VÍDEO - ALÍVIO DE DORES SEM CONTRAINDICAÇÕES

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A Acupuntura é uma das técnicas utilizadas na Medicina Tradicional Chinesa. Com o passar dos séculos, difundiu-se pela Ásia (Japão, Vietnã e Coréia) e, mais recentemente, no Ocidente.


Recentemente muitos estudos começaram a comprovar os benefícios que a Acupuntura traz para o organismo. Um desses estudos foi publicado recentemente pelo Hospital das Clínicas em São Paulo e comprova que as agulhas, associadas ao tratamento convencional, causam queda expressiva na escala de dor lombar crônica, problema que deve afetar 90% das pessoas em algum momento da vida.

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

PARIPAROBA – DIURÉTICA E COMBATE CÁLCULOS RENAIS

FITOTERAPIA ACUPUNTURA CURITIBA

Piper amalago L. (Pariparoba). Fonte: FloraRS

RESUMO
OBJETIVO
 A Piper amalago é utilizada na medicina popular brasileira como diurético e para o tratamento de cálculos urinários, embora inexistam dados científicos que comprovem esses efeitos. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos diuréticos e a atividade antilitiásica do extrato etanólico de P. amalago (EEPam).
MATERIAIS E MÉTODOS

Extrato Etanólico de P. amalago (125, 250 e 500mg/kg) foi administrado por via oral em ratos Wistar machos (n = 5) e a excreção urinária foi medida em intervalos de até 24 horas após a administração. O efeito antilitiásico do EEPam foi avaliado em níveis de oxalato de cálcio num modelo turbidimétrico.

RESULTADOS

A administração oral de todas as doses de EEPam aumentou significativamente a produção de urina após 24 horas quando comparado ao grupo controle. Além disso, a aplicação de EEPam produziu um efeito inibitório na cristalização de oxalato de cálcio.

CONCLUSÕES

De acordo com os resultados, o extrato de Piper amalago mostrou atividade diurética e natriurética e efeito antilitiásico.

CRÉDITOS: Novaes AD, da Silva Mota J, Barison A, Veber CL, Negrão FJ, Kassuya CA, de Barros ME. Diuretic and antilithiasic activities of ethanolic extract from Piper amalago (Piperaceae). Phytomedicine. 2013 Nov 16. pii: S0944-7113(13)00423-6. doi: 10.1016/j.phymed.2013.10.014. Link para o resumo no Pubmed, clique aqui.

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INTERAÇÕES ENTRE O GINSENG E OUTROS FÁRMACOS

 

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Radix ginseng

(Título original: Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng – por Rodrigo F. Alexandre; Fabíola Bagatini; Cláudia M. O. Simões - Laboratório de Farmacognosia, Departamento de Ciências Farmacêuticas, UFSC. Adaptado pelo site.)

INTRODUÇÃO

A utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos para a recuperação da saúde é uma prática generalizada, sendo o resultado do acúmulo secular de conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais por diversos grupos étnicos (Simões et al., 1986). Diversos estudos mostram que os medicamentos fitoterápicos são amplamente comercializados em muitos países, principalmente, EUA (Barnes et al., 2004; Blumenthal et al., 2006), Europa (Menniti-Ippolito et al., 2002; Hartel & Volger, 2004; De Smet, 2005) e Brasil (Momesso, 2002; Ribeiro et al., 2005; Silva et al., 2006). Os usuários de plantas medicinais e/ou medicamentos fitoterápicos são, predominantemente, pessoas adultas e idosas, que utilizam outros medicamentos como tratamento principal de doenças crônicas (MacLennan et al., 1996) e, geralmente, acreditam que a fitoterapia é uma alternativa terapêutica isenta de efeitos adversos e/ou incapaz de causar interações medicamentosas (Ernst et al., 1995). Muitas vezes, o uso desses recursos é estimulado de maneira pouco criteriosa. Os conhecimentos empíricos acumulados no passado (tradição cultural) e os científicos desenvolvidos, ao longo do tempo, principalmente com a condução de ensaios clínicos randomizados, mostram que as plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos podem, também, provocar efeitos adversos, toxicidade e apresentar contra-indicações de uso (Alexandre et al., 2005a,b).

As plantas medicinais e, por conseqüência, os medicamentos fitoterápicos são constituídos de misturas complexas de muitos compostos químicos, que podem ser responsáveis pela suas ações polivalentes. Essas ações podem ser explicadas pela interdependência única das mesmas, quando efeitos aditivos, antagônicos e/ou sinérgicos ocorrem como resultado da interação de vários constituintes químicos ativos, em diversos sítios de ação, em diferentes órgãos e tecidos (Williamson, 2005). Contudo, em muitos casos, os constituintes químicos responsáveis pelas atividades farmacológicas das plantas medicinais e/ou medicamentos fitoterápicos são desconhecidos e a complexidade dos constituintes presentes aumenta a possibilidade de ocorrer interações quando fármacos são utilizados concomitantemente (Fugh-Berman & Ernst., 2001; Mills et al., 2005).

As interações entre fármacos e os componentes químicos presentes nas plantas medicinais e nos medicamentos fitoterápicos podem causar alterações nas concentrações plasmáticas dos fármacos e, conseqüentemente, mudanças nos seus perfis de eficácia e/ou segurança. Essas interações podem ser classificadas em farmacocinéticas e farmacodinâmicas. No primeiro caso, os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção do fármaco, podem ser afetados, resultando em ampliação ou redução dos efeitos esperados. A maioria dos fármacos tem seus efeitos terapêuticos explicados através da ligação a receptores específicos. A administração concomitante de fármacos e plantas medicinais e/ou medicamentos fitoterápicos pode alterar os níveis de resposta a esses receptores, provocando a ampliação ou redução do efeito farmacológico esperado, devido ao sinergismo ou antagonismo, respectivamente (Fugh-Berman, 2000; Izzo & Ernst, 2001).

As plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos são amplamente utilizados no Brasil como alternativa terapêutica, principalmente por aqueles que estão em tratamento de doenças crônicas com outros medicamentos. Nesse sentido, o objetivo desse artigo foi realizar um levantamento bibliográfico sobre as principais interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos elaborados à base de ginkgo (Ginkgo biloba L.) e ginseng (Panax ginseng C. A. Mey. e Panax quinquefolius L.), contribuindo, juntamente com outras publicações nacionais (Cordeiro et al., 2005), para a divulgação e prevenção de tais interações.

METODOLOGIA

De acordo com a literatura, ginkgo e ginseng são plantas utilizadas para a elaboração de medicamentos fitoterápicos amplamente utilizados na Europa, EUA (Blumenthal et al., 2006; van den Bout-van den Beukel et al., 2006) e em todo o território nacional (Cordeiro et al., 2005).

Realizou-se um levantamento bibliográfico para a busca de informações sobre as possíveis interações do ginkgo ou ginseng com determinados fármacos. Para isso, foram utilizadas as bases de dados MEDLINE e COCHRANE COLLABORATION, utilizando-se como palavras-chaves os binômios científicos "Ginkgo biloba", "Panax ginseng" e "Panax quinquefolius", sem restrição de data, idioma e tipo de publicação e indexados até agosto de 2006. Essas bases de dados foram utilizadas para a localização dos estudos pré-clínicos, que foram realizados para elucidar os mecanismos envolvidos nas possíveis interações medicamentosas, além de relatos de casos, ensaios clínicos e revisões sistemáticas e/ou meta-análises, realizados para avaliar a segurança dos medicamentos fitoterápicos elaborados com as plantas medicinais em questão. Além disso, foram realizadas buscas manuais de ensaios clínicos nas listas de referências de livros especializados e/ou de artigos já localizados.

RESULTADOS

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DISCUSSÃO

Ginseng

Muitas preparações à base de ginseng disponíveis comercialmente apresentam outros constituintes químicos na formulação, impedindo uma avaliação precisa da eficácia e da segurança desta planta presente nesses medicamentos. Os ensaios clínicos randomizados, duplos-cegos e controlados mostraram que o extrato seco dePanax ginseng G115 pode ser uma alternativa terapêutica na melhora da performance física, psicomotora e cognitiva, e também como imunomodulador (Vogler et al., 1999; Bucci, 2000; Coleman et al., 2003). Os seus constituintes químicos considerados ativos são as saponinas triterpênicas tetracíclicas e pentacíclicas (Liu & Xiao, 1992).

Um estudo in vitro mostrou que as saponinas do ginseng inibiram, de maneira concentração-dependente, a atividade do citocromo P450 dos microssomos hepáticos isolados de ratos. O efeito inibitório foi evidente na oxidação do p-nitrofenol mediada pela CYP2E1 e na N-metilação da eritromicina mediada pela CYP3A (Kim et al., 1997). Porém, os efeitos do ginseng sobre esse sistema metabolizador de xenobióticos, em humanos, ainda não foram totalmente elucidados (Ionnides, 2002). Outros pesquisadores mostraram que o ginseng não provoca efeitos relevantes sobre o metabolismo de fármacos mediado pelo sistema CYP, em humanos, apresentando menor probabilidade de causar interações farmacocinéticas do que outras espécies vegetais (Gurley et al., 2005). Alguns relatos de interações envolvendo medicamentos fitoterápicos à base de ginseng e outros fármacos já foram publicados e estão apresentados na Tabela 2. Após a tabela, tais interações estão descritas em maiores detalhes, finalizando com algumas considerações relativas aos dados encontrados na literatura.

Antidepressivos

Foram relatados dois casos de interações medicamentosas entre fenelzina (antidepressivo da classe dos inibidores da enzima monoamina oxidase) e medicamentos fitoterápicos elaborados com ginseng. No primeiro caso, uma mulher de 64 anos apresentou cefaléia, insônia e tremores após utilizar um produto à base de ginseng, ginseng na forma de chá e fenelzina. Três anos depois, quando ainda utilizava fenelzina, apresentou os mesmos sintomas, após utilizar cápsulas de ginseng (Shader & Greenblatt, 1985). Os autores não relataram o desfecho do caso, mas relacionaram o aparecimento desses efeitos devido a interação entre o produto contendo ginseng e a fenelzina (Shader & Greenblatt, 1988). No segundo caso, uma mulher de 42 anos, com depressão, sem história familiar de mania e/ou doenças psiquiátricas, iniciou um tratamento com fenelzina (45 mg/dia) e uma preparação à base de ginseng. Inicialmente, obteve redução dos sintomas da depressão, mas posteriormente, apresentou sintomas de mania, insônia, irritabilidade, cefaléia e alucinações e, por isso, suspendeu os medicamentos antidepressivos. Como houve o aparecimento dos sintomas da depressão, retomou o tratamento com a fenelzina, sem suspender a preparação à base de ginseng e, novamente, apresentou episódios de cefaléia. Os autores relacionaram o aparecimento desses sintomas devido a uma possível interação entre a fenelzina e o ginseng (Jones & Runikis, 1987). O mecanismo envolvido nesta interação ainda é desconhecido, mas pode estar relacionado com a atividade do ginseng sobre o sistema nervoso central.

Anticoagulantes orais

Foi relatada a possível interação entre um medicamento fitoterápico à base de P. ginseng e varfarina (Janetzky & Morreale, 1997). Neste caso, uma mulher de 47 anos, que tinha uma válvula mecânica na aorta, tratava-se com varfarina (5 mg/dia) há sete anos como anticoagulante, e iniciou o uso de três cápsulas diárias do medicamento fitoterápico. O tempo de pró-trombina, que esteve normal nos últimos nove meses, declinou para 1,5 (normal: 2,5 a 3,5), após duas semanas do início do tratamento com o ginseng. Esse valor retornou ao normal após a suspensão do medicamento fitoterápico, sugerindo uma interação entre os ginsenosídeos e a varfarina. Como estudos em animais não mostraram interferência do ginseng sobre a farmacodinâmica e a farmacocinética da varfarina (Zhu et al., 1999), o significado clínico desse caso não pôde ser estabelecido (Coon & Ernst, 2002). Com base nestes relatos de casos, foram conduzidos três ensaios clínicos para avaliar a possível interação entreP. ginseng e varfarina em voluntários jovens. Dois ensaios clínicos mostraram que o ginseng não altera a farmacocinética e a farmacodinâmica da varfarina (Jiang et al., 2004; 2005); porém, o outro estudo mostrou redução no efeito anticoagulante da varfarina, quando a mesma foi administrada juntamente com o ginseng (Yuan et al., 2004). Como os resultados destes estudos foram contraditórios, recomenda-se a monitoração do paciente, devido a possível redução da eficácia dos anticoagulantes orais pelos medicamentos fitoterápicos à base de ginseng (Plotnikoff et al., 2004; Cheng, 2005; Micromedex, 2006).

Estrogênios

O uso concomitante de medicamentos fitoterápicos à base de ginseng e estrogênios pode provocar efeitos adversos advindos do aumento da atividade estrogênica, tais como mastalgia e sangramento menstrual excessivo. Alguns relatos de casos sugerem que o ginseng possui atividade semelhante aos hormônios estrogênicos (Palmer et al., 1978; Punnonen & Lukola, 1980; Greenspan, 1983). Devido a esse possível efeito estrogênico, deve-se evitar o uso de medicamentos à base de ginseng em pacientes com câncer de mama, sangramento vaginal anormal não diagnosticado, tromboflebite ativa, distúrbios tromboembólicos e em gestantes (Micromedex, 2006).

Anti-hipertensivos

Um ensaio clínico conduzido com 22 voluntários saudáveis avaliou a possível interação do uso concomitante de um medicamento à base de ginseng e nifedipina (vasodilatador antagonista dos canais de cálcio). Durante 18 dias, um grupo foi tratado com 200 mg/dia de um medicamento à base de ginseng e uma dose única de nifedipina (10 mg), enquanto o grupo controle foi tratado somente com a nifedipina. Após 30 min, observou-se um aumento de 53% na concentração plasmática da nifedipina em relação ao grupo controle. Como conseqüência, verificou-se um aumento significativo nos efeitos adversos desse anti-hipertensivo, tais como cefaléia, constipação, edema de tornozelos e insuficiência cardíaca (Smith et al., 2001).

Há na literatura, o relato de um caso de uma mulher de 63 anos, portadora de glomerulonefrite membranosa e tratada com furosemida e ciclosporina, que foi hospitalizada com quadro de hipertensão e edema. Estas complicações ocorreram após 10 dias de tratamento com uma preparação contendo ginseng e germânio (mineral presente em suplementos alimentares para fortalecimento do sistema imunológico). O quadro foi controlado após a administração intravenosa de 240 mg de furosemida e a suspensão da preparação à base de ginseng. Os autores relataram a possível interação entre o ginseng e a furosemida, mas a presença do germânio pode ter favorecido o aparecimento das complicações, principalmente, pelo fato de que o germânio, quando usado a longo prazo, pode provocar danos renais (Becker et al., 1996).

Hipoglicemiantes

Alguns estudos sugerem que medicamentos fitoterápicos à base de Panax ginseng ou Panax quinquefolium podem provocar hipoglicemia em pacientes tratados com hipoglicemiantes orais (Vuksan et al., 2000a,b) e, também, podem reduzir a glicemia pós-prandial em indivíduos saudáveis (Vuksan et al., 2000b,c; Vuksan et al., 2001). Os mecanismos desta possível interação medicamentosa ainda não foram elucidados, mas provavelmente, ocorre pelo fato de que, em estudos em animais, o ginseng aumentou a sensibilidade aos receptores da insulina (Ng & Yeung, 1985; Ohnishi et al., 1996) e, também, a sua secreção (Kimura et al., 1981).

Etanol

Um estudo clínico aberto e não-randomizado, conduzido com voluntários saudáveis, mostrou uma redução de 30% na concentração plasmática do etanol, quando esse foi administrado juntamente com um extrato de ginseng (Lee et al., 1987). Esta interação pode ser explicada pelo fato de que os ginsenosídeos retardam o esvaziamento gástrico e induzem os sistemas enzimáticos que metabolizam o etanol e, também, a isoforma CYP2E1 (esta isoforma do citocromo P450 hepático é responsável pela metabolização do etanol, juntamente com as enzimas álcool e aldeído desidrogenase e catalase).

Vacinas

Um ensaio clínico randomizado e multicêntrico avaliou a possível interferência do extrato G115 de ginseng sobre a eficácia de uma vacina polivalente para o tratamento do vírus influenza, em 227 voluntários. Verificou-se uma redução significativa nos sintomas característicos da gripe e, também, um aumento da atividade das células NK sangüíneas nos pacientes tratados com o medicamento fitoterápico (Scaglione et al., 1996). Estes resultados podem ser explicados pelo fato de que o ginseng melhorou a resposta imunológica em animais de laboratório (Hu et al., 2003)

Em suma, os estudos disponíveis sugerem uma potencial interação entre os medicamentos fitoterápicos elaborados com ginseng e antidepressivos inibidores da monoamino oxidade, anti-hipertensivos, contraceptivos à base de estrogênios e hipoglicemiantes orais. Além disso, deve-se monitorar o tempo de pró-trombina nos usuários de ginseng e varfarina.

CONCLUSÃO

A utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos tem aumentado nos últimos anos, principalmente, pelos portadores de doenças crônicas. Como as plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos são caracterizados por uma mistura complexa de componentes químicos e podem apresentar diversos mecanismos de ação, não há dúvidas de que, quando administrados concomitantemente, podem interagir com diversos fármacos, alterando os seus perfis de eficácia e segurança. Neste estudo, verificou-se que as evidências disponíveis sobre a maioria das possíveis interações medicamentosas foram obtidas de estudos in vitro, in vivo ou de relatos de casos. Estes estudos, geralmente, apresentam diversas limitações. Apesar dos estudos in vitro e in vivo serem importantes para a elucidação dos mecanismos envolvidos na interação, geralmente, os seus resultados não podem ser extrapolados para os seres humanos (Ernst 2000a,b). Apesar das informações presentes nos relatos de casos, na maioria das vezes, serem insuficientes, estas fontes de informação são importantes para aumentar as evidências sobre a segurança dos medicamentos fitoterápicos e estimular a condução de estudos clínicos controlados. Mesmo assim, o número de relatos de casos ainda é reduzido, já que não há tradição dos médicos em relacionar os efeitos adversos a medicamentos com prováveis interações com plantas e/ou medicamentos fitoterápicos, dando a idéia, muitas vezes equivocada, de que estes produtos são totalmente seguros. Adicionalmente, muitos pacientes não informam aos profissionais da saúde de que são usuários da fitoterapia e, assim, os casos de interações medicamentosas não podem ser identificados (Hu et al., 2005). No entanto, quando os mesmos chegam a ser identificados, geralmente, são registrados com informações insuficientes, dificultando a conclusão de que a interação foi provocada pelo medicamento fitoterápico e, mais dificilmente, estes relatos são publicados em revistas científicas especializadas. Portanto, recomenda-se que os profissionais da área da saúde documentem os possíveis casos de interações entre medicamentos fitoterápicos e fármacos, contribuindo para aumentar as evidências sobre o perfil de segurança das mesmas. No caso de utilizar fármacos juntamente com tais medicamentos ou mesmo com plantas medicinais, recomenda-se aos usuários solicitar informações aos profissionais da área da saúde, para evitar riscos de interação medicamentosa e prejudicar o seu tratamento.

CRÉDITOS: Rodrigo F. Alexandre; Fabíola Bagatini; Cláudia M. O. Simões. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Rev. bras. farmacogn. v.18 n.1 João Pessoa jan./mar. 2008. LINK PARA O ARTIGO (SCIELO), CLIQUE AQUI.

O artigo foi editado a fim de selecionarmos apenas os dados referentes ao ginseng. Para acessar o artigo completo e as referências, clique no link acima.

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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DA KAVA-KAVA E DA ERVA DE SÃO JOÃO

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Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum

RESUMO: A utilização de produtos naturais na medicina popular é milenar e persiste até os dias atuais. Entretanto, a idéia de que estes produtos são isentos de toxicidade torna o uso de medicamentos fitoterápicos cada vez maior e indiscriminado. Este trabalho trata de uma revisão sobre as interações que podem ocorrer com a utilização concomitante de Hypericum perforatum L. (erva de são joão) e Piper methysticum F. (kava-kava) com fármacos, podendo levar a sérios efeitos tóxicos, incluindo a fatalidade.

Unitermos: Piper methysticum, Hypericum perforatum, erva de são João, kava-kava, interações medicamentosas, fi toterápicos.

INTRODUÇÃO

A utilização de produtos naturais como recurso terapêutico é tão antiga quanto a civilização humana, e por muito tempo, produtos minerais, vegetais e animais constituíram o arsenal terapêutico. Com o advento da Revolução Industrial e o desenvolvimento da química orgânica, os produtos sintéticos foram adquirindo primazia no tratamento farmacológico. Isto ocorreu, entre outros fatores, pela maior facilidade de obtenção de compostos puros, com o desenvolvimento de processos de modifi cações estruturais (com vistas a fármacos mais ativos e mais seguros) e pelo crescente poder econômico das grandes companhias farmacêuticas.

Mesmo assim, os produtos naturais não perderam seu lugar na terapêutica, sendo considerados equivocadamente pela população como medicamentos seguros, garantindo um crescimento em sua utilização (Eisenberg et al., 1998). Além disso, a utilização de produtos naturais, pelo seu paralelo com o desenvolvimento da cultura humana, foi e muitas vezes ainda é, acompanhada por significados mágico-religiosos e visões peculiares de saúde e doença (Rates, 2001). Entre os 252 fármacos essenciais selecionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1991), 11% são de origem exclusivamente vegetal e uma parcela significativa é preenchida por medicamentos semisintéticos, obtidos a partir de precursores naturais (Rates, 2001).

Para a OMS, plantas medicinais são todas aquelas silvestres ou cultivadas, utilizadas como recurso para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou patológico, ou utilizado como fonte de fármacos e de seus precursores, enquanto fitoterápicos são produtos medicinais acabados e etiquetados, cujos componentes ativos são formados por partes aéreas ou subterrâneas de plantas, ou outro material vegetal, ou combinações destes, em estado bruto ou em formas de preparações vegetais (OMS, 2000; Rates, 2001).

Inegavelmente, as plantas medicinais e os fitoterápicos apresentam papel importante na terapêutica: cerca de 25% dos medicamentos prescritos mundialmente são de origem vegetal (OMS, 1991; Rates, 2001). O termo interações medicamentosas se refere à interferência de um fármaco na ação de outro, ou de um alimento ou nutriente na ação de medicamentos. É importante lembrar que existem interações medicamentosas benéfi cas ou desejáveis, que têm por objetivo tratar doenças concomitantes, reduzir efeitos adversos, prolongar a duração do efeito, impedir, ou retardar o surgimento de resistência bacteriana, aumentar a adesão ao tratamento, incrementar a efi cácia ou permitir a redução de dose.

As interações indesejáveis são as que determinam redução do efeito ou resultado contrário ao esperado, aumento na incidência e na gama de efeitos adversos e no custo da terapia, sem incremento no benefício terapêutico. As interações que resultam em redução da atividade do medicamento e conseqüentemente na perda de sua eficácia são difíceis de serem detectadas e podem ser responsáveis pelo fracasso da terapia ou progressão da doença. Os fatores genéticos, idade, condições gerais de saúde, funções renal e hepática, consumo de álcool, tabagismo, dieta, assim como fatores ambientais, infl uenciam a suscetibilidade para interações medicamentosas (Sehn et al., 2003).

Produtos a base de Hypericum perforatum L. (erva de são joão) e Piper methysticum F. (kava-kava) são largamente comercializados em todo território nacional, e estão sendo consumidos de forma irracional e indiscriminada, concomitantemente com outros medicamentos promovendo interações (Fugh Berman, 2000).

DISCUSSÃO

Hypericum perforatum Linaeus

A espécie Hypericum perforatum L. pertence à família Guttiferae sendo conhecida popularmente como hipérico ou erva-de-são-joão, possui em sua composição química: óleo essencial, taninos, resinas, pectina, naftodiantronas (hipericina, pseudohipericina), floroglucinóis (hiperforina), flavonóides (quercetina, quercetrina, isoquercetina, rutina), procianidinas (procianidina, catequina), fitosteróis, vitaminas C, carotenos, aminoácidos e saponinas (Greeson et al., 2001).

Sua atividade é conhecida desde a antiguidade, porém, o interesse científi co em suas propriedades medicinais é recente (Singh 2005). O extrato de H. perforatum é utilizado no tratamento da depressão leve a moderada, com perfil de tolerabilidade superior aos antidepressivos sintéticos.

Na Alemanha, é o antidepressivo mais utilizado, representando acima de 25% do total de antidepressivos prescritos, sendo a Europa líder em prescrição e consumo (Bahls, 2001; Ratz et al., 2001). Bahls (2001) e Ratz et al. (2001) sugerem que as hipericinas sejam responsáveis pela atividade antidepressiva, segundo pesquisas realizadas na Alemanha e na Áustria.

Já Kirakosyan et al. (2004) atribuem essa atividade ao grupo das hiperforinas, porém o mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido. Existem evidências de que o hipérico reduza os níveis séricos de vários fármacos, provavelmente por indução das enzimas hepáticas (citocromo P 450 - isoenzima CYP1A2) (Stockley, 2002).

O FDA emitiu uma advertência sobre interações provocadas pelo uso do hipérico concomitantemente com medicamentos anti-retrovirais (Taylor, 2001). Este fitoterápico estaria sendo utilizado para melhorar a imunidade dos pacientes portadores de HIV.

Entretanto, em estudos conduzidos pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) tanto na Europa como nos Estados Unidos, ficou evidente que o hipérico pode interferir com a ação do indinavir, diminuindo significativamente a concentração plasmática do inibidor de protease (Miller, 2000) resultando em um tratamento inadequado contra o vírus. Outros inibidores de protease (nelfi navir, ritonavir e saquinavir) provavelmente interagem de maneira similar (Stockley, 2002).

Pesquisadores da Universidade de Zurique (Suíça) mostraram que a erva interfere no efeito imunossupressor da ciclosporina, utilizado na prevenção de rejeição a órgãos transplantados, (Baede Van Dijk et al., 2000; Breidenbach et al., 2000; Moore et al., 2000; Ruschitzka, et al. 2000; Moschella e Jaber, 2001; Hennessy et al., 2002).

A queda nos níveis séricos de ciclosporina e a rejeição de órgãos ou tecidos transplantados, podem ocorrer em poucas semanas após o uso concomitante de extrato de hipérico. Pacientes com transplantes de coração e utilizando ciclosporina desenvolveram rejeição aguda (Stockley, 2002). Existem evidências de que o hipérico possa reduzir os níveis plasmáticos de digoxina entre 1/3 e 1/4 do fármaco.

Como a redução dos níveis plasmáticos de digoxina nesta proporção altera o funcionamento cardíaco, os níveis séricos de digoxina devem ser conseqüentemente monitorados em pacientes que estiverem utilizando hipérico, cujo uso deve ser evitado ou interrompido e a dosagem de digoxina ajustada se necessário (Johne et al., 1999; Stockley, 2002).

Dados mostram que ocorrem sangramentos e falhas de contraceptivos orais em mulheres usando hipérico concomitantemente, inclusive a contracepção hormonal de emergência. A incidência da interação entre hipérico e contraceptivos não é conhecida.

Entretanto, desde que exista o risco, mulheres utilizando contraceptivos orais devem evitar o uso do hipérico ou devem usar métodos contraceptivos adicionais (Stockley, 2002). Sugimoto et al. (2001) demonstraram que a utilização concomitante de hipérico e sinvastatina, diminui os níveis plasmáticos deste último.

O hipérico como indutor enzimático, pode diminuir os níveis plasmáticos de outros fármacos como: antidepressivos tricíclicos, amitriptilina, nortriptilina, anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína, fenobarbital), anticoagulantes, femprocumona e varfarina (Stockley, 2002).

Tem-se relatado ainda o efeito do hipérico sobre o metabolismo do irinotecan, um pró-fármaco substrato para CYP3A4. Os resultados indicam que os pacientes utilizando irinotecan não devem associar o uso de hipérico durante o tratamento (Mathijssen et al., 2002).

QUADRO 1 ACUPUNTURA CURITIBA

Sparreboom et al. (2004) apresentam revisão apontando vários efeitos do H. perforatum como potente indutor enzimático de CYP3A4, CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19 e CYP2B6 mas não de CYP2D6, CYP3A5, CYP3A7 e CYP3A43.

Entretanto em modelos experimentais com expressão cDNAo extrato de H. perforatum apresentou, paradoxalmente, atividade de inibição de CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6 e CYP3A4. O Quadro 1 exemplifica através de resultados de ensaios clínicos, alguns casos de alterações nos efeitos de alguns fármacos de amplo uso, em função da utilização concomitante de erva de são joão. Sintomas característicos da síndrome serotoninérgica central (Quadro 2) podem ser resultados do uso concomitante do hipérico com inibidores da recaptação de serotonina ou agonistas serotoninérgicos, alcalóides do ergot e simpatomiméticos (Quadro 3) (Baede Van Dijk et al., 2000).

Piper methysticum Forst.

A espécie Piper methysticum G. Forster pertencente à família Piperaceae, é conhecida popularmente como pimenta intoxicante, kava, kavakava, pimenta kava e raiz kava. Apresenta em sua composição química ácido benzóico, ácido cinâmico, açúcares, bornil-cinamato, kavalactonas, (cavaína, iangonina, diidrocavaína, metisticina) estigmasterol, fl avocavaínas, mucilagens, pironas, tetrahidroiangonina, dentre outros. Apresenta aproximadamente 3,2% de minerais, ressaltando-se o potássio (Mack, 1994; Leung, et al., 1996; Bilia et al., 2002 e Backleh et al., 2003). Atualmente, a kava-kava tem sido utilizada para o tratamento da ansiedade, estresse, insônia, agitação, epilepsia, psicose e depressão. Não há informação suficiente disponível sobre a eficácia da kava-kava para seus outros usos. Entretanto, na medicina popular, ela é usada também, para promover cicatrização de feridas, no tratamento enxaquecas, resfriados e infecções do trato respiratório, tuberculose, reumatismo, infecções urogenitais, incluindo cistite crônica, doenças venéreas, infl amação uterina, problemas intestinais, otite e abscessos (Pierce, 1999).

QUADRO 2 ACUPUNTURA CURITIBA

QUADRO 3 ACUPUNTURA CURITIBA

A atividade farmacológica da kava-kava tem sido atribuída as kavalactonas (também conhecidas como kavapironas), kavaína, diidrokavaína, metisticina, diidrometisticina e outros. Está comprovado que a kavakava possui uma variedade de efeitos sobre o sistema nervoso central, incluindo atividades ansiolíticas, sedativas, anticonvulsivantes, anestésica local, espasmolítica e analgésica; entretanto, o mecanismo exato desses efeitos é, ainda, desconhecido (Pierce, 1999).

Mostra-se segura quando usada oralmente e de maneira apropriada (isto é, isoladamente), por um curto período. Porém, não é considerada segura, quando usada em altas doses ou a longo prazo. Há relatos de efeitos adversos signifi cativos em pacientes após o uso pelo tempo de 1-3 meses. A utilização oral e isolada de preparações farmacêuticas a base de kava-kava mostram-se seguras nestas condições, durante um curto período de tempo.

Porém, quando se consideram altas doses e/ou períodos prolongados a segurança é diminuída (Bone, 1994; Karnic, 1994; Burgess, 1998 e Pierce, 1999). Existem evidências de que os constituintes da kava-kava possam causar perda do tônus uterino, podendo provocar complicações na gravidez. Durante a amamentação, estes mesmos constituintes podem passar ao leite materno, por isso, seu uso nessas condições, deve ser evitado (Pierce, 1999). Na Alemanha e Suíça, vários casos de toxicidade hepática grave (hepatite, cirrose e falência hepática) foram relacionados com produtos contendo extratos de kava-kava.

Baseada na avaliação dos eventos adversos notifi cados, a autoridade regulatória na Suíça proibiu a comercialização de produtos contendo o extrato de kavakava naquele país. Também, as autoridades da Alemanha publicaram uma proposta de retirada de todos os produtos contendo extrato de kava do mercado alemão (Vidotti et al., 2001).

Nos Estados Unidos, a FDA está investigando se o uso destes produtos apresenta similar importância para a Saúde Pública. Foram registradas várias notifi cações de sérios danos supostamente associados ao uso de suplementos dietéticos contendo kava-kava (Vidotti et al., 2001 e Sparreboom et al., 2004). A kava-kava pode exacerbar quadros de insuficiência hepática, bem como hepatite em pacientes com história de hepatite recorrente, sendo este efeito reversível, após a suspensão do fitoterápico.

Entretanto, há relatos de ocorrência de hepatite aguda com necrose hepatocelular severa, exigindo transplante hepático em pacientes após ingestão de doses “terapêuticas” de extrato de kava-kava. Em pacientes suscetíveis, alguns sintomas podem aparecer após curto tempo como icterícia, fadiga e urina escura. Exames de avaliação da função hepática apontam alteração nos resultados após 1-2 meses de uso, com o aparecimento de hepatomegalia e início de encefalopatia (Pierce, 1999). A kava-kava pode potencializar os efeitos deletérios no fígado quando associadas com fármacos com potencial hepatotoxicidade, como mostrado no Quadro 4 (Selim e Kaplowitz, 1999).

Nesse sentido, pacientes com história de doença hepática devem evitar kava-kava, e sua utilização não deve ser superior a um mês sem a supervisão médica (Burges, 1998 e Pierce, 1999). Consumidores que possuam algum comprometimento hepático, ou mesmo algum dano relacionado ao consumo de álcool, habituados a utilizar produtos naturais sem nenhuma avaliação médica (mesmo havendo legislação pertinente contra este procedimento) podem adquir produtos à base de kava-kava, aumentando, desta forma o risco de reações adversas graves para o fígado, podendo levar à necessidade de transplante hepático ou mesmo à morte.

QUADRO 4 ACUPUNTURA CURITIBA

Entretanto, Anke & Ramzan (2004) fazem apontamentos de que a maioria dos casos de insufi ciência hepática podem não estar relacionados à ingestão de kava-kava, bem como informam que as respostas quanto aos casos de hepatotoxicidade são ainda insatisfatórias.

São descritas, ainda, interações com depressores do SNC como etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos, hipnóticos-sedativos, anti-histamínicos, neurolépticos que, quando utilizados concomitantemente com kavakava, provocam uma potencialização dos efeitos depressores caracterizado por sedação, cansaço e diminuição dos refl exos (Jamieson e Duffi eld, 1990).

Já foi registrada uma notificação de coma quando associado com alprazolam (Almeida, 1993). A kava-kava acentua os efeitos deletérios do álcool. Em estudos em indivíduos saudáveis, submetidos aos testes cognitivos e testes visomotores foi observado que a utilização de kava-kava não alterou os resultados dos testes, e a utilização de álcool separadamente reduziu o desempenho em alguns indivíduos.

A mistura de kavakava e álcool, porém, reduziu ainda mais os resultados dos testes, demonstrando a potencialização dos efeitos depressores. Ainda não se têm dados sobre o uso de diferentes dosagens de álcool e kava-kava (Stockley, 2002).

Associada com antagonistas dopamínicos, pode provocar distonia, discinesia e pseudo-parkinsonismo. Quando utilizada em indivíduos com a doença de Parkinson, há relatos de ocorrência de redução da eficácia da levodopa devido, provavelmente, ao antagonismo a dopamina (Pierce, 1999). Stockely (2002) relata casos de pacientes hospitalizados, utilizando, em associação, alprazolam, cimetidina, terazosina e kava-kava, apresentando estado letárgico e desorientado, 3 dias após o início da utilização de kava, a qual, havia sido adquirida como suplemento alimentar.

Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) associados a kava-kava provocam uma inibição excessiva da MAO provocando um aumento da toxicidade da kavakava, caracterizado por irritabilidade, hiperatividade, insônia, ansiedade, hipotensão, cansaço, colapso cardiovascular, alucinações, flushing, taquipnéia, taquicardia e alterações de movimento, entre outros (Jamieson e Duffi eld, 1990).

Existem relatos de que a kava-kava pode interagir com outros medicamentos à base de plantas medicinais, como a Nepeta cataria L. (erva-dos-gatos), Apium graveolens L. (aipo), Panicum chloroticum N. (grama-de-ponta), Inula helenium L. (ênula), Pfaffi a paniculata K. (ginseng siberiano), Matricaria chamomilla L. (camomila alemã), Melissa offi cinalis L. (erva-cidreira), Salvia officinalis L. (sálvia), Hypericum perforatum L. (erva de são João), Ocotea odorifera R. (sassafrás), Urtica urens L. (urtiga), Valeriana officinalis L. (valeriana) (Pierce, 1999).

CONCLUSÃO

O diálogo entre os discursos popular e científico tem muito a contribuir pois, a utilização de plantas medicinais conta, em muitos casos, com uso tradicional nas populações, o que permitiria justifi car sua efi cácia, sem por isso prescindir dos estudos farmacológicos e toxicológicos indispensáveis para confi rmar esta efi cácia, garantindo a segurança do uso (Bittencourt et al., 2002).

Diante do cenário de utilização indiscriminada de fitoterápicos “ditos” seguros, fica evidente os vários efeitos adversos que podem promover quando associados a outros fármacos, ou mesmo com outros fitoterápicos. Enfatizando a importância de conscientização da equipe de profi ssionais envolvidos nos processos de prescrição, dispensação e administração dos medicamentos e o que o ditado popular “produto natural não faz mal” deve ser quebrado. Com isso, médicos e farmacêuticos devem questionar e alertar seus pacientes também sobre o uso de ervas medicinais. Devido ao seu alto poder de interação, nenhum fi toterápico deve ser administrado com outros medicamentos sem orientação médica/farmacêutica.

NOTA DO SITE: Discordamos dos autores que afirmam existir um  “cenário de utilização indiscriminada de fitoterápicos “ditos” seguros” na CONCLUSÃO pois, nada obstante 25% dos medicamentos prescritos mundialmente serem de origem vegetal, não está claro se são fitoterápicos em si e não foi apresentado nenhum dado que justifique um cenário de uso indiscriminado. É uma posição a ser revista, obviamente, caso hajam dados mostrando a utilização ou mesmo a prescrição indiscriminada.

O vocábulo “indiscriminado” segundo o Houaiss, versão eletrônica, tem a seguinte definição:

adjetivo ( 1642)

sem discriminação, distinção ou ordem; incontrolado, confuso

‹ o jornal fazia um ataque i. a todos os médicos › ‹ uso i. de remédios ›

Etimologia
in- + discriminado; ver -cern- e crimin(o)-; f.hist. 1642 indiscriminadamente, 1881 indiscriminado

Sinônímia e Variantes
ver sinonímia de desordenado

Antonímia
ver antonímia de desordenado

CRÉDITOS: C.H.G.Cordeiro, Chung M.C., L.V.S. do Sacramento. Interações medicamentosas de fi toterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev. Bras. Farmacogn. Braz J. Pharmacogn. 15(3):jul/set. 2005. PARA BAIXAR O ARTIGO COMPLETO EM PDF (COM REFERÊNCIAS) CLIQUE AQUI.

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Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com umACUPUNTURISTA!

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

ÓLEO DE COPAÍBA – UTILIZAÇÃO MEDICINAL

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folhas, flores e fruto da copaíba

A COPAÍBA

As copaibeiras (Figura 1) são árvores comuns à América Latina e África Ocidental (Francisco, 2005), sendo encontradas, no Brasil, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Amazônica. Tais plantas chegam a viver cerca de 400 anos, atingem altura entre 25 e 40 metros (Araújo Júnior et al., 2005), diâmetro entre 0,4 e 4 metros, possuem casca aromática, folhagem densa, flores pequenas e frutos secos, do tipo vagem. As sementes são pretas e ovóides com um arilo amarelo rico em lipídeos (Alencar, 1982; Van Den Berg, 1982; Lorenzi, 1992; Xena & Berry, 1998).

Da árvore da copaíba é extraído um óleo-resina, de cor que varia de amarelo ouro a marrom (Lloyd, 1898), dependendo da espécie. Esse óleo-resina tem sido utilizado desde a época da chegada dos portugueses ao Brasil na medicina tradicional popular e silvícola para diversas finalidades, e hoje se encontra como um dos mais importantes produtos naturais amazônicos comercializados, sendo também exportado para Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra (Veiga Junior & Pinto, 2002).

Sem título-1

Árvores de copaíba (Pieri, F.A. et al)

UTILIZAÇÃO MEDICINAL DO ÓLEO DE COPAÍBA

O óleo-resina extraído da copaibeira recebe indicação da medicina tradicional, para inúmeras finalidades, das mais diferentes naturezas, e tem sido há vários anos matéria de vários estudos, visando comprová-las ou adaptá-las a novas terapias.

No ano de 1972, o Food and Drug Administration, órgão americano regulamentador de drogas, aprovou o óleo de copaíba, após ser submetido a testes de sensibilização e irritação, com o uso de 25 voluntários, obtendo-se resultado negativo para ambos (Veiga Junior & Pinto, 2002).

As principais propriedades terapêuticas citadas são:

  • atividade antiinflamatória (Vieira, 1992; Maciel et al., 2002; Rigamonte Azevedo et al., 2004; Araújo Júnior et al., 2005; Brito et al., 2005; Francisco, 2005; Freire et al., 2006; Pacheco et al., 2006; Ramos, 2006; Silva et al., 2006), que tem como principais componentes responsáveis os hidrocarbonetos, sesquiterpênicos, especialmente o β-bisaboleno e β-cariophileno (Veiga Junior & Pinto, 2002; Oliveira et al., 2005; Veiga Junior et al., 2005; Ramos, 2006);
  •  ação cicatrizante (Brito et al., 2000; Maciel et al., 2002; Veiga Junior & Pinto, 2002; Rigamonte Azevedo et al., 2004; Araújo Júnior et al., 2005; Brito et al., 2005; Francisco, 2005; Veiga Junior et al., 2005; Ramos, 2006; Silva et al., 2006);
  •  potencial anti-séptico (Goodman & Gilman, 1945; Robbers et al., 1996; Maciel et al., 2002; Veiga Junior & Pinto, 2002; Cascon, 2004; Rigamonte Azevedo et al., 2004; Veiga Junior et al., 2005; Ramos, 2006);
  •  antitumoral (Rodrigues, 1989; Maciel et al., 2002; Veiga Junior & Pinto, 2002; Rigamonte Azevedo et al. 2004; Araújo Junior et al., 2005; Francisco, 2005; Veiga Junior et al., 2005; Freire et al., 2006; Oliveira et al, 2006; Pacheco et al., 2006; Silva et al., 2006);
  • antibacteriano (Veiga Junior & Pinto, 2002; Drumond et al., 2004; Gonçalves et al., 2005; Veiga Junior et al., 2005; Freire et al., 2006; Pieri, 2007);
  • germicida (Bloise, 2003);
  • expectorante (Brito et al., 2000; Maciel, et al., 2002; Rigamonte Azevedo et al., 2004; Brito et al., 2005; Freire et al., 2006; Ramos, 2006),
  • diurético (Maciel et al., 2002; Freire et al., 2006; Silva et al., 2006);
  • analgésico (Veiga Junior & Pinto, 2002; Gurgel, 2004; Oliveira et al., 2005; Pacheco et al., 2006).

Outras indicações também são conhecidas e citadas:

  • ação antiviral (Veiga Junior & Pinto, 2002; Gurgel, 2004);
  • antidiarréica, contra o reumatismo, psoríase (Brito et al., 2000; Maciel et al., 2002);
  • hemorragias, moléstias de pele, urticárias (Maciel et al., 2002);
  • pneumonia, eczema, paralisia, cefaléia, picada de cobra (Rigamonte Azevedo et al., 2004);
  • sífilis (Pacheco et al., 2006);
  • leishmaniose, como antitetânico, antiblenorrágico (Rigamonte Azevedo et al., 2004);
  • antileucorréico e cercaricida (Maciel et al., 2002);
  • ação antiulcerogênica, estimulante (Ramos, 2006)
  • afrodisíaca (Ribeiro, 1971).

acupuntura curitiba copaiba antiinflamatorio

O extrato das folhas da copaibeira tem tido apontado como uma de suas funções, a atividade antioxidante, função não comprovada no óleo-resina (Veiga Junior & Pinto, 2002; Rigamonte Azevedo et al., 2004; Araújo Júnior et al., 2005; Ramos, 2006)

Outras ações têm sido descobertas, como a de vasorelaxante, citotóxico e embriotóxico (Costa Lotufo et al., 2002), com o isolamento do diterpeno, ácido caurenóico, encontrado até hoje apenas na Copaifera langsdorffii(Veiga Junior et al., 2005) e que acumula também atividades antiinflamatória e protetora de colite induzida por ácido acético (Paiva et al., 2004; Veiga Junior et al., 2005).

Além disso, pesquisas realizadas nas últimas duas décadas apontam o óleo de copaíba para o campo da Odontologia, como substituto do eugenol em três formulações (Costa et al., 1996; Veiga Junior & Pinto, 2002; Cascon, 2004; Ramos, 2006) : Na mistura com o óxido de zinco, na formulação do cimento endodôntico, para obturações de canais radiculares, com vantagens sobre a formulação usual, por produzir menor irritação (Ribeiro, 1989).

Em composição obturadora provisória medicamentosa, em combinação com o hidróxido de cálcio, apresenta melhor capacidade antimicrobiana, em relação à formulação com o eugenol (Veiga Junior & Pinto, 2002; Ramos, 2006). A pasta feita com o óleo de copaíba apresentou pequeno potencial irritativo, sendo preferível ao médio potencial do eugenol, além de potencializar as propriedades do CaOH, na compatibilidade tecidual, na indução da formação de tecido mineralizado; em cimento formado com a união de óleo de copaíba, CaOH e óxido de zinco mostra maior eficiência nas infiltrações apicais em obturações de canais radiculares (Ramos, 2006).

Recentemente testes têm também sido realizados em ensaios laboratoriais com a finalidade de comprovar ação antimicrobiana da copaíba sobre bactérias formadoras da placa dental (Pieri, 2007; Valdevite et al., 2007), tendo inclusive sido registrado um gel à base de copaíba, para esta finalidade (Simões, 2004). A utilização do óleo de copaíba sobre as bactérias formadoras de placa dental foi comprovada recentemente em estudo realizado em cães, tendo sido obtido ao final do período experimental, redução significativa da formação da placa dental nos animais com a utilização de solução a base do fitofármaco (Pieri, 2007). Pieri (2007) também testou in vitro a atividade antimicrobiana do óleo de copaíba, sobre a bactéria Streptococcus pyogenes, causadora de inflamações de garganta, obtendo resultados positivos na inibição do crescimento deste microrganismo.

CRÉDITOS: Extraído e adaptado de Pieri, F.A.; Mussi, M.C.; Moreira, M.A.S. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Rev. bras. plantas med. vol.11 no.4 Botucatu  2009. PARA BAIXAR O ARTIGO NA ÍNTEGRA EM PDF (COM AS REFERÊNCIAS), CLIQUE AQUI. Link para a página do Scielo.

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Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!

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ACUPUNTURA E PARALISIA FACIAL – ESTUDO DE CASO

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Uso da Acupuntura no Tratamento da Paralisia Facial Periférica - Estudo de Caso

RESUMO

A paralisia facial periférica (PFP) é a neuropatia craniana aguda mais comum entre os pares cranianos, caracterizando-se por uma lesão do nervo facial. Afeta a musculatura mímica da face, como também, a audição, glândulas salivares e lacrimais. O diagnóstico é realizado através de avaliações clínicas e de testes eletrofisiológicos. Vários estudos mostram evidências de efeitos benéficos da acupuntura na PFP, entre eles: melhora da contração muscular, da circulação sanguínea e da nutrição tecidual.

Objetivo. Este estudo teve por objetivo acompanhar a evolução de um paciente com paralisia de Bell, submetido ao tratamento com acupuntura.

Método. Participou deste estudo, uma voluntária com paralisia de Bell, submetida à anamnese e à classificação na escala de House-Brackmann. Foram realizados os testes de função muscular, antes e após a terapia, como também, um teste eletroneuromiografico, antes do tratamento e repetido após 10 e 20 sessões de acupuntura, para avaliar o estado neurofisiológico do nervo facial.

Resultados. A paciente evoluiu do grau V para o grau II na escala de House-Brackmann e de um potencial de ação muscular de 18% para 31%.

Conclusões. Foi observado, através dos testes, que uma boa função dos músculos da face, não caracteriza necessariamente uma total integridade do nervo facial.

INTRODUÇÃO

A paralisia facial periférica (PFP) é considerada a neuropatia craniana aguda mais comum e se caracteriza por uma lesão no nervo facial em todo o seu trajeto ou parte dele, sendo quase sempre unilateral1-3.

O nervo facial é considerado um nervo misto, embora essencialmente motor. É composto por neurofibrilas com função motora e sensorial. O tronco do nervo facial apresenta quatro componentes funcionais, sendo dois aferentes e dois eferentes. As fibras aferentes levam a impressão gustativa dos 2/3 anteriores da língua, conduzem a sensibilidade profunda dos músculos faciais e impulsos sensitivos oriundos da membrana e caixa timpânica e meato acústico externo. As fibras eferentes fornecem inervação motora aos músculos da mímica facial, como também inervam as glândulas lacrimais, as mucosas nasal, bucal e faríngea4.

Na PFP ocorre paralisia parcial ou completa dos músculos da hemiface afetada, estando a musculatura desviada para o lado contralateral. Pode haver também, outras características clínicas que variam de acordo com a localização e grau da lesão no nervo facial, onde o paciente pode referir, na hemiface ipsilateral à lesão, hipersensibilidade auditiva (hiperacusia), incapacidade de fechar os olhos (lagoftalmo), redução do reflexo de piscar e redução do paladar, distúrbios da salivação e do lacrimejamento, dormência ao redor da orelha5-9.

Geralmente, atinge pessoas entre 15 e 45 anos de idade e é estimada mundialmente em 20-25 casos por 100.000 habitantes por ano, havendo uma ligeira predominância do gênero feminino, sendo esta prevalência aumentada em gestantes (43 casos por 100.000)1,5,9.

Aproximadamente metade da população afetada pela PFP tem etiologia idiopática, também chamada de paralisia de Bell, cujos mecanismos patológicos mais aceitos são a infecção viral, isquemia, doença auto-imune e inflamação em áreas longitudinais do nervo. A segunda maior incidência de PFP é de origem traumática. Um dos principais fatores de risco é a hipertensão arterial, como também, diabete mélito e gravidez1,5,6,9,10.

O diagnóstico da PFP é realizado através de avaliações clínicas e de testes eletrofisiológicos, que têm como objetivo avaliar a extensão do comprometimento do nervo facial. A eletroneuromiografia é o mais preciso teste elétrico para avaliação de degeneração neural e prognóstico de recuperação. O prognóstico dependerá do tipo de lesão, quantidade de tecido cicatricial, nutrição do nervo, idade do paciente e da terapêutica instituída7,10-13.

Dentre os tratamentos mais utilizados na PFP estão os corticosteróides, agentes antivirais, descompressão cirúrgica, fisioterapia e acupuntura, no entanto, ainda há muitas controvérsias a respeito das intervenções terapêuticas, assim como da decisão clínica de tratar ou não os pacientes, já que um grande percentual deles se recupera sem nenhum tratamento5,12,14-16.

A literatura demonstra vários efeitos benéficos da acupuntura no tratamento da PFP. Esta técnica visa o tratamento das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos chamados acupontos. Trata-se de uma terapia reflexa em que o estímulo de uma área age sobre a outra6,14,17. Acredita-se que os pontos de acupuntura estimulem o sistema nervoso central a liberar substâncias químicas para os músculos, medula espinhal e cérebro, através de três mecanismos principais: condução de sinais eletromagnéticos, ativação de sistemas de opióide e mudanças na química cerebral. Estes mecanismos estimulam a liberação de neurotransmissores e neurohormônios capazes de interferir na sensibilidade e função motora18.

Na paralisia de Bell, considera-se que o tratamento com acupuntura aumenta a excitabilidade do nervo, promove a regeneração das fibras nervosas, melhora a contração muscular, a circulação sanguínea e a nutrição tecidual14,19. Com base nessas evidências, este estudo teve por objetivo acompanhar a evolução de um paciente com paralisia de Bell submetido ao tratamento com acupuntura.

MÉTODO

Trata-se de um estudo do tipo descritivo, realizado no Hospital das Clínicas da UFPE, na cidade de Recife, entre os meses de agosto e novembro de 2009. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital da Restauração (CAAE no 1475.0.000.102-09).

Foram considerados como critérios de inclusão: voluntário com diagnóstico médico de paralisia facial periférica unilateral, com faixa etária de 20 a 60 anos, não importando o gênero e no máximo com duas semanas de lesão. E como critérios de exclusão: paciente gestante, paciente com marca-passo, lesão nervosa do tipo neurotmese e o não comparecimento injustificado do voluntário por duas sessões consecutivas.

Participou do estudo, uma paciente portadora de paralisia de Bell, encaminhada pelo serviço de neurologia do Hospital Geral de Areias. Durante a primeira consulta, a paciente foi esclarecida sobre a pesquisa e aceitou participar da mesma, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo submetida à anamnese e à classificação segundo a Escala de House-Brackmann4. Essa escala é o método de avaliação da PFP mais comumente aceito e adotado, que avalia desde a função normal até a paralisia total dos músculos. Ainda na primeira sessão, foram realizados os testes de função muscular, segundo Kendall20, para comparar a evolução da simetria facial.

A paciente foi encaminhada ao setor de neurofisiologia clínica do referido hospital, onde foi realizado um teste eletroneuromiográfico por um médico especialista, antes do tratamento e repetido após 10 e 20 sessões da terapia, para avaliar o estado neurofisiológico do nervo facial e prognóstico de recuperação.

Os músculos da mímica facial utilizados como parâmetros de evolução nos testes de função muscular e na eletroneuromiografia foram: músculo frontal, músculo orbicular dos olhos, músculo orbicular da boca e o músculo mentoniano.

A voluntária foi submetida a um tratamento envolvendo técnicas de acupuntura, com duas sessões semanais de quarenta minutos de duração cada uma, perfazendo um total de 20 sessões, sendo utilizadas agulhas de acupuntura esterilizadas e descartáveis. Mesmo após as 20 sessões, o tratamento se manteve, dando-se continuidade até sua completa recuperação.

Vários pontos de acupuntura foram utilizados no tratamento. Nas primeiras dez sessões foram utilizados os seguintes pontos:

F3 (Taichong),

F8 (Ququan),

E41 (Jiexi),

BP6 (Sanyinjiao),

VB34 (Yanglingquan) e E8 (Touwei) em ambos os lados

e os pontos E45 (Ludui), IG4 (Hegu) e E3 (Juliao) no lado contralateral à lesão.

Nas dez sessões seguintes, foram utilizados os pontos:

E2 (Sibai), E3 (Juliao), E4 (Dicang), E6 (Jiache), E7 (Xiaguan), VB14 (Yangbai), TA17 (Yifeng) e Taiyang no lado paralisado

e os pontos E36 (Zusanli), IG4 (Hegu) e VB34 (Yanglingquan) em ambos os lados.

Os pontos de acupuntura foram selecionados de acordo com o diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa, onde engloba a semiologia da língua, a pulsologia, os sintomas, o aspecto visual do paciente; e de acordo com os resultados do diagnóstico foi traçada uma linha de tratamento na seleção dos pontos. Relato do Caso No dia 13/08/09, a paciente N. A. S., de 38 anos, foi encaminhada por um médico neurologista com diagnóstico de paralisia facial periférica idiopática para o tratamento com acupuntura. Neste mesmo dia, foi realizada a anamnese, onde a paciente relatou que no dia 30/07/09 acordou com o rosto “desfigurado” e um dia antes apresentou dor ao redor da orelha esquerda e na região occipital.

Foi observada assimetria facial a esquerda com paresia dos músculos, desvio de comissura labial para a direita, redução da linha naso-geniana, hiperacusia à esquerda, olho esquerdo irritado e lacrimejante, com discreto lagoftalmo e quando se alimentava ou ingeria líquido, referia dificuldade em manter o alimento na boca, bem como em perceber o sabor dos alimentos.

Após o ocorrido, a voluntária iniciou o uso de medicações sob orientação médica: nimesulida – 100mg (antiinflamatório, analgésico), 1 ao dia nos 5 primeiros dias; maleato de enalapril – 20mg associado a hidroclorotiazida – 12,5mg (indicados no tratamento da hipertensão arterial), 1 ao dia; sinvastatina – 10mg (indicado na hipercolesterolemia), 1 ao dia.

Antes do tratamento, durante a avaliação chinesa foi observado que a língua estava trêmula, com fissuras na área do estômago, cor normal, saburra branca e fina. Já o exame do pulso demonstrou excesso de Yang no fígado e deficiência do Qi do estômago e do Yin do rim. Após o tratamento, a língua não apresentava saburra, as fissuras reduziram sensivelmente e ainda estava trêmula. No exame do pulso permanecia uma plenitude do yang do fígado.

Durante a anamnese, foram realizados os testes de função muscular, a classificação segundo a escala de House-Brackmann e, em seguida, deu-se início a primeira sessão de acupuntura.

Um dia antes da anamnese, a paciente foi submetida à 1ª eletroneuromiografia. Esse exame foi repetido no dia 22/09, após dez sessões de acupuntura (1 mês e 11 dias depois da 1ª ENG) e no dia 28/10, após vinte sessões de acupuntura (2 meses e meio após a 1ª ENG).

RESULTADOS

Antes da terapia, a paciente apresentou, segundo a escala de House-Brackmann, grau V (disfunção severa), com assimetria em repouso e movimentação discretamente perceptível. Através dos testes de função muscular, também foi possível perceber assimetria diante dos movimentos dos músculos avaliados, sendo mais significativa nos músculos frontal e mentoniano.

Ao final do tratamento, a paciente apresentava simetria e tônus normais ao repouso, com uma leve fraqueza, notável apenas à inspeção próxima (House-Brackmann grau II – disfunção discreta). Em movimento, apresentava pequena assimetria na boca. Diante da reavaliação dos testes de função muscular, houve melhora significativa dos músculos frontal, orbicular dos olhos (ausência de lagoftalmo) e mentoniano, com função discretamente diminuída do orbicular da boca.

Foi observado, ainda, a permanência do lacrimejamento e maior controle em manter os alimentos na boca. Os resultados da eletroneuromiografia mostraram os potenciais de ação muscular nos músculos avaliados, tanto no lado afetado como no lado não afetado, de forma que foi possível calcular a amplitude da onda M no lado paralisado através de fórmulas específicas, que têm como base o somatório das amplitudes dos quatro músculos em questão (Tabela 1).

Houve uma sensível melhora na amplitude do potencial de ação muscular, que corresponde a uma média de fibras axonais íntegras, de forma que antes da terapia esse valor era de 18% e depois de 10 sessões de acupuntura (40 dias depois do 1º exame), aumentou 7%, apresentando ao final do tratamento (3 meses após o início da lesão) um valor de 31%. No entanto, no que diz respeito ao aspecto visual dos gráficos, não houve grandes avanços, apenas uma pequena atividade no músculo mentoniano após o tratamento. O músculo mentoniano foi o mais afetado pela paralisia (Figuras 1, 2, 3 e 4).

DISCUSSÃO

Nas lesões nervosas periféricas, o conhecimento do tipo de lesão permite estimar o prognóstico de recuperação. As lesões desmielinizantes, em muitos casos, estão associadas a uma rápida e completa recuperação. Já as lesões axonais, geralmente apresentam uma recuperação lenta e incompleta, de forma que as respostas eletrofisiológicas podem ser percebidas na unidade motora distal. Estas respostas são percebidas após a degeneração Walleriana, que é um processo onde ocorre fragmentação dos tubos neurais e neurofilamentos com perda de orientação longitudinal do axônio, iniciando-se em torno do 4º dia após a lesão e completando-se no 7º dia22,23.

Provavelmente, o primeiro mecanismo que promove recuperação de força após lesão nervosa, é a resolução do bloqueio de condução, que está associada a uma desmielinização22. Isto sugere que a paciente deste estudo tenha sofrido uma lesão mista, pois em 45 dias após a lesão, já foi possível perceber os primeiros movimentos em áreas paralisadas da hemiface afetada, o que é típico de uma lesão desmielinizante. Por outro lado, os dados da 1ª eletroneuromiografia revelaram um percentual de apenas 18% de fibras axonais íntegras, o que caracteriza uma lesão axonal moderada (axonotmese).

ACUPUNTURA CURITIBA PARALISIA FACIAL 1

ACUPUNTURA CURITIBA PARALISIA FACIAL 2

Após a resolução do bloqueio de condução, a reinervação iniciará pela formação de brotos distais a partir de fibras axonais preservadas22,23, o que dá a entender que, nesta paciente, o aumento do potencial de ação muscular no lado afetado, percebido através dos testes eletroneuromiográficos, tenha ocorrido a partir do brotamento de axônios poupados.

A regeneração axonal só seria possível após um período de 18 meses a partir do início da lesão, sendo a última etapa no processo de recuperação22.

A presença de função facial clinicamente normal não exclui a possibilidade de haver anormalidades no nervo facial, de modo que, mesmo após a recuperação clínica, as respostas eletrofisiológicas continuam sinalizando uma degeneração neural13,24. No presente estudo, isto pode ser confirmado comparando-se os registros clínicos e eletrofisiológicos. Os testes de função muscular realizados antes e após o tratamento, mostraram que a paciente obteve uma função muscular praticamente normal nos quatro músculos avaliados, ao passo que o último exame eletroneuromiográfico revelou um potencial de ação muscular, no lado afetado, de apenas 31%. Esses resultados podem ainda ser consolidados quando se observa a evolução da graduação no sistema de House-Brackmann.

A recuperação completa dependerá unicamente da regeneração axonal, que poderá ou não ocorrer, dependendo do grau de lesão do nervo. Quando ocorre este rebrotamento, as fibras axonais degeneradas poderão ser mal direcionadas ao órgão reinervado, de forma que o crescimento destas fibras ocorra em tubos endoneurais diferentes daqueles anteriormente por elas ocupadas, dando origem à reinervação aberrante, que é o caso da sincinesia (movimento involuntário a partir de movimentos voluntários) ou secreção glandular exarcebada3,22.

A eletroneuromiografia fornece dados suficientes para que se possa classificar a paralisia facial a partir do percentual da amplitude da onda M da hemiface afetada, de maneira que amplitudes menores que 10% indicam lesão severa e resultam em sequelas moderadas a graves, enquanto que amplitudes entre 10 a 30% indicam lesão moderada, com boa recuperação, mas nem sempre completa, podendo ser esperada algum tipo de sequela2,22. Neste estudo, a paciente apresentou, inicialmente, uma amplitude de 18%, supondo-se que a mesma poderia desenvolver alguma futura sequela, no entanto, ao final do tratamento havia uma função muscular praticamente normal, sendo necessário esperar uma regeneração axonal completa para saber se haveria reinervação aberrante.

Em um estudo retrospectivo envolvendo 1521 pacientes com paralisia de Bell, foi observado que sintomas prévios ao aparecimento da paralisia, como otalgia e cefaléia, assim como a instalação de início súbito, estavam associados a um bom prognóstico25. A paciente deste estudo apresentou situação similar, tanto com relação aos sintomas prévios como o modo de instalação da paralisia, demonstrando um bom prognóstico após três meses do início da lesão. Isto não descarta a hipótese de ter havido algum benefício por parte da acupuntura.

Existem vários estudos demonstrando melhora clínica de pacientes com PFP, após serem submetidos a tratamento com acupuntura, inclusive comparando com outras terapias convencionais, como corticóides, antivirais e vitaminas. Entretanto, na maioria desses estudos, não há evidências convincentes sobre a eficácia da acupuntura nesta patologia, devido a pobre qualidade metodológica1,6,14,26,27. Por outro lado, em uma revisão sistemática envolvendo acupuntura na paralisia de Bell, demonstrou-se um efeito terapêutico superior deste método em relação a outros tratamentos conservadores14.

Seria inviável comparar a atuação da acupuntura no presente estudo com outros ensaios na literatura pesquisada, pois existem diversas variáveis a serem analisadas, não havendo uma padronização com relação ao estágio da doença, os pontos utilizados, tempo de tratamento, duração das sessões, número de sessões, número de agulhas, patologias associadas, entre outras.

Segundo a filosofia oriental, a PFP ocorre como consequência da agressão do Vento, que invade os Canais de Energia que passam pela face e rompe a circulação de Qi e sangue, impedindo que os vasos e músculos recebam nutrição. Os Canais de Energia constituem meio de ligação entre o interior e o exterior, transmitindo as diversas formas de Qi28,29. Sendo assim, o tratamento pela acupuntura é direcionado a dispersar o Vento, desobstruindo os canais de Energia e regularizando o yin e yang. Os pontos locais do lado afetado são usados para a deficiência de Qi e sangue, já os pontos distais têm efeito de circular Qi pelos Canais de energia principais28.

Os Canais de Energia principais que circulam pelo corpo são bilaterais, simétricos e possuem circulação de Qi cruzada, que une o lado direito (yin) com o lado esquerdo (yang). Quando por alterações energéticas, ocorre dissociação entre o lado direito e o esquerdo, isto se manifestará por alterações unilaterais. O lado afetado é aquele que possui menos Qi em relação ao contralateral, propiciando a penetração e instalação de Qi perverso no Canal de Energia principal29.

Neste estudo, como estratégia inicial foi utilizada a técnica de tratamento “ao oposto” durante as dez primeiras sessões, com os pontos E45 (Ludui), IG4 (Hegu) e E3 (Juliao) no lado contralateral, associando com os pontos F3 (Taichong), F8 (Ququan), E41 (Jiexi), BP6 (Sanyinjiao), VB34 (Yanglingquan) e E8 (Touwei) em ambos os lados.

A finalidade do tratamento “ao oposto”, entre o lado direito e o esquerdo, é harmonizar o Qi dos dois hemicorpos, fortalecendo o lado sadio para que o Qi correto possa passar desse lado para o lado doente e assim, poder expulsar o Qi perverso. Esta técnica é particularmente utilizada nas manifestações agudas29.

No exame clínico, deve-se solicitar ao paciente que realize os movimentos da mímica facial para se detectar acertadamente a extensão da paralisia, proporcionando uma linha de conduta na seleção dos pontos locais28.

Durante este estudo, nas últimas dez sessões, foi priorizado o uso de pontos locais e ipsilaterais, a fim de devolver os movimentos de músculos ainda bem comprometidos, como o orbicular da boca e o mentoniano.

Ao final do tratamento, a eletroneuromiografia mostrou que ainda havia uma degeneração nervosa importante, sendo necessário o acompanhamento por vários meses para evitar o surgimento de complicações.

CONCLUSÕES

Neste estudo, foi possível observar que na PFP ocorre uma lesão nervosa que segue uma sequência natural de eventos neurofisiológicos, desde o início até a máxima recuperação, onde através de testes clínicos e eletrofisiológicos pode-se determinar o tipo de lesão, o processo de recuperação e comparar estes testes entre si, relacionando a função muscular com a degeneração nervosa.

Também foi descrita a visão da Medicina Chinesa com relação à ocorrência da PFP, assim como a forma de tratamento preconizada neste relato de caso. Apesar de haver vários estudos demonstrando os benefícios da acupuntura na PFP e de ter havido uma boa recuperação da paciente deste estudo num curto período de tempo, não se pode chegar a conclusões mais sólidas a respeito desta questão, uma vez que se trata de apenas um caso, sendo preciso a realização de ensaios mais detalhados com amostras expressivas para se deduzir algo sobre os efeitos positivos da acupuntura nesta patologia.

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CRÉDITOS: Barros HC, Barros ALS, Nascimento MPR. Uso da Acupuntura no Tratamento da Paralisia Facial Periférica - Estudo de Caso. Rev Neurocienc 2012;20(2):246-253. PARA BAIXAR O ARTIGO EM PDF CLIQUE AQUI.

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