NÓ DE CACHORRO: ESPÉCIE DE USO MEDICINAL

acupuntura curitiba fitoterapia chinesa e brasileira

Nó-de-cachorro (Heteropterys tomentosa A. Juss.): espécie de uso medicinal em Mato Grosso, Brasil

RESUMO

Neste estudo é apresentada uma revisão sobre nó-de-cachorro (Heteropterys tomentosa A. Juss.), espécie de uso medicinal em Mato Grosso. São abordadas as características da espécie com a descrição da planta, hábitat, distribuição geográfica, ecologia, fenologia e biologia reprodutiva, propriedades químicas e farmacológicas. Os aspectos como a etnobotânica (uso e partes usadas), formas de exploração atual e informações sobre cultivo são discutidos.

Palavras-chave: Malpighiaceae, conservação, cultivo, etnobotânica, cerrado, plantas medicinais

NOTA DO SITE: selecionamos para publicação apenas os aspectos referentes à identificação da espécie, etnobotânica, parte usada e formas de uso e fitoquímica e farmacologia. Entretanto, disponibilizamos no final um link para baixar o artigo completo em pdf.

Identificação da espécie

A primeira descrição sobre o uso como afrodisíaco de "nó-de-cachorro" foi realizada em 1920 por Hoehne, com a afirmação: "Este material goza da fama de ser altamente estimulante e afrodisíaco razão pela qual o vendem em doses verdadeiramente homeopáticas e por preço elevado". Na época havia a sugestão que tal espécie pudesse ser Davilla rugosa Poir., da família Dilleniaceae. Hoehne (1920) relatava ainda: "Para os mesmos fins e com idêntico nome vulgar usam, em Mato Grosso, o caule e as raízes de uma Malpighiaceae". A partir de 1929, o professor Othon Machado trabalhou na identificação botânica do "nó-de-cachorro", conseguindo obter amostras floridas somente em 1948, originárias do Estado do Mato Grosso (Marques et al., 2007).

Machado (1949) observou que a espécie pertencia ao gênero Heteropterys Kunth (Malpighiaceae) e concluiu tratar-se de uma espécie nova, classificando-a como H. aphrodisiaca Machado e a definindo como "planta medicinal, útil principalmente como afrodisíaco e contra o esgotamento nervoso". Mais recentemente Araújo et al. (2010) classificaram a espécie como Heteropterys tomentosa A. Juss.

Segundo Corrêa (1984), as espécies do gênero Heteropterys podem ser encontradas nos Estados de Mato Grosso, Goiás e São Paulo. As raízes de H. tomentosa são irregulares com partes engrossadas e constrições, de onde advém o nome popular, por semelhança ao pênis canino (Figura 1).

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Etnobotânica

A referência mais antiga sobre o uso popular de H. tomentosa é de Hoehne (1920), que cita propriedades tonificantes e reprodutivas. Machado (1949) também confirma este uso: "planta medicinal útil principalmente como afrodisíaca e contra o esgotamento nervoso". A espécie tem potencial ornamental e é forrageira casual (Pott & Pott, 1994).

O potencial medicinal das folhas e das raízes vem sendo registrado pela população matogrossense nos tratamentos de várias enfermidades. As raízes são utilizadas na forma de maceração em bebidas alcoólicas. H. tomentosa é usada para ácido úrico, como afrodisíaca, em debilidades nervosas, como depurativa, anti-desintérica, doenças venéreas, males oftálmicos (catarata e conjuntivite), males uterinos, tônica, fortalecimento muscular e eczemas na pele (Pott & Pott, 1994; Guarim Neto, 1996).

Diversas propriedades medicinais são relatadas, como as tonificantes (Hoehne, 1939), reprodutivas (Hoehne, 1939; Morais, 2003), circulatórias (Jorge, 2001; Morais, 2003), digestivas (Morais, 2003), nervosas (Machado, 1949; Morais, 2003). Mas até os dias atuais, porém, apenas estão comprovadas as propriedades no sistema nervoso, através de trabalhos de pesquisa realizados por Galvão et al. (2002) sobre o efeito farmacológico e toxicológico dessa espécie em roedores jovens e idosos; como cicatrizante em ratos ulcerados (Palazzo, 2000), e como afrodisíaco, por meio de testes em ratos de três faixas etárias, constatando efeito estimulante sobre os mais idosos (Santos & Carlini, 2000). Estes autores por meio de testes com ratos de três faixas etárias aplicaram dosagens de extrato liofilizado de nó-de-cachorro e concluíram que no grupo de ratos mais idosos os resultados foram estimulantes.

Parte usada e formas de uso

A maioria das publicações sobre H. tomentosa cita o uso de raízes e menos frequentemente as folhas. Em revisão feita pelos autores do presente trabalho verifica-se que diferentes agravos de saúde são tratados com a planta (Tabela 1).

Em estudo conduzido por Macedo & Ferreira (2004) em sete comunidades ribeirinhas e seis rurais (Tabela 2), verificou-se quatro formas de uso de H. tomentosa, sendo mais comum usar pedaços de raízes.

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As quatro principais formas de uso são:

1) Maceração em aguardente e vinho sendo o primeiro com 12 e o segundo com 11 citações, respectivamente indicados como afrodisíaco e depurativo do sangue. Esta forma é frequentemente encontrada nos bolichos (pequenos armazéns das comunidades). Todavia, a maceração em vinho é com frequência armazenada e consumida nas residências por mulheres, por apresentar menor teor alcoólico;

2) Chá por decocto obteve sete citações sendo o maior número (5) nas comunidades rurais e duas nas ribeirinhas, indicado para agravos como diabetes, diarréia, gripe, infecções intestinais e renais;

3) Macerada por meio de pedaços de raízes amassadas e colocadas em água para curtir. Esta é a técnica com maior uso, três em comunidades ribeirinhas e duas em rurais. É nestes locais indicada como tônico, principalmente para os pescadores ou trabalhadores rurais, para atividades diárias. Entretanto, este tipo é também citado para os agravos de ulcerações na pele e processos diarréicos sendo este último extensivo aos animais domésticos e ao gado Vacum. É interessante observar que em estudos farmacológicos recentes Palazzo et al. (2000) comprovaram com grupos de ratos ulcerados, a eficácia cicatrizante de pomada de H. tomentosa para ulcerações na pele;

4) Banho com folhas em decocção foi citado em cinco comunidades sendo três rurais e duas ribeirinhas nas seguintes condições: a) quando morno, para o fortalecimento muscular de crianças e idosos, aplicado nos membros inferiores, envolvendo-os com faixa durante o período noturno; b) frio, para lavar os olhos nos tratamentos alternativos de catarata e conjuntivite.

Fitoquímica e farmacologia

Estão presentes nas raízes polifenóis, taninos condensados, e hidrossolúveis, alcalóides, glicosídeos flavônicos e glicosídeos aromáticos simples, glicosídeos cardiotônicos e saponinas (Marques et al., 2007; Barata, et al., 2009). O isolamento de substâncias fenólicas do extrato total de H. tomentosa foi feito por cromatografia em coluna, onde foram isoladas três substâncias identificadas como sendo dihidroflavonóides astilbina, neoastiobina e isoastiobina (Marques et al., 2007).

A atuação de H. tomentosa no sistema nervoso de roedores jovens e idosos foi constatada Galvão et al. (2002) que avaliaram os efeitos do extrato desta droga (extrato liofilizado BST-0298 - Patente requerida #PI9803518-5) sobre a aprendizagem e memória, obtendo-se a melhora significativa dos animais tratados avaliados nos modelos de esquiva passiva e labirinto em "T" (discriminação direita esquerda). O efeito cicatrizante foi verificado em ratos ulcerados por Palazzo (2000) e o efeito afrodisíaco sobre ratos idosos por Santos & Carlini (2000), que verificaram melhoria na memória dos ratos tratados com dose de 50 mg kg-1 do extrato BST0298. Outro efeito do extrato liofilizado se refere ao aumento na atividade antioxidante em estresse oxidativo e defesas antioxidantes em cérebros de ratos jovens e idosos, medidos por meio do teste da lipoperoxidação in vitro (Mattei et al., 2001). Recentemente, Roman-Júnior et al. (2005) isolaram novo nitrocomposto [2,3,4,6-tetra-O-(3-nitropropanoíla)- O-b-D-glucopiranosídeo] das raízes de H. tomentosa, com comprovada atividade antibacteriana. Esta mesma substância demonstrou ter moderada atividade antiviral contra poliovírus tipo 1 e herpes vírus bovino tipo 1 (Melo et al., 2008).

CRÉDITOS: Coelho, M.F.B., ; Jorge, S.A.; Macedo, M.; Nogueira Borges, H.B.; Spiller, C. Rev. bras. plantas med. vol.13 no.4 Botucatu  2011. Para acessar as referências e o artigo completo em PDF, CLIQUE AQUI.

 

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