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TRATAMENTO DE EPIGASTRALGIA PELA MEDICINA CHINESA

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Tratamento de epigastralgia por aplicação externa de HUWEIGAO no Ponto Shenque (VC8)


Resumo:140 casos de epigastralgia foram divididos em dois grupos aleatoriamente. Os 100 casos do grupo de tratamento foram tratados com Huweigo aplicado externamente no ponto Shenque1 (VC8). Os 40 casos do grupo controle receberam Weinaian2 por via oral. Após um mês de tratamento, a taxa de alívio dos sintomas e a verificação por gastroscopia (exame endoscópico do esôfago e estômago) mostrou-se eficaz em 94,0% e 52,6%, respectivamente, no grupo de tratamento.

Dados gerais

O diagnóstico pela MTC seguiu os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde Pública, utilizando também os resultados obtidos na gastroscopia e exame patológico. Em todos os pacientes, a epigastralgia foi confirmada como sendo do tipo deficiência-frio ou estagnação de Qi e de Sangue.

Terapêutica

Desenvolvido pelo Medicinal Research Center, Wan Nanwei Scientific and Technological Development Company, Huweigao é um extrato composto por:

Baizhu (Rhizoma Atractylodis Macrocephalae),
Wuzhuyu (Fructus Euodiae),
Dingxiang (Flos Caryophylli),
Rougui (Cortex Cinnamomi),
Danggui (Radix Angelicae Sinensis),
Chuanxiong (Rhizoma Chuanxiong),
Yanhusuo(Rhizoma Corydalis),
Houpo (Cortex Magnoliae Officinalis),
Bingpian(Borneolum Syntheticum).

O extrato de ervas é misturado com borracha esponjosa e material terroso. Esta mistura é espalhada sobre gesso e enrolada em pequenos pacotes que medem 7x10 cm e que contém cada um 5g do extrato seco bruto.

Um pedaço de Huweigao foi aplicado externamente em Shenque (VC 8) todas as manhãs e mantido por 12 horas. Nos casos mais graves, outro pedaço foi aplicado na região dolorosa.

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O ponto Shenque (VC 8)

No grupo controle, os pacientes receberam Weinaian (0.3g/capsula totalizando uma ingestão diária de 1,2 g), produzido pela Guangzhou Pharmaceutical, primeira fábrica de medicamentos tradicionais chineses. Um curso terapêutico compreendeu um período de 30 dias.

Os itens a serem avaliados nos pacientes incluíam os sintomas, os resultados gastroscópicos e efeitos colaterais dos medicamentos. Os sintomas incluíam, por sua vez, epigastralgia, anorexia, vômitos, náuseas, eructação, soluços, membros frios, intolerância ao frio, cansaço e fraqueza que foram avaliados e classificados respectivamente em graves, moderados e leves.

Resultados

As taxas em que a terapia com Huweigao apresentaram-se efetivas nos pacientes (obtenção da cura, eficácia acentuada e eficácia) considerando-se os sintomas (epigastralgia, membros frios e intolerância ao frio, anorexia, sensação de plenitude no abdome superior, cansaço e vômitos, fraqueza e eructação, náuseas e soluço) foram de 99,0%, 76,0%, 88,4%, 69,4% , 88,4%, 82,5% e 81,4%, respectivamente. As taxas da terapia com Weinaian foram 80,0%, 79,4%, 80,0%, 73,7%, 86,7%, 41,7% e 67,7%, respectivamente. Huweigao apresentou melhores efeitos terapêuticos do que Weinaian (P <0,05).

Em relação à epigastralgia como síndrome, as taxas de cura, de eficácia acentuada, de eficácia e efetiva total para a terapia com Huweigao foram de 16.0%, 45,0%, 33,0% e 94%, respectivamente, e as taxas de Weinaian foram de 7,5%, 20,0%, 65,0% e 92,5%, respectivamente. Não houve diferença significativa observada entre as taxas efetivas totais nos dois grupos (P> 0,05), entretanto a taxa de ‘cura’ e ‘acentuadamente eficaz’ no grupo de tratamento com Huweigao foram muito maiores do que no grupo onde foi ministrado Weinaian (P <0,01).

No grupo Huweigao, foram relatados sete casos com prurido, dois deles com eritema cutâneo leve. Mas todos os pacientes com esses efeitos adversos puderam manter o tratamento. O prurido e o eritema cutâneo desapareceram após a retirada do medicamento. Outros efeitos colaterais adversos não foram encontrados.

Comentários

Huweigao possui uma ação aquecedora no Jiao Médio, revigora o baço e estômago, promove o fluxo de Qi e de Sangue e alivia a dor no estômago. Ele apresenta bons efeitos terapêuticos tanto na epigastralgia do tipo deficiência-frio quanto no tipo estagnação de Qi e Sangue. Além disso, Huweigao pode ser facilmente aplicado com poucos efeitos colaterais, o que o torna um bom medicamento para o tratamento externo da epigastralgia.

Notas do Site

1 O ponto Shenque 神阙, tradução aproximada “Palácio do Espírito”, situa-se no abdome, no centro da cicatriz umbilical. Suas funções energéticas compreendem: tonificação do Yang Qi dos Rins; tonificação e fortalecimento do Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago; harmonização dos Intestinos; aquecimento e estabilização do Yang Qi; harmonização da Via das Águas e dispersão da Umidade e a Umidade-Frio. Indicações Tradicionais: ponto tradicionalmente indicado para uso de moxa. A agulha é contra-indicada embora haja autores que a pratiquem.

2 Weinaian é um medicamento herbal composto por Radix Astragali, Radix Notoginseng , Radix Ginseng Rubra, Pulvis Margarita e Calculus Bovis Artifactus.

Créditos

Ba Y, Xiang N, Tan Z, Zhang Y, Tan Y (Affiliated Hospital, Hubei College of Traditional Chinese Medicine, Wuchang).Treatment of epigastralgia by external application of huweigao at shenque point. J Tradit Chin Med. 1999 Sep;19(3):214-7.

Tradução livre, adaptação e notas: Roberto Almeida – Terapeuta Acupunturista

Para baixar o artigo em pdf em inglês clique aqui.

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

COMO DIAGNOSTICAR E TRATAR FIBROMIALGIA

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Resumo

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor difusa e pontos dolorosos sem a evidência de sinovite, miosite ou outros sinais inflamatórios clínicos e laboratoriais. Acomete preferencialmente o sexo feminino, entre os 30 e os 50 anos, podendo atingir qualquer faixa etária. A sua etiologia ainda não foi definida, apesar da extensa investigação, sendo relacionada a alterações de humor, infecções, distúrbios do sono e disfunções de neurotransmissores. O quadro clínico se caracteriza por dor difusa, alteração da qualidade do sono e do humor, fadiga, parestesia, cefaléia, edema subjetivo, rigidez articular, tonteira, zumbidos, precordialgia atípica e alterações digestivas, o que confunde o diagnóstico e atrasa o início do tratamento. Mudança no estilo de vida, atividade física regular, suporte psicológico e utilização de drogas específicas podem alterar o curso da história natural da doença e aliviar o sofrimento do paciente.

Conceito

A fibromialgia (FM) pode ser definida como uma síndrome dolorosa músculo-esquelética crônica, não inflamatória, caracterizada pela presença de dor difusa pelo corpo e sensibilidade exacerbada à palpação de determinados sítios denominados pontos dolorosos (tender points). A maioria dos pacientes apresenta também fadiga crônica e distúrbios do sono e do humor(1).

Histórico

Relatos de pacientes com dor músculo-esquelética difusa foram denominados reumatismo muscular e referiam-se a locais dolorosos e rígidos à dígito-pressão, datando de 1843(1).

Em 1850, Froriep observou que doentes com reumatismo apresentavam pontos endurados musculares à palpação(2).

Sir William Gowers, em 1904, introduziu o termo fibrosite que englobava síndromes regionais como a lombalgia, síndromes miofasciais e cervicobraquialgias, que tinham origem de um processo inflamatório em nível muscular(3).

Stockman et al., em 1904, realizaram sete biópsias de nódulos glúteos, encontrados em pacientes com lombalgia, imaginando que esses nódulos fossem a causa dos sintomas, e observaram alterações inflamatórias em bainhas neurais. A partir desse achado anatomopatológico, o termo fibrosite passou a ser aceito na literatura. Entretanto, vários estudos posteriores não conseguiram reproduzir os achados inflamatórios(1).

Até os anos 60, a descrição da fibrosite não era claramente distinta de formas localizadas de dor muscular(3).

Em 1968, Traut definiu fibrosite como uma síndrome de dor músculo-esquelética generalizada acompanhada de fadiga, sono ruim e hipersensibilidade à palpação de certos pontos, localizados na inserção de músculos e tendões(3).

Em 1972, Smythe e Moldofsky descreveram determinados sítios anatômicos, denominados tender points (ou pontos dolorosos), que eram mais sensíveis à palpação em pacientes com fibrosite do que em indivíduos normais(1,3).

Em 1975, Moldofsky et al. descreveram, através de estudo eletroencefalográfico do sono, um padrão anormal no traçado das ondas cerebrais (intrusão de ondas alfa nas ondas delta, durante os estágios 2, 3 e 4 do sono não-REM)(1,3).

A fibrosite, no entanto, permaneceu ignorada pela maioria dos médicos até a década de 80, quando Yunus et al., em 1981, realizaram o primeiro estudo controlado para fibrosite, confirmando que se tratava de uma entidade distinta e propuseram substituir sua denominação para fibromialgia(1,3).

Finalmente, em 1990, Wolfe F., Smythe, HA; Yunus, MB et al. publicaram, após estudo multicêntrico envolvendo 16 centros de estudos em fibromialgia do Canadá e Estados Unidos da América do Norte, uma proposta para critérios de classificação para a síndrome da fibromialgia, de acordo com o estudo do Colégio Americano de Reumatologia (1).

fibromialgia acupuntura curitiba2

Figura 1 - "A dor enerva a alma, torna-a mais temerosa, degenera-a. é o veneno da beleza" - Shakespeare.

Epidemiologia

A fibromialgia é extremamente comum, a sua prevalência é de aproximadamente 2% na população geral, sendo responsável por aproximadamente 15% das consultas em ambulatório de reumatologia geral(4).

Existe forte predominância do sexo feminino (80% a 90% dos casos), com um pico de incidência entre 30 e 50 anos de idade, podendo manifestar-se em crianças, adolescentes e indivíduos idosos(5,6).

No Brasil, Bianchi, Messias e Gonçalves estudaram as populações com queixas de dores crônicas músculo-esqueléticas nas cidades de Fortaleza, Porto Alegre e Rio de Janeiro e constataram que 10,2% dos indivíduos apresentavam fibromialgia(2).

Escalante e Fioschbach avaliaram 145 pacientes, veteranos da Guerra do Golfo, com dor articular e em outras áreas do corpo e encontraram fibromialgia em 49 pacientes (33,8%)(7).

Estudo feito por Helfstein et al. demonstrou uma alta prevalência de FM, 70% em pacientes com o diagnóstico de LER/DORT.

Etiologia / Fisiopatologia

A etiologia ainda é desconhecida, embora a fisiopatologia seja baseada em possíveis alterações na concentração de neurotransmissores (diminuição de serotonina), no metabolismo muscular, fisiologia do sono, função neurormonal, estado psicológico e fluxo sangüíneo cerebral(8,9).

Alguns estudos com pacientes fibromiálgicos revelaram distúrbios no metabolismo energético muscular, alterações histológicas consistentes com anóxia tecidual foram encontradas; embora estudos controlados mais recentes tenham falhado em confirmar estes resultados iniciais. Devido ao fato de que a maioria dos pacientes fibromiálgicos é sedentária, possuindo baixo condicionamento físico, podemos imaginar que alterações no metabolismo possam ser responsáveis pela maior sensibilidade dolorosa destes pacientes(6).

Diversos achados sugerem um vínculo entre a fibromialgia e distúrbios do sono. A alteração do sono mais comum no paciente com FM consiste na intrusão de ondas alfa de vigília em ondas delta de sono profundo. Cerca de 80% dos pacientes fibromiálgicos consideram ter um sono não reparador, sendo as queixas mais freqüentes quase sempre relacionadas à fadiga matutina e dor ao despertar(4). Moldofsky reproduziu os sinais e sintomas da fibromialgia em pessoas saudáveis através da interrupção da fase III-IV do sono não REM com estímulos auditivos(6).

Alterações endócrinas com anormalidades no eixo hipotálamo-hipofisário têm sido descritas em alguns estudos, embora permaneça incerto se os distúrbios observados são apenas constitutivos ou resultantes da fibromialgia(4,10).

Feldman et al.(1) e Provenza et al.(11) avaliaram o fluxo sangüíneo cerebral com SPECT (single-positron-emission-computed tomography), demonstrando áreas no tálamo, núcleo caudado e regiões pré-frontais com fluxo diminuído. Estas áreas são responsáveis pela integração, análise e interpretação dos estímulos dolorosos e têm conexões importantes com áreas do hipocampo e sistema límbico, que controlam as sensações e afetividade.

É possível que o estresse desempenhe papel relevante na mediação e perpetuação dos sintomas da FM. Muitos pacientes referem que os primeiros sintomas surgiram após período de estresse crônico ou após traumatismo(2).

Um experimento recente mostrou de maneira convincente que a atitude mental do indivíduo pode influenciar o desprazer causado por um estímulo doloroso padronizado e que isso se correlaciona com alterações no fluxo sangüíneo no giro do cíngulo. Dessa maneira, a atividade pré-cortical (pensamentos positivos ou negativos) pode influenciar a percepção da dor(4).

fibromialgia acupuntura curitiba3

Figura 2 - "Não existe dor mais fácil de suportar que a dor dos outros."
Leriche, cirurgião francês.

Quadro clínico

O quadro clínico costuma ser bastante rico em informações, sendo seus portadores, habitualmente, poliqueixosos. Isso demonstra, a princípio, que a consulta tende a ser demorada, exigindo anamnese e exame físico detalhados(4). O sintoma característico da FM é dor muscular generalizada, freqüentemente acompanhada de rigidez, fadiga, de anormalidades na qualidade do sono e distúrbios do humor(6-12).

A dor é o principal fator a levar o paciente a procurar cuidados médicos. As queixas dos pacientes em relação aos sintomas dolorosos são expressadas com palavras do tipo: pontada, queimação, sensação de peso, entre outras. A localização da dor é geralmente relatada de forma desencontrada, em que o paciente apresenta dificuldade na localização precisa do processo doloroso. Alguns têm a impressão de que ela ocorre nos músculos, outros nas articulações, enquanto uma parte relata a dor como se localizasse nos ossos ou "nervos". As localizações mais comuns são: a coluna vertebral, cinturas escapular e pélvica, podendo também ocorrer em nível de parede anterior do tórax (fato que com relativa freqüência leva o paciente aos serviços de urgência cardiológica). Uma grande parte desses pacientes se queixa de dor difusa, referindo a dor com expressões do tipo: "dói o corpo todo" ou "dói tudo doutor", quando interrogados sobre a sua localização. Os pacientes fibromiálgicos apresentam quadro de dor tão intensa que em diversos trabalhos, como o de Wolf e cols., foi superior a dor da artrite reumatóide quando utilizadas as escalas visuais analógicas de dor(6).

Uma grande parcela dos pacientes queixa rigidez articular, porém, diferentemente da rigidez matinal da artrite reumatóide, é de curta duração com períodos inferiores há 15 minutos(13).

Fadiga é outro sintoma muito comum, podendo ser acentuada, levando o paciente a dificuldades no exercício profissional, prática de esportes e no lazer. As expressões típicas do paciente são "eu estou com falta de energia" e "eu estou sempre cansada". A intensidade da fadiga e da astenia pode ser considerada um bom parâmetro na evolução da doença e resposta ao tratamento(6).

O distúrbio do sono está presente em 75% a 80% dos pacientes, podendo ser descrito como dificuldade para conciliar o sono, insônia terminal, vários despertares ao mínimo ruído, sono não reparador (paciente acorda pela manhã mais cansado do que antes de se deitar)(6,14).

fibromialgia acupuntura curitiba4

Edema subjetivo (relatado pelo paciente, porém jamais verificado pelo examinador) está presente em cerca de 50% dos pacientes, podendo ser articular ou não. Este sintoma pode induzir a diagnósticos enganosos de doenças inflamatórias(6).

Parestesias são comuns e descritas como formigamentos e agulhadas; com localizações imprecisas, mais comumente presente nas extremidades superiores ou localizações bizarras (face, língua etc.). Confundida com síndrome do túnel do carpo e do tarso, compressões cervicais ou lombares(6).

Queixas como cefaléia, zumbidos, tonteiras, alterações digestivas (síndrome do cólon irritável), dismenorréia, disúria, disfunção têmporo-mandibular, ansiedade e depressão estão presentes na maioria dos pacientes que acaba submetendo-se a inúmeros exames complementares na tentativa de chegar a um diagnóstico, levando o paciente a um círculo vicioso e à descrença na cura da doença ou, muitas vezes, aterrorizando-o com a possibilidade de ter uma doença incurável(6).

Incapacidade para o trabalho é relatada por 31% dos pacientes(15), podendo levar à tentativa de ganhos secundários, como aposentadoria precoce e afastamento do trabalho. No Brasil não temos estudos dos custos em FM. Nos EUA, o paciente com FM custa ao sistema de saúde aproximadamente 2.000 dólares ao ano, despesa causada pelo excesso de visitas médicas, exames complementares desnecessários e medicações múltiplas(4).

O diagnóstico deve ser feito através de uma boa anamnese e um detalhado exame físico, enquanto os exames complementares assumem um papel de exclusão de doenças que podem simular um quadro de fibromialgia(6).

No exame clínico, deveremos investigar os 18 "tender points" elaborados pelo Colégio Americano de Reumatologia para facilitar o diagnóstico da fibromialgia(16).

fibromialgia acupuntura curitiba5

Figura 3 - Os 18 tender points (pontos dolorosos) para a Classificação da Fibromialgia: 1) região occipital; 2) borda médio-superior do trapézio; 3) músculo supra-espinhoso; 4) quadrante superior-externo do glúteo; 5) grande trocanter; 6) região equivalente entre os espaços vertebrais de C5-C7, 7: junção da segunda costela; 8) 2 centímetros abaixo do epicôndilo lateral; e 9) borda medial do joelho.

A combinação de dor difusa persistente por mais de três meses. A dor é considerada difusa quando está presente, tanto no lado direito e esquerdo do corpo quanto acima e abaixo da cintura. A dor também deve estar presente em, pelo menos, um segmento do esqueleto axial (coluna cervical, torácica ou lombar) associada a pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos proporciona uma sensibilidade de 88,4% e uma especificidade de 81,1%(16).

Os critérios de resposta dolorosa em pelo menos 11 desses 18 pontos dolorosos é recomendado como proposta de classificação, mas não deve ser considerado como essencial para o diagnóstico. Alguns pacientes com menos de 11 pontos dolorosos podem ser diagnosticados como portadores de FM por apresentarem os outros comemorativos dessa síndrome(4).

Exames laboratoriais de rotina e de imagem são, em geral, normais, servindo apenas para exclusão de outras doenças. Os estudos mostram que estes exames estão alterados na mesma proporção da população saudável(6).

Algumas doenças reumatológicas nas suas formas iniciais podem apresentar características semelhantes a fibromialgia, porém na maioria das vezes o diagnóstico é feito ao longo da sua evolução e por testes sorológicos que apresentam alterações específicas como na artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren etc.(6).

Dentre todas as enfermidades que necessitam de diagnóstico diferencial com a FM, a síndrome miofascial e da fadiga crônica devem ser destacadas devido às suas maiores semelhanças com a FM (4).

As tendinites e tenossinovites podem ser confundidas com a síndrome fibromiálgica, diferindo-se por serem localizadas em um ou poucos pontos(6).

Muitos pacientes com o diagnóstico de lesão de esforço repetitivo (LER) e distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT) apresentam na verdade quadro de fibromialgia, preenchendo os critérios conforme atestam vários trabalhos na literatura médica; porém por interesses variados, tanto de pacientes e de médicos quanto de advogados inescrupulosos buscando compensações financeiras por possíveis danos "ditos" irreversíveis a estes pacientes, têm seus diagnósticos atrasados ou confundidos, gerando prejuízos as empresas e cofres públicos, além do próprio paciente que não tem a sua doença efetivamente diagnosticada e tratada(17).

A função tireoidiana deverá se investigada, já que o hipotireoidismo pode cursar com os sintomas semelhantes ao da fibromialgia(6,8).

Tratamento

A fibromialgia se constitui em uma síndrome ainda não totalmente entendida e, por isso, o seu tratamento permanece empírico. Inúmeros trabalhos têm sido publicados na literatura médica, abordando diversas formas de tratamento, porém nenhuma delas chegando a resultados considerados excelentes(6).

Podemos considerar que o tratamento exige uma boa dose de arte, associada a conhecimento médico. Geralmente o paciente chega ao consultório com certa ansiedade e frustração em relação a tratamentos previamente empregados, comumente corticosteróides, antiinflamatórios não esteroidais e penicilina. Além disso, os inúmeros exames laboratoriais e de imagem a que se submeteu colaboram com o temor de possuir uma doença incurável e de evolução letal. Em conseqüência, o médico deve, embasado em sua experiência e conhecimento científico, tranqüilizar o paciente, mostrando firmeza em seu diagnóstico, associado a uma atitude de compreensão de seus temores(6).

A partir daí, a introdução das drogas hoje disponíveis deve ser feita, porém ressaltando ao paciente a importância da mudança de seus hábitos de vida, a ressocialização do paciente e a prática regular de atividade física. Nesse aspecto, a prática de exercícios aeróbicos de baixo impacto, como a caminhada, hidroginástica, natação, tem mostrado resultados promissores na melhora da qualidade de vida, diminuição da intensidade da dor, melhora do sono e do convívio social e familiar(6). Diante do exposto, os pacientes devem ser mantidos na sua rotina laboral e de atividade física na tentativa de mantê-los produtivos e socializados gerando uma melhor resposta à terapêutica.

A terapia cognitivo-comportamental pode apresentar resultados efetivos a longo prazo, inclusive fazendo com que os pacientes obtenham um melhor controle sobre os sintomas e aumentem sua aderência ao tratamento(4).

Entre as drogas empregadas, os antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina, têm sido as mais utilizados, pela sua capacidade de inibir a recapitação periférica da serotonina e da noradrenalina, potencializando o efeito de ambos os neurotransmissores, promovendo uma melhora do quadro geral do paciente. As doses utilizadas são, em geral, baixas, em torno de 12,5-50 mg por dia de amitriptilina, duas a quatro horas antes de deitar, o que causa melhora em 30% a 50% dos casos(4,6,18).

A ciclobenzaprina, outro agente tricíclico, tem mostrado resultados promissores no tratamento da fibromialgia quando comparada ao placebo e inferiores quando comparada a amitriptilina. É uma droga que não apresenta efeitos antidepressivos, sendo utilizada como miorrelaxante, ação derivada, provavelmente, da sua habilidade em modular a tensão muscular em nível supra-espinhal, ao reduzir a atividade do neurônio motor eferente(4,6,18).

A fluoxetina também vem sendo utilizada nestes pacientes, porém com resultados mais modestos, sendo que em alguns ensaios associada à amitriptilina, o que mostrou resultados superiores ao seu uso isolado(4,6,18). Outros antidepressivos bloqueadores seletivos da serotonina, como o citalopram, a paroxetina e a sertralina apresentam provavelmente efeitos semelhantes aos da fluoxetina em pacientes com FM, porém não foram estudadas adequadamente.

Os derivados benzodiazepínicos mostram eficácia mínima, ficando seu uso indicado por curtos períodos e em casos de ansiedade extrema(4).

A tentativa de utilização de outras drogas, como antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais, analgésicos opiáceosou não e anticonvulsivantes, tem sido objeto de diversos estudos controlados com resultados frustrantes, não sendo recomendadas para o tratamento da FM isoladamente. A pregabalina, droga não disponível em nosso meio, demonstrou em estudo de fase II, efetividade no tratamento da dor, da fadiga e do sono. Infiltração de lidocaína nos pontos dolorosos mostrou melhora da dor e dos movimentos, entretanto tal procedimento tem maior eficácia na síndrome da dor miofascial, na qual os "trigger points" respondem melhor às infiltrações(4).

Portanto, o tratamento da fibromialgia requer uma boa participação do paciente, no sentido de assumir uma postura ativa em relação a sua doença, mudando seus hábitos de vida, praticando esportes e recebendo orientação medicamentosa pelo médico assistente.

CRÉDITOS DO ARTIGO

AUTORES:

Antônio Scafuto Scotton

Professsor adjunto e chefe do Serviço de Reumatologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Rafael de Oliveira Fraga
Marcelo Gonçalves Alvarenga

Professsores assistentes de Reumatologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Aloysio João Fellet

Chefe do Departamento de Reumatologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora.

Lícia Magri Juste

Fisioterapeuta do Serviço de Reumatologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Ana Carolina Benini Scafuto Scotton
Márcio Scoralick Goldner
Estagiários do Serviço de Reumatologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Publicado na Revista Brasileira de Medicina. Link para a edição eletrônica.

Bibliografia

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A EFICÁCIA DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE PACIENTES DEPENDENTES DE DROGAS

ACUPUNTURA  CURITIBA

A eficácia da acupuntura no tratamento de pacientes dependentes de drogas*

(Mudanças – Psicologia da Saúde, 15 (2) 145-152, Jul-Dez, 2007)


Resumo

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a eficácia da acupuntura auricular como instrumento coadjuvante no tratamento das dependências químicas. Para tanto, uma amostra de homens dependentes químicos foi alocada aleatoriamente entre dois grupos: tratamento específico com pontos funcionais de acupuntura, preconizados para este tipo de patologia e tratamento placebo através de pontos sem eficácia comprovada. Os pacientes respondiam um questionário – ESA Drogas, para avaliação da evolução dos parâmetros de funcionamento físico, psíquico e social ao longo do tratamento, que tinha duração de 12 semanas.
Conclusão: os pontos efetivos de acupuntura aqui apresentados mostraram-se eficazes no auxílio do tratamento dos dependentes de cocaína desta amostra.
Descritores: acupuntura, dependência química.
CRÉDITOS DO TRABALHO:
Susan Mondoni**
Daniela Ceron***
André Malbergier****
Francisco Baptista Assumpção Jr.*****
* Esta pesquisa foi realizada no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com Bolsa de Iniciação Científica pela FAPESP.
** Médica psiquiatra estagiária do Ambulatório de Acupuntura do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP.
***Médica psiquiatra pelo Instituto de Psiquiatria da FMUSP; estagiária do Ambulatório de Acupuntura do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP.
**** Professor doutor em Psiquiatria, FMUSP; médico assistente do GREA – Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP.
***** Professor associado do Instituto de Psicologia da USP; Livre Docente pela Faculdade de Medicina da USP, Membro da Academia Paulista de Psicologia (Cadeira 16).
Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!
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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

DERRAME ARTICULAR DO JOELHO

ACUPUNTURA  CURITIBA
Autor
Dr Henrique Jones | Ortopedia / Medicina Desportiva | Dir. Serviço de Ortopedia do Hospital da Força Aérea - Médico Ortopedista da Federação Portuguesa de Futebol
Resumo / Abstract

O autor apresenta o derrame intra articular do joelho como um sintoma de patologia articular aguda ou crônica. As características do liquido sinovial e as suas transformações, no caso de doença articular, são descritas no sentido de melhor caracterização da patologia. As causas mais importantes de Hidrartrose e Hemartrose , bem como observações clínicas e imagiológicas associadas, são descritas no sentido do reconhecimento da importância deste sintoma no diagnóstico final.

The author presents the intra articular knee swelling as a symptom of acute or chronic pathology. The characteristics of normal synovial fluid and changes, in case of knee disorder, are described in order to understand the nature of the articular disease. The more important causes of Hemarthrosis and Hydrartrosis are explained as well as clinical and imagiological findings in order to establish the importance of this symptom in final diagnosis.

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Palavras chave / keywords
Joelho; Liquido Sinovial; Hemartrose; Hidrartrose (Knee; Synovial Fluid; Hemarthrosis; Hydrarthrosis)
Introdução
O derrame articular do joelho revela – se como um sintoma que corresponde a um aumento da quantidade, e qualidade, do líquido, que normalmente existe no interior do joelho, seja esse liquido sangue, no caso de lesões traumáticas agudas, seja liquido sinovial, nas lesões articulares crónicas ou recidivantes. A conjugação deste, com outros sintomas, o conhecimento da história clínica, a descrição do mecanismo causal e a avaliação das características do liquido intra articular podem, só por si, ser suficientes para o estabelecimento de um diagnóstico de presunção que poderá passar, numa situação aguda, por uma sinovite traumática aguda até uma rotura isolada do ligamento cruzado anterior ou, num contexto crónico, por uma artrite úrica ou de natureza osteoartrósica.

Caracterização do Derrame Liquido Sinovial ( Hidrartrose)
O líquido sinovial é um líquido transparente de cor amarelo pálido com pH médio em torno de 7,38 que não apresenta cristais e não coagula espontaneamente e cuja função principal é lubrificante, amortecedora e nutritiva do menisco e cartilagem. É composto de água, eletrólitos e um ultrafiltrado do plasma através da membrana sinovial, cujas células secretam um mucopolissacarídeo contendo ácido hialurónico, proteínas de alto peso molecular (tais como fibrinogénio e globulinas) glicose, entre outros componentes, com propriedades físicas de transparência, cor, pH, viscosidade, elasticidade, que podem ser alteradas, quer no caso de traumas recentes, quer no caso de doença crônica da articulação.

É a anormal quantidade deste líquido, que denominamos por derrame articular ou hidrartrose, aumentando de 2 – 3.5 ml para 20, 40, 80, 100 ml causando, entre outros sintomas, dor e desconforto na articulação do joelho. O Líquido sinovial é obtido para análise  através da punção do joelho com agulha (artrocentese) introduzida na região para e supra patelar externa ( fundo de saco sub quadricipital) realizada sob condições de cuidadosa salpica (assepsia), após conveniente desinfecção da zona com composto iodado ou similar (Fig. 1).
__________

derrame articular fig 1
Fig. 1- Artrocentese ( liquido sinovial).
É recomendado um jejum de pelo menos 6 horas, o que permite um equilíbrio com a glicose sanguínea (glicemia) - idealmente, deve ser colhida concomitantemente uma amostra de sangue para determinação comparativa.. Em amostras patológicas pode haver fibrinogénio em quantidade aumentada, pelo que é recomendável que se colham amostras com anticoagulante - respectivamente EDTA e/ou Heparina, para as análises citológica e bioquímica - e sem anticoagulante, para a análise microbiológica. A glicose no líquido sinovial é inferior em cerda de 0 a 10 mg/dL à do sangue e está diminuída nas artrites bacterianas (incluindo a tuberculosa). O aumento da concentração de proteínas pode ocorrer em casos de gota, artrite reumatóide, e artrite séptica, refletindo tanto o aumento da permeabilidade vascular como a síntese de imunoglobulinas (anticorpos). A determinação de outros componentes bioquímicos usualmente carece de significação clínica. Um microscópio de luz polarizada deve ser usado para a avaliação da presença de cristais. Qualquer cristal presente no líquido sinovial é considerado anormal, sendo muito comuns os cristais de ácido úrico.
O estudo microbiológico deve sempre incluir a coloração de Gram e, sempre que a tuberculose for suspeita, a coloração de Ziehl-Neelsen. A presença de derrame articular do joelho, em contexto não  traumático, poderá estar associada a artrites, artrose, gota, hemofilia, sinovites, entre outras cerca de 30 de causas descritas. Doenças à distância como a infecção intestinal por salmonelose, parasitose intestinal, ou mesmo uma infecção genito-urinária, como a gonorreia, poderão provocar derrame articular no joelho constituindo as chamadas artrites reativas.

Sangue ( Hemartrose)
Trata-se de um tipo de derrame articular particular, de instalação precoce, nas 2 horas subseqüentes a um trauma articular direto ou indireto. Normalmente apresenta-se sob a forma de sangue vivo, por vezes incorporando gotículas de gordura (apontando para um diagnóstico de lesão fracturária, osteo - condral), de quantidade discreta, moderada ou severa, muitas vezes sob tensão, a justificar punção aspiradora diagnóstica e descompressiva( Fig. 2).
derrame articular fig 2
Fig. 2 - Evacuação de Hemartrose sob tensão por abordagem para – patelar externa.

Embora raro, a presença de hemartrose, muitas vezes bilateral, poderá ser de origem medicamentosa (estreptoquinases). As causas mais frequentes para uma hemartrose aguda, pós traumática serão: rotura do LCA ou LCP, Lesão Meniscal Periférica, Fractura Intra Articular ou rotura da porção mais profunda da cápsula articular.

Testes clínicos
Apesar de se tratar de um sintoma facilmente detectável, nos casos em que a quantidade de liquido intra articular é discreta poderemos realizar o teste do choque da patela que consiste em colocar uma das mãos acima da patela, sobre o fundo de saco sub quadricipital, e pressionando a patela no sentido vertical com a outra mão, sentir a onda de choque do liquido na mão contrária.


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Abordagem clínico – diagnóstica complementar
Na presença de um derrame articular agudo, em contexto traumático, é mandatório pesquisar os aspectos relevantes da história clinica (bem como palpação cuidada e testes diagnósticos para as várias estruturas intra e extra articulares, realizando um completo exame objectivo do joelho, sempre com uma perspectiva comparativa, bilateral):
1. Mecanismo lesional, procurando saber a posição do joelho e carga suportada, o tipo de força aplicada e a direcção dessa força, o tipo de trauma (directo ou indirecto) e posição da extremidade após o trauma.
2. Sensação, local ou auditiva, de estalo muitas vezes associada a lesões do LCA, menisco ou sub – luxação da patela.
3. Instalação do Derrame, nas primeiras duas horas após o trauma sugere hemartrose enquando o derrame que se instala durante a noite poderá indicar uma sinovite traumática aguda.
4. Dor, localização, intensidade, tipo.
5. Instabilidade, sensação de deslocamento lateral ou antero – posterior, deformação com a marcha ou sensação de falhar o joelho ( giving way).
6. História passada de lesões anteriores ou outros problemas interessando o joelho.
7. Funcionalidade, consegue andar, ou continuar a actividade, após o trauma.


Exames Complementares
No caso de situação traumática envolvendo a articulação do joelho, e na presença de derrame intra articular o estudo radiológico em antero-posterior e perfil é regra, por vezes associado a uma 
projecção para a patela a 30º de flexão. A avaliação criteriosa do Rx é muitas vezes suficiente para estabelecer um diagnóstico, sendo a Ressonância Magnética (preferencialmente aberta pela vantagem do custo face a uma muito boa resolução) o exame de eleição na avaliação das estruturas intra articulares (Fig. 3).
derrame articular fig 3
Fig.3 - RM: Derrame articular (a branco) na bolsa sub – quadricipital.
Quaisquer outros exames, muitas vezes pedidos por alguns colegas (por menor conhecimento das prováveis lesões presentes ou por limitações burocrático – orçamentais), como a Ecografia ou Tomografia Axial Compoturizada poderão revelar – se inconclusivos ou falhos de valor diagnóstico.

Conclusão
O derrame articular do joelho, assim como a febre, não constitui uma patologia mas sim um sintoma de uma doença, que devemos procurar na sua origem, ou o resultado de lesões, mais ou menos graves, das estruturas intra articulares, decorrentes de um traumatismo. A avaliação das características desse derrame e o tipo de instalação poderão constituir importante riqueza semiológica e contribuir decisivamente para o diagnóstico.


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Bibliografia
1. Henry, John B, (ed). Clinical Diagnosis & Management by Laboratory Methods. USA: Saunders, 20th Edition, 2001. ISBN 0-7216- 8864-0.
2. B. Bomberg Major, J. McGinty. Acute hemarthrosis of the knee: Indications for diagnostic arthroscopy. Arthroscopy: The Journal of Arthroscopic & Related Surgery, Volume 6, Issue 3, Pages 221-225.
3. Pimenta, Eduardo and Anti, Sônia M. A. Hemarthrosis of the knees following streptokinase therapy for acute myocardial infarction. Arq.Bras. Cardiol., June 2003, vol.80, no.6, p.641-642. ISSN 0066-782X.
4. Freemont AJ. Synovial fluid analysis.: In: Klippel JH, Dieppe PA. Rheumatology. London: Mosby International and Limited, 1998:11.1-11.4.
5. Gattar RA, Shumacher HR. Clinical Significance of Joint Fluid Findings. In: Gattar RA, Schumacher HR. A practical handboock of joint fluid analysis. Philadelphia. Lea and Febiger 1991, 85-96.
6. Swan A, Amer H, Dieppe P. The value of sinovial fluid assays in the diagnosis of joint disease: a literature survey. Ann Rheu Dis; 2002; 61: 493-498.
CRÉDITOS: Revista de Medicina Desportiva In Forma – Maio de 2010  | Rev Medic Desp in forma, 1 (3), pp.10-12, 2010

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TEORIAS SOBRE OS EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ACUPUNTURA

ACUPUNTURA  CURITIBA

1 - A Teoria da Escola Tradicional Chinesa:

A escola tradicional chinesa define que a estimulação adequada dos pontos de acupuntura situados nos canais regula a corrente de Qi (energia) e Xue (sangue) que circula nos mesmos e, por conseqüência, harmoniza a função dos órgãos e vísceras.A acupuntura e moxa promovem a livre circulação do QIXUE por todo o corpo.

Quando determinado ponto é estimulado à fraca intensidade, à grande amplitude, em freqüência elevada e por longo tempo, promove o esvaziamento energético, a sedação, a analgesia. Por outro lado a estimulação forte à pequena amplitude, à baixa freqüência e por curto espaço de tempo provoca a pletorização energética, tonificação dos sistemas correspondentes. A harmonização, outra forma de estímulo acupuntural, ocorre quando associamos as técnicas de sedação e tonificação. Os acupunturistas chineses, de formação tradicional, acreditam que a eficácia do método depende grandemente das técnicas de estimulação e da definição do princípio terapêutico que por sua vez dependerá do diagnóstico energético firmado.

Para que a escolha dos pontos e do método terapêutico ocorra é necessário seguirmos os seguintes passos, apoiados no conhecimento das teorias de base e nas técnicas de exames tradicionais:

.A localização da doença (canais e colaterais ou órgãos e vísceras)

.A natureza da doença (ba gang)

.A etiopatogenia (causa e evolução)

.O diagnóstico (padrão de desarmonia diferenciado)

.Os princípios de tratamento

.A prescrição dos pontos (em acupuntura), dos medicamentos tradicionais (em fitoterapia e medicina interna), os exercícios terapêutico (em QiGong e cinesioterapia chinesa)

.A explicação desta prescrição de acordo com as teorias da medicina tradicional chinesa.

2 - As teorias da Escola Científica

Baseado nos conceitos neurofisiológicos, embriológicos e endocrinológicos, pesquisadores tanto de formação ocidental, quanto tradicional chinesa, procuram explicar o funcionamento da acupuntura de acordo com conceitos ocidentais.

É importante salientar que a acupuntura tradicional chinesa, quando praticada somente sob a visão cientificista ocidental, torna-se uma mera reflexologia neurológica, perdendo todo o seu princípio Holístico original. Esta arte-ciência, surgiu há milhares de anos e seus conhecimentos acumulados permeiam sua prática, possibilitando ao acupunturista a escolha do princípio terapêutico e os respectivos pontos a serem estimulados.

2.1 - O estímulo acupuntural transmite-se por via nervosa

Após pesquisas realizadas pelos fisiologistas do Shanghai College of Traditional Chinese Medicine entre 1959 e 1960 em dissecações anatômicas, percebeu-se a afinidade entre os nervos periféricos e os pontos de acupuntura.

Dos 324 pontos acupunturais dissecados, 304 estavam associados a nervos cutâneos superficiais, 155 com nervos profundos e 137 possuíam inervação superficial e profunda ao mesmo tempo.

Observações microscópicas demonstraram que todas as camadas da pele e músculos nas regiões dos acupuntos continham numerosos ramos nervosos, plexos e terminações neurais. Existe uma particular afinidade entre vias dos canais tradicionais e as vias dos ramos periféricos, como visto nos canais do Pulmão, similar ao do nervo músculo cutâneo, o canal do pericárdio, similar ao nervo medial, o canal do coração similar ao nervo ulnar e cutâneo medial do braço.

Essas afinidades somadas ao desenvolvimento da embriologia, que definiu histórico-embriologicamente as relações entre a pele e o sistema nervoso, e entre a pele e os órgãos internos via sistema nervoso, permitiu a formulação da teoria nervosa: o estímulo acupuntural se transmite através de reflexos vísceros-mio-cutâneos, por estimulação de mecanismos receptores na derme, tecido celular subcutâneo, músculos, tecido conjuntivo, ligamentos e tendões. Os impulsos progridem ao longo dos nervos sensoriais até o segmento espinhal correspondente.

Ali, o impulso sensorial é modulado a um nível segmentar e o reflexo completa-se pela estimulação de nervos eferentes e das vias autonômicas. A atividade reflexa entre os pontos acupunturais e os órgãos internos é explicada através da participação das vias do sistema nervoso autônomo.

Em 1965, uma explicação satisfatória para o mecanismo da ação analgésica da acupuntura foi elaborada por Melzack e Wall em sua Teoria da Comporta ou teoria do sistema de controle do portão da dor. Segundo Melzack-Wall, o estímulo acupuntural produz impulsos que são conduzidos rapidamente por fibras A-delta, grossas e superficiais. Esses impulsos bloqueiam na substância gelatinosa do corpo posterior da medula a chegada do impulso doloroso conduzido lentamente pelas fibras finas C. Essa teoria explica o bloqueio por competição quando usamos a mesma inervação segmentar, mas não explica o fato de efeito analgésico acupuntural para o caso dos pontos distantes e sem relação com o local doloroso. Para isso o próprio Melzack sugeriu a existência de um mecanismo de indução central inibitório, possivelmente localizada na formação reticular do tronco cerebral, isto é, um sistema de comporta central.

Observando já distribuição dos canais tradicionais e a dos nervos, encontramos uma orientação vertical para os primeiros e horizontal para os últimos. Essa observação é particularmente manifestada no tronco por seus dermátomos (território de inervação segmentar dos nervos cutâneos). Referências nos livros clássicos chineses para vias do Qi para a cabeça, peito, abdome e membros, ou a divisão funcional do tronco em Três aquecedores tem afinidade com o conceito horizontal para os pontos e canais, quando utilizamos os pontos de alarme (mo) e os pontos de assentimento (shu), no tórax e nas costas, para tratar afecções funcionais orgânicas percebemos a relação respectiva entre o segmento neural ou dermátomo no qual está localizado.

Por exemplo:

B13, B14, VC17 - Dermátomo T3 e T4 - doenças cardiorespiratórias.

B20, B21, VC12 - Dermátomo T9 e T10 - Doenças do Trato Digestivo.

B23, VG4, VC4 - Dermátomo T12 e L1 - Doenças Urogenitais.

A observação clínica de reações intersegmentais, ou seja, a observação de que estimulando determinado ponto, provoca-se resposta em segmentos neurais inteiramente diferentes tem sido examinado sob a luz da moderna análise neurofisiológica. Acredita-se que o fato aconteça devido à excitação de áreas específicas no sistema nervoso central, principalmente no córtex cerebral, as quais estão arranjadas em conjunto por função.

Hipotetiza-se que os canais de acupuntura sejam projeções desses arranjos funcionais específicos dentro do sistema nervoso central. Os trabalhos de Albe-Fessard da Faculdade de Ciências de Paris sobre os fenômenos da inibição recíproca, da convergência e divergência nervosas, demonstraram que as técnicas de punção e associação de pontos tradicionais da acupuntura são suficientes para atingir o córtex cerebral e provocar ações reflexas viscerais no subcórtex. Essas hipóteses encontram respaldo na Teoria do Sineurônio de Ramon e Cajal, a qual demonstrou que a extensa rede de sinapses nervosas constitui-se numa série de circuitos não fixos, mas móveis, que aparecem e desaparecem de acordo com o mecanismo regulatório íntimo do sistema nervoso e com as necessidades fisiológicas do organismo.

2.2 - A estimulação acupuntural se transmite por via humoral.

Importantes descobertas realizadas a partir de 1968, com a incrementação do estudo sistematizado da acupuntura analgésica (AA) apontaram para a possibilidade de liberação de substâncias químicas induzidas por acupuntura.

Hughes (Escórcia) Godlstein e Snyder (USA), Terenius (Suécia), e várias pesquisas realizadas em laboratórios chineses (Beijing e Shanghai), encontraram opiáceos endógenos no cérebro após estimulação por eletro acupuntura. Estas substâncias, chamadas Endorfinas foram encontradas em maior concentração na hipófise e no mesencéfalo e bloqueiam os impulsos nervosos, especialmente a condução da dor, no sistema nervoso central.

No Instituto de Pesquisa de Doença Tuberculosa de Beijing (1974) foi demonstrado que o líquido encefalorraquediano transferido de um animal doador sob efeito de analgesia acupuntural (AA) para um receptor não submetido a acupuntura, produz analgesia no receptor. Experiências com circulação cruzada mostraram que a estimulação por acupuntura de um coelho aumenta o limiar da dor.

Melzack sugeriu que o mesencéfalo é importante em acupuntura, pois, a estimulação elétrica de fios implantados no mesencéfalo alivia bastante a dor, sendo usada no tratamento da dor crônica. Assim, pelo menos um dos mecanismos da analgesia por acupuntura envolve a atuação do mesmo sistema inibitório descendente que é ativado pela morfina ou por estimulação elétrica do mesencéfalo.

Os estudos mais recentes têm demonstrado que em resposta à estimulação por eletro-acupuntura-analgésica (AA) diferentes tipos de neurônios no sistema nervoso central foram ativados e diferentes neurotransmissores foram liberados. Alguns destes como a Serotonina, a Acetil-colina, os opiáceos endógenos (encefalina, beta-endorfina e gamaendorfina) que facilitam a analgesia por mecanismo de neuro-transmissão humoral, aumentaram sua concentração na circulação sangüínea e no sistema nervoso central. Outros neuro transmissores como a Dopamina, a norepinefrina, que atenuam qualquer efeito analgésico foram inibidos em sua secreção e utilização.

Segundo os conhecimentos atuais o efeito analgésico da acupuntura é o resultado da interação complexa dessas e de outras substâncias cujas secreções são estimuladas ou inibidas pela eletro-acupuntura. O ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) hipofisário e o cortisol sanguíneo, a prostaglandina E (PGE) e ions de magnésio MG++ aumentaram suas taxas. Observou-se ainda diminuição nas taxas de prostaglandinas F2 (PGF2), e de íons de cálcio (CA++).

A interação complexa e o delicado balanço entre esses neuro-transmissores foram equacionados para explicar o efeito analgésico da acupuntura pela seguinte fórmula:

[AA=(OLS)(5-HT)(ACH)(ACTH)(CORTISOL)(PGE)(MG++)] / [(NE) (DA) (CA++) (PGF2) ]

3 - Processos de defesas ativados pela acupuntura.

Concomitante a ação neurológica e neuro química, sabemos que o estímulo acupuntural leva a reações de ativação dos processos de defesa do organismo.

Estes efeitos desaparecem mediante a supressão da inervação cerebroespinhal e autônomas dos pontos, suprarrenalectomia, hipofisectomia e narcoses. Em contrapartida, a estimulação do extremo proximal do nervo seccionado, determina o mesmo efeito do ponto.

Os avanços dos conhecimentos neuroendócrinos, concomitante a realizações de novas pesquisas, faz com que os mecanismos de defesa ativados por acupuntura sejam desvendados de forma melhor, o que sabemos até então é que ocorre múltiplos mecanismos que associados interferem nos sistemas de defesas orgânicos:

.Ação reflexa segmentar, intersegmentar ou suprasegmentar;

.Ativação dos centros autônomos de controle levando a efeitos importantes sobre a circulação local ou geral, a termorregulação, a atividade da musculatura lisa, as secreções endócrinas ou exocrinas, etc;

.Ativação dos centros inibidores da dor do tronco cerebral e a liberação de neuropeptídeos;

.A ativação dos centros de controle neuroendócrinos, hipofisosuprarenais e hipofisotireoideo;

.A liberação de fatores humorais atuando sobre a leucocitose, as respostas imunes, as prostaglândinas.

Observações feitas, concluiram que estes efeitos ocorrem sobretudo em certos acupontos, ou seja, aqueles que se destacam por possuir efeitos de harmonização geral, em particular o E 36, IG11, Bp6, VB39, B18, B23 e VG 14.

Esses mecanismos levam a um aumento de leucócitos, da coagulação , da atividade fagocitária e da imunidade celular.

CRÉDITOS: Prof. Paulo César Barbosa Noleto. Diretor do IMAM - Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens. Acupunturista e herbologista pelo Beijing College Of TCM e Academia de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing - China.

 

NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA

acupuntura curitiba lombalgia lombociatalgia
A má postura na posição ortostática, na marcha, ao se sentar, nas atividades físicas e diárias e durante o repouso produzem desequilíbrios músculos-articulares que constituem a mais freqüente causa de dor.  A hérnia discal mais freqüente, em L5-S1, é o responsável pela grande maioria das lombociatalgias. Outros fatores podem, também, determinar compressão radicular, como tumores, processos inflamatórios, osteófitos, etc. Ao lado da cefaléia, a dor lombar talvez seja a queixa mais freqüente na prática médica. Em ambas, a dor tem localização lombar ou sacra lombar, quase sempre bilateral, mas predominando em um dos lados.
Na lombalgia é comum a dor não apresentar irradiação importante, enquanto na lombociatalgia ela se irradia para a nádega e face posterior da coxa, podendo estender-se até o pé. A intensidade da dor é variável, desde uma sensação de desconforto até uma dor lancinante e a movimentação da coluna agrava a dor. Quase sempre há transtorno funcional, impedindo o paciente de trabalhar, recostar ou deitar. Em alguns casos há completo bloqueio funcional, ficando o paciente numa posição rígida, sem condições de exercer qualquer atividade. A dor pode ser aguda, desencadeada por um esforço físico (levantar um peso, por exemplo) ou surgir gradativamente.
É comum a presença de rigidez matinal que melhora com a movimentação. Mudanças de posição, o ato de sentar, deambulação, tosse, espirro e pequenos esforços provocam dor. Observa-se limitação da mobilidade da coluna, dor à palpação da região lombar, podendo haver uma área extremamente sensível. A compressão da região lombar pode despertar dor pelo trajeto do nervo ciático. As lombalgias são ocasionadas por processos inflamatórios, degenerativos, por alterações da mecânica da coluna vertebral, malformações e sobrecarga da musculatura lombar.
Admite-se que a principal causa da lombalgia seja uma alteração do disco intervertebral, que se tornaria incapaz de amortecer as cargas que lhe são transmitidas. Mas sabendo que a parte central do disco não possui inervação sensitiva, admite-se que a dor só surge quando as alterações discais atingem as lamelas superficiais e o ligamento posterior, estruturas ricamente inervadas. Quando ocorre herniação do disco, a raiz nervosa comprimida é que dá origem a dor, a qual adquire, então, as características de uma síndrome radicular.
Nos casos de lombociatalgias ou síndrome ciática, deve-se pensar em primeiro lugar em hérnia de disco intervertebral.
As lombociatalgias por hérnia discal compreendem as seguintes variedades:
.Raiz L4 (disco herniado entre L3 e L4) – Dor na região lombar, face posterior da coxa, face medial da perna. Parestesia na região medial do joelho ou do pé. Deficiência do movimento de inversão do pé. Diminuição ou abolição do reflexo patelar.
.Raiz L5 (disco herniado entre L4 e L5) – Dor lombar, na face posterior da coxa, face lateral da perna e região maleolar externa. Parestesias no dorso do pé e hálux. Déficit motor na flexão do pé. Reflexos normais.
.Raiz S1 (disco herniado entre L5 e S1) – Dor lombar, na face posterior da coxa, face posterior de perna e calcanhar. Parestesias na borda lateral do pé e dois últimos pododáctilos. Déficit motor na flexão plantar do pé. Diminuição ou abolição do reflexo aquileu.
A rigidez pós-repouso, geralmente matinal, costuma ocorrer tanto nas doenças inflamatórias como nas degenerativas. Há, contudo, uma diferença que merece ser destacada. A rigidez de origem inflamatória é mais persistente, ou seja, o paciente se levanta com dor e rigidez na coluna que persiste por tempo prolongado, enquanto nos processos degenerativos o paciente pode levanta-se com rigidez, mas este é fugaz, passageira, logo desaparecendo.
Causas:
· Espondiloartrose;
· Protusão Discal;
· Hérnia de Disco;
Quadro Clínico:
· Dor local;
· Dor irradiada;
· Parestesia;
· Dor repouso/movimento;
· Hipotrofia/Hipotonia;
· Arco de Movimento Incompleto;
· Alteração da biomecânica da coluna lombar;
Avaliação Fisioterapêutica:
· Anamnese;
· Exame Físico: Inspeção: observar postura, marcha, coloração da pele, cicatriz;
. Palpação: tensão muscular, tender point, trigger point;
· Teste Articular e Muscular para coluna lombar e membro inferior;
· Teste de Laségue: utiliza-se para observar se há compressão de raiz nervosa. O Fisioterapeuta realizará passivamente uma flexão de coxo-femural e aos 30/45 graus desta posição o paciente pode referir dor/parestesia, caracterizando uma compressão radicular.
· Perimetria;
· Sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa);
· Reflexos;
Diagnóstico:
Talvez o mais importante é saber como ocorreu a lombalgia ou dorsalgia. Muitas vezes, a indicação da situação ou do movimento que provocou a dor pode levar à hipótese diagnóstica mais adequada.
· Se há escoliose, seja por efeito da própria coluna, seja em decorrência da diferença de comprimento dos membros inferiores, a escoliose facilita a lombalgia por ritmo lombo-pélvico inadequado;
· Quando os músculos ísquio-tibiais estão tensos e há limitação dos movimentos das coxo-femurais, são pesquisados observando por detrás e em perfil, com o dorso do paciente nu, a evolução do movimento de tocar os pés com a ponta dos dedos sem dobrar os joelhos e voltar à posição ereta sem dobrar os joelhos.
Na pesquisa desses movimentos, o importante não é avaliar a extensibilidade dos mesmos, mas a facilidade, uniformidade e simetria de sua realização. Os músculos ísquio-tibiais e os paravertebrais tensos e a limitação das coxo-femurais favorecem a lombalgia por ritmo lombo-pélvico inadequado.
Radiografia:
Deve ser feita com o indivíduo em pé, em AP e perfil.
Achados radiográficos que favorecem a lombalgia por ritmo pélvico inadequado:
· Escoliose;
· Diferença de comprimento dos membros, que predispõe a escoliose;
· Alterações das sacro-ilíacas;
Achados radiográficos que favorecem a lombalgia por instabilidade articular:
· Hiperlordose lombar;
· Sacro horizontalizado;
· Diminuição acentuada do espaço entre L5 e S1;
· Espondilólise;
· Espondilolistese;
Objetivos do Tratamento:
· Abolir ou diminuir a dor;
· Aumentar ou manter o arco de movimento;
· Normalizar tensão muscular;
· Normalizar o trofismo;
· Normalizar a força muscular;
· Abolir parestesia;
· Normalizar a marcha;
Tratamento Proposto:
· TENS;
· Ondas Curtas – Microondas;
· Crioterapia;
· Calor Superficial;
· Massagem Relaxante;
· Hidroterapia;
· Repouso;
· PRT;
· Liberação Miofascial;
· Maitland;
· Spiral Taping;
· Cinesioterapia, como:
         .Exercícios de Estiramento da Coluna Lombar;
         .Exercícios de Báscula Pélvica;
         · Exercício de fortalecimento dos abdominais;
         · Exercício de Estiramento dos Ísquio-tibiais;
         · Exercícios de Estiramento do Tendão de Aquiles;
         · Exercícios de Estiramento dos flexores de quadril;
A ACUPUNTURA TAMBÉM É UMA TÉCNICA BASTANTE EFICAZ E INDICADA NA LOMBOCIATALGIA (NOTA DO SITE)
Conclusão
A coluna vertebral é a estrutura de sustentação da parte superior do corpo humano, responsável pela mobilidade da porção superior do tronco.
A estabilidade dessa estrutura pode ser rompida por acidentes e situações, como quedas, sobrecarga, atitude postural, colisão, etc, que atingem principalmente a saúde, que solicita de forma anormal a coluna vertebral, acarretando para si os riscos de uma lombalgia e lombociatalgia.
Como vimos ao longo deste, tais patologias costumam ser decorrentes de sete mecanismos principais e apresenta uma ordem de freqüência variada, sendo mais comum a lombalgia por fadiga da musculatura paravertebral, freqüente em indivíduos que adotam uma postura inadequada durante a realização de suas atividades.
A Fisioterapia aplica soluções diferenciadas, visando ensinar o indivíduo como manter de forma sadia a sua estrutura vertebral a fim de evitar-lhe danos algumas vezes de tratamento prolongado ou até mesmo irremediáveis.
Bibliografia
CAILLIET, René. Lombalgias. Editora Manole. 3ª Edição – São Paulo – SP.
COSSERMELLI, Wilson. Reumatologia Básica. Editora Sarvier. São Paulo – SP.
PINTO, Luiz Antonio Ferreira. Lombalgias. Rio de Janeiro – 1991.
PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico. Editora Guanabara Koogan. 4ª Edição. Rio de Janeiro – RJ.
Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!
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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.