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ACUPUNTURA E PARALISIA FACIAL – ESTUDO DE CASO

acupuntura curitiba paralisia facial

Uso da Acupuntura no Tratamento da Paralisia Facial Periférica - Estudo de Caso

RESUMO

A paralisia facial periférica (PFP) é a neuropatia craniana aguda mais comum entre os pares cranianos, caracterizando-se por uma lesão do nervo facial. Afeta a musculatura mímica da face, como também, a audição, glândulas salivares e lacrimais. O diagnóstico é realizado através de avaliações clínicas e de testes eletrofisiológicos. Vários estudos mostram evidências de efeitos benéficos da acupuntura na PFP, entre eles: melhora da contração muscular, da circulação sanguínea e da nutrição tecidual.

Objetivo. Este estudo teve por objetivo acompanhar a evolução de um paciente com paralisia de Bell, submetido ao tratamento com acupuntura.

Método. Participou deste estudo, uma voluntária com paralisia de Bell, submetida à anamnese e à classificação na escala de House-Brackmann. Foram realizados os testes de função muscular, antes e após a terapia, como também, um teste eletroneuromiografico, antes do tratamento e repetido após 10 e 20 sessões de acupuntura, para avaliar o estado neurofisiológico do nervo facial.

Resultados. A paciente evoluiu do grau V para o grau II na escala de House-Brackmann e de um potencial de ação muscular de 18% para 31%.

Conclusões. Foi observado, através dos testes, que uma boa função dos músculos da face, não caracteriza necessariamente uma total integridade do nervo facial.

INTRODUÇÃO

A paralisia facial periférica (PFP) é considerada a neuropatia craniana aguda mais comum e se caracteriza por uma lesão no nervo facial em todo o seu trajeto ou parte dele, sendo quase sempre unilateral1-3.

O nervo facial é considerado um nervo misto, embora essencialmente motor. É composto por neurofibrilas com função motora e sensorial. O tronco do nervo facial apresenta quatro componentes funcionais, sendo dois aferentes e dois eferentes. As fibras aferentes levam a impressão gustativa dos 2/3 anteriores da língua, conduzem a sensibilidade profunda dos músculos faciais e impulsos sensitivos oriundos da membrana e caixa timpânica e meato acústico externo. As fibras eferentes fornecem inervação motora aos músculos da mímica facial, como também inervam as glândulas lacrimais, as mucosas nasal, bucal e faríngea4.

Na PFP ocorre paralisia parcial ou completa dos músculos da hemiface afetada, estando a musculatura desviada para o lado contralateral. Pode haver também, outras características clínicas que variam de acordo com a localização e grau da lesão no nervo facial, onde o paciente pode referir, na hemiface ipsilateral à lesão, hipersensibilidade auditiva (hiperacusia), incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo), redução do reflexo de piscar e redução do paladar, distúrbios da salivação e do lacrimejamento, dormência ao redor da orelha5-9.

Geralmente, atinge pessoas entre 15 e 45 anos de idade e é estimada mundialmente em 20-25 casos por 100.000 habitantes por ano, havendo uma ligeira predominância do gênero feminino, sendo esta prevalência aumentada em gestantes (43 casos por 100.000)1,5,9.

Aproximadamente metade da população afetada pela PFP tem etiologia idiopática, também chamada de paralisia de Bell, cujos mecanismos patológicos mais aceitos são a infecção viral, isquemia, doença auto-imune e inflamação em áreas longitudinais do nervo. A segunda maior incidência de PFP é de origem traumática. Um dos principais fatores de risco é a hipertensão arterial, como também, diabete mélito e gravidez1,5,6,9,10.

O diagnóstico da PFP é realizado através de avaliações clínicas e de testes eletrofisiológicos, que têm como objetivo avaliar a extensão do comprometimento do nervo facial. A eletroneuromiografia é o mais preciso teste elétrico para avaliação de degeneração neural e prognóstico de recuperação. O prognóstico dependerá do tipo de lesão, quantidade de tecido cicatricial, nutrição do nervo, idade do paciente e da terapêutica instituída7,10-13.

Dentre os tratamentos mais utilizados na PFP estão os corticosteróides, agentes antivirais, descompressão cirúrgica, fisioterapia e acupuntura, no entanto, ainda há muitas controvérsias a respeito das intervenções terapêuticas, assim como da decisão clínica de tratar ou não os pacientes, já que um grande percentual deles se recupera sem nenhum tratamento5,12,14-16.

A literatura demonstra vários efeitos benéficos da acupuntura no tratamento da PFP. Esta técnica visa o tratamento das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos chamados acupontos. Trata-se de uma terapia reflexa em que o estímulo de uma área age sobre a outra6,14,17. Acredita-se que os pontos de acupuntura estimulem o sistema nervoso central a liberar substâncias químicas para os músculos, medula espinhal e cérebro, através de três mecanismos principais: condução de sinais eletromagnéticos, ativação de sistemas de opióide e mudanças na química cerebral. Estes mecanismos estimulam a liberação de neurotransmissores e neurohormônios capazes de interferir na sensibilidade e função motora18.

Na paralisia de Bell, considera-se que o tratamento com acupuntura aumenta a excitabilidade do nervo, promove a regeneração das fibras nervosas, melhora a contração muscular, a circulação sanguínea e a nutrição tecidual14,19. Com base nessas evidências, este estudo teve por objetivo acompanhar a evolução de um paciente com paralisia de Bell submetido ao tratamento com acupuntura.

MÉTODO

Trata-se de um estudo do tipo descritivo, realizado no Hospital das Clínicas da UFPE, na cidade de Recife, entre os meses de agosto e novembro de 2009. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital da Restauração (CAAE no 1475.0.000.102-09).

Foram considerados como critérios de inclusão: voluntário com diagnóstico médico de paralisia facial periférica unilateral, com faixa etária de 20 a 60 anos, não importando o gênero e no máximo com duas semanas de lesão. E como critérios de exclusão: paciente gestante, paciente com marca-passo, lesão nervosa do tipo neurotmese e o não comparecimento injustificado do voluntário por duas sessões consecutivas.

Participou do estudo, uma paciente portadora de paralisia de Bell, encaminhada pelo serviço de neurologia do Hospital Geral de Areias. Durante a primeira consulta, a paciente foi esclarecida sobre a pesquisa e aceitou participar da mesma, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo submetida à anamnese e à classificação segundo a Escala de House-Brackmann4. Essa escala é o método de avaliação da PFP mais comumente aceito e adotado, que avalia desde a função normal até a paralisia total dos músculos. Ainda na primeira sessão, foram realizados os testes de função muscular, segundo Kendall20, para comparar a evolução da simetria facial.

A paciente foi encaminhada ao setor de neurofisiologia clínica do referido hospital, onde foi realizado um teste eletroneuromiográfico por um médico especialista, antes do tratamento e repetido após 10 e 20 sessões da terapia, para avaliar o estado neurofisiológico do nervo facial e prognóstico de recuperação.

Os músculos da mímica facial utilizados como parâmetros de evolução nos testes de função muscular e na eletroneuromiografia foram: músculo frontal, músculo orbicular dos olhos, músculo orbicular da boca e o músculo mentoniano.

A voluntária foi submetida a um tratamento envolvendo técnicas de acupuntura, com duas sessões semanais de quarenta minutos de duração cada uma, perfazendo um total de 20 sessões, sendo utilizadas agulhas de acupuntura esterilizadas e descartáveis. Mesmo após as 20 sessões, o tratamento se manteve, dando-se continuidade até sua completa recuperação.

Vários pontos de acupuntura foram utilizados no tratamento. Nas primeiras dez sessões foram utilizados os seguintes pontos:

F3 (Taichong),

F8 (Ququan),

E41 (Jiexi),

BP6 (Sanyinjiao),

VB34 (Yanglingquan) e E8 (Touwei) em ambos os lados

e os pontos E45 (Ludui), IG4 (Hegu) e E3 (Juliao) no lado contralateral à lesão.

Nas dez sessões seguintes, foram utilizados os pontos:

E2 (Sibai), E3 (Juliao), E4 (Dicang), E6 (Jiache), E7 (Xiaguan), VB14 (Yangbai), TA17 (Yifeng) e Taiyang no lado paralisado

e os pontos E36 (Zusanli), IG4 (Hegu) e VB34 (Yanglingquan) em ambos os lados.

Os pontos de acupuntura foram selecionados de acordo com o diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa, onde engloba a semiologia da língua, a pulsologia, os sintomas, o aspecto visual do paciente; e de acordo com os resultados do diagnóstico foi traçada uma linha de tratamento na seleção dos pontos. Relato do Caso No dia 13/08/09, a paciente N. A. S., de 38 anos, foi encaminhada por um médico neurologista com diagnóstico de paralisia facial periférica idiopática para o tratamento com acupuntura. Neste mesmo dia, foi realizada a anamnese, onde a paciente relatou que no dia 30/07/09 acordou com o rosto “desfigurado” e um dia antes apresentou dor ao redor da orelha esquerda e na região occipital.

Foi observada assimetria facial a esquerda com paresia dos músculos, desvio de comissura labial para a direita, redução da linha naso-geniana, hiperacusia à esquerda, olho esquerdo irritado e lacrimejante, com discreto lagoftalmo e quando se alimentava ou ingeria líquido, referia dificuldade em manter o alimento na boca, bem como em perceber o sabor dos alimentos.

Após o ocorrido, a voluntária iniciou o uso de medicações sob orientação médica: nimesulida – 100mg (antiinflamatório, analgésico), 1 ao dia nos 5 primeiros dias; maleato de enalapril – 20mg associado a hidroclorotiazida – 12,5mg (indicados no tratamento da hipertensão arterial), 1 ao dia; sinvastatina – 10mg (indicado na hipercolesterolemia), 1 ao dia.

Antes do tratamento, durante a avaliação chinesa foi observado que a língua estava trêmula, com fissuras na área do estômago, cor normal, saburra branca e fina. Já o exame do pulso demonstrou excesso de Yang no fígado e deficiência do Qi do estômago e do Yin do rim. Após o tratamento, a língua não apresentava saburra, as fissuras reduziram sensivelmente e ainda estava trêmula. No exame do pulso permanecia uma plenitude do yang do fígado.

Durante a anamnese, foram realizados os testes de função muscular, a classificação segundo a escala de House-Brackmann e, em seguida, deu-se início a primeira sessão de acupuntura.

Um dia antes da anamnese, a paciente foi submetida à 1ª eletroneuromiografia. Esse exame foi repetido no dia 22/09, após dez sessões de acupuntura (1 mês e 11 dias depois da 1ª ENG) e no dia 28/10, após vinte sessões de acupuntura (2 meses e meio após a 1ª ENG).

RESULTADOS

Antes da terapia, a paciente apresentou, segundo a escala de House-Brackmann, grau V (disfunção severa), com assimetria em repouso e movimentação discretamente perceptível. Através dos testes de função muscular, também foi possível perceber assimetria diante dos movimentos dos músculos avaliados, sendo mais significativa nos músculos frontal e mentoniano.

Ao final do tratamento, a paciente apresentava simetria e tônus normais ao repouso, com uma leve fraqueza, notável apenas à inspeção próxima (House-Brackmann grau II – disfunção discreta). Em movimento, apresentava pequena assimetria na boca. Diante da reavaliação dos testes de função muscular, houve melhora significativa dos músculos frontal, orbicular dos olhos (ausência de lagoftalmo) e mentoniano, com função discretamente diminuída do orbicular da boca.

Foi observado, ainda, a permanência do lacrimejamento e maior controle em manter os alimentos na boca. Os resultados da eletroneuromiografia mostraram os potenciais de ação muscular nos músculos avaliados, tanto no lado afetado como no lado não afetado, de forma que foi possível calcular a amplitude da onda M no lado paralisado através de fórmulas específicas, que têm como base o somatório das amplitudes dos quatro músculos em questão (Tabela 1).

Houve uma sensível melhora na amplitude do potencial de ação muscular, que corresponde a uma média de fibras axonais íntegras, de forma que antes da terapia esse valor era de 18% e depois de 10 sessões de acupuntura (40 dias depois do 1º exame), aumentou 7%, apresentando ao final do tratamento (3 meses após o início da lesão) um valor de 31%. No entanto, no que diz respeito ao aspecto visual dos gráficos, não houve grandes avanços, apenas uma pequena atividade no músculo mentoniano após o tratamento. O músculo mentoniano foi o mais afetado pela paralisia (Figuras 1, 2, 3 e 4).

DISCUSSÃO

Nas lesões nervosas periféricas, o conhecimento do tipo de lesão permite estimar o prognóstico de recuperação. As lesões desmielinizantes, em muitos casos, estão associadas a uma rápida e completa recuperação. Já as lesões axonais, geralmente apresentam uma recuperação lenta e incompleta, de forma que as respostas eletrofisiológicas podem ser percebidas na unidade motora distal. Estas respostas são percebidas após a degeneração Walleriana, que é um processo onde ocorre fragmentação dos tubos neurais e neurofilamentos com perda de orientação longitudinal do axônio, iniciando-se em torno do 4º dia após a lesão e completando-se no 7º dia22,23.

Provavelmente, o primeiro mecanismo que promove recuperação de força após lesão nervosa, é a resolução do bloqueio de condução, que está associada a uma desmielinização22. Isto sugere que a paciente deste estudo tenha sofrido uma lesão mista, pois em 45 dias após a lesão, já foi possível perceber os primeiros movimentos em áreas paralisadas da hemiface afetada, o que é típico de uma lesão desmielinizante. Por outro lado, os dados da 1ª eletroneuromiografia revelaram um percentual de apenas 18% de fibras axonais íntegras, o que caracteriza uma lesão axonal moderada (axonotmese).

ACUPUNTURA CURITIBA PARALISIA FACIAL 1

ACUPUNTURA CURITIBA PARALISIA FACIAL 2

Após a resolução do bloqueio de condução, a reinervação iniciará pela formação de brotos distais a partir de fibras axonais preservadas22,23, o que dá a entender que, nesta paciente, o aumento do potencial de ação muscular no lado afetado, percebido através dos testes eletroneuromiográficos, tenha ocorrido a partir do brotamento de axônios poupados.

A regeneração axonal só seria possível após um período de 18 meses a partir do início da lesão, sendo a última etapa no processo de recuperação22.

A presença de função facial clinicamente normal não exclui a possibilidade de haver anormalidades no nervo facial, de modo que, mesmo após a recuperação clínica, as respostas eletrofisiológicas continuam sinalizando uma degeneração neural13,24. No presente estudo, isto pode ser confirmado comparando-se os registros clínicos e eletrofisiológicos. Os testes de função muscular realizados antes e após o tratamento, mostraram que a paciente obteve uma função muscular praticamente normal nos quatro músculos avaliados, ao passo que o último exame eletroneuromiográfico revelou um potencial de ação muscular, no lado afetado, de apenas 31%. Esses resultados podem ainda ser consolidados quando se observa a evolução da graduação no sistema de House-Brackmann.

A recuperação completa dependerá unicamente da regeneração axonal, que poderá ou não ocorrer, dependendo do grau de lesão do nervo. Quando ocorre este rebrotamento, as fibras axonais degeneradas poderão ser mal direcionadas ao órgão reinervado, de forma que o crescimento destas fibras ocorra em tubos endoneurais diferentes daqueles anteriormente por elas ocupadas, dando origem à reinervação aberrante, que é o caso da sincinesia (movimento involuntário a partir de movimentos voluntários) ou secreção glandular exarcebada3,22.

A eletroneuromiografia fornece dados suficientes para que se possa classificar a paralisia facial a partir do percentual da amplitude da onda M da hemiface afetada, de maneira que amplitudes menores que 10% indicam lesão severa e resultam em sequelas moderadas a graves, enquanto que amplitudes entre 10 a 30% indicam lesão moderada, com boa recuperação, mas nem sempre completa, podendo ser esperada algum tipo de sequela2,22. Neste estudo, a paciente apresentou, inicialmente, uma amplitude de 18%, supondo-se que a mesma poderia desenvolver alguma futura sequela, no entanto, ao final do tratamento havia uma função muscular praticamente normal, sendo necessário esperar uma regeneração axonal completa para saber se haveria reinervação aberrante.

Em um estudo retrospectivo envolvendo 1521 pacientes com paralisia de Bell, foi observado que sintomas prévios ao aparecimento da paralisia, como otalgia e cefaléia, assim como a instalação de início súbito, estavam associados a um bom prognóstico25. A paciente deste estudo apresentou situação similar, tanto com relação aos sintomas prévios como o modo de instalação da paralisia, demonstrando um bom prognóstico após três meses do início da lesão. Isto não descarta a hipótese de ter havido algum benefício por parte da acupuntura.

Existem vários estudos demonstrando melhora clínica de pacientes com PFP, após serem submetidos a tratamento com acupuntura, inclusive comparando com outras terapias convencionais, como corticóides, antivirais e vitaminas. Entretanto, na maioria desses estudos, não há evidências convincentes sobre a eficácia da acupuntura nesta patologia, devido a pobre qualidade metodológica1,6,14,26,27. Por outro lado, em uma revisão sistemática envolvendo acupuntura na paralisia de Bell, demonstrou-se um efeito terapêutico superior deste método em relação a outros tratamentos conservadores14.

Seria inviável comparar a atuação da acupuntura no presente estudo com outros ensaios na literatura pesquisada, pois existem diversas variáveis a serem analisadas, não havendo uma padronização com relação ao estágio da doença, os pontos utilizados, tempo de tratamento, duração das sessões, número de sessões, número de agulhas, patologias associadas, entre outras.

Segundo a filosofia oriental, a PFP ocorre como consequência da agressão do Vento, que invade os Canais de Energia que passam pela face e rompe a circulação de Qi e sangue, impedindo que os vasos e músculos recebam nutrição. Os Canais de Energia constituem meio de ligação entre o interior e o exterior, transmitindo as diversas formas de Qi28,29. Sendo assim, o tratamento pela acupuntura é direcionado a dispersar o Vento, desobstruindo os canais de Energia e regularizando o yin e yang. Os pontos locais do lado afetado são usados para a deficiência de Qi e sangue, já os pontos distais têm efeito de circular Qi pelos Canais de energia principais28.

Os Canais de Energia principais que circulam pelo corpo são bilaterais, simétricos e possuem circulação de Qi cruzada, que une o lado direito (yin) com o lado esquerdo (yang). Quando por alterações energéticas, ocorre dissociação entre o lado direito e o esquerdo, isto se manifestará por alterações unilaterais. O lado afetado é aquele que possui menos Qi em relação ao contralateral, propiciando a penetração e instalação de Qi perverso no Canal de Energia principal29.

Neste estudo, como estratégia inicial foi utilizada a técnica de tratamento “ao oposto” durante as dez primeiras sessões, com os pontos E45 (Ludui), IG4 (Hegu) e E3 (Juliao) no lado contralateral, associando com os pontos F3 (Taichong), F8 (Ququan), E41 (Jiexi), BP6 (Sanyinjiao), VB34 (Yanglingquan) e E8 (Touwei) em ambos os lados.

A finalidade do tratamento “ao oposto”, entre o lado direito e o esquerdo, é harmonizar o Qi dos dois hemicorpos, fortalecendo o lado sadio para que o Qi correto possa passar desse lado para o lado doente e assim, poder expulsar o Qi perverso. Esta técnica é particularmente utilizada nas manifestações agudas29.

No exame clínico, deve-se solicitar ao paciente que realize os movimentos da mímica facial para se detectar acertadamente a extensão da paralisia, proporcionando uma linha de conduta na seleção dos pontos locais28.

Durante este estudo, nas últimas dez sessões, foi priorizado o uso de pontos locais e ipsilaterais, a fim de devolver os movimentos de músculos ainda bem comprometidos, como o orbicular da boca e o mentoniano.

Ao final do tratamento, a eletroneuromiografia mostrou que ainda havia uma degeneração nervosa importante, sendo necessário o acompanhamento por vários meses para evitar o surgimento de complicações.

CONCLUSÕES

Neste estudo, foi possível observar que na PFP ocorre uma lesão nervosa que segue uma sequência natural de eventos neurofisiológicos, desde o início até a máxima recuperação, onde através de testes clínicos e eletrofisiológicos pode-se determinar o tipo de lesão, o processo de recuperação e comparar estes testes entre si, relacionando a função muscular com a degeneração nervosa.

Também foi descrita a visão da Medicina Chinesa com relação à ocorrência da PFP, assim como a forma de tratamento preconizada neste relato de caso. Apesar de haver vários estudos demonstrando os benefícios da acupuntura na PFP e de ter havido uma boa recuperação da paciente deste estudo num curto período de tempo, não se pode chegar a conclusões mais sólidas a respeito desta questão, uma vez que se trata de apenas um caso, sendo preciso a realização de ensaios mais detalhados com amostras expressivas para se deduzir algo sobre os efeitos positivos da acupuntura nesta patologia.

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CRÉDITOS: Barros HC, Barros ALS, Nascimento MPR. Uso da Acupuntura no Tratamento da Paralisia Facial Periférica - Estudo de Caso. Rev Neurocienc 2012;20(2):246-253. PARA BAIXAR O ARTIGO EM PDF CLIQUE AQUI.

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PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA

Paralisia Facial Periférica
  • Introdução
  • Paralisia de BELL
  • Síndrome de Ramsay-Hunt
paralisia facial acupuntura curitiba 3paralisia facial acupuntura curitiba 4
Foto 1                                                                  Foto 2
Foto 1: desvio da comissura bucal com caimento do lado afetado. Foto 2: incapacidade para fechar o olho do lado afetado que permite ver a esclera pela elevação sinérgica do olho ao ocluir a musculatura orbicular (sinal de Bell). Autor:Juan I Pérez Calvo (Servicio de Medicina Interna - Hospital Clínico Universitario) CRÉDITOS: http://www.imagenmed.com [nota do site]
Introdução
O nervo facial é formado por duas raízes que seguem juntas por longo trajeto dentro do cânio:
a) o nervo facial propriamente dito, que corresponde à raiz motora responsável pela inervação dos músculos da mímica facial e do músculo estapédio (relacionado com a audição); e
b) o nervo intermediário de Wrisberg, que é composto por fibras sensitivas somáticas (controlam a sensibilidade de parte do pavilhão auricular), fibras sensitivas especiais (controlam a gustação dos dois terços anteriores da língua) e fibras do sistema nervoso autônomo (controlam as glândulas lacrimais e salivares).


Uma lesão do nervo facial manifesta-se por paralisia dos músculos da mímica facial em uma hemiface com incapacidade para enrugar a fronte, fechar completamente o olho, sorrir, bochechar, assoviar.
Observa-se, ainda, desvio da comissura labial para o lado contrário à lesão, apagamento dos sulcos da hemiface comprometida e lacrimejamento contínuo. Na dependência do local da lesão do nervo facial, alterações da gustação, audição (os sons parecem mais altos no lado comprometido), e salivação podem ser encontradas.
As lesões do nervo facial podem ser congênitas ou adquiridas. A Tabela 1 demonstra exemplos de causas de paralisia facial periférica. A paralisia de Bell, ou paralisia facial idiopática (cuja causa é desconhecida), é a mais freqüente.

paralisia facial acupuntura curitiba 5
Paralisia de BELL
Incidência
Estimada em 15-40 casos novos/100 000 habitantes/ano. O número de casos aumenta com a idade. Quanto ao sexo, entre 10 e 20 anos é mais comum no sexo feminino e, após os 40 anos, mais comum no sexo masculino.
Causa
Não se conhece bem a causa, mas acredita-se que possa estar relacionada com uma infecção viral do nervo facial.
Fatores de Risco
Gestantes e diabéticos apresentam risco aumentado para paralisia de Bell. Cerca de 10% dos pacientes têm história familiar positiva.

Leia também: ACUPUNTURA E PARALISIA FACIAL – ESTUDO DE CASO

Evolução
O início é súbito e a doença progride durante os primeiros 14 dias, sendo que o déficit máximo é atingido nos quatro primeiros dias. Referência de dor atrás da orelha ou na frente da orelha no início do quadro é freqüente. Algumas pessoas referem sensação de dormência na hemiface comprometida. A paralisia facial é unilateral na maioria das vezes, mas, em 10 por cento dos casos, é bilateral. Em 60 por cento a 80 por cento, a recuperação é completa e, em sete por cento dos casos, a paralisia facial é recorrente.
Prognóstico
Menor idade, fraqueza incompleta dos músculos acometidos, início da recuperação entre 10 e 21 dias e ausência de doenças sistêmicas (como diabetes) são fatores que favorecem um bom prognóstico (recuperação completa).
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado em critérios clínicos. Deve-se pesquisar história de trauma, infecções do ouvido, cirurgia otológica ou na glândula parótida. A presença de sinais de envolvimento de vias centrais como hemiparesia (dificuldade de movimento em um lado do corpo), ataxia (déficit de equilíbrio e incoordenação), comprometimento de outros nervos cranianos ou o achado de vesículas no pavilhão auricular ou cavidade oral remete a outros diagnósticos.
Exames Complementares
Os pacientes que apresentam perda auditiva neurossensorial nas fases iniciais ou aqueles que não mostram sinais de recuperação em três meses devem ser submetidos a estudo por ressonância magnética ou tomografia computadorizada de crânio.
Tratamento
O tratamento da paralisia de Bell não está estabelecido, mas estudos sugerem que, em pacientes adultos, o uso de corticosteróides associado a aciclovir está relacionado com melhor recuperação funcional. Este tratamento deve ser instituído nos primeiros sete dias do quadro, sendo os melhores resultados observados quando iniciado até o 4° dia.
Medidas preventivas para lesão de córnea, como uso de colírios (lágrima artificial) para evitar ressecamento do olho e aplicações de pomadas oftálmicas apropriadas à noite com oclusão do olho acometido são fundamentais. Em caso de dor ocular ou sinais de irritação está indicada uma avaliação oftalmológica de urgência para afastar úlcera de córnea.
O real valor da fisioterapia pode não ter sido demonstrado em vários estudos, mas parece ter efeito benéfico no sentido de evitar deformidades e manter a flexibilidade e a elasticidade muscular durante o período de paralisia. Exercícios específicos podem ser indicados quando se observa esboço de movimento da musculatura envolvida. Eles não interferem na velocidade de recuperação, mas podem melhorar a função. A Figura 1 demonstra exemplos de exercícios faciais que podem ser feitos enquanto durar a paralisia. O uso de órtese (buco-auricular) pode, também, ser medida auxiliar na prevenção de contraturas da musculatura. Quanto à eletroestimulação, não existe comprovação científica de sua eficácia como método de tratamento.
Figura 1
(clique para ampliar)
paralisia facial acupuntura curitiba 1
paralisia facial acupuntura curitiba 2
Seqüelas
Em casos com recuperação incompleta, podemos encontrar os seguintes sinais residuais: fraqueza da musculatura da mímica facial (30%), contraturas com acentuação de sulcos (20%), sincinesias (movimentos involuntários que ocorrem num grupo de músculos quando outro se contrai voluntariamente) e lágrimas de crocodilo decorrentes de reinervação anômala (50% e 6% respectivamente).

Leia também: ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL

Síndrome de Ramsay-Hunt
Paralisia facial periférica acompanhada pela presença de vesículas avermelhadas no pavilhão auricular (zoster ótico) ou na cavidade oral (território de inervação sensitiva do nervo facial), decorrente de reativação de infecção pelo vírus varicela-zoster.
Características Clínicas
A paralisia facial da síndrome de Ramsay-Hunt é mais grave e de pior prognóstico do que a paralisia facial de Bell. O acometimento de outros nervos cranianos pode ser encontrado e as principais manifestações clínicas associadas são vertigem, diminuição da audição, zumbidos, náuseas, vômitos e nistagmo (movimentos involuntários do globo ocular).
Em 14 por cento dos casos, as vesículas surgem após instalada a paralisia facial periférica, dificultando o diagnóstico. Existem casos de paralisia facial associada a varicela-zoster, nos quais as vesículas características não estão presentes – ‘zoster-herpete’.
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico dos casos sem vesículas pode ser estabelecido pela presença do DNA do vírus varicela-zoster (VVZ), identificado pelo método PCR (reação de cadeia de polimerase), em amostras de saliva ou da pele da orelha, pela presença de anticorpos IgM anti-VVZ ou, ainda, elevação dos títulos de anticorpos IgG.
Tratamento
O tratamento com prednisona e aciclovir está associado com melhor recuperação funcional, principalmente se iniciado nos primeiros três dias.
CRÉDITOS: REDE SARAH DE HOSPITAIS DE REABILITAÇÃO
LEIA TAMBÉM OS OUTROS ARTIGOS DO SITE SOBRE PARALISIA FACIAL E SAIBA COMO A ACUPUNTURA PODE AJUDAR NESTES CASOS.
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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

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PARALISIA FACIAL: UMA PERSPECTIVA ENERGÉTICA

Paralisia Facial (面神經麻痺) - Uma Perspectiva Energética

面神經 Miàn Shén Jīng . nervo facial
麻痹 Má Bì . . . . . . paralisia
医学 Yī Xué . . . . . . Medicina Ocidental
中医 Zhōngyī . . . . . Medicina Tradicional Chinesa

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Anatomista Charles Bell

O anatomista escocês Sir Charles Bell é o 1º a descrever os
nervos da face e dos olhos e descreve os 12 pares cranianos.
É também o 1º a descrever a paralisia facial periférica, que
leva seu nome a Paralisia de Bell.

Objectivo: Pretende-se dar a conhecer melhor a patologia Paralisa facial face à luz da Medicina Ocidental e da Medicina Tradicional Chinesa, seus sintomas e tratamentos efectuados por cada medicina.

A Paralisia Facial face à Medicina Ocidental (YīXué 医学) é uma debilidade ou paralisia dos músculos de um lado da cara, podendo apresenta-se em 2 tipos: a Paralisia Facial Periférica (PFP) e a Paralisia Facial Central (PFC). Esta afecção pode afectar tanto as crianças, adultos ou idosos. Esta patologia consiste numa afecção total ou parcial dos músculos da face com ausência ou diminuição dos movimentos faciais.

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paralisia facial

A paralisia facial central (PFC) é devida a uma lesão a nível cerebral devido a afecções vasculares (Acidente Vascular Central - AVC) ou tumorais, é uma doença grave e é considerada uma emergência médica. Esta lesão é sobretudo no ramo inferior do trigémeo, os músculos inferiores da face são paralisados, as rugas da face não desaparecem, o paciente pode fechar olho. Pode haver uma hemiplagia ou monoplegia ao mesmo tempo. O paciente apresenta uma incapacidade de sorrir e o resto da face está normal, existe também uma perda de força do braço e da perna oposta ao lado do desvio da boca.

A paralisia facial periférica (PFP) é devida a uma afecção do nervo facial – VII par craniano – em que toda a hemiface enervada pelo nervo lesado fica paralisada. É uma doença benigna, que na maioria dos casos evoluirá para a cura, sem risco de vida do paciente. Esta paralisia tem um aparecimento súbito, parte da face está paralisada/imobilizada, lisa sem rugas, o olho fica aberto durante a noite, há desvio do sulco nasogeniano e boca aberta, podendo haver dor a nível retroauricular. O paciente tem a sensação de ter a cara torcida. Pode durar 6 semanas a 6 meses. Á 12ª semana pode haver um agravamento levando a um hemipasmo facial.

Os sintomas de paralisia facial consistem em: sensação de dormências ou fraquezas, pressão ou inchaço no lado afectado. Por vezes, mudanças no paladar, intolerância a sons, secura ocular e dor em volta ou na própria região auditiva.

As queixas principais dos pacientes são:

• Dificuldade em fechar os olhos, de sorrir, em mastigar e em beber líquidos

• Diminuição ou alteração no sabor com amortecimento da língua

• Sensibilidade a ruídos

• Olho seco ou lacrimejo em excesso

Existem imensas causas que podem provocar uma paralisia facial desde uma causa inaparente, traumatismos (acidentes de viação ou cirúrgicos), tumores (benigno ou maligno), doenças metabólicas ou congénitas, agentes infecciosos (HSV1 ou HVZ entre outros), acção tóxica de determinados produtos (álcool e o arsénio) ou iatrogênica (administração de uma anestesia que bloqueia a mandíbula).

O diagnóstico da paralisia é efectuado na busca de assimetrias faciais entre o lado são e o lado afectado. Essa busca poderá ser efectuada com o paciente estando em repouso ou feita pedindo ao paciente para executar alguns movimentos faciais como levantar as sobrancelhas, fechar os olhos, sorrir, assobiar, entre outros ….

Esta patologia pode ser dividida em quatro fases:

1. Fase Aguda Os sintomas normalmente são mais severos nos primeiros 7 dias.

2. Fase Estável Durante o 8 ao 14 dia.

3. Fase de Convalescência A partir do 15º dia, durante a qual há uma melhoria gradual dos sintomas

4. Fase crónica A partir de 2 meses do início dos sintomas

Na Medicina Ocidental pode-se utilizar na terapia de paralisia facial:

• Laser, calor e fisioterapia

• Vitaminas B12, B6 e zinco

• Corticosteroides

• Agentes anti-virais, analgésicos

• Massagem, exercícios faciais

• Injecções da toxina botulinica

• Cirurgia.

Enquanto que a Paralisa facial face à luz da Medicina Tradicional Chinesa (MTC Zhōngyī 中医) enquadra-se num quadro de zhòngfēng 中风 (ataque por vento) que poderá conter 2 categorias, na 1ª categoria kou pi口僻 ou kou wai 口歪 em que temos um desvio da boca e na 2ª categoria kou yan wai xie口眼歪斜 em que existe um desvio do olho e da boca. A paralisia facial é considerada uma disfunção do movimento dos músculos de um lado da face, o que leva a uma aparência desproporcional. A paralisia facial ocorre em qualquer idade, tem um início súbito e frequentemente o paciente acorda de manhã com a face paralisada.

Sendo a paralisia facial periférica devida a uma lesão sobre o próprio nervo facial (VII par craniano) em que a causa é inaparente sendo atribuída ao frio, mas pode ser secundária a diversas afecções.

A medicina chinesa (Zhōngyī 中医) atribui esta circunstância aos factores patogénicos vento-frio e vento-calor de origem externa e a causas endógenas (vento interno) que invadem os meridianos e os colaterais que atravessam a região da face e interrompem o fluxo de Qi e de Xue, impedindo que os jingluo e os músculos sejam nutridos devidamente. Esta estagnação leva à incapacidade motora dos músculos para relaxar ou contrair.

A sintomatologia é muito semelhante à apresentada na Medicina Ocidental consiste em uma oclusão palpebral incompleta, podendo haver uma ptose palpebral tanto a nível da pálpebra superior como da inferior, desvio da comissura labial com dificuldade em soprar, sorrir, mastigar e beber líquidos. Poderá existir uma incontinência salivar como lacrimal, por vezes esta sintomatologia é antecedida de dor retro-auricular, homolateral antes do aparecimento da paralisia unilateral dos músculos da face.

De acordo com a diferenciação de síndromes pode dever-se a:

• Bloqueio do meridiano devido a:

– Vento

– frio (agressão externa)

• Há aversão ao frio, língua capa Branca fina e Pulso superficial

– Vento

– calor (agressão externa)

• Língua capa Amarela pulso superficial

– Vento interno (agressão interna)

• Agrava com as emoções, Língua corpo pálido capa Branca, Pulso Tenso fino

• Estagnação de Qi e Xue

• Deficiência em Qi e Xue

Podemos utilizar como princípio terapêutico da paralisia facial na MTC (Zhōngyī 中医):

• Eliminar factores patogénicos

• Remover obstrução

• Activar circulação Qi e Xue nos jingluo da região facial

• Nutrir o Qi e Xue

• Acalmar a mente

Na Medicina Tradicional Chinesa o tratamento é efectuado de acordo com diferenciação de síndromes, seleccionando-se pontos de Acupunctura específicos para cada quadro clínico:

• Bloqueio do meridiano devido a:

– Vento – frio (agressão externa) • FengChi (20VB-GB20), HeGu (4GI-LI4)

– Vento – calor (agressão externa) • YiFeng (17TR-SJ17), YangLingQuan (34VB-GB34) –

Vento interno (agressão interna) • TaiChong (3F-Liv3), HeGu (4GI-LI4), ZuSanLi (36E-St36)

• Estagnação de Qi e Xue

• WaiGuan (5TR-5SJ), TaiChong (3F-Liv3)

• Deficiência em Qi e Xue

• ZuSanLi (36E-St36), SanYinChiao (6Rt-Sp6)

Pontos distais: HeGu (4GI-LI4) ou WaiGuan (5TR-5SJ) consoante o meridiano atingido.

Pontos no lado afectado ► DiCang (4E-ST4), JiaChe (6EST6), XiaGuan (7E-ST7), YangBai (14VB-GB14), YiFeng (17TR-SJ17).

Podem também ser utilizados pontos de acupunctura de acordo com as diferentes regiões da face atingidas.

• Dificuldade em elevar sobrancelha ► ZanZhu (2V-UB2), SiZhuKong (23TR-SJ23)

• Fecho incompleto do olho ► ZanZhu (2V-UB2), JingMing (1V-UB1), TongZiLiao (1VB-GB1), YuYao, SiZhuKong (23TR-SJ23)

• Dificuldade em sorrir ► JuLiao (3E-St3)

• Desvio do Seio nasogeniano ► YingXiang (20GI-LI20)

• Desvio do Seio nasal ► RenZhong (26VG-Du26)

• Desvio do Seio metolabial ► ChengJiang (4VC-Ren4)

• Acufenos e surdez ► TingHui (2VB-GB2)

• Dor mastóide ► YiFeng (17TR-SJ17), HuiZong (7TR-SJ7) ou WaiGuan (5TR-SJ5), WanGu (12VB-GB12)

Pode-se direccionar a punctura de determinados pontos de acupunctura em direcção a outros tais como: JiaChe (6EST6) em direcção ao DiCang (4E-ST4) e vice-versa, de modo a obter melhores efeitos.

Pode-se de acordo com diferenciação de síndromes recorrer à moxibustão, ao TDP e à electroestimulação.

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Moxibustão em Paralisia Facial

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Também se pode e deve usar simultaneamente a fitoterapia para ajudar na recuperação da paralisia facial como:

• Feng Shi Pian – F594 – Dispersa o Vento Humidade – Elimina o frio

• Qian Zheng San (decocção para restabelecer a simetria) – Dispersa o Vento – Transforma a mucosidades – Pára os espasmos

• Zhen Gan Xi Feng Tang – F31b – Acalma Vento do Fígado – Nutre o Yin – Acalma o Yang

• Tian Ma Giu Teng Yin – acção semelhante à F1019 – Tonifica o Fígado e Rins – Mobiliza o sangue – Clarifica o calor – Acalma vento do fígado

• Zai Zao Wan – Mobiliza Qi e Xue – Dispersa Vento-Frio e Vento-Humidade – Abre os orifícios – Elimina mucosidades do JingMai

Podemos também utilizar a gama harmo, das quais a Harmo Hepato (HH1) faz parar o vento e age sobre músculos e tendões, a Harmo Splen (HS1) para nutrir os jinluo e a Harmo Reno (HR1) que nutre os rins. ■

CRÉDITOS: Patrícia Miguel, Clínicas Dr. Pedro Choy®, Portugal (2007). Publicado no Journal of Traditional Chinese Medicine . Ano 6 . Nº 20 . 2008. Para acessar a bibliografia e o trabalho completo em PDF CLIQUE AQUI.

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ACUPUNTURA E PARALISIA FACIAL: RECOMENDAÇÕES PARA A PRÁTICA

acupuntura curitiba paralisia facial

Recomendações baseadas em evidências para a prática da Acupuntura no tratamento da Paralisia Facial Periférica (PFP)

Resumo

O objetivo dos autores foi analisar os tratamentos utilizados em ensaios clínicos randomizados de alta qualidade para identificar semelhanças de abordagens terapêuticas e, posteriormente, apresentar recomendações para um procedimento padrão de Acupuntura para a PFP. Os autores pesquisaram ensaios controlados e randomizados em chinês e inglês nos bancos de dados MEDLINE (Janeiro de 1966 a Outubro de 2007), EMbase (Janeiro de 1980 a Outubro de 2007), Chinese Biomedical Database (Janeiro de 1978 a Outubro de 2007) e China National Knowledge Infrastructure (Janeiro de 1979 a Outubro de 2007)

Avaliados de forma independente por dois observadores, 33 de 386 artigos originalmente identificados foram finalmente incluídos. A informação a ser extraída a partir desses artigos concentrou-se sobre a seleção dos meridianos e dos pontos de acupuntura, tipos de estimulação e a duração do tratamento.

De um modo geral, quando se trata de PFP, as melhores opções são os acupontos:

Dicang (E4),

Xiaguan (E7),

Jiache (E6),

Chengjiang (VC24),

Yingxiang (IG20),

Quanliao (ID18),

Yifeng (TA17),

Yangbai ( VB14),

Sibai (E2),

Fengchi (VB20),

Shuigou (VG26),

Yuyao (EX-HN4),

Hegu (IG4).

Recomenda-se estimulação manual ou eletro-acupuntura combinadas com moxabustão. Sugere-se um tratamento de uma sessão por dia e dez sessões consecutivas, com intervalo de descanso de 2 a 5 dias entre um curso e outro do tratamento. O tratamento comporta 20 a 40 sessões no total.

CRÉDITOS: Zheng H, Li Y, Chen M. Evidence based acupuncture practice recommendations for peripheral facial paralysis. Am J Chin Med. 2009;37(1):35-43. PARA BAIXAR O PDF DO ARTIGO COMPLETO CLIQUE AQUI. Tradução e adaptação Roberto Almeida.

Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!

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ANATOMIA APLICADA DO RAMO TEMPORAL DO NERVO FACIAL

ACUPUNTURA  CURITIBA

Anatomia aplicada do ramo temporal do nervo facial: estudo do risco potencial de lesão durante a cirurgia do rejuvenescimento facial

RESUMO

INTRODUÇÃO: O ramo temporal do nervo facial é um dos nervos mais comumente lesados, devido à pouca tela subcutânea que o protege a partir da sua saída da glândula parótida.

MÉTODO: Vinte e cinco hemifaces de cadáveres foram dissecadas e analisadas as relações entre o ramo temporal e glândula parótida, arco zigomático, SMAS, artéria temporal superficial e músculo frontal.

RESULTADOS: Doze ramos temporais dissecados perderam a proteção da glândula parótida a uma distância de 1,7 cm anterior ao trago. O cruzamento do arco zigomático por dois ramos temporais foi o mais frequente. A passagem pelo arco zigomático ocorreu entre 3,2 e 3,9 cm posteriores à borda lateral da órbita. O curso do ramo temporal junto às faces profundas do SMAS e da fáscia temporoparietal, e acima da lâmina superficial da fáscia temporal profunda foi constante. O ramo frontal da artéria temporal superficial foi superior e sua trajetória paralela ao ramo temporal em 92% das dissecções.

CONCLUSÃO: O ramo temporal do nervo facial segue um plano constante ao longo da face profunda da fáscia temporoparietal e está muito superficial quando cruza o arco zigomático.

Descritores: Nervo facial. Rejuvenescimento. Fascia/anatomia & histologia.

(nota do site: a publicação deste artigo é voltada para todos os Acupunturistas desejosos de aliar a sabedoria e a tradição da Medicina Tradicional Chinesa com as modernas pesquisas da Medicina Ocidental a fim de aprimorar sua técnica)

INTRODUÇÃO

Com as técnicas de dissecção mais sofisticadas durante a realização da cirurgia do rejuvenescimento facial, os nervos periféricos da face tornaram-se, potencialmente sujeitos a serem lesados.

O ramo temporal do nervo facial apresenta-se numa topografia mais superficial em relação aos outros ramos do nervo facial, tornando-se, desta maneira, mais susceptível a lesões. A preservação do ramo temporal do nervo facial requer um claro entendimento do seu curso e das suas relações com o arco zigomático e com as múltiplas camadas fasciais da região zigomática e temporal.

O propósito deste estudo é analisar a anatomia cirúrgica do ramo temporal do nervo facial, detalhando o seu posicionamento nas áreas de risco potencial, a fim de prevenir a lesão deste ramo nervoso durante a cirurgia do rejuvenescimento facial.

MÉTODO

Foram realizadas dissecções anatômicas em 20 hemifaces de cadáveres formolizados e 5 hemifaces de cadáveres frescos, cujas idades oscilaram entre 20 e 70 anos (Tabela 1).

Foram realizadas incisões pré-auriculares que estendemos para cima em direção à região temporal e para baixo, contornando o ângulo da mandíbula e a margem inferior do corpo da mandíbula. O nervo facial foi exposto desde a região parotídea até o ponto onde as terminações distais do seu ramo temporal penetravam no músculo frontal.

Os seguintes aspectos foram analisados:

1. Distância da saída do ramo temporal do nervo facial de dentro da glândula parótida em relação ao trago;

2. Número de ramos nervosos cruzando o arco zigomático;

3. Relação do ramo temporal com o arco zigomático;

4. Relação do ramo temporal com o sistema músculo aponeurótico superficial da face (SMAS), fáscia temporoparietal e fáscia temporal profunda;

5. Relação do ramo temporal com a artéria temporal superficial;

6. Terminações do ramo temporal (Apêndice I).

RESULTADOS

Distância da saída do ramo temporal do nervo facial de dentro da glândula parótida em relação ao trago

Encontrou-se uma variação de 1,4 a 2,1 cm (Gráfico 1), com 14 ramos dissecados (56%), exteriorizando-se a uma distância média de 1,7 cm do trago, com desvio padrão de 0,155 cm (Figuras 1 e 2).

Número de ramos nervosos cruzando o arco zigomático

Os diferentes padrões de anastomoses entre os ramos da divisão temporofacial do nervo facial originaram cinco variações mais frequentes na disposição destas conexões durante a sua passagem pelo arco zigomático (Tabela 2), sendo o achado mais frequente (48% das dissecções) o cruzamento pelo arco zigomático de dois ramos temporais do nervo facial sem a ocorrência de anastomoses com o ramo zigomático (Figuras 3 a 7).

Relação do ramo temporal com o arco zigomático

Para se localizar o ponto de passagem do ramo temporal do nervo facial sobre o arco zigomático, foi traçada uma linha reta unindo o trago à parede lateral da órbita, no nível do ligamento palpebral lateral, chamada de linha órbito-tragal (Figura 8). Verificou-se que o cruzamento do ramo temporal sobre o arco zigomático ocorria entre 3,2 a 3,9 cm posteriores à margem lateral da órbita, no nível da linha órbito-tragal (Gráfico 2). O trecho da passagem do ramo nervoso sobre o arco zigomático corresponde ao seu terço médio. A distância média para esta relação anatômica foi de 3,6 cm e o desvio padrão foi de 0,224 cm.

Relação do ramo temporal com o SMAS, fáscia temporoparietal e fáscia temporal profunda

Observou-se, em todas as dissecções, o trajeto do ramo temporal junto à face profunda do SMAS e fáscia temporoparietal, e acima do folheto superficial da fáscia temporal profunda (Figuras 9 a 13).

Relação do ramo temporal com a artéria temporal superficial

A artéria temporal superficial dividiu-se nos ramos anterior e posterior sempre após cruzar o arco zigomático. A relação do ramo frontal da artéria temporal superficial com o ramo temporal do nervo facial mostrou-se constante em 92% das dissecções (23 hemifaces): o curso da artéria foi sempre superior e paralelo ao curso do nervo (Figura 14).

Ao nível da borda ínfero-lateral do músculo frontal, o ramo frontal da artéria temporal superficial ofereceu, em todas as dissecções, um ramo descendente para o músculo frontal que coincidia com o sítio de penetração do nervo neste músculo. Este ramo arterial apresentou íntima relação com os ramos terminais do nervo temporal ao ser "abraçado" pelos ramos nervosos imediatamente antes deles penetrarem no músculo frontal (Figuras 15 e 16).

A relação anatômica entre estas duas estruturas ocorreu em 80% das dissecções (20 hemifaces) a uma distância média de 0,6 cm da borda lateral da órbita, ao nível da linha que une o ligamento palpebral lateral à espinha da hélice (Figura 17).

Modelo das terminações nervosas do ramo temporal

Apurou-se que os filetes nervosos terminais penetravam no músculo frontal, profundamente em sua face interna, numa extensão que variou 1,5 a 4,2 cm verticalmente superior ao ligamento palpebral lateral (Figuras 18 e 19).

Apêndice

DISCUSSÃO

Após emergir da glândula parótida 1,7 cm anterior ao trago, o ramo temporal do nervo facial passa pelo arco zigomático entre 3,2 e 3,9 cm posterior à borda lateral da órbita, ao nível da linha órbito-tragal, o que corresponde ao terço médio do arco zigomático. Observou-se esta constância anatômica em todas as peças dissecadas. Os trabalhos de Correia & Zani1, Mitz & Peyronie2, Baker & Conley3, Ozresky et al.4, Hinderer et al.5, Psillakis et al.6, Stuzin et al.7, Caix et al.8, Faivre & Faivre9, do mesmo modo, enfatizam a vulnerabilidade do ramo temporal ao nível do terço médio do arco zigomático.

Observou-se que o nível da profundidade dos nervos temporais sobre o arco zigomático foi proporcional à quantidade de tecido adiposo apresentado pelo cadáver em estudo. Cadáveres magros e de idosos praticamente não apresentavam nenhum tecido adiposo envolvendo o nervo, tornando-os, desta forma, mais vulneráveis a lesões.

A partir dos estudos de Correia & Zani1, Mitz & Peyronie2, Psillakis et al.6, Stuzin et al.7, Faivre & Faivre9, Loeb10, Zani et al.11, pode-se confirmar nas dissecções realizadas que, acima do arco zigomático, a fáscia temporoparietal representa a extensão cefálica do SMAS e está em continuidade com a gálea aponeurótica superiormente e o músculo frontal anteriormente, porém apresenta-se com uma espessura muito fina, aumentando o risco potencial de lesão do ramo temporal no caso da dissecção fascial a este nível. Comprovou-se que, após sair da glândula parótida, o ramo temporal cursa imediatamente abaixo do SMAS e assim continua durante sua passagem sobre o terço médio do arco zigomático. Ultrapassando este marco anatômico, constatou-se em todas as hemifaces estudadas que o ramo temporal passa a cursar sobre o folheto superficial da fáscia temporal profunda e permanece abaixo da fáscia temporoparietal (SMAS), mantendo-se neste plano até penetrar no músculo frontal ao nível do rebordo orbitário superior. Este é um importante achado: o nervo temporal sempre cursa em um plano anatomicamente previsível e constante. As observações apresentadas aqui estão em concordância com aquelas relatadas por Stuzin et al.7 e Caix et al.8.

A partir da análise dos dados obtidos no trabalho em pauta, pode-se afirmar que, embora o ramo temporal do nervo facial apresente uma ampla variação no padrão de sua ramificação, ele cursa em uma direção constante. Isto permite a definição de um plano de dissecção seguro para a região temporal, durante uma ritidoplastia temporal ou frontal. Os níveis de dissecção temporal podem ser definidos como sendo superficiais ou profundos ao ramo temporal do nervo facial. Esses níveis incluem: o plano subcutâneo, o plano abaixo da fáscia temporoparietal e o plano subperiostal.

A dissecção subcutânea deveria ser realizada superficial à fáscia temporoparietal, tomando cuidado para não confeccionar um retalho cutâneo muito fino, a fim de evitar lesões tróficas da pele e de proteger os folículos pilosos.

A dissecção abaixo da fáscia temporoparietal deveria ser feita na superfície da lâmina superficial da fáscia temporal profunda. Realizar uma cirurgia abaixo da fáscia temporoparietal implica em dissecar dentro da camada de tecido areolar frouxo subaponeurótico. Para a maioria das situações clínicas, esse é um plano cirúrgico seguro. É importante apreciar a espessura dessa camada areolar, e a dissecção poderá ser feita diretamente na lâmina superficial da fáscia temporal profunda, pois o tecido areolar possui um grau de espessura que permite a dissecção diretamente acima da fáscia temporal profunda mais facilmente do que ao longo da fáscia temporoparietal. Os ramos temporais do nervo facial são, em geral, mais anteriores e caudais ao ramo frontal da artéria temporal superficial, de modo que o risco de lesão é muito baixo, quando a elevação do retalho temporal é posterior a essa artéria. A elevação desse retalho deverá ser interrompida, quando a artéria é identificada visualmente ou pela palpação, a fim de evitar levar a dissecção para perto dos nervos temporais.

A dissecção subperiostal, utilizada na cirurgia de rejuvenescimento do terço médio da face, por via endoscópica, deverá ser realizada na superfície do arco zigomático. Para que o arco zigomático seja exposto, a dissecção deverá ocorrer abaixo da camada superficial da fáscia temporal profunda, dentro do coxim gorduroso temporal.

Vários autores1,4,10,13-15 citam o ramo frontal da artéria temporal superficial como referencial para a localização do ramo temporal do nervo facial. Constatou-se que esse ramo arterial é paralelo e superior ao curso do ramo temporal do nervo facial, emitindo sempre, ao nível da borda lateral do músculo frontal, um ramo descendente para esse músculo. Esse ramo arterial descendente apresenta uma íntima relação com as anastomoses nervosas extremamente finas do ramo temporal imediatamente antes delas penetrarem no músculo frontal. Esta importante relação anatômica, entre a porção distal do ramo frontal da artéria temporal superficial e os ramos terminais do nervo temporal, ocorre a 0,6 cm da borda lateral da órbita, em uma linha unindo o canto lateral do olho à raiz da hélice. Confirmou-se, também, em todas as peças dissecadas, a presença da veia sentinela próxima aos ramos distais do nervo temporal e do ramo frontal da artéria temporal superficial.

A veia sentinela e a porção distal do ramo frontal da artéria temporal superficial são marcos anatômicos fundamentais, pois indicam área vulnerável na proximidade do ramo temporal do nervo facial.

A ocorrência de sangramento nesta área resultará em um risco iminente de lesão ao ramo temporal, durante o processo de hemostasia. De uma maneira geral, as lesões decorrentes do uso de eletrocoagulação possuem um grande potencial de recuperação3.

Observou-se que as terminações do ramo temporal ao se aproximarem da borda lateral do músculo frontal assumem a disposição de um fino plexo semelhante a um leque numa extensão que varia de 1,8 a 4,2 cm, verticalmente superior ao ligamento palpebral lateral. Embora o ramo temporal seja relativamente superficial na parte mais distal do seu curso, a sua penetração no músculo frontal sempre ocorre profundamente em sua face interna. Este importante relato anatômico é também referido na literatura3,12.

Idealmente, a localização dos principais marcos anatômicos relacionados ao nervo temporal deveria ser feita percutaneamente antes da cirurgia, de modo que a área contendo o nervo possa ser evitada ao se fazer uma incisão ou desenvolver um plano de dissecção.

CONCLUSÃO

Após perder a proteção da parte superior da glândula parótida 1,7 cm anterior ao trago, em geral dois ramos temporais do nervo facial cruzam o arco zigomático, no seu terço médio, e continuam em direção à região fronto-temporal, sempre junto à face profunda do SMAS, até penetrar no músculo frontal em sua face profunda. A observação da descrição anatômica durante o curso tridimensional constante do ramo temporal nas regiões zigomática e temporal, aqui referida, auxilia a prevenção de danos ao ramo temporal, fato que ocorrendo em muito prejudicará o pós-operatório na cirurgia de rejuvenescimento facial.

CRÉDITOS DO ARTIGO:

Maria Lídia de Abreu SilvaI; José Horácio AboudibII; Cláudio Cardoso de CastroIII

IMestrado; Professora da Disciplina de Cirurgia Plástica - Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
IIMestrado; Coordenador e Professor da Disciplina de Cirurgia Plástica - Faculdade de Ciências Médicas - UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
IIILivre Docência; Professor da Disciplina de Cirurgia Plástica - Faculdade de Ciências Médicas - UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Rev. Bras. Cir. Plást. (Impr.) vol.25 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2010 ( link para o artigo no Scielo)

REFERÊNCIAS

1. Correia P de C, Zani R. Surgical anatomy of the facial nerve, as related to ancillary operations in rhytidoplasty. Plast Reconstr Surg. 1973;52(5):549-52.     

2. Mitz V, Peyronie M. The superficial musculo-aponeurotic system (SMAS) in the parotid and cheek area. Plast Reconstr Surg. 1976;58(1):80-8.       

3. Baker DC, Conley J. Avoiding facial nerve injuries in rhytidectomy. Anatomical variations and pitfalls. Plast Reconstr Surg. 1979;64(6):781-95.   

4. Ozersky D, Baek SM, Biller HF. Percutaneous identification of the temporal branch of the facial nerve. Ann Plast Surg. 1980;4(4):276-80.    

5. Hinderer UT, Urriolagoitia F, Vildósola R. The blepharo-periorbitoplasty: anatomical basis. Ann Plast Surg. 1987;18(5):437-53.       

6. Psillakis JM, Rumley TO, Camargos A. Subperiostal approach as an improved concept for correction of the aging face. Plast Reconstr Surg. 1988;82(3):383-94.      

7. Stuzin JM, Wagstrom L, Kawamoto HK, Wolfe SA. Anatomy of the frontal branch of the facial nerve: the significance of the temporal fat pad. Plast Reconstr Surg. 1989;83(2):265-71.   

8. Caix P, Goin JL, Modschiedler T. Le lifting facial profound par voie temporale. Ann Chir Plast Esthet. 1992;37(1):67-74.      

9. Faivre J, Faivre JM. La place du lifting temporal profond dans lê traitement chirurgical du viellissement de la face. Ann Plast Surg. 1992;37:53-5.       

10. Loeb R. Technique for preservation of the temporal branches of the facial nerve during face-lift operations. Br J Plast Surg. 1970;23(4):390-4.  

11. Zani R, Fadul R Jr, Da Rocha MA, Santos RA, Alves MC, Ferreira LM. Facial nerve in rhytidoplasty: anatomic study of its trajectory in overlying skin and the most common sites of injury. Ann Plast Surg. 2003;51(3):236-42.  

12. Yasargil MG, Reichman MV, Kubik S. Preservation of frontotemporal branch of the facial nerve using the interfascial temporalis flap for pterional craniotomy. Technical article. J Neurosurg. 1987;67(3):463-6.      

13. Pitanguy I, Ramos AS. The frontal branch of the facial nerve: the importance of its variations in face lifting. Plast Reconstr Surg. 1966;38(4):352-6.

14. Stuzin JM, Wagstrom L, Kawamoto HK, Wolfe SA. Anatomy of the frontal branch of the facial nerve: the significance of the temporal fat pad. Plast Reconstr Surg. 1989;83(2):265-71.   

15. Furnas DW. Landmarks for the trunk and the temporofacial division of the facial nerve. Br J Surg. 1965;52:694-6.     

NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL

acupuntura curitiba paralisia facial

Acupuntura no tratamento da paralisia facial de Bell - utilização de puntura superficial e agulha aquecida.

Palavras-chave: medicina chinesa, acupuntura, moxabustão, paralisia de Bell
Descrição coorte:
Oitenta e seis pacientes aleatoriamente divididos em dois grupos, um grupo tratado pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e um grupo tratado pela Medicina Ocidental (MO). No grupo MTC havia 50 pacientes, 28 do sexo masculino e 22 do sexo feminino com idades entre 21 e 65 anos, que sofriam de paralisia facial entre 1 e 30 dias. Trinta e dois destes pacientes tiveram paralisia do lado esquerdo e 18 do lado direito. Os 36 pacientes restantes do grupo MO incluíam 19 homens e 17 mulheres com idades variando entre 16 e 69 anos, que sofriam de paralisia facial entre 1 e 26 dias. Vinte desses pacientes tiveram paralisia do lado esquerdo e 16 do lado direito. Os critérios de diagnóstico foram baseados no Shi Yong Nei Ke Xue (Um Estudo de Medicina Interna Prática). Os sintomas clínicos incluíam início abrupto, resultando em paresia facial hemilateral, dormência, desvio do olho e da boca, salivação excessiva, fechamento incompleto do olho, lacrimejamento, dor na área afetada e distúrbios de visão e / ou percepção de sabores. Não houve diferenças significativas entre esses membros destes dois grupos em termos de sexo, idade, duração da doença, ou sintomas clínicos.
Método de tratamento:
Os membros do grupo MTC receberam puntura superficial seguida da técnica de dispersão ou drenagem no lado da face afetado pela paralisia. Cada agulha era inserida a uma profundidade de 4-5 mm e depois retirada até a profundidade de 2-3 mm. Em seguida, a técnica de “bicada de pássaro” era aplicada rapidamente em torno do ponto até a obtenção de Te-Qi. Após a obtenção do Qi a técnica de aquecimento foi aplicada por 30 minutos ( o que significa que a moxa foi queimada nas hastes – cabeças - das agulhas. Decorrido esse tempo, as agulhas foram removidas. Foi realizada uma sessão por dia e 10 sessões completaram um curso de tratamento.
Pontos Utilizados:
Di Cang ( E4),
Jia Che (E 6),
Si Bai (E 2),
Tai Yang (M-HN-9),
Yang Bai (VB 14),
Zan Zhu (B 2),
Ying Xiang (IG 20),
Ju Liao (E 3),
Cheng Jiang (VC 24).
Os pacientes do grupo MO receberam vitamina B e dibazol combinados com 10 mg de prednisona por via oral, três vezes por dia. Após sete dias, esta dose foi reduzida e mantida por mais duas semanas. No seu conjunto, estes medicamentos foram administrados durante quatro semanas.
Resultados do tratamento:
Segundo o estudo, a “cura” foi definida como o desaparecimento completo de sinais e sintomas relacionados a paralisia facial com o retorno à normalidade da aparência do rosto e da capacidade para fechar os olhos. Um “efeito marcante” foi definido como o desaparecimento básico dos sintomas clínicos e faciais, retorno da habilidade básica para fechar o olho ainda que com ligeiro desvio do olho e da boca. “Algum efeito”, para o estudo, significou pequenas melhoras dos sintomas clínicos e da face, mas sem o fechamento completo dos olhos e persistência do desvio da boca. “Nenhum efeito” significou ausência de melhoras nos sintomas clínicos e na face.
Com base nestes critérios, 28 dos 50 pacientes no grupo MTC foram considerados “curados”, 11 tem um “efeito marcante”, 9 apresentaram “algum efeito”, e em apenas 2 o tratamento não surtiu nenhum efeito, para uma taxa de eficácia total (segundo os critérios do estudo) de 96%.
No grupo MO, 14 casos foram considerados “curados”, oito apresentaram um “efeito marcante”, cinco “algum efeito”, e em nove pacientes o tratamento não surtiu nenhum efeito, para uma taxa de eficácia total (segundo os critérios do estudo) de 75%.
Caso representativo:
A paciente era uma mulher de 23 anos de idade, examinada inicialmente em 10 de junho de 1999. Depois de ser exposta ao frio, esta jovem tinha experimentado um desconforto no lado esquerdo da face e desvio na comissura labial esquerda. O desconforto desapareceu, mas ela não foi capaz de fechar completamente seu olho e persistiu o desvio da boca. Tratada com o protocolo descrito (MTC), depois de 10 tratamentos, a paciente era capaz de fechar seu olho esquerdo parcialmente. Depois de 20 tratamentos, seu rosto voltou completamente ao normal.
Discussão:
De acordo com os autores chineses, esta condição deve é categorizada na medicina chinesa como kou pi (desviou boca). É causada principalmente devido a fatores perversos externos que atingem a rede de vasos. Assim, o Qi e o fluxo de sangue (Xue) não são suaves. Isso resulta em estagnação de Qi e estase de sangue e, portanto, os músculos e a pele perdem a sua nutrição.
Os autores do estudo usaram agulhas aquecidas mantidas em puntura superficial para aquecer e liberar o livre fluxo dos canais e rede de vasos permitindo a dissipação e a externalização dos fatores perversos. Isso resulta em melhora na circulação do sangue na área afetada do rosto, o que resulta, em seguida, na resolução do edema e da inflamação (N.T.: dentro do conceito chinês obviamente) bem como a recuperação das funções dos nervos afetados.
Traduzido por Honora Lee Wolfe , Dipl. Ac., Lic. Ac., FNAAOM. Artigo originalmente escrito por Fan Yu-shan e Chun Yao da Faculdade de Medicina Chinesa de Guangxi em Nanning (“The Treatment of 50 Cases of Peripheral Facial Paralysis with Warm Needle & Shallow Puncture Method.”Hu Bei Zhong Yi Za Zhi - Hubei Journal of Chinese Medicine issue #12, 2002, p.44)
Tradução livre para o Português e adaptação do texto: Roberto Almeida – Terapeuta Acupunturista.
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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.