, no ponto E-1 ( Chengqi ). Relaxa os tendões, os músculos e as articulações. Aumenta a circulação de Qi do Canal de Energia. Dissipa a Umidade e a Mucosidade.

Resultados

Na quarta sessão o paciente referia apenas uma ocasional e leve parestesia no lábio inferior.

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CASO CLÍNICO - POLINEUROPATIA ALCOÓLICA TRATADA POR ACUPUNTURA

CASO CLÍNICO - POLINEUROPATIA ALCOÓLICA TRATADA POR ACUPUNTURA

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Paciente do sexo masculino, 61 anos, alcoolista há 21 anos e em tratamento de desintoxicação há 180 dias foi encaminhado para tratamento complementar com Acupuntura. Diagnóstico de polineuropatia alcoólica pela Medicina Ocidental.

O paciente se queixava de parestesia nos membros inferiores, gonalgia e ataxia de marcha que dificultavam suas atividades diárias e causavam quedas frequentes (5 a 6 incidentes por semana).

O paciente apresentava compleição fraca, magro e pálido. No exame da língua, esta se apresentava ligeiramente trêmula, triangular, magra e fina, com coloração vermelha sob uma camada de saburra branca sem raiz indicando vazio de Qi , Xue e BP.

No exame do pulso direito e esquerdo, vazio em todas as posições.

O diagnóstico diferencial apontou vazio de Qi, Xue, e Baço.

O tratamento consistiu na tonificação do Baço e Rim, utilizando pontos nos membros inferiores e pontos motores da craniopuntura chinesa (Jiao Shunfa).

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PROTOCOLO ÚNICO – SESSÕES SEMANAIS

Pontos de tonificação: E36 ->VB34 (-> transfixado), R3-> B60, F3->R1, B24.

Craniopuntura: ponto motor segundo Jiao Shunfa, bilateral.

Obs.:

a) utilização de agulhas 0,30 x 75 mm

b) aquecimento das agulhas ao rubro com chama

c) aplicação de FES (Funcional Electrical Stimulation) em variadas modulações com eletrodos posicionados nos pontos E36 e R3

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Na segunda sessão a parestesia e a gonalgia reduziram-se em 30% e não houve ocorrência de quedas.

Na terceira sessão a gonalgia havia desaparecido e a parestesia havia melhorado 50% (segundo o paciente). Não houve ocorrência de quedas.

Na quarta sessão o paciente não se queixou de gonalgia ou parestesia. Não houve ocorrência de quedas.

Na quinta sessão o paciente se queixou de parestesia, porém em menor intensidade. Não houve ocorrência de quedas.

Na sexta sessão não houve queixa de parestesia ou gonalgia. Não houve ocorrência de quedas.

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ENXAQUECA REFRATÁRIA A MEDICAMENTOS DEBELADA COM 7 SESSÕES DE ACUPUNTURA – CASO CLÍNICO

ENXAQUECA REFRATÁRIA A MEDICAMENTOS DEBELADA COM 7 SESSÕES DE ACUPUNTURA – CASO CLÍNICO

enxaqueca acupuntura curitiba

Paciente do sexo feminino, 32 anos, sofria de enxaqueca sem aura há dezoito anos. A dor concentrava-se na região occipital e frontal, principalmente, e era sentida desde o despertar até a hora de dormir. Deitar-se ou ficar de pé era indiferente.

Nos últimos dez anos as crises eram diárias. Medicamentos contra a dor eram ineficazes. Quando se apresentou para o tratamento, estava medicada com Tryptanol (amitriptilina). Histórico de um aborto espontâneo.

No exame da língua, esta se apresentava grande e pálida, indicando falta de Xue, Qi e vazio de Baço.

No exame do pulso direito, vazio em todas as posições (deficiência de Qi)

No exame do pulso esquerdo, fino e profundo e fraco (deficiência de Qi e Yang)

O diagnóstico diferencial apontou falta extrema de Xue, Qi, vazio de Baço e deficiência moderada de Yang.

O tratamento consistiu na tonificação do Baço, Rim, harmonização geral e neutralização dos pontos gatilho ativados nas costas.

1ª Sessão

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14, B41, B42, F2. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: E36 ->VB34 (-> transfixado), PC6, IG4 (com rotações para a direita e para esquerda durante movimento de inspirar e expirar, três vezes), VC 6 -> VC4, F3, BP4.

Aurículoacupuntura: Shen Men, Rim, Simpático, Tronco Cerebral, Zero.

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas.

2ª Sessão

A paciente relatou a ocorrência de três episódios de enxaqueca com baixa intensidade durante a semana. Não foi necessário ingerir analgésicos.

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14, B41, B42, Bafeng, Yu Yao, Tay Yang, VG20. Sedação nos pontos auriculares Yang F1 e F2. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: R3, BP6, E36 ->VB34 (-> transfixado), TA 5, IG4 (com rotações para a direita e para esquerda durante movimento de inspirar e expirar, três vezes), VC 6 -> VC4, VC 17.

Aurículoacupuntura: Shen Men, Rim, Simpático, Tronco Cerebral, Coração (orelha esquerda). Mesmos pontos na orelha direita com esferas de cristal.

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas. Gua-sha e ventosa deslizante nos pontos dorsais do meridiano da Bexiga.

Fitoterápico: Si Wu Tang.

3ª Sessão

A paciente relatou a ocorrência de apenas 1 episódio de enxaqueca com baixa intensidade no dia em que menstruou. Não foi necessário ingerir analgésicos.

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14, B41, B42, Yu Yao, Tay Yang. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: R3, BP6, E36 ->VB34 (-> transfixado), TA 5, IG4 (com rotações para a direita e para esquerda durante movimento de inspirar e expirar, três vezes), VC 6 -> VC4.

Aurículoacupuntura: Shen Men, Rim, Simpático, Tronco Cerebral, Baço (orelha esquerda). Mesmos pontos na orelha direita com esferas de cristal.

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas. Ventosa deslizante no ombro e escápula.

Fitoterápico: Si Wu Tang.

4ª Sessão

A paciente relatou a ocorrência de apenas 2 episódios de enxaqueca com baixa intensidade. Não foi necessário ingerir analgésicos. Relatou que o intestino está mais regular.

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14, B41, B42, TA5, Yu Yao, E7. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: R3, BP4, BP10, E36 ->VB34 (-> transfixado), IG4 (com rotações para a direita e para esquerda durante movimento de inspirar e expirar, três vezes), VC 6 -> VC4.

Aurículoacupuntura: Shen Men, Rim, Simpático, Tronco Cerebral, Baço (orelha esquerda).

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas. Ventosas fixas e deslizantes no ombro e escápula.

Fitoterápico: Angelica archangelica, gengibre e ginseng.

5ª Sessão

A paciente relatou a ocorrência de apenas 1 episódio de enxaqueca com baixa intensidade que logo desapareceu.

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14, B41, B42, Yu Yao. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: R3, BP4, ID5, E36 ->VB34 (-> transfixado), IG4 (com rotações para a direita e para esquerda durante movimento de inspirar e expirar, três vezes), VC 6 -> VC4.

Aplicação de Sei-Fa com 4 agulhas nos pontos gatilho dorsais.

Aurículoacupuntura: Shen Men, Rim, Simpático, Tronco Cerebral, Baço (orelha esquerda).

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas.

Fitoterápico: Angelica archangelica, gengibre e ginseng.

6ª Sessão

A paciente relatou a ocorrência de apenas 1 episódio de enxaqueca com baixa intensidade que atribuiu ao ar condicionado do trabalho.

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: R7, Yintang, P7, E36 ->VB34 (-> transfixado), IG4 (mão direita), F3 (mão esquerda).

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas e também na região occipital.

Fitoterápico: Angelica archangelica, gengibre e ginseng.

7ª Sessão

A paciente passou a semana sem dor.

Pontos de sedação: VB14, VG17, VG 16, B9, B10, VB 12, VB20, VB19, TA17, TA15, ID15, ID14, B41, B42, Tai Yang. Método picar-tirar.

Pontos de tonificação: R3, BP6, C7, E36 ->VB34 (-> transfixado), IG4 (mão esquerda), F3 (mão direita). Aurículoacupuntura: Shen Men, Rim, Simpático, C, Pulmão direito (orelha esquerda).

Tens modo acupuntura por 30 minutos nos pontos Ashi do ombro e escápulas.

An-Ma: manobras nas costas para eliminação de contraturas.

Ventosa deslizante no canal da bexiga (dorsal).

Magneto no VC17. Aplicação de esparadrapo no ombro.

Fitoterápico: Angelica archangelica, gengibre e ginseng.

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Após a sétima sessão a paciente entrou no período de manutenção com duas sessões quinzenais, duas mensais e sessões posteriores por ocasião das mudanças de estação pra fortalecer e harmonizar o organismo.

Após a sétima sessão os episódios de cefaléia foram esporádicos e de baixa intensidade, logo desaparecendo sem recorrer a analgésicos.

Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!

Não espere o agravamento do problema. Marque hoje mesmo uma consulta e se surpreenda!

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ACUPUNTURA E PARALISIA FACIAL – ESTUDO DE CASO

acupuntura curitiba paralisia facial

Uso da Acupuntura no Tratamento da Paralisia Facial Periférica - Estudo de Caso

RESUMO

A paralisia facial periférica (PFP) é a neuropatia craniana aguda mais comum entre os pares cranianos, caracterizando-se por uma lesão do nervo facial. Afeta a musculatura mímica da face, como também, a audição, glândulas salivares e lacrimais. O diagnóstico é realizado através de avaliações clínicas e de testes eletrofisiológicos. Vários estudos mostram evidências de efeitos benéficos da acupuntura na PFP, entre eles: melhora da contração muscular, da circulação sanguínea e da nutrição tecidual.

Objetivo. Este estudo teve por objetivo acompanhar a evolução de um paciente com paralisia de Bell, submetido ao tratamento com acupuntura.

Método. Participou deste estudo, uma voluntária com paralisia de Bell, submetida à anamnese e à classificação na escala de House-Brackmann. Foram realizados os testes de função muscular, antes e após a terapia, como também, um teste eletroneuromiografico, antes do tratamento e repetido após 10 e 20 sessões de acupuntura, para avaliar o estado neurofisiológico do nervo facial.

Resultados. A paciente evoluiu do grau V para o grau II na escala de House-Brackmann e de um potencial de ação muscular de 18% para 31%.

Conclusões. Foi observado, através dos testes, que uma boa função dos músculos da face, não caracteriza necessariamente uma total integridade do nervo facial.

INTRODUÇÃO

A paralisia facial periférica (PFP) é considerada a neuropatia craniana aguda mais comum e se caracteriza por uma lesão no nervo facial em todo o seu trajeto ou parte dele, sendo quase sempre unilateral1-3.

O nervo facial é considerado um nervo misto, embora essencialmente motor. É composto por neurofibrilas com função motora e sensorial. O tronco do nervo facial apresenta quatro componentes funcionais, sendo dois aferentes e dois eferentes. As fibras aferentes levam a impressão gustativa dos 2/3 anteriores da língua, conduzem a sensibilidade profunda dos músculos faciais e impulsos sensitivos oriundos da membrana e caixa timpânica e meato acústico externo. As fibras eferentes fornecem inervação motora aos músculos da mímica facial, como também inervam as glândulas lacrimais, as mucosas nasal, bucal e faríngea4.

Na PFP ocorre paralisia parcial ou completa dos músculos da hemiface afetada, estando a musculatura desviada para o lado contralateral. Pode haver também, outras características clínicas que variam de acordo com a localização e grau da lesão no nervo facial, onde o paciente pode referir, na hemiface ipsilateral à lesão, hipersensibilidade auditiva (hiperacusia), incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo), redução do reflexo de piscar e redução do paladar, distúrbios da salivação e do lacrimejamento, dormência ao redor da orelha5-9.

Geralmente, atinge pessoas entre 15 e 45 anos de idade e é estimada mundialmente em 20-25 casos por 100.000 habitantes por ano, havendo uma ligeira predominância do gênero feminino, sendo esta prevalência aumentada em gestantes (43 casos por 100.000)1,5,9.

Aproximadamente metade da população afetada pela PFP tem etiologia idiopática, também chamada de paralisia de Bell, cujos mecanismos patológicos mais aceitos são a infecção viral, isquemia, doença auto-imune e inflamação em áreas longitudinais do nervo. A segunda maior incidência de PFP é de origem traumática. Um dos principais fatores de risco é a hipertensão arterial, como também, diabete mélito e gravidez1,5,6,9,10.

O diagnóstico da PFP é realizado através de avaliações clínicas e de testes eletrofisiológicos, que têm como objetivo avaliar a extensão do comprometimento do nervo facial. A eletroneuromiografia é o mais preciso teste elétrico para avaliação de degeneração neural e prognóstico de recuperação. O prognóstico dependerá do tipo de lesão, quantidade de tecido cicatricial, nutrição do nervo, idade do paciente e da terapêutica instituída7,10-13.

Dentre os tratamentos mais utilizados na PFP estão os corticosteróides, agentes antivirais, descompressão cirúrgica, fisioterapia e acupuntura, no entanto, ainda há muitas controvérsias a respeito das intervenções terapêuticas, assim como da decisão clínica de tratar ou não os pacientes, já que um grande percentual deles se recupera sem nenhum tratamento5,12,14-16.

A literatura demonstra vários efeitos benéficos da acupuntura no tratamento da PFP. Esta técnica visa o tratamento das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos chamados acupontos. Trata-se de uma terapia reflexa em que o estímulo de uma área age sobre a outra6,14,17. Acredita-se que os pontos de acupuntura estimulem o sistema nervoso central a liberar substâncias químicas para os músculos, medula espinhal e cérebro, através de três mecanismos principais: condução de sinais eletromagnéticos, ativação de sistemas de opióide e mudanças na química cerebral. Estes mecanismos estimulam a liberação de neurotransmissores e neurohormônios capazes de interferir na sensibilidade e função motora18.

Na paralisia de Bell, considera-se que o tratamento com acupuntura aumenta a excitabilidade do nervo, promove a regeneração das fibras nervosas, melhora a contração muscular, a circulação sanguínea e a nutrição tecidual14,19. Com base nessas evidências, este estudo teve por objetivo acompanhar a evolução de um paciente com paralisia de Bell submetido ao tratamento com acupuntura.

MÉTODO

Trata-se de um estudo do tipo descritivo, realizado no Hospital das Clínicas da UFPE, na cidade de Recife, entre os meses de agosto e novembro de 2009. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital da Restauração (CAAE no 1475.0.000.102-09).

Foram considerados como critérios de inclusão: voluntário com diagnóstico médico de paralisia facial periférica unilateral, com faixa etária de 20 a 60 anos, não importando o gênero e no máximo com duas semanas de lesão. E como critérios de exclusão: paciente gestante, paciente com marca-passo, lesão nervosa do tipo neurotmese e o não comparecimento injustificado do voluntário por duas sessões consecutivas.

Participou do estudo, uma paciente portadora de paralisia de Bell, encaminhada pelo serviço de neurologia do Hospital Geral de Areias. Durante a primeira consulta, a paciente foi esclarecida sobre a pesquisa e aceitou participar da mesma, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo submetida à anamnese e à classificação segundo a Escala de House-Brackmann4. Essa escala é o método de avaliação da PFP mais comumente aceito e adotado, que avalia desde a função normal até a paralisia total dos músculos. Ainda na primeira sessão, foram realizados os testes de função muscular, segundo Kendall20, para comparar a evolução da simetria facial.

A paciente foi encaminhada ao setor de neurofisiologia clínica do referido hospital, onde foi realizado um teste eletroneuromiográfico por um médico especialista, antes do tratamento e repetido após 10 e 20 sessões da terapia, para avaliar o estado neurofisiológico do nervo facial e prognóstico de recuperação.

Os músculos da mímica facial utilizados como parâmetros de evolução nos testes de função muscular e na eletroneuromiografia foram: músculo frontal, músculo orbicular dos olhos, músculo orbicular da boca e o músculo mentoniano.

A voluntária foi submetida a um tratamento envolvendo técnicas de acupuntura, com duas sessões semanais de quarenta minutos de duração cada uma, perfazendo um total de 20 sessões, sendo utilizadas agulhas de acupuntura esterilizadas e descartáveis. Mesmo após as 20 sessões, o tratamento se manteve, dando-se continuidade até sua completa recuperação.

Vários pontos de acupuntura foram utilizados no tratamento. Nas primeiras dez sessões foram utilizados os seguintes pontos:

F3 (Taichong),

F8 (Ququan),

E41 (Jiexi),

BP6 (Sanyinjiao),

VB34 (Yanglingquan) e E8 (Touwei) em ambos os lados

e os pontos E45 (Ludui), IG4 (Hegu) e E3 (Juliao) no lado contralateral à lesão.

Nas dez sessões seguintes, foram utilizados os pontos:

E2 (Sibai), E3 (Juliao), E4 (Dicang), E6 (Jiache), E7 (Xiaguan), VB14 (Yangbai), TA17 (Yifeng) e Taiyang no lado paralisado

e os pontos E36 (Zusanli), IG4 (Hegu) e VB34 (Yanglingquan) em ambos os lados.

Os pontos de acupuntura foram selecionados de acordo com o diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa, onde engloba a semiologia da língua, a pulsologia, os sintomas, o aspecto visual do paciente; e de acordo com os resultados do diagnóstico foi traçada uma linha de tratamento na seleção dos pontos. Relato do Caso No dia 13/08/09, a paciente N. A. S., de 38 anos, foi encaminhada por um médico neurologista com diagnóstico de paralisia facial periférica idiopática para o tratamento com acupuntura. Neste mesmo dia, foi realizada a anamnese, onde a paciente relatou que no dia 30/07/09 acordou com o rosto “desfigurado” e um dia antes apresentou dor ao redor da orelha esquerda e na região occipital.

Foi observada assimetria facial a esquerda com paresia dos músculos, desvio de comissura labial para a direita, redução da linha naso-geniana, hiperacusia à esquerda, olho esquerdo irritado e lacrimejante, com discreto lagoftalmo e quando se alimentava ou ingeria líquido, referia dificuldade em manter o alimento na boca, bem como em perceber o sabor dos alimentos.

Após o ocorrido, a voluntária iniciou o uso de medicações sob orientação médica: nimesulida – 100mg (antiinflamatório, analgésico), 1 ao dia nos 5 primeiros dias; maleato de enalapril – 20mg associado a hidroclorotiazida – 12,5mg (indicados no tratamento da hipertensão arterial), 1 ao dia; sinvastatina – 10mg (indicado na hipercolesterolemia), 1 ao dia.

Antes do tratamento, durante a avaliação chinesa foi observado que a língua estava trêmula, com fissuras na área do estômago, cor normal, saburra branca e fina. Já o exame do pulso demonstrou excesso de Yang no fígado e deficiência do Qi do estômago e do Yin do rim. Após o tratamento, a língua não apresentava saburra, as fissuras reduziram sensivelmente e ainda estava trêmula. No exame do pulso permanecia uma plenitude do yang do fígado.

Durante a anamnese, foram realizados os testes de função muscular, a classificação segundo a escala de House-Brackmann e, em seguida, deu-se início a primeira sessão de acupuntura.

Um dia antes da anamnese, a paciente foi submetida à 1ª eletroneuromiografia. Esse exame foi repetido no dia 22/09, após dez sessões de acupuntura (1 mês e 11 dias depois da 1ª ENG) e no dia 28/10, após vinte sessões de acupuntura (2 meses e meio após a 1ª ENG).

RESULTADOS

Antes da terapia, a paciente apresentou, segundo a escala de House-Brackmann, grau V (disfunção severa), com assimetria em repouso e movimentação discretamente perceptível. Através dos testes de função muscular, também foi possível perceber assimetria diante dos movimentos dos músculos avaliados, sendo mais significativa nos músculos frontal e mentoniano.

Ao final do tratamento, a paciente apresentava simetria e tônus normais ao repouso, com uma leve fraqueza, notável apenas à inspeção próxima (House-Brackmann grau II – disfunção discreta). Em movimento, apresentava pequena assimetria na boca. Diante da reavaliação dos testes de função muscular, houve melhora significativa dos músculos frontal, orbicular dos olhos (ausência de lagoftalmo) e mentoniano, com função discretamente diminuída do orbicular da boca.

Foi observado, ainda, a permanência do lacrimejamento e maior controle em manter os alimentos na boca. Os resultados da eletroneuromiografia mostraram os potenciais de ação muscular nos músculos avaliados, tanto no lado afetado como no lado não afetado, de forma que foi possível calcular a amplitude da onda M no lado paralisado através de fórmulas específicas, que têm como base o somatório das amplitudes dos quatro músculos em questão (Tabela 1).

Houve uma sensível melhora na amplitude do potencial de ação muscular, que corresponde a uma média de fibras axonais íntegras, de forma que antes da terapia esse valor era de 18% e depois de 10 sessões de acupuntura (40 dias depois do 1º exame), aumentou 7%, apresentando ao final do tratamento (3 meses após o início da lesão) um valor de 31%. No entanto, no que diz respeito ao aspecto visual dos gráficos, não houve grandes avanços, apenas uma pequena atividade no músculo mentoniano após o tratamento. O músculo mentoniano foi o mais afetado pela paralisia (Figuras 1, 2, 3 e 4).

DISCUSSÃO

Nas lesões nervosas periféricas, o conhecimento do tipo de lesão permite estimar o prognóstico de recuperação. As lesões desmielinizantes, em muitos casos, estão associadas a uma rápida e completa recuperação. Já as lesões axonais, geralmente apresentam uma recuperação lenta e incompleta, de forma que as respostas eletrofisiológicas podem ser percebidas na unidade motora distal. Estas respostas são percebidas após a degeneração Walleriana, que é um processo onde ocorre fragmentação dos tubos neurais e neurofilamentos com perda de orientação longitudinal do axônio, iniciando-se em torno do 4º dia após a lesão e completando-se no 7º dia22,23.

Provavelmente, o primeiro mecanismo que promove recuperação de força após lesão nervosa, é a resolução do bloqueio de condução, que está associada a uma desmielinização22. Isto sugere que a paciente deste estudo tenha sofrido uma lesão mista, pois em 45 dias após a lesão, já foi possível perceber os primeiros movimentos em áreas paralisadas da hemiface afetada, o que é típico de uma lesão desmielinizante. Por outro lado, os dados da 1ª eletroneuromiografia revelaram um percentual de apenas 18% de fibras axonais íntegras, o que caracteriza uma lesão axonal moderada (axonotmese).

ACUPUNTURA CURITIBA PARALISIA FACIAL 1

ACUPUNTURA CURITIBA PARALISIA FACIAL 2

Após a resolução do bloqueio de condução, a reinervação iniciará pela formação de brotos distais a partir de fibras axonais preservadas22,23, o que dá a entender que, nesta paciente, o aumento do potencial de ação muscular no lado afetado, percebido através dos testes eletroneuromiográficos, tenha ocorrido a partir do brotamento de axônios poupados.

A regeneração axonal só seria possível após um período de 18 meses a partir do início da lesão, sendo a última etapa no processo de recuperação22.

A presença de função facial clinicamente normal não exclui a possibilidade de haver anormalidades no nervo facial, de modo que, mesmo após a recuperação clínica, as respostas eletrofisiológicas continuam sinalizando uma degeneração neural13,24. No presente estudo, isto pode ser confirmado comparando-se os registros clínicos e eletrofisiológicos. Os testes de função muscular realizados antes e após o tratamento, mostraram que a paciente obteve uma função muscular praticamente normal nos quatro músculos avaliados, ao passo que o último exame eletroneuromiográfico revelou um potencial de ação muscular, no lado afetado, de apenas 31%. Esses resultados podem ainda ser consolidados quando se observa a evolução da graduação no sistema de House-Brackmann.

A recuperação completa dependerá unicamente da regeneração axonal, que poderá ou não ocorrer, dependendo do grau de lesão do nervo. Quando ocorre este rebrotamento, as fibras axonais degeneradas poderão ser mal direcionadas ao órgão reinervado, de forma que o crescimento destas fibras ocorra em tubos endoneurais diferentes daqueles anteriormente por elas ocupadas, dando origem à reinervação aberrante, que é o caso da sincinesia (movimento involuntário a partir de movimentos voluntários) ou secreção glandular exarcebada3,22.

A eletroneuromiografia fornece dados suficientes para que se possa classificar a paralisia facial a partir do percentual da amplitude da onda M da hemiface afetada, de maneira que amplitudes menores que 10% indicam lesão severa e resultam em sequelas moderadas a graves, enquanto que amplitudes entre 10 a 30% indicam lesão moderada, com boa recuperação, mas nem sempre completa, podendo ser esperada algum tipo de sequela2,22. Neste estudo, a paciente apresentou, inicialmente, uma amplitude de 18%, supondo-se que a mesma poderia desenvolver alguma futura sequela, no entanto, ao final do tratamento havia uma função muscular praticamente normal, sendo necessário esperar uma regeneração axonal completa para saber se haveria reinervação aberrante.

Em um estudo retrospectivo envolvendo 1521 pacientes com paralisia de Bell, foi observado que sintomas prévios ao aparecimento da paralisia, como otalgia e cefaléia, assim como a instalação de início súbito, estavam associados a um bom prognóstico25. A paciente deste estudo apresentou situação similar, tanto com relação aos sintomas prévios como o modo de instalação da paralisia, demonstrando um bom prognóstico após três meses do início da lesão. Isto não descarta a hipótese de ter havido algum benefício por parte da acupuntura.

Existem vários estudos demonstrando melhora clínica de pacientes com PFP, após serem submetidos a tratamento com acupuntura, inclusive comparando com outras terapias convencionais, como corticóides, antivirais e vitaminas. Entretanto, na maioria desses estudos, não há evidências convincentes sobre a eficácia da acupuntura nesta patologia, devido a pobre qualidade metodológica1,6,14,26,27. Por outro lado, em uma revisão sistemática envolvendo acupuntura na paralisia de Bell, demonstrou-se um efeito terapêutico superior deste método em relação a outros tratamentos conservadores14.

Seria inviável comparar a atuação da acupuntura no presente estudo com outros ensaios na literatura pesquisada, pois existem diversas variáveis a serem analisadas, não havendo uma padronização com relação ao estágio da doença, os pontos utilizados, tempo de tratamento, duração das sessões, número de sessões, número de agulhas, patologias associadas, entre outras.

Segundo a filosofia oriental, a PFP ocorre como consequência da agressão do Vento, que invade os Canais de Energia que passam pela face e rompe a circulação de Qi e sangue, impedindo que os vasos e músculos recebam nutrição. Os Canais de Energia constituem meio de ligação entre o interior e o exterior, transmitindo as diversas formas de Qi28,29. Sendo assim, o tratamento pela acupuntura é direcionado a dispersar o Vento, desobstruindo os canais de Energia e regularizando o yin e yang. Os pontos locais do lado afetado são usados para a deficiência de Qi e sangue, já os pontos distais têm efeito de circular Qi pelos Canais de energia principais28.

Os Canais de Energia principais que circulam pelo corpo são bilaterais, simétricos e possuem circulação de Qi cruzada, que une o lado direito (yin) com o lado esquerdo (yang). Quando por alterações energéticas, ocorre dissociação entre o lado direito e o esquerdo, isto se manifestará por alterações unilaterais. O lado afetado é aquele que possui menos Qi em relação ao contralateral, propiciando a penetração e instalação de Qi perverso no Canal de Energia principal29.

Neste estudo, como estratégia inicial foi utilizada a técnica de tratamento “ao oposto” durante as dez primeiras sessões, com os pontos E45 (Ludui), IG4 (Hegu) e E3 (Juliao) no lado contralateral, associando com os pontos F3 (Taichong), F8 (Ququan), E41 (Jiexi), BP6 (Sanyinjiao), VB34 (Yanglingquan) e E8 (Touwei) em ambos os lados.

A finalidade do tratamento “ao oposto”, entre o lado direito e o esquerdo, é harmonizar o Qi dos dois hemicorpos, fortalecendo o lado sadio para que o Qi correto possa passar desse lado para o lado doente e assim, poder expulsar o Qi perverso. Esta técnica é particularmente utilizada nas manifestações agudas29.

No exame clínico, deve-se solicitar ao paciente que realize os movimentos da mímica facial para se detectar acertadamente a extensão da paralisia, proporcionando uma linha de conduta na seleção dos pontos locais28.

Durante este estudo, nas últimas dez sessões, foi priorizado o uso de pontos locais e ipsilaterais, a fim de devolver os movimentos de músculos ainda bem comprometidos, como o orbicular da boca e o mentoniano.

Ao final do tratamento, a eletroneuromiografia mostrou que ainda havia uma degeneração nervosa importante, sendo necessário o acompanhamento por vários meses para evitar o surgimento de complicações.

CONCLUSÕES

Neste estudo, foi possível observar que na PFP ocorre uma lesão nervosa que segue uma sequência natural de eventos neurofisiológicos, desde o início até a máxima recuperação, onde através de testes clínicos e eletrofisiológicos pode-se determinar o tipo de lesão, o processo de recuperação e comparar estes testes entre si, relacionando a função muscular com a degeneração nervosa.

Também foi descrita a visão da Medicina Chinesa com relação à ocorrência da PFP, assim como a forma de tratamento preconizada neste relato de caso. Apesar de haver vários estudos demonstrando os benefícios da acupuntura na PFP e de ter havido uma boa recuperação da paciente deste estudo num curto período de tempo, não se pode chegar a conclusões mais sólidas a respeito desta questão, uma vez que se trata de apenas um caso, sendo preciso a realização de ensaios mais detalhados com amostras expressivas para se deduzir algo sobre os efeitos positivos da acupuntura nesta patologia.

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CRÉDITOS: Barros HC, Barros ALS, Nascimento MPR. Uso da Acupuntura no Tratamento da Paralisia Facial Periférica - Estudo de Caso. Rev Neurocienc 2012;20(2):246-253. PARA BAIXAR O ARTIGO EM PDF CLIQUE AQUI.

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TRATAMENTO DE DOENÇAS PELO ÁPICE AURICULAR



Tratamento de diferentes doenças com o ponto do ápice auricular
Resumo
Discutimos aqui a função do ponto auricular Erjian (M-HN-10) no tratamento de herpes zoster, conjuntivite aguda, febre alta, faringite e afonia por meio de sangria no ápice da orelha com  agulha trifacetada. Este método tem se mostrado eficaz no alívio dos sintomas apresentados pelos pacientes.
Introdução
A auriculoterapia é um microsssitema do corpo humano e também área de confluência dos doze canais primários. O ponto do ápice auricular é localizado no topo da helix. Com a metade posterior da orelha dobrada para frente, localiza-se o ponto na parte mais alta da prega superior.
Sua ação é promover o Qi e a circulação de Sangue, limpar o calor-umidade e patógenos tóxicos, remover estagnação de Qi e sangue, resolver o edema e aliviar a dor. É muito efetivo para doenças da cabeça e pescoço, especialmente aquelas caracterizadas pelo excesso de Yang, calor e dor.
Neste artigo, são relatados cinco casos de sangria do ponto com agulha trifacetada com o ponto pinçado entre o polegar e o indicador. A região é, obviamente, higienizada previamente ao procedimento. A inserção é rápida com profundidade de 0,05-0,1 cu.
Caso 1- Herpes zoster
Homem de 60 anos queixando-se de severa dor em queimação com rubor no pescoço e área posterior da orelha direita nos últimos cinco dias. Hipersensibilidade ao toque, anorexia e inquietação. Gosto amargo na boca e sono não reparador nas últimas cinco noites. A medicação convencional não surtiu efeito.
Apresentava vermelhidão na ponta da língua e suas laterais com revestimento fino amarelado e pulso em corda e rápido. O diagnóstico foi herpes zoster e a diferenciação de síndromes foi calor-umidade e patógenos tóxicos afetando os canais de fígado e vesícula biliar. O ápice auricular foi higienizado, punturado e sangrado (7-8 gotas de sangue).
O paciente reportou imediato alívio das dores e sensação de relaxamento em sua cabeça e pescoço. Em seguida, sementes de Wang Bu Liu Xing (semente de Vaccaria) foram aplicadas em sua orelha esquerda nos pontos de fígado, vesícula biliar, pescoço, cabeça e shenmen da orelha e foram mantidas por sete dias. No dia seguinte o paciente relatou grande melhora e que havia tido cinco horas de sono profundo na noite anterior. Depois de mais um tratamento, sua doença foi curada.
Relato de caso 2: Conjuntivite aguda
Homem de 35 anos  sofrendo de dor ocular e prurido nos olhos por dois dias. Apresentava dor de cabeça, fotofobia, olhos vermelhos com secreção abundante pegajosa e amarela , dor em pontada, lacrimejamento e a sensação de um corpo estranho nos olhos, mas sua visão estava normal. A ponta da língua estava vermelha e seu pulso estava levemente em corda.O diagnóstico foi conjuntivite aguda e a Diferenciação de Síndromes foi vento calor afetando o canal do Fígado.
O ápice auricular foi sangrado como descrito no Relato 1. Durante o tratamento ele sentiu os olhos confortáveis e refrescados. Realizou mais um tratamento no dia seguinte e os sintomas cessaram.
Relato de caso 3: Febre alta
Homem de 22 anos com febre, leves calafrios, dor em todo corpo, fraqueza, dor de garganta e inapetência. A temperatura estava 40 °C. A contagem de células brancas estava em 10.300 cel/mm³. A sua língua estava vermelha com uma saburra fina amarela e seu pulso estava rápido e flutuante. O diagnóstico foi febre alta e a diferenciação foi Hiperatividade de Calor Perverso no Nível do Qi. Picou-se o ápice para deixar sair sete ou oito gotas de sangue. Instantaneamente o paciente sentiu-se mais confortável e sua dor de garganta tinha quase desaparecido.
Sua temperatura caiu para 39,5 °C e uma hora depois reduziu-se para 38°C. Ministrou-se Ban Lan Gen (Radix Isatidis) para que ele levasse consigo. Dois dias depois sua febre tinha desaparecido completamente.
Relato de caso 4 : Faringite
Homem de 40 anos teve resfriado e subsequentemente sofreu de dor e coceira na garganta por duas semanas, acompanhado por uma secura na boca e tosse seca sem catarro. Sua garganta estava vermelha e suas amídalas estavam inchadas. A ponta e as laterais da língua estavam vermelhas e seu pulso estava flutuante e um pouco rápido. O diagnóstico foi faringite e a Diferenciação de Síndromes foi vento e calor perverso no aquecedor superior. Depois da sangria no ápice, perfuramos uma mancha vermelha próxima ao Feishu (B13) e deixamos sair 3-4 gotas de sangue. Seguindo o tratamento, o paciente relatou que sua dor de garganta tinha praticamente desaparecido. No dia seguinte, a sua boca seca tinha desaparecido e ele apresentava tosse seca apenas ocasionalmente. Sua faringe estava ligeiramente vermelha e o inchaço nas suas amídalas tinha reduzido. Picou-se o ápice da orelha novamente e ele se recuperou totalmente.
Relato de caso 5: Afonia
Mulher de 26 anos exposta ao frio há cinco dias e estava incapacitada de falar há dois dias, com a garganta dolorida e boca seca. Sua garganta estava vermelha sem inchaço das amígdalas. A ponta e lateral da sua língua estavam vermelhas e seu pulso estava flutuante. O diagnóstico foi afonia e a diferenciação de síndromes foi deficiência de pulmão pelo ataque de vento calor perverso. Depois de picar e sangrar o ápice da orelha, ela sentiu sua garganta fresca e confortável e já podia falar em voz baixa. Depois de mais um tratamento no dia seguinte ela estava totalmente curada.
Discussão
A terapia auricular apresenta diversas vantagens em relação à acupuntura sistêmica, dentre elas a simplicidade, a praticidade e a fácil aceitação pelos pacientes. Picar e sangrar o ápice auricular é um método interessante para tratamento de algumas doenças da cabeça e pescoço causadas pela invasão do corpo pela umidade calor, vento calor e patógenos tóxicos.
Durante o tratamento, atenção deve ser dada para os seguintes pontos:
1- Não tratar pacientes que estão fracos, em jejum ou em estados nervosos.
2- Não usar este tipo de tratamento para pacientes que sofrem de anemia, hipotensão ou qualquer doença hemorrágica, etc.
3- Durante o tratamento, certeza, precisão e velocidade são a chave para uma boa técnica.
4- Se um capilar distinto do ápice auricular for atingido, os resultados serão insatisfatórios e por vezes dramáticos.
CRÉDITOS: Jornal de Medicina Chinesa. Número 82. Outubro de 2006 Journal of Chinese Medicine (tradução autorizada) Traduzido por Aline Saltão Barão, MSc., Acupunturista e Biomédica, Revisado por Dr. Reginaldo de C. S. Filho, Fisioterapeuta e Acupunturista. Publicado na Revista Medicina Chinesa Brasil Ano I no 02. Adaptado por Roberto Almeida – Terapeuta Acupunturista. Créditos da imagem: Luminaia.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL – NOTAS CLÍNICAS PARTE V: CASO CLÍNICO

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Caso Clínico

(mencionado no Journal of Traditional Chinese Medicine . Ano 7 . Nº 24 . 2009)

Menina Mariana F. R. Fernandes de 3,5 anos de idade com quadro de obstipação crónica desde o nascimento. Em que era necessário o uso frequente de laxantes e de clisteres para limpar o intestino.

Consultada na CPC de Odivelas pela Dr.ª Patrícia Miguel (Outubro de 2007) e os tratamentos foram efectuados pela Dr.ª Sílvia Beviano, Isabel Alexandre e Jorge Pereira.

História clínica

Menina de 3,5 anos de idade;

Peso de 16,5 kg;

Com quadro de obstipação crónica desde o nascimento;

Aos 3 meses submetida a intervenção cirúrgica com ressecção intestinal de 8 cm do íleo com múltiplos quistos do mesentério;

Excluídas hipóteses de D. Hirschsprung e anglionismo através de biopsias rectais por sucção, e que não permitem sugerir um defeito da inervação intestinal;

Criança muito nervosa, com pele seca e problemas de pele, constipa-se facilmente.

O diagnóstico efectuado na Medicina Ocidental (西医 xīyī) é de obstipação crónica e na MTC (中医 Zhōngyī) é de Obstipação (便秘biànmì).

A terapêutica instituída foi:

Fitoterapia (中草藥 Zhōngcǎoyào)

F55b – Ma Zi Ren Tang Jia Jian (30 gotas 2 x dia);

Optiponderal Rosa (1 cápsula 2xdia).

Acupunctura (針灸 zhēnjiǔ) escolheu-se o método por laser visto ser uma criança muito pequena. Nos pontos:

Bilateral: 46PC, 4GI, 25V, 25E, 37E;

Linha Media: 17VC, 12VC, 4VC;

Unilateral: 55PA, 7C, 6MC.

Tonificou-se o rim (46PC), para remover calor (4 GI), o Shu- Mu do GI (25V-25E), e He de acção especial do GI (37E).

Na linha media optou-se por actuar nos 3 aquecedores (superior, médio e inferior) com o 17VC, 12VC e 4VC reequilibrando assim o organismo na sua totalidade.

Uma vez que a Mariana é uma menina nervosa optou-se por pontos tranquilizantes
55PA, 7C e 6MC.

Iniciou-se os tratamentos com uma frequência semanal:

• 5º Tratamento sem alterações do quadro clínico, vai fazer clister opaco;
• 9º Tratamento sem alterações, pede-se para aumentar a dose da F55b para 30 gotas 3xdia;
• 10º Tratamento começa a evacuar, mas com períodos de obstipação durante a semana;
• 13º Tratamento começa a evacuar sem fazer força;
• 14-18º Tratamento tem alternância de períodos de evacuações e de obstipação;
• 19º Tratamento pede-se para fazer Optiponderal Rosa 2 cápsulas dia;
• 23º Tratamento já evacua 3x semana;
• 26º Tratamento já tem trânsito intestinal mais regular;
• 33º Tratamento já tem trânsito intestinal regularizado;
• 35º Tratamento tem o trânsito intestinal normalizado e já não faz fitoterapia.

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ACUPUNTURA E CLIMATÉRIO: CASOS CLÍNICOS DA LITERATURA PARTE II

caso clínico acupuntura curitiba climatério menopausa

Caso clínico 1

Uma paciente apresentava períodos menstruais irregulares e sangramento uterino excessivo; esses problemas iniciaram com o surgimento da menopausa. Apresentava também estresse emocional, relacionado à dificuldade de relacionamento.

O principal padrão era Deficiência do Fígado e dos Rins.

Os pontos utilizados em uma sessão foram:

P7 à direita e R6 à esquerda (para abrir o Vaso Concepção, regular o Qi e o sangue no útero e nutrir os Rins);

CS7 à esquerda e R7 à direita (para acalmar a mente, assentar a Alma Etérea e tonificar os rins);

VC4 e R13 (para nutrir os rins, tonificar o útero, fortalecer o Qi original e beneficiar a Essência);

E36 e BP6 (para tonificar o Qi e sangue e fortalecer o Qi, para segurar o sangue).

Durante o tratamento, a paciente relatou que “sentia algo como um circuito no seu corpo, em lugar de pontos individuais” (MACIOCIA, 1996).

Caso clínico 2

Uma paciente sofria de problemas relacionados à menopausa, com rubores quentes e transpiração noturna. Sua língua, entretanto, era muito pálida e, exceto pela transpiração noturna, geralmete sentia frio e o pulso era lento e em corda. Era uma pessoa muito tensa.

Os principais padrões identificados foram Deficiência de Yang de Rim e estagnação de Qi do Fígado, resultante de estresse emocional.

Os pontos utilizados em uma sessão foram:

P7 à direita e R6 à esquerda (para abrir o Vaso Concepção, regular o Qi e o sangue no útero e nutrir os Rins);

C6 à esquerda e R7 à direita (para harmonizar o Coração e os Rins, nutrir o yin do coração e cessar a transpiração noturna);

VC4 com moxa direta (para tonificar o Yang do Rim, fortalecer o Qi original, tonificar o útero e beneficiar a Essência);

E36 à esquerda e BP6 à direita(para tonificar o Qi e sangue e nutrir os rins).

Embora fosse uma pessoa muito tensa, sentiu-se em um profundo estado de relaxamento durante o tratamento e, de fato, apenas uma sessão foi suficiente para curar sua transpiração noturna (MACIOCIA, 1996).

BIBLIOGRAFIA

MACIOCIA, Giovanni. Os Fundamentos da Medicina Chinesa – Um texto abrangente para acupunturistas e fitoterapeutas. 1. ed. São Paulo: Roca, 1996.

LEIA TAMBÉM: ACUPUNTURA E CLIMATÉRIO: CASOS CLÍNICOS DA LITERATURA PARTE I

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ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL

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Acupuntura no tratamento da paralisia facial de Bell - utilização de puntura superficial e agulha aquecida.

Palavras-chave: medicina chinesa, acupuntura, moxabustão, paralisia de Bell
Descrição coorte:
Oitenta e seis pacientes aleatoriamente divididos em dois grupos, um grupo tratado pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e um grupo tratado pela Medicina Ocidental (MO). No grupo MTC havia 50 pacientes, 28 do sexo masculino e 22 do sexo feminino com idades entre 21 e 65 anos, que sofriam de paralisia facial entre 1 e 30 dias. Trinta e dois destes pacientes tiveram paralisia do lado esquerdo e 18 do lado direito. Os 36 pacientes restantes do grupo MO incluíam 19 homens e 17 mulheres com idades variando entre 16 e 69 anos, que sofriam de paralisia facial entre 1 e 26 dias. Vinte desses pacientes tiveram paralisia do lado esquerdo e 16 do lado direito. Os critérios de diagnóstico foram baseados no Shi Yong Nei Ke Xue (Um Estudo de Medicina Interna Prática). Os sintomas clínicos incluíam início abrupto, resultando em paresia facial hemilateral, dormência, desvio do olho e da boca, salivação excessiva, fechamento incompleto do olho, lacrimejamento, dor na área afetada e distúrbios de visão e / ou percepção de sabores. Não houve diferenças significativas entre esses membros destes dois grupos em termos de sexo, idade, duração da doença, ou sintomas clínicos.
Método de tratamento:
Os membros do grupo MTC receberam puntura superficial seguida da técnica de dispersão ou drenagem no lado da face afetado pela paralisia. Cada agulha era inserida a uma profundidade de 4-5 mm e depois retirada até a profundidade de 2-3 mm. Em seguida, a técnica de “bicada de pássaro” era aplicada rapidamente em torno do ponto até a obtenção de Te-Qi. Após a obtenção do Qi a técnica de aquecimento foi aplicada por 30 minutos ( o que significa que a moxa foi queimada nas hastes – cabeças - das agulhas. Decorrido esse tempo, as agulhas foram removidas. Foi realizada uma sessão por dia e 10 sessões completaram um curso de tratamento.
Pontos Utilizados:
Di Cang ( E4),
Jia Che (E 6),
Si Bai (E 2),
Tai Yang (M-HN-9),
Yang Bai (VB 14),
Zan Zhu (B 2),
Ying Xiang (IG 20),
Ju Liao (E 3),
Cheng Jiang (VC 24).
Os pacientes do grupo MO receberam vitamina B e dibazol combinados com 10 mg de prednisona por via oral, três vezes por dia. Após sete dias, esta dose foi reduzida e mantida por mais duas semanas. No seu conjunto, estes medicamentos foram administrados durante quatro semanas.
Resultados do tratamento:
Segundo o estudo, a “cura” foi definida como o desaparecimento completo de sinais e sintomas relacionados a paralisia facial com o retorno à normalidade da aparência do rosto e da capacidade para fechar os olhos. Um “efeito marcante” foi definido como o desaparecimento básico dos sintomas clínicos e faciais, retorno da habilidade básica para fechar o olho ainda que com ligeiro desvio do olho e da boca. “Algum efeito”, para o estudo, significou pequenas melhoras dos sintomas clínicos e da face, mas sem o fechamento completo dos olhos e persistência do desvio da boca. “Nenhum efeito” significou ausência de melhoras nos sintomas clínicos e na face.
Com base nestes critérios, 28 dos 50 pacientes no grupo MTC foram considerados “curados”, 11 tem um “efeito marcante”, 9 apresentaram “algum efeito”, e em apenas 2 o tratamento não surtiu nenhum efeito, para uma taxa de eficácia total (segundo os critérios do estudo) de 96%.
No grupo MO, 14 casos foram considerados “curados”, oito apresentaram um “efeito marcante”, cinco “algum efeito”, e em nove pacientes o tratamento não surtiu nenhum efeito, para uma taxa de eficácia total (segundo os critérios do estudo) de 75%.
Caso representativo:
A paciente era uma mulher de 23 anos de idade, examinada inicialmente em 10 de junho de 1999. Depois de ser exposta ao frio, esta jovem tinha experimentado um desconforto no lado esquerdo da face e desvio na comissura labial esquerda. O desconforto desapareceu, mas ela não foi capaz de fechar completamente seu olho e persistiu o desvio da boca. Tratada com o protocolo descrito (MTC), depois de 10 tratamentos, a paciente era capaz de fechar seu olho esquerdo parcialmente. Depois de 20 tratamentos, seu rosto voltou completamente ao normal.
Discussão:
De acordo com os autores chineses, esta condição deve é categorizada na medicina chinesa como kou pi (desviou boca). É causada principalmente devido a fatores perversos externos que atingem a rede de vasos. Assim, o Qi e o fluxo de sangue (Xue) não são suaves. Isso resulta em estagnação de Qi e estase de sangue e, portanto, os músculos e a pele perdem a sua nutrição.
Os autores do estudo usaram agulhas aquecidas mantidas em puntura superficial para aquecer e liberar o livre fluxo dos canais e rede de vasos permitindo a dissipação e a externalização dos fatores perversos. Isso resulta em melhora na circulação do sangue na área afetada do rosto, o que resulta, em seguida, na resolução do edema e da inflamação (N.T.: dentro do conceito chinês obviamente) bem como a recuperação das funções dos nervos afetados.
Traduzido por Honora Lee Wolfe , Dipl. Ac., Lic. Ac., FNAAOM. Artigo originalmente escrito por Fan Yu-shan e Chun Yao da Faculdade de Medicina Chinesa de Guangxi em Nanning (“The Treatment of 50 Cases of Peripheral Facial Paralysis with Warm Needle & Shallow Puncture Method.”Hu Bei Zhong Yi Za Zhi - Hubei Journal of Chinese Medicine issue #12, 2002, p.44)
Tradução livre para o Português e adaptação do texto: Roberto Almeida – Terapeuta Acupunturista.
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ANSIEDADE E ACUPUNTURA: UM ESTUDO DE CASO

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O Tratamento da Ansiedade por Intermédio da Acupuntura: Um Estudo de Caso

(publicado em Psicologia Ciência e Profissão, 2010, 30 (1), 199-211)

Resumo: A ansiedade é um fenômeno amplamente estudado no ocidente pela Psicologia, pela psicanálise e pela Medicina. Caracteriza-se por um estado subjetivo desagradável de inquietação, tensão e apreensão. Embora a terminologia ansiedade não seja encontrada na literatura da medicina tradicional chinesa, os sintomas descritos são amplamente estudados. Tal literatura considera essa patologia metaforicamente uma desarmonia do espírito, e apresenta uma série de possibilidades de intervenções por técnicas tradicionais como a acupuntura.

O objeto deste artigo é relatar o tratamento realizado por meio da acupuntura a uma paciente que apresentava transtorno de ansiedade. Após a identificação dos sintomas de ansiedade, realizados pela queixa da paciente e pela análise clínica embasada no DSM IV, foram realizadas 10 sessões de acupuntura tradicional chinesa, utilizando como referencial teórico a literatura clássica da medicina chinesa.

Os resultados obtidos foram a diminuição parcial dos sintomas a partir da quarta sessão e uma significativa melhora da paciente, com o relato do alívio dos sintomas a partir da sexta sessão de tratamento.

Nota do site: o presente artigo foi editado. Selecionamos o material estritamente relacionado à Medicina TRadicional Chinesa. No entanto, recomendamos também a leitura do artigo completo que pode ser baixado no link no final da página.

Compreensão do fenômeno ansiedade pelo referencial teórico da medicina tradicional chinesa – acupuntura
A palavra ansiedade é uma palavra ocidental que se refere a um estado somato-psíquico descrito pela Psicologia e pela Medicina ocidentais. Nesses termos, a terminologia ansiedade não é uma terminologia oriental, portanto, na literatura clássica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), é impossível encontrar descrições de tratamentos para ansiedade. Aliado a isso, na MTC, não existe separação entre mente, corpo e espírito, portanto, não existem classificações de doenças ou distúrbios exclusivamente psicológicos ou psiquiátricos, como ocorre no ocidente, como, por exemplo, no caso de transtornos de ansiedade.

Entretanto, de acordo com Ling-Shu (1995), na MTC, existe uma classificação de doenças nas quais se enquadram as patologias que apresentam maior sintomatologia psíquico/ emocional, as chamadas dian-kuang, que podem ser traduzidas por perturbações mentais. Nas dian-kuang, porém, estão enquadradas as patologias mais severas, o que, no ocidente, pode ser traduzido por psicoses. Assim sendo, distúrbios menos intensos, como, por exemplo, estados ou transtornos de ansiedade, não poderiam ser classificados como patologias dian-kuang. Nessa perspectiva, autores como Campiglia (2004) e Auteroche e Navailh (1992) entendem que fenômenos como a ansiedade são sintomas (assim como no ocidente) de distúrbios de outra ordem. Aliado a isso, como na MTC não existe separação entre corpo, mente e espírito, uma desarmonia em um dos cinco principais órgãos do corpo (na perspectiva chinesa: coração, baçopâncreas, pulmão, rins e fígado) ocasionará automaticamente um desequilíbrio nos aspectos mentais e espirituais desses órgãos, chamados respectivamente de shen, hun, po, yi e zhi. Nessa perspectiva, como a ansiedade é sintoma de uma desarmonia, ela pode ser sintoma de desequilíbrio de qualquer um desses aspectos, sendo, porém, mais marcadamente considerada um distúrbio do shen, que significa espírito (Campiglia, 2004), ressaltando-se que, para os chineses, o espírito reside no coração. Esse espírito não fica preso no coração, mas circula por todo o corpo, garantindo a vitalidade e a consciência, regulando o humor e a sensação de bem-estar no mundo, como destaca Campiglia (2004):

O Shen aloja-se no coração. O coração é o órgão que funciona como receptáculo das funções ativas da consciência, ele abriga ou expressa sentimentos, emoções, desejos mais profundos, imaginação, intelecto e memória dos eventos passados. Como um copo ou cálice, o coração contém o sangue e o Shen, que são seu conteúdo, seu vinho sagrado... Ou seja, ao se alojar no coração, o Shen não está em um lugar fixo, mas circula como o sangue nos vasos. Ele está em todo o corpo, pois o sangue dos vasos irriga tudo, da pele aos olhos. O Shen é, portanto, uma atividade dinâmica que está na essência do coração. Adquire-se e desenvolve-se a consciência interagindo com o mundo e com os próprios órgãos e o Shen está presente em cada um deles. (p 92)

Assim, para os chineses, um distúrbio no coração corresponde automaticamente a uma desarmonia no espírito. A ansiedade, então, pode ser entendida como o resultado de uma desarmonia do espírito, seja por uma situação de excesso, insuficiência ou estagnação de qi (energia) ou xue (sangue) no coração ou em outros órgãos que acabam afetando o coração.

Essa situação de excesso, insuficiência ou estagnação pode ser causada pelos seis fatores patogênicos externos, vento, frio, calor, umidade, secura e fogo; pelos sete fatores internos, alegria, raiva, tristeza, pesar, preocupação, medo e pavor, ou pelos fatores nem internos nem externos, como a alimentação, os traumas, o excesso de trabalho, de exercícios físicos ou de relações sexuais (Campiglia, 2004; Chonghuo, 1993).

Embora não existam na literatura clássica da MTC referências específicas ao fenômeno ansiedade, a não ser como um sintoma de distúrbios nos cinco órgãos, mais preponderantemente no coração, já existem autores modernos, como Ross, que traçam um paralelo mais direto entre as terminologias ocidental e oriental. Para Ross (2003, p. 461), a ansiedade “pode ser definida como um estado subjetivo desagradável e inquieto de tensão e apreensão, no qual é difícil relaxar ou encontrar calma e paz”. Tomando como base o princípio chinês da indissociabilidade entre corpo, mente e espírito e da relação entre os cinco órgãos, Ross (2003) também enfatiza que a ansiedade é causada por uma perturbação do sistema do coração. O autor acrescenta que o surgimento de distúrbios de ansiedade está relacionado constantemente a um desequilíbrio entre os sistemas do coração e do rim: “A ansiedade do coração está baseada no medo do rim, com sentimentos característicos de apreensão, do medo de que algo terrível aconteça. A ansiedade pode então vir combinada de sobressaltos e receio, com sinais físicos como tremor, freqüência urinária ou intestinos soltos” (Ross, 2003, p. 464).

De acordo com o autor, a ansiedade é o resultado de um distúrbio do shen, é um sintoma que indica que o espírito não está conseguindo se mover de modo adequado pelo corpo. Nesse sentido, Ross (2003, p. 465) afirma que, na perspectiva chinesa, existem pelo menos três tipos diferentes de ansiedade, de acordo com a situação que a originou:

Ansiedade por excesso: “...O fogo fleuma do coração é uma forma de excesso que pode levar à ansiedade e à confusão de pensamento, linguagem e comportamento. Consiste, essencialmente, em fleuma, decorrente da deficiência do baço, em combinação com o fogo do coração. Pode surgir de um estresse emocional ou do excesso de fumo, do álcool e de alimentos gordurosos, com falta de exercícios físicos”.

Ansiedade por estagnação: “A estagnação pode dar origem ao distúrbio do movimento. A estagnação do qi do coração e do qi do fígado, por exemplo, decorrentes da estagnação emocional, podem levar ao distúrbio do espírito do coração e à hiperatividade do yang do fígado, levando à ansiedade. A estagnação do qi pode resultar em acúmulo de fleuma, que pode perturbar a livre circulação do espírito, causando ansiedade”.

Ansiedade por deficiência: “a ansiedade aumenta quando a energia está reduzida, quando há deficiência por falta de sono e descanso, excesso de trabalho, estresse, doença e nutrição deficiente, além de outros fatores. A deficiência do qi do coração e do rim, do yin do coração e do rim, e do sangue do coração e do baço podem dar origem à ansiedade, já que o qi, o yin e o sangue são necessários para manter o espírito estável”.

Descrição da paciente tratada por meio da acupuntura tradicional chinesa

A paciente objeto deste estudo foi uma mulher com 39 anos, casada, com três filhos, residente no interior de uma cidade com cerca de 8.000 habitantes e com economia baseada na agricultura.

Quanto à profissão, refere-se a si própria como do lar, apesar de ajudar o marido na lida do campo, na plantação de milho e soja e na criação de porcos. Procurou atendimento psicológico por apresentar, de acordo com seu relato, um constante estado de ansiedade aliado a uma depressão leve, e relatou também apresentar um quadro de medo advindo de eventuais episódios de sensação de morte e uma grande preocupação com a família, embora não saiba definir em relação a que essa preocupação se apresentava. A paciente relatou que, há 9 anos, apresentou um quadro de depressão diagnosticado por um médico clínico geral da cidade onde morava, e realizou tratamento com antidepressivos por 3 anos, apresentando um relativo alívio dos sintomas.

Desde então, utilizou um antidepressivo natural chamado Ipérico, porém este também ocasionava apenas a supressão temporária dos sintomas, tendo de ser consumido com bastante regularidade. Durante as crises, a paciente relatou que ficava extremamente sensível, com sensação de peso no corpo e na cabeça, afirmando sentir mais os sintomas no período noturno, principalmente antes de dormir. Afirmou também que sentia pressão no peito, com dificuldade para encher o pulmão, ficava agitada mentalmente, ao mesmo tempo em que apresentava apatia para realizar as atividades do cotidiano e sem capacidade de traçar perspectivas para o futuro.

A ocorrência dos sintomas era constante (todos os dias), e eram aliviados apenas com o uso da medicação; entretanto, ressaltou que existia uma pequena acentuação dos sintomas pela manhã, quando acordava, e à noite, quando ia dormir. Em relação ao início de suas preocupações e sensações desagradáveis, informou que surgiram quando tinha aproximadamente 13 anos; o pai, que tinha câncer, estava sempre doente, e a paciente ficava constantemente com medo de sua morte.

A paciente não acredita que os seus sintomas atuais tenham ligação direta com o pai, que morreu quando ela tinha 22 anos. Afirmou, porém, que os mesmos começaram a surgir com intensidade, quando tinha 27 anos e depois que um tio, que era muito parecido com o pai, também morreu. De acordo com a paciente: “estávamos enterrando o pai pela segunda vez”.

A partir dos relatos feitos pela paciente nas entrevistas iniciais, relacionou-se a sua fala com o que está descrito no DSM-IV (2002), e foi possível identificar que a mesma apresentava características de um transtorno de ansiedade generalizada. Além disso, a paciente se caracterizava também por ser uma pessoa bastante simples, com pouca instrução formal, o que, por vezes, dificultava a exposição de seus sentimentos, sendo suas falas bastante sucintas e as respostas às perguntas geralmente monossilábicas. Tais características constituíram um elemento que dificultou a realização de atendimento psicológico baseado exclusivamente em um tratamento pela fala, razão pela qual se ofereceu à paciente a possibilidade de realizar um tratamento complementar utilizando-se a técnica da acupuntura, que foi aceita. Em relação a aspectos gerais da paciente, dentro de um padrão de diagnóstico pela acupuntura, a mesma afirmava não gostar muito do frio, preferindo o calor; apresentava bastantes calafrios, principalmente quando estava nervosa, e não costumava ter febres nem transpirar com facilidade; apresentava boa digestão e sua sede era normal; não sentia nenhum sabor mais acentuado e tinha bom sono, entretanto, apresentava sonhos repetitivos quando estava deprimida; eram sonhos recorrentes, que geralmente envolviam desastres, como aviões caindo perto de casa. Quanto à urina, apresentava cor, volume e frequência normais; o mesmo em relação aos intestinos e ao ciclo menstrual. Em relação aos órgãos dos sentidos, apresentava apenas leve dificuldade para enxergar de perto.

Resumo clínico da doença - o diagnóstico pela medicina tradicional chinesa e princípios de tratamento por intermédio da acupuntura

Com base nas entrevistas realizadas com a paciente e na apalpação dos pulsos, que apresentavam, principalmente, sinais de coração em excesso e baço deficiente ou estagnado e rim bastante deficiente, levantou-se a hipótese diagnóstica, dentro da perspectiva da medicina tradicional chinesa, de que a ansiedade ocorria, de acordo com Auteroche e Navailh (1992), Ross (2003) e Chonghuo (1993), por excesso de fogo no coração, e, possivelmente, fleuma por insuficiência do baço, que, nessa situação, não conseguia retirar a umidade adequadamente.

Essa hipótese foi reforçada pelo exame da língua, que constantemente se apresentava grossa, redonda, edemaciada, sem saburra, com marcas de dentes e com petéqueas na região correspondente ao coração. Além disso, foi possível ainda fazer uma conjetura utilizando a teoria dos cinco elementos descrita por Yamamura (2001) e Xinong (1999), estabelecendo suposições que, devido a traumas emocionais sofridos, como, por exemplo, uma contínua tristeza e frustração devido à doença e morte do pai e, posteriormente, do tio, a paciente tivesse elevado intensamente o receio e a preocupação consigo mesma e com a família, o que continuamente foi debilitando o baço ao longo dos anos. Com o baço debilitado, esse começou a exigir mais energia do coração, o que fez com que o fogo do mesmo ficasse elevado.

A deficiência do baço e a própria tristeza e magoa contínua podem ter debilitado o pulmão, o que contribuiu para agredir ainda mais o rim, também debilitado pelo receio. Nessa perspectiva, com o coração em excesso e o rim debilitado, a água do rim não conseguiu mais controlar o fogo do coração, e o shen ficou agitado, surgindo então os sintomas característicos da ansiedade (fenômeno assim denominado no ocidente).

Assim sendo, para reverter esse quadro, optou-se essencialmente pelo tratamento recomendado na medicina tradicional chinesa, por Auteroche e Navailh (1992), Ross (2003) e Chonghuo (1993), que é “acalmar o coração, remover a estagnação do baço e fortalecer o baço e o rim” por meio da inserção de agulhas em pontos específicos do corpo que, combinados, apresentam essa finalidade, ou seja, pela acupuntura.

Relato do caso – método do tratamento realizado e explicação dos princípios e pontos utilizados

No tratamento dos sintomas da paciente, foram utilizados os pontos de acupuntura abaixo relacionados, que apresentam (dentre outras) as seguintes funções de acordo com Focks (2005) e Ross (2003):

R3 – (terceiro ponto do canal de energia do rim) Regula o equilíbrio do yin e do yang, fortalece e estabiliza a mente e as emoções, equilibra a labilidade emocional, a deficiência do qi do rim; tonifica o rim e beneficia a essência e tonifica o sangue.

R6 – (sexto ponto do canal de energia do rim) Tonifica o yin do rim, a deficiência do rim, nutre o yin, principalmente quando existe excesso de fogo no coração, promove o sono e os fluidos corpóreos.

C7 – (sétimo ponto do canal de energia do coração) Tonifica o coração, equilibra o yin e o yang, estabiliza o coração, clareia a mente, acalma a mente e as emoções, regula o espírito, tonifica o sangue, tonifica o yin do coração, elimina o fogo.

CS6 – (sexto ponto do canal de energia do coração/sexualidade) Move a estagnação e acalma irregularidades do qi, remove a estagnação de sangue e fleuma, acalma o espírito, remove a estagnação do qi do pulmão, tonifica o coração; é indicado para dor, choque e traumatismo.

CS7 – (sétimo ponto do canal de energia do coração/sexualidade) Acalma o espírito, move a estagnação e regula o qi do coração e do estômago.

E25 – (vigésimo quinto ponto do canal de energia do estômago) Regula o estresse emocional, regulariza o qi.

E36 – (trigésimo sexto ponto do canal de energia do estômago) Fortalece o baço e o estômago para produzirem qi e sangue, que eliminam a umidade; faz subir o qi, tonifica o sangue e o qi, estabiliza a mente e as emoções, regulariza o qi defensivo e nutritivo.

P5 – (quinto ponto do canal de energia do pulmão) Resfria e acalma o pulmão, trata a retenção de fleuma no pulmão, trata a deficiência de yin no pulmão.

P7 – (sétimo ponto do canal de energia do pulmão) Expele o vento externo, fortalece o pulmão melhorando a circulação do qi defensivo, remove a estagnação do qi do pulmão, remove as emoções estagnadas do pulmão, como a tristeza e a mágoa reprimidas.

P9 – (nono ponto do canal de energia do pulmão) Tonifica o qi do pulmão, tonifica o yin do pulmão, fortalece os vasos sanguíneos e a circulação do sangue. IG4 – (quarto ponto do canal de energia do intestino grosso) Remove o vento exterior, remove o calor, relaxa a tensão muscular, move estagnações do sangue, acalma a hiperatividade do yang do fígado, acalma a mente, tonifica o qi e o sangue.

IG11 – (décimo primeiro ponto do canal de energia do intestino grosso) Expele o vento exterior, remove o calor, relaxa a tensão muscular e alivia a dor, acalma a hiperatividade do yang do fígado, resolve a umidade.

F3 – (terceiro ponto do canal de energia do fígado) Move a estagnação do qi e do sangue, acalma a hiperatividade do yang do fígado, elimina o vento do fígado e reduz espasmos e dor; tonifica o sangue e acalma o espírito.

F14 – (décimo quarto ponto do canal de energia do fígado) Move a estagnação do qi do fígado, elimina a umidade calor do fígado; utilizado para congestionamento mental e emocional.

VC4 – (quarto ponto do canal de energia do vaso da concepção) Fortalece o jing, o qi, o yin e o yang do rim, dispersa a estagnação do qi. VC6 – (sexto ponto do canal de energia do vaso da concepção) Tonifica a deficiência e move a estagnação do qi.

VC12 – (décimo segundo ponto do canal de energia do vaso da concepção) harmoniza a preocupação e a insegurança, tonifica a deficiência do qi e do yang do baço, move a estagnação e regula a rebelião do qi do estômago.

VC15 – (décimo quinto ponto do canal de energia do vaso da concepção) Acalma o espírito quando este está agitado pelo fogo do coração ou obstruído pela fleuma no coração. VC17 – (décimo sétimo ponto do canal de energia do vaso da concepção) Dispersa a estagnação do qi, remove a estagnação do qi do coração, do sangue do coração, do qi do pulmão e do aquecedor superior.

BP3 – (terceiro ponto do canal de energia do baço-pâncreas) move a estagnação do qi do baço, tonifica a deficiência e fortalece o baço, resolve o esgotamento e o embotamento mental por umidade e fleuma.

BP6 – (sexto ponto do canal de energia do baço-pâncreas) Tonifica o baço, o qi e o sangue, elimina a umidade, tonifica o yin, acalma a mente, regula o qi do fígado.

BP9 – (nono ponto do canal de energia do baço-pâncreas) Elimina a umidade.

TA4 – (quarto ponto do canal de energia do triplo aquecedor) Tonifica a deficiência do qi do rim, remove o excesso do vento e calor e a estagnação do qi.

TA5 – (quinto ponto do canal de energia do triplo aquecedor) Remove vento e calor e a estagnação do qi do fígado. Yintang – (ponto extra localizado no entre as sobrancelhas) Acalma a mente, diminui cefaléia, tonturas e a sensação de peso na cabeça; é utilizado em casos de estados de ansiedade, de distúrbios do sono e em estados de confusão mental.

A seleção e a utilização desses pontos ocorreram a partir de breve investigação oral da paciente e do exame dos pulsos e da língua em cada sessão.

Dentro da perspectiva teórica da acupuntura, é possível identificar a qualidade da energia qi dos órgãos do corpo, a saber, pulmão, baço-pâncreas, ming men (órgão da medicina chinesa correspondente a um dos rins), coração, fígado e rim, por intermédio do exame dos pulsos do paciente (Auteroche & Navailh, 1992; Flaws, 2005; Yamamura, 2001; Xinong, 1999). Procedimento semelhante pode ser realizado pelo exame da língua, que apresentará, em áreas específicas (correspondentes aos órgãos do corpo), sinais como edemas, palidez, vermelhidão, rachaduras, saburras de diversas espessuras e tonalidades (Maciocia, 2003; Xinong, 1999).

A partir do exame da língua e dos pulsos, a qualidade da energia de cada órgão pode ser classificada como normal, em excesso, estagnada, deficiente ou inexistente, sendo que cada uma dessas características acarretará uma sintomatologia diferenciada no paciente, que é tratado com a estimulação, a sedação ou a harmonização de pontos de acupuntura específicos (Maciocia, 2003).

A estimulação de um ponto de acupuntura é feita com a inserção da agulha no mesmo sentido do fluxo do canal de energia, deixando-se a agulha inserida no corpo por um tempo reduzido, aproximadamente 10 a 15 minutos.

Já a sedação do ponto é feita de modo oposto: a agulha é inserida no sentido contrário ao fluxo de energia do canal, e é deixada por tempo maior, mais de 30 minutos. Por sua vez, a harmonização de um ponto de acupuntura é feita com a inserção perpendicular da agulha no canal de energia, e a mesma é deixada por um tempo médio, de 20 a 25 minutos (Auteroche & Auteroche, 1996; Chonghuo, 1993; Xinong, 1999).

Nesse tratamento, foram realizadas 10 sessões de acupuntura, realizadas inicialmente uma vez por semana, com duração média de 50 minutos; entretanto, a paciente já relatava alguma melhora dos sintomas a partir da quarta sessão.

Como caráter ilustrativo, segue a descrição geral dos pulsos da paciente e dos pontos utilizados durante as sessões de acupuntura:

1ª, 2ª, 3ª e 4ª Sessões

Situação geral dos pulsos: Pulmão: normal Coração: excesso Baço-pâncreas: deficiente Fígado: deficiente Ming Men: inexistente Rim: deficiente

Diferentes pontos utilizados ao longo das sessões: R3, R6, E36, BP3, BP6, P5, BP9, P7, VC4 e VC12 – Tonificando, para fortalecer o rim, nutrir o sangue, retirar a umidade e fortalecer o baço, melhorar a absorção e a circulação do qi, fortalecer o pulmão, equilibrar as emoções e remover estagnações.

F3, C7, CS6, CS7, IG4 – Harmonizando, para estabilizar as emoções, harmonizar o coração, o sangue o qi e o shen. A partir da quarta sessão, a paciente relatou uma significativa diminuição dos sintomas que a trouxeram ao atendimento, informou sentir grande alívio das sensações desagradáveis que sentia antes e que agora apresentava uma permanente sensação de tranquilidade.

5ª e 6ª Sessões

Situação geral dos pulsos: Pulmão: normal Coração: excesso Baço-pâncreas: inexistente Fígado: deficiente Ming Men: inexistente Rim: deficiente

Diferentes pontos utilizados ao longo das sessões: VC4, P7, BP3, BP6, BP9, E36, R3 – Tonificando, para fortalecer pulmão, baço e rim, tonificar e melhorar a circulação de qi e xue.

F3, F14, CS6, CS7, IG4, C7, E25, VC17, VC12 – Harmonizando, para retirar obstruções e estagnações do fígado, harmonizar o coração e o shen, regular as emoções e melhorar a circulação de qi e xue. Na sexta sessão, a paciente relatou ter suspendido por decisão própria a utilização do antidepressivo natural que estava utilizando.

Declarou que estava se sentido muito melhor desde que havia começado o tratamento, e acreditava que não haveria mais necessidade de realizar uma sessão por semana, tendo sido acordado que, a partir de então, as sessões iriam ocorrer a cada 15 dias. A partir desse momento, o principal foco do tratamento foi o de manter o padrão alcançado, a fim de evitar novo surgimento dos sintomas.

7ª, 8ª, 9ª e 10ª Sessões

Situação geral dos pulsos Pulmão: normal Coração: normal Baço-pâncreas: deficiente Fígado: normal Ming Men: deficiente Rim: deficiente

Pontos utilizados: P7, E36, BP6, BP9, VC6, VC12, BP3 – Tonificando, para fortalecer o rim, o qi e o xue e remover estagnações.

R3, F3, TA5, VC6, VC15, E25, IG4, C7, Yintang – Harmonizando, para manter o fluxo suave do qi e do xue, retirar estagnações e manter a estabilidade das emoções.

Discussão

A medicina tradicional chinesa entende que a maioria dos distúrbios emocionais e psíquicos tem em sua base uma desarmonia entre as energias dos diversos órgãos do organismo, com especial destaque para as energias do coração e do rim (Auteroche & Navailh, 1992; Chonghuo, 1993; Ross, 2003).

Isso fica claro quando se observa que, no entendimento chinês, distúrbios emocionais ou psíquicos são demonstrações de distúrbios do espírito (shen) do indivíduo, sendo que, em chinês, a palavra shen tanto significa espírito quanto rim, e que o coração (xin) é o lugar de moradia do espírito (shen).

Nesse sentido, é possível fazer a leitura metafórica de que o espírito não consegue encontrar condições adequadas para habitar a sua morada, por isso fica conturbado, e essa perturbação se manifesta por sintomas como, por exemplo, aqueles típicos da ansiedade descritos pela Psicologia e pela medicina ocidentais.

No caso da paciente em questão, a desarmonia foi observada por meio de entrevistas e de técnicas próprias da acupuntura, como a palpação do pulso e o exame da língua. Após a delimitação do diagnóstico, o tratamento visou a restabelecer o equilíbrio do espírito, tendo como base os protocolos de tratamento indicados por Auteroche e Navailh (1992), Ross (2003) e Chonghuo (1993).

Por essa razão, a base do tratamento foi harmonizar o coração e fortalecer o pulmão e o baço, para melhorar a absorção de qi (energia) e a circulação do qi (energia) e do xue (sangue) para assim fortalecer o rim e restabelecer o equilíbrio entre este e o coração. É importante destacar que o tratamento realizado por meio da acupuntura não proporciona curas milagrosas ou o fim total das patologias dos pacientes, como destacam Campiglia (2004), Ross (2003) e Vectore (2005).

O tratamento pela acupuntura ocorre de modo processual, sendo que o restabelecimento da saúde se dá de modo gradual e está diretamente relacionado a condições externas (ambientais, climáticas, sociais e históricas) e internas (alimentação, estados emocionais, espiritualidade), com as quais o sujeito se relaciona (Campiglia, 2004; Vectore, 2005). Um exemplo de que o tratamento é processual, e não final e definitivo, pode ser observado nas últimas sessões realizadas, na quais, apesar de a paciente não mais relatar sentir os sintomas que a trouxeram ao tratamento, ainda apresentava alterações nos pulsos.

Conclusão

Como referido, a acupuntura não é uma técnica que propicia curas milagrosas de nenhum tipo de patologia que se pretende tratar; em vez disso, o restabelecimento da saúde é sempre realizado por um processo contínuo e gradual. No caso do tratamento em questão, esse restabelecimento gradual pôde ser notado a partir do relato da paciente, que afirmou ter apresentado melhora dos sintomas a partir da quarta sessão de acupuntura, o que correspondeu a um mês de tratamento. Com a continuidade dos atendimentos, a partir da sexta sessão, a paciente realizou por conta própria a suspensão dos medicamentos que usava, e relatou a redução significativa dos sintomas iniciais, decidindo continuar com o contrato mínimo pré-estabelecido das dez sessões para melhorar ainda mais o equilíbrio obtido.

Por se tratar de uma sintomatologia bastante antiga, foi aconselhado à paciente que mantivesse uma regularidade das sessões de acupuntura após o tratamento inicial ou que continuasse com algum acompanhamento psicológico, visto que o tratamento basicamente realizou a diminuição da intensidade dos sintomas apresentados, não podendo ser atribuída uma cura definitiva. Desde então, a paciente não apresentou mais os sintomas na mesma intensidade que apresentava no início das sessões de acupuntura, sendo que, atualmente, continua realizando acompanhamento pela acupuntura com uma sessão por mês, apenas em caráter preventivo e para a manutenção do seu bem estar geral.

Referências

Auteroche, B., & Navailh, P. (1992). O diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo: Andrei.

Auteroche, B., & Auteroche, M. (1996). Guia prático de acupuntura e moxabustão. São Paulo: Andrei.

Campiglia, H. (2004). Psique e medicina tradicional chinesa. São Paulo: Roca. Chonghuo, T. (1993). Tratado de medicina chinesa. São Paulo: Roca.

Conselho Federal de Psicologia (2002). Resolução nº 05/2002 – Dispõe sobre a prática da acupuntura pelo psicólogo. DSM-IV. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (C. Dornelles, Trad., 4a ed. rev.). Porto Alegre: Artmed.

Flaws, B. (2005). O segredo do diagnóstico pelo pulso (C. da S. Garrido, Trad.). São Paulo: Roca.

Focks, C. (2005). Atlas de acupuntura: com seqüência de fotos e ilustrações, textos didáticos e indicações clínicas. Barueri, SP: Manole.

Homes, D. S. (1997). Psicologia dos transtornos mentais (S. Costa, Trad., 2a ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Kaplan, H. I., Sadok, B. J., & Greb, J. A. (1997). Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica (D. Batista, Trad., 7aed.). Porto Alegre: Artmed.

Ling-Shu. (1995). Base da acupuntura tradicional chinesa (Ming Wong, Trad.). São Paulo: Andrei.

Maciocia, G. (2003). Diagnóstico pela língua na medicina chinesa (M. I. Garbino Rodrigues, Trad.). São Paulo: Roca.

Ross, J. (2003). Combinações dos pontos de acupuntura: a chave para o êxito clínico. São Paulo: Roca.

Silva, D. F. da. (2007). Psicologia e acupuntura: aspectos históricos, políticos e teóricos. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(3), 418-429.

Vectore, C. (2005). Psicologia e acupuntura: primeiras aproximações. Psicologia: Ciência e Profissão, 25(2), 266-285.

Xinong, C. (1999). Acupuntura e moxabustão chinesa (E. I. Souza Martins, Trad.). São Paulo: Roca.

Yamamura, Y. (2001). Acupuntura tradicional: a arte de inserir (2aed.). São Paulo: Roca.

CRÉDITOS DO ARTIGO

AUTOR: André Luiz Picolli da Silva Psicólogo, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil. Especialista em Acupuntura pelo Instituto Brasileiro de Acupuntura e Moxabustão de Porto Alegre, Porto Alegre, RS – Brasil. Professor de Psicologia da Universidade Federal do Pará - Campus de Marabá, Marabá, PA - Brasil. Endereço para envio de correspondência: Rua São Francisco, n° 2401 apt. “B” - Bairro Cidade Nova – Marabá, PA – Brasil - CEP: 68501-690 E-mail: anpicolli@yahoo.com.br

PUBLICADO EM: PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2010, 30 (1), 199-211

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