NOTAS CLÍNICAS: LEITOSA DA AMAZÔNIA, JANAÚBA, LEITOSINHA, COLA-NOTA

acupuntura curitiba fitoterapia chinesa e brasileira
Por Roberto Almeida – Terapeuta Acupunturista
Meus pacientes reportam com frequência a experiência pessoal ou de terceiros com ervas medicinais de uso popular para o tratamento desta ou daquela enfermidade. A maioria das ervas são já bastante conhecidas e de uso seguro. Eventualmente recebo informações sobre alguma erva desconhecida ou mesmo alguma erva conhecida sendo usada para finalidades diferentes daquelas mencionadas no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, o que nos obriga a uma pesquisa sobre a mesma.

Um paciente relatou-me estar usando um preparado caseiro feito à base de uma erva conhecida como “leitosa da Amazônia”. Pela descrição, descobri tratar-se da planta Synadenium grantii.


O gênero Synadenium é bastante amplo e outras espécies deste gênero são utilizadas no Brasil pela medicina popular há muitos anos. Seu uso é tradicional entre os indígenas, que utilizavam a planta em “garrafadas”, preparadas por meio da diluição do látex da planta em água pura, como remédio para várias doenças. O uso desta planta foi muito difundido para a cura de variados tipos de câncer, mas há relatos de populares utilizando a planta para outras enfermidades, tais como diabetes e úlcera gástrica. Porém, são poucos os estudos a respeito das supostas ações farmacológicas da planta, não havendo, portanto, evidências científicas que as comprovem1.

A utilização de plantas medicinais não é um processo isento de riscos. Antes de avançarmos em nossa argumentação, precisamos considerar que o fato de uma planta ser usada pela população não exclui a possibilidade de o extrato da planta apresentar toxicidade. Os remédios da medicina popular ou tradicional levam em conta apenas os sintomas apresentados, proporcionando um “alívio rápido” ao paciente, mas ignorando a etiologia da doença2.

CLIQUE AQUI e leia mais sobre FITOTERAPIA chinesa e plantas brasileiras

No caso da S. grantii, esta planta realmente possui uma variedade de compostos farmacologicamente interessantes, principalmente devido à ação antioxidante de alguns desses grupos de compostos, em especial os fenólicos, tal como é o caso dos flavonoides3.

Entretanto, o uso indiscriminado de plantas do gênero Synadenium , pode se tornar um sério problema de saúde pública, devido ao desconhecimento da composição química da planta, o que pode implicar em intoxicações e alergias, além do próprio problema da automedicação4.

Outras espécies do gênero Synadenium também já foram descritas, apresentando ação tóxica bastante potente5. Diversos estudos publicados sobre outros gêneros da mesma família (Euphorbiaceae) também mostram a presença de compostos químicos biologicamente ativos variados bem como compostos altamente tóxicos; toxicidade esta que parece estar estreitamente relacionada com sua concentração7.

Leia mais: EM DEFESA DAS TERAPIAS COMPLEMENTARES NO TRATAMENTO DO CÂNCER

A presença de glicosídeos cianogênicos ou cianogenéticos, que são potencialmente tóxicos a um grande número de organismos vivos demonstram o risco da administração de extratos desta planta 5,7.

DoCampo et al. (2010)8 relataram o caso de uma criança de 4 anos que manipulou e ingeriu parte da Synadenium grantii (fotos 1 a 6). Como consequência, a criança apresentou erupção eritematosa, descamativa, generalizada e pruriginosa em mais de 90% da superfície corporal:


acupuntura curitiba 1
Foto 1 – lesões com 3 dias de evolução – parte anterior
acupuntura curitiba 2
Foto 2 – lesões com 3 dias de evolução – parte posterior
acupuntura curitiba 3
Foto 3 – edema bipalpebral com secreção purulenta que impede a abertura ocular
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Foto 4 – exantema descamativo no rosto, pescoço e tórax após 9 dias de evolução
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Foto 5 – Folhas de Synadenium grantii Hook. A seta indica o látex que se desprende ao se arrancar uma folha.
acupuntura curitiba 6
Foto 6 – Folha de Synadenium grantii Hook trazida pelos familiares da paciente durante a consulta.

Leia também: ACUPUNTURA NA REABILITAÇÃO PÓS CIRÚRGICA DA MAMA

Conclusões e recomendação

Apesar dos extratos utilizados pela população serem, em geral, bastante diluídos, a não padronização do seu preparo e a não padronização da matéria-prima expõem o usuário a potenciais riscos à saúde.

Alguns estudos publicados até o momento, como o de Costa et al (2012)9, ainda que tenham obtido resultados positivos, limitaram-se a testes em animais de laboratório. Tais resultados não podem ser considerados com o propósito de endossar o uso da Synadenium grantii em seres humanos.

Assim, sugiro a todos os meus pacientes e leitores que evitem o uso desta planta até que novas pesquisas determinem a eficácia e a segurança da mesma e sempre consultem o profissional de saúde de sua confiança.

REFERÊNCIAS

1 MACHADO, AA. Caracterização fotoquímica e avaliação da citotoxicidade de Synadenium carinatum Boiss (Euphorbiaceae). Curitiba, 2008. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná.
2 ELISABETSKY, E. Etnofarmacologia. Cienc. Cult., Campinas, v. 55, n. 3, p. 35-36, jul./set. 2003.
3 TARTUF, G.; MARTÍNEZ, J.R.; STASHENKO, E.E. Evaluación de la actividad antioxidante de aceites esenciales em emulsiones degradadas por radiación ultravioleta, Revista Colombiana de Química, Bogotá, v. 34, n. 1, 2005.
4 AFONSO-CARDOSO, S. R. et al. Protective effect of lectin from Synadenium carinatum on Leishmania amazonensis infection in BALB/c mice. Korean Journal of Parasitology, Seul, v. 45, n. 4, p. 255-266, dez. 2007.
5 GRUPO, L. R. P. Contribuição ao estudo anatômico, fitoquímico e farmacológico de Synadenium carinatum Hook f. (Euphorbiaceae). Curitiba, 1998. 78 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Programa de Pós-Graduação em Botânica, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
6 BITTNER, M. et al. Estudio quimico de especies de la familia Euphorbiaceae em Chile. Bol. Soc. Chil. Quim., Concepción, v. 46, n. 4, p. 1-15, dez. 2001.
7 FRANCISCO, I. A.; PINOTTI, M. H. P. Cyanogenic glycosides in plants. Braz. Arch. Biol. Technol., Curitiba, v. 43, n. 5, p. 24-27, 2000.
8 Docampo PC, Cabrerizo S, Paladino N, Parreño ML, Ruffolo V, Mutti O. Erythroderma secondary to latex-producing plants (Synadenium grantii). Arch Argent Pediatr. 2010 Dec;108(6):e126-9.
9 Costa et al. Anti-ulcer activity of Synadenium grantii latex. Rev. bras. farmacogn. vol.22 no.5 Curitiba Sept./Oct. 2012.

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

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PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA

Paralisia Facial Periférica
  • Introdução
  • Paralisia de BELL
  • Síndrome de Ramsay-Hunt
paralisia facial acupuntura curitiba 3paralisia facial acupuntura curitiba 4
Foto 1                                                                  Foto 2
Foto 1: desvio da comissura bucal com caimento do lado afetado. Foto 2: incapacidade para fechar o olho do lado afetado que permite ver a esclera pela elevação sinérgica do olho ao ocluir a musculatura orbicular (sinal de Bell). Autor:Juan I Pérez Calvo (Servicio de Medicina Interna - Hospital Clínico Universitario) CRÉDITOS: http://www.imagenmed.com [nota do site]
Introdução
O nervo facial é formado por duas raízes que seguem juntas por longo trajeto dentro do cânio:
a) o nervo facial propriamente dito, que corresponde à raiz motora responsável pela inervação dos músculos da mímica facial e do músculo estapédio (relacionado com a audição); e
b) o nervo intermediário de Wrisberg, que é composto por fibras sensitivas somáticas (controlam a sensibilidade de parte do pavilhão auricular), fibras sensitivas especiais (controlam a gustação dos dois terços anteriores da língua) e fibras do sistema nervoso autônomo (controlam as glândulas lacrimais e salivares).


Uma lesão do nervo facial manifesta-se por paralisia dos músculos da mímica facial em uma hemiface com incapacidade para enrugar a fronte, fechar completamente o olho, sorrir, bochechar, assoviar.
Observa-se, ainda, desvio da comissura labial para o lado contrário à lesão, apagamento dos sulcos da hemiface comprometida e lacrimejamento contínuo. Na dependência do local da lesão do nervo facial, alterações da gustação, audição (os sons parecem mais altos no lado comprometido), e salivação podem ser encontradas.
As lesões do nervo facial podem ser congênitas ou adquiridas. A Tabela 1 demonstra exemplos de causas de paralisia facial periférica. A paralisia de Bell, ou paralisia facial idiopática (cuja causa é desconhecida), é a mais freqüente.

paralisia facial acupuntura curitiba 5
Paralisia de BELL
Incidência
Estimada em 15-40 casos novos/100 000 habitantes/ano. O número de casos aumenta com a idade. Quanto ao sexo, entre 10 e 20 anos é mais comum no sexo feminino e, após os 40 anos, mais comum no sexo masculino.
Causa
Não se conhece bem a causa, mas acredita-se que possa estar relacionada com uma infecção viral do nervo facial.
Fatores de Risco
Gestantes e diabéticos apresentam risco aumentado para paralisia de Bell. Cerca de 10% dos pacientes têm história familiar positiva.

Leia também: ACUPUNTURA E PARALISIA FACIAL – ESTUDO DE CASO

Evolução
O início é súbito e a doença progride durante os primeiros 14 dias, sendo que o déficit máximo é atingido nos quatro primeiros dias. Referência de dor atrás da orelha ou na frente da orelha no início do quadro é freqüente. Algumas pessoas referem sensação de dormência na hemiface comprometida. A paralisia facial é unilateral na maioria das vezes, mas, em 10 por cento dos casos, é bilateral. Em 60 por cento a 80 por cento, a recuperação é completa e, em sete por cento dos casos, a paralisia facial é recorrente.
Prognóstico
Menor idade, fraqueza incompleta dos músculos acometidos, início da recuperação entre 10 e 21 dias e ausência de doenças sistêmicas (como diabetes) são fatores que favorecem um bom prognóstico (recuperação completa).
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado em critérios clínicos. Deve-se pesquisar história de trauma, infecções do ouvido, cirurgia otológica ou na glândula parótida. A presença de sinais de envolvimento de vias centrais como hemiparesia (dificuldade de movimento em um lado do corpo), ataxia (déficit de equilíbrio e incoordenação), comprometimento de outros nervos cranianos ou o achado de vesículas no pavilhão auricular ou cavidade oral remete a outros diagnósticos.
Exames Complementares
Os pacientes que apresentam perda auditiva neurossensorial nas fases iniciais ou aqueles que não mostram sinais de recuperação em três meses devem ser submetidos a estudo por ressonância magnética ou tomografia computadorizada de crânio.
Tratamento
O tratamento da paralisia de Bell não está estabelecido, mas estudos sugerem que, em pacientes adultos, o uso de corticosteróides associado a aciclovir está relacionado com melhor recuperação funcional. Este tratamento deve ser instituído nos primeiros sete dias do quadro, sendo os melhores resultados observados quando iniciado até o 4° dia.
Medidas preventivas para lesão de córnea, como uso de colírios (lágrima artificial) para evitar ressecamento do olho e aplicações de pomadas oftálmicas apropriadas à noite com oclusão do olho acometido são fundamentais. Em caso de dor ocular ou sinais de irritação está indicada uma avaliação oftalmológica de urgência para afastar úlcera de córnea.
O real valor da fisioterapia pode não ter sido demonstrado em vários estudos, mas parece ter efeito benéfico no sentido de evitar deformidades e manter a flexibilidade e a elasticidade muscular durante o período de paralisia. Exercícios específicos podem ser indicados quando se observa esboço de movimento da musculatura envolvida. Eles não interferem na velocidade de recuperação, mas podem melhorar a função. A Figura 1 demonstra exemplos de exercícios faciais que podem ser feitos enquanto durar a paralisia. O uso de órtese (buco-auricular) pode, também, ser medida auxiliar na prevenção de contraturas da musculatura. Quanto à eletroestimulação, não existe comprovação científica de sua eficácia como método de tratamento.
Figura 1
(clique para ampliar)
paralisia facial acupuntura curitiba 1
paralisia facial acupuntura curitiba 2
Seqüelas
Em casos com recuperação incompleta, podemos encontrar os seguintes sinais residuais: fraqueza da musculatura da mímica facial (30%), contraturas com acentuação de sulcos (20%), sincinesias (movimentos involuntários que ocorrem num grupo de músculos quando outro se contrai voluntariamente) e lágrimas de crocodilo decorrentes de reinervação anômala (50% e 6% respectivamente).

Leia também: ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA PARALISIA FACIAL

Síndrome de Ramsay-Hunt
Paralisia facial periférica acompanhada pela presença de vesículas avermelhadas no pavilhão auricular (zoster ótico) ou na cavidade oral (território de inervação sensitiva do nervo facial), decorrente de reativação de infecção pelo vírus varicela-zoster.
Características Clínicas
A paralisia facial da síndrome de Ramsay-Hunt é mais grave e de pior prognóstico do que a paralisia facial de Bell. O acometimento de outros nervos cranianos pode ser encontrado e as principais manifestações clínicas associadas são vertigem, diminuição da audição, zumbidos, náuseas, vômitos e nistagmo (movimentos involuntários do globo ocular).
Em 14 por cento dos casos, as vesículas surgem após instalada a paralisia facial periférica, dificultando o diagnóstico. Existem casos de paralisia facial associada a varicela-zoster, nos quais as vesículas características não estão presentes – ‘zoster-herpete’.
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico dos casos sem vesículas pode ser estabelecido pela presença do DNA do vírus varicela-zoster (VVZ), identificado pelo método PCR (reação de cadeia de polimerase), em amostras de saliva ou da pele da orelha, pela presença de anticorpos IgM anti-VVZ ou, ainda, elevação dos títulos de anticorpos IgG.
Tratamento
O tratamento com prednisona e aciclovir está associado com melhor recuperação funcional, principalmente se iniciado nos primeiros três dias.
CRÉDITOS: REDE SARAH DE HOSPITAIS DE REABILITAÇÃO
LEIA TAMBÉM OS OUTROS ARTIGOS DO SITE SOBRE PARALISIA FACIAL E SAIBA COMO A ACUPUNTURA PODE AJUDAR NESTES CASOS.
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TRATAMENTO DE EPIGASTRALGIA PELA MEDICINA CHINESA

acupuntura curitiba epigastralgia 
Tratamento de epigastralgia por aplicação externa de HUWEIGAO no Ponto Shenque (VC8)


Resumo:140 casos de epigastralgia foram divididos em dois grupos aleatoriamente. Os 100 casos do grupo de tratamento foram tratados com Huweigo aplicado externamente no ponto Shenque1 (VC8). Os 40 casos do grupo controle receberam Weinaian2 por via oral. Após um mês de tratamento, a taxa de alívio dos sintomas e a verificação por gastroscopia (exame endoscópico do esôfago e estômago) mostrou-se eficaz em 94,0% e 52,6%, respectivamente, no grupo de tratamento.

Dados gerais

O diagnóstico pela MTC seguiu os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde Pública, utilizando também os resultados obtidos na gastroscopia e exame patológico. Em todos os pacientes, a epigastralgia foi confirmada como sendo do tipo deficiência-frio ou estagnação de Qi e de Sangue.

Terapêutica

Desenvolvido pelo Medicinal Research Center, Wan Nanwei Scientific and Technological Development Company, Huweigao é um extrato composto por:

Baizhu (Rhizoma Atractylodis Macrocephalae),
Wuzhuyu (Fructus Euodiae),
Dingxiang (Flos Caryophylli),
Rougui (Cortex Cinnamomi),
Danggui (Radix Angelicae Sinensis),
Chuanxiong (Rhizoma Chuanxiong),
Yanhusuo(Rhizoma Corydalis),
Houpo (Cortex Magnoliae Officinalis),
Bingpian(Borneolum Syntheticum).

O extrato de ervas é misturado com borracha esponjosa e material terroso. Esta mistura é espalhada sobre gesso e enrolada em pequenos pacotes que medem 7x10 cm e que contém cada um 5g do extrato seco bruto.

Um pedaço de Huweigao foi aplicado externamente em Shenque (VC 8) todas as manhãs e mantido por 12 horas. Nos casos mais graves, outro pedaço foi aplicado na região dolorosa.

acupuntura curitiba epigastralgia vc8
O ponto Shenque (VC 8)

No grupo controle, os pacientes receberam Weinaian (0.3g/capsula totalizando uma ingestão diária de 1,2 g), produzido pela Guangzhou Pharmaceutical, primeira fábrica de medicamentos tradicionais chineses. Um curso terapêutico compreendeu um período de 30 dias.

Os itens a serem avaliados nos pacientes incluíam os sintomas, os resultados gastroscópicos e efeitos colaterais dos medicamentos. Os sintomas incluíam, por sua vez, epigastralgia, anorexia, vômitos, náuseas, eructação, soluços, membros frios, intolerância ao frio, cansaço e fraqueza que foram avaliados e classificados respectivamente em graves, moderados e leves.

Resultados

As taxas em que a terapia com Huweigao apresentaram-se efetivas nos pacientes (obtenção da cura, eficácia acentuada e eficácia) considerando-se os sintomas (epigastralgia, membros frios e intolerância ao frio, anorexia, sensação de plenitude no abdome superior, cansaço e vômitos, fraqueza e eructação, náuseas e soluço) foram de 99,0%, 76,0%, 88,4%, 69,4% , 88,4%, 82,5% e 81,4%, respectivamente. As taxas da terapia com Weinaian foram 80,0%, 79,4%, 80,0%, 73,7%, 86,7%, 41,7% e 67,7%, respectivamente. Huweigao apresentou melhores efeitos terapêuticos do que Weinaian (P <0,05).

Em relação à epigastralgia como síndrome, as taxas de cura, de eficácia acentuada, de eficácia e efetiva total para a terapia com Huweigao foram de 16.0%, 45,0%, 33,0% e 94%, respectivamente, e as taxas de Weinaian foram de 7,5%, 20,0%, 65,0% e 92,5%, respectivamente. Não houve diferença significativa observada entre as taxas efetivas totais nos dois grupos (P> 0,05), entretanto a taxa de ‘cura’ e ‘acentuadamente eficaz’ no grupo de tratamento com Huweigao foram muito maiores do que no grupo onde foi ministrado Weinaian (P <0,01).

No grupo Huweigao, foram relatados sete casos com prurido, dois deles com eritema cutâneo leve. Mas todos os pacientes com esses efeitos adversos puderam manter o tratamento. O prurido e o eritema cutâneo desapareceram após a retirada do medicamento. Outros efeitos colaterais adversos não foram encontrados.

Comentários

Huweigao possui uma ação aquecedora no Jiao Médio, revigora o baço e estômago, promove o fluxo de Qi e de Sangue e alivia a dor no estômago. Ele apresenta bons efeitos terapêuticos tanto na epigastralgia do tipo deficiência-frio quanto no tipo estagnação de Qi e Sangue. Além disso, Huweigao pode ser facilmente aplicado com poucos efeitos colaterais, o que o torna um bom medicamento para o tratamento externo da epigastralgia.

Notas do Site

1 O ponto Shenque 神阙, tradução aproximada “Palácio do Espírito”, situa-se no abdome, no centro da cicatriz umbilical. Suas funções energéticas compreendem: tonificação do Yang Qi dos Rins; tonificação e fortalecimento do Qi do Baço/Pâncreas e do Estômago; harmonização dos Intestinos; aquecimento e estabilização do Yang Qi; harmonização da Via das Águas e dispersão da Umidade e a Umidade-Frio. Indicações Tradicionais: ponto tradicionalmente indicado para uso de moxa. A agulha é contra-indicada embora haja autores que a pratiquem.

2 Weinaian é um medicamento herbal composto por Radix Astragali, Radix Notoginseng , Radix Ginseng Rubra, Pulvis Margarita e Calculus Bovis Artifactus.

Créditos

Ba Y, Xiang N, Tan Z, Zhang Y, Tan Y (Affiliated Hospital, Hubei College of Traditional Chinese Medicine, Wuchang).Treatment of epigastralgia by external application of huweigao at shenque point. J Tradit Chin Med. 1999 Sep;19(3):214-7.

Tradução livre, adaptação e notas: Roberto Almeida – Terapeuta Acupunturista

Para baixar o artigo em pdf em inglês clique aqui.

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IRRIGAÇÃO NASAL PARA TRATAMENTO DE RINOSSINUSITES

acupuntura curitiba rinite sinusite 5

Irrigação nasal com solução salina para tratamento de rinossinusites e congestões nasais utilizando uma antiga técnica ayurvédica, o Neti

O termo rinossinusite é atualmente consensual, já que a rinite e a sinusite são, frequentemente, uma doença em continuidade. Assim, a rinite existe isoladamente, mas a sinusite sem a rinite é de ocorrência rara. As afecções nasossinusais são uma das principais causas de morbidade, acarretando desconforto ao paciente, tais como: cefaléia, obstrução nasal e rinorréia, dentre outros sintomas 1.
acupuntura curitiba rinite sinusite 3
O tratamento para rinossinusites e rinites tem como objetivo o controle da infecção, a redução do edema da mucosa e a facilitação da drenagem da secreção e ventilação dos seios. O uso de soluções salinas auxilia na fluidificação do muco e limpeza das crostas2.
acupuntura curitiba rinite sinusite 4
O Neti (termo sânscrito para limpeza nasal) é um método de higiene pessoal e aperfeiçoamento da saúde originário da antiga tradição do yoga e do ayurveda. Por meio de um utensílio simples de irrigação nasal chamado lota (pronuncia-se lôta), este método tem se mostrado eficaz para o tratamento auxiliar de rinossinusites crônicas e rinites alérgicas, minimizando sintomas e melhorando a qualidade de vida das pessoas2.
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Na figura acima pode-se notar como os seios da face se comunicam com o nariz e como as secreções são drenadas a partir dos seios da face em direção ao nariz
O lota assemelha-se a um pequeno jarro de água. É feito geralmente de cerâmica, assimilando-se a um pequeno regador de plantas e, em geral, é menor do que uma caneca, porém existem vários modelos e tamanhos. Tem um pequeno bico que pode ser confortavelmente inserido numa das narinas para verter a água, que flui por gravidade. A solução que se deve usar no “Lota” consiste, em geral, em água morna com um pouco de sal dissolvido3.
acupuntura curitiba rinite sinusite 6
Lota
O uso do lota nos permite purificar os sinus, de modo que eles possam funcionar melhor e com mais eficácia. É útil na prevenção de doenças e proporciona maior vitalidade, além de poder reduzir a necessidade de antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos; proporcionando benefícios em longo prazo que podem ser tão importantes como terapias complexas e procedimentos médicos detalhados3.
A simplicidade e a efetividade deste procedimento levaram à sua popularização. Uma pesquisa constatou que a irrigação nasal com solução salina é recomendada por nada menos que 87% dos médicos da Wisconsin Academy of Family Physicians e da Wisconsin Research and Education Network para aliviar os sintomas de congestão nasal e sinusite4.
acupuntura curitiba rinite sinusite 7
Utilização do lota
A irrigação nasal proporciona alívio sintomático em curto prazo e pode melhorar a limpeza mucociliar nasal. Ele remove o muco não só do nariz, mas também do seio maxilar e etmoidal5.
Um ensaio clínico randomizado realizado em 2002 descobriu que a irrigação nasal diária com solução hipertônica melhorou a qualidade de vida, diminuiu os sintomas e o uso de medicamentos em pacientes com sinusite frequente6. Posteriormente, em 2007, uma revisão Cochrane endossou estas conclusões7.
Em 2009, um artigo de revisão publicado na American Family Physician concedeu à irrigação nasal uma força de evidência nível "A" como terapia eficaz adjuvante para os sintomas da rinossinusite crônica, e nível "B" para rinites irritativas e alérgicas e infecções virais do trato respiratório superior8.
Entretanto, não se deve exagerar na utilização do lota. Um estudo9 apresentado em 2009 no American College of Allergy, Asthma & Immunology concluiu que, embora no curto prazo a irrigação nasal possa ser benéfica, seu uso excessivo ou no longo prazo pode ser prejudicial. A hipótese levantada pelos pesquisadores é que a mucosa nasal serve como uma linha de defesa e a irrigação nasal esgotaria a cobertura de muco do nariz, eis que esta possui um mecanismo imunológico, aumentando assim o risco de infecções recorrentes.
REFERÊNCIAS
1 Araújo E, Sakano E, Weckx LLM. I Consenso brasileiro sobre rinossinusite. Rev Bras Otorrinolaringol. 1999;65(3 supl 9):6-30.
2 Fracaro B, Contato C. O Uso do Lota como tratamento auxiliar de rinossinusites crônicas e rinites alérgicas. Anais do VI Congresso Mineiro de Ciências da Saúde: Relações Interpessoais. UNIPAM, Patos de Minas, 26 a 28 de outubro de 2010.
3 Frawley D. Segredos Terapêuticos do Yoga e do Ayurveda. Pensamento. São Paulo, 2006.
4 Rabago D, Zgierska A, Peppard P, Bamber A. The prescribing patterns of Wisconsin family physicians surrounding saline nasal irrigation for upper respiratory conditions. WMJ. 2009 May;108(3):145-50.
5 Olson DE, Rasgon BM, Hilsinger RL Jr. Radiographic comparison of three methods for nasal saline irrigation. Laryngoscope. 2002 Aug;112(8 Pt 1):1394-8.
6 Rabago D, Zgierska A, Mundt M, Barret B, Bobula J, Maberry R. Efficacy of daily hypertonic saline nasal irrigation among patients with sinusitis: A randomized controlled trial. J Fam Pract. 2002 Dec;51(12):1049-55.
7 Harvey R, Hannan SA, Badia L, Scadding G. Nasal saline irrigations for the symptoms of chronic rhinosinusitis. Cochrane Database Syst Rev. 2007 Jul 18;(3):CD006394.
8 Rabago D, Zgierska A. Saline nasal irrigation for upper respiratory conditions. Am Fam Physician. 2009 Nov 15;80(10):1117-9.
9 Nsouli TM, et al. Long-term use of nasal saline irrigation: Harmful or helpful? ACAAI 2009; Abstract O32.
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Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!
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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA GONARTROSE

ACUPUNTURA  CURITIBA

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA GONARTROSE: ESTUDO RANDOMIZADO, CONTROLADO E DUPLO-CEGO

RESUMO

Objetivos: Analisar a eficácia da Acupuntura como terapia complementar no tratamento da Gonartrose, no que se refere ao alívio dor, redução da rigidez e melhora da capacidade física funcional, em conjunto com mudanças na qualidade de vida nos pacientes.

Delineamento: Estudo randomizado, controlado, duplo-cego, com avaliação cega e análise estatística dos resultados.

Local: O estudo foi realizado no ambulatório do Instituto de Geriatria e Gerontologia do Hospital Universitário São Lucas da Pontifícia Universida Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, no período de um ano.

Participantes: 52 pacientes externos ao serviço apresentando gonartrose.

Intervenção: Os pacientes foram randomicamente separados em dois grupos, um recebendo tratamento pela acupuntura (n=26) e o outro recebendo acupuntura simulada (n=26). Variáveis de medida e desfechos: As variáveis clínicas de desfecho primário foram as modificações nos escores funcionais e de Dor da Western Ontário and McMaster Universities Osteoarthrites index (WOMAC); os desfechos secundários foram as modificações nos escores de componentes físicos de qualidade de vida: 36- Item Short-Form Health Survey (SF-36) physycal component Score

Resultados: Todos os pacientes incluídos completaram o estudo. Os escores WOMAC index apresentaram uma modificação significativa na redução da dor no grupo que foi tratado com acupuntura quando comparado ao grupocontrole.( P=0,025) A acupuntura produziu significativas modificações nos escores de componentes físicos de qualidade de vida SF-36 no que se refere a vitalidade (P=0,022)

Conclusões: Acupuntura, como terapia complementar, foi efetiva no tratamento da dor em pacientes portadores de gonartrose. Acupuntura promoveu também melhora na qualidade de vida, no que se refere a vitalidade.

Palavras chaves: TERAPIA POR ACUPUNTURA, OSTEOARTRITE DO JOELHO, ARTRALGIA/terapia, QUALIDADE DE VIDA,ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO ALEATÓRIO, MÉTODO DUPLO-CEGO,MEDICINA TRADICIONAL CHINESA,MEIA-IDADE.

Introdução

A gonartrose, entre as patologias que acometem os joelhos, é a que se apresenta como a maior causa de morbidade e de limitação funcional.1,2 Tendo em vista o aumento da expectativa de vida e a obesidade epidêmica podemos esperar um aumento da prevalência da gonartrose3 nos próximos vinte anos.4 Não existindo ainda cura, as recomendações no manejo da osteoartrose de joelhos, incluindo os guidelines publicados pelo Colégio Americano de Reumatologia5 e pela Associação Européia de Reumatologia,6 focam os objetivos do tratamento em aliviar a dor, melhorar e manter a capacidade funcional, minimizando as conseqüências das deformidades.7

Várias medidas são preconizadas como tratamento: analgésicos, antiinflamatórios, meios físicos, atividade física, apoio com órteses, diminuição de peso corporal, corticosteróides e fisioterapia. Muitas vezes, usadas em associação, visam obter uma efetividade analgésica aditiva.8 Quando ocorrer a dor em repouso ou aos pequenos esforços deve ser criteriosamente avaliada a indicação opcional entre os tratamentos conservadores ou tratamentos cirúrgicos. As lavagens do espaço articular assim como o desbridamento cirúrgico das superfícies articulares podem ser modelos de tratamento que visam remover fragmentos microcoscópicos ou macroscópicos de cartilagem ou ainda cristais de cálcio que quando presentes podem induzir sinovites e ser fontes de dor.

Entre as opções terapêuticas conservadoras na gonartrose aparece a Medicina Física que inclui a fisiatria, a fisioterapia, as atividades físicas e a acupuntura. A inclusão da acupuntura na medicina física busca evidenciar o seu importante papel coadjuvante,9,10 pois ela é reconhecidamente um meio eficaz de tratamento da gonartrose.11 A revisão sistemática publicada em 2007 por White A. e col.12 demonstrou que a acupuntura quando usada com critérios adequados pode ser de grande ajuda no tratamento de várias situações clínicas. Seus resultados no alívio dor, redução da rigidez e melhora da capacidade física funcional de pacientes com dor crônica de joelho são significativamente superiores quando comparados aos da acupuntura falsa ou da não aplicação de outra intervenção adicional. Neste trabalho estudamos a eficácia da acupuntura como terapia complementar ao tratamento conservador convencional medicamentoso e fisioterápico, no que se refere ao alívio dor, redução da rigidez e melhora da capacidade física funcional, em conjunto com mudanças na qualidade de vida em pacientes com gonartrose.

Material e métodos

Desenho do estudo e população alvo

Conduzimos um estudo randomizado, controlado, duplo-cego, com avaliação cega e análise estatística dos resultados. Foi realizado no ambulatório do Instituto de Geriatria e Gerontologia do Hospital Universitário São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, no período de um ano. Esta unidade junto com outros hospitais da cidade de Porto Alegre cuida da saúde de 1.500.000 habitantes. Recrutamos pacientes portadores de gonartrose através de chamada divulgada na imprensa local e de pacientes vinculados aos serviços de Ortopedia, Geriatria, Fisiatria e Reumatologia do hospital da PUCRS.

Os pacientes selecionados eram externos ao hospital onde ocorreu o estudo e tinham o diagnóstico de gonartrose focado nos critérios de dor, rigidez articular e limitação funcional determinado clinica e radiologicamente de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia – Tabela 1.13,14 Os pacientes tinham que estar sintomáticos no momento da seleção e todos eles darem o seu consentimento informado antes de participar do estudo.

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 1

O ambulatório do serviço de geriatria aplicou os seguintes critérios para a inclusão no grupo de estudo:

os pacientes com idade de 50 anos ou mais;

dor em um ou ambos os joelhos nos últimos 3 meses ou mais;

diagnóstico clínico de osteoartrose e joelho e evidência radiológica de osteoartrose de joelho (pelo menos grau 1 de acordo com a classificação de Kellgren & Lawrence(Tabela 1).

Os critérios de exclusão foram:

tratamento prévio com acupuntura;

distúrbios da coagulação do sangue ou outras comorbidades que contraindiquem ou prejudiquem a participação no estudo;

tratamento com corticóide de uso sistêmico ou intra-articular;

tratamento cirúrgico ou aplicação de próteses substitutivas em um ou ambos os joelhos nos últimos 12 meses.

Os pacientes foram divididos em dois grupos, grupo de intervenção com tratamento pela acupuntura e grupo controle recebendo acupuntura placebo (simulada), Usamos o sorteio para incluir randomicamente os pacientes em um ou outro dos grupos. O grupo de intervenção se compunha de 26 participantese o grupo controle 26. Apenas o médico que aplicava o tratamento sabia a qual dos grupos o paciente pertencia, e não participou de qualquer etapa subseqüente de avaliação.

Mantivemos confidencial a participação dos pacientes no estudo. Não foi solicitada, por critérios éticos, a interrupção de medicamentos como analgésicos e antiinflamatórios no início do estudo se o paciente estivesse usando.

Intervenção do Estudo

Um médico especialista em acupuntura acreditado pela China Beijing International Acupuncture Training Centre e pelo Colégio Médico de Acupuntura da Associação Médica do Brasil selecionou os pontos usados no estudo com base nos métodos de tratamento da acupuntura indicados nos protocolos de acupuntura chinesa e que mostraram efetividade no tratamento da gonartrose.16

Critérios neuroanatômicos, neurofuncionais e neurossensoriais músculoesqueléticos foram também aplicados na escolha dos pontos usados no estudo, o que incluiu alguns pontos gatilho miofasciais (Triger points) e outros pontos relacionados com estruturas anatômicas articulares e justa-articulares (Tender points).

As agulhas usadas eram de 0.25 X 50 mm, esterilizadas e de uso único.

Os pontos locais selecionados foram Vb 34, Bp 9, Bp 10, Est 36, Est 34, Heding e Xiyan, os pontos distais foram Ig 4, Id 3, Bx 60 e R 3.

image

Figura 1 – Pontos locais e distais usados no estudo

A técnica de estimulação foi considerada efetiva quando obtivemos, por meio da manipulação da agulha (rotação e pistonagem), a sensação determinada pela Acupuntura conhecida como “De Qi” (sensação de peso, dormência, parestesia leve ou dolorimento leve), que corresponde ao fenômeno da sensação do ponto de acupuntura quando ativado.

No grupo-controle, as agulhas apenas tocavam a pele, sem penetração, sustentadas por algodão e micropore, simulando uma aplicação de acupuntura (Figura 2). O mesmo especialista realizou o tratamento simulado (placebo), com a mesma freqüência, duração das sessões e pontos usados no grupo de tratamento pela acupuntura. O tratamento durou 8 semanas com duas aplicações semanais de tratamento por acupuntura. A avaliação final ocorreu em seguida do encerramento do protocolo de tratamento.

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 2

Variáveis de medida e desfecho As variáveis de desfecho primário usadas neste estudo foram as modificações nos escores funcionais nas subescalas de Dor (0 a 20), rigidez (0 a 8) e incapacidade física funcional física (0 a 68) da Western Ontário and McMaster Universities Osteoarthrites index (WOMAC).

A forma de avaliação do efeito do experimento com o uso desses escores foi a comparação dos escores obtidos no início e no final do estudo. Os escores dos 24 itens do WOMAC foram medidos em escala numérica de 0 (sem sintomas / sem limitação) a 10 (sintomatologia máxima / limitação máxima), que foi o formato preferido em nossa população.17

Os desfechos secundários foram as modificações nos escores de componentes físicos de qualidade de vida: 36- Item Short-Form Health Survey (SF-36) physycal component Score. Análise estatística Calculamos o tamanho da amostra para fornecer um nível de significância (a) de 5%, um poder estatístico de 90 % e para detectar, nos escores das escalas WOMAC e SF-36, uma magnitude de efeito h 1 unidade de desvio-padrão.

Com a amostra mínima de 23 indivíduos por grupo, o tamanho mínimo calculado da amostra foi de 46 pacientes. Prevendo a ocorrência de perdas no número de indivíduos, nós selecionamos 52 pacientes para o estudo. Essas perdas não ocorreram, e os 52 pacientes selecionados e randomizados concluíram o estudo. Com esse tamanho amostral, é possível ajustar-se esses efeitos, em modelo multivariável, contendo até 5 fatores.

Os dados quantitativos simétricos foram descritos por média e desvio padrão. Na presença de assimetria, utilizamos a mediana e a amplitude interquartil. Dados categóricos foram apresentados por contagem e percentuais. Nas comparações entre médias, usamos o t de Student, substituído pelo U de Mann-Whitney nas situações de assimetria.

O teste de qui-quadrado foi usado na comparação de contagens, utilizando-se o procedimento exato de Fisher quando necessário. Para o ajuste dos efeitos confundidores, usamos a na análise de covariância (ANCOVA). Dados assimétricos receberam transformação logarítmica antes de serem incluídos no modelo de ANCOVA. O nível de significância adotado foi (a) =5%.

A diferença encontrada entre os grupos acompanha-se do intervalo de confiança de 95% para os dados não-assimétricos. Analisamos os dados de todos os 52 pacientes que foram randomizados.com o auxílio do programa SPSS, versão 11.5.

Resultados

Realizamos a análise da linha basal dos dois grupos para identificar diferenças clínicas relevantes considerando aspectos sociodemográficos, índice de massa corporal, duração e severidade da doença.

Na tabela 2, que lista as características na linha de base dos pacientes, a única diferença significativa encontrada foi na idade média dos pacientes (P=0,044), que foi, em média, menor no grupo-controle (64,8 anos ± 7,7) do que no grupo de tratamento pela acupuntura (69,3 anos ± 8,0), com uma diferença média na idade de 4,5 anos maior no grupo de tratamento pela acupuntura.

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 3

Na análise do escore do índice WOMAC, na subescala – dor encontramos uma significativa diferença (P=0,025) na sua redução, na comparação dos resultados do grupo de acupuntura verdadeira com os do grupo-controle (Tabela 3 e Figura 3).

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 4

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 5

No escore do índice de qualidade de vida SF-36, na subescala – vitalidade, também encontramos uma diferença significativa (P=0,022) na melhora desse item, quando comparamos os resultados encontrados no grupo de acupuntura verdadeira com os do grupo-controle (Tabela 3 e Figura 4).

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 5

Na estudo da significância estatística dos escores pela análise de covariâncias (ANCOVA) ajustado para o efeito de idade, duração da doença em meses, grau radiológico de gonartrose e índice de massa corporal, os resultados encontrados confirmaram aqueles encontrados nos outros modelos (t de Student ou U de Mann-Whitney).

Neste modelo (ANCOVA), para o escore WOMAC dor, encontramos uma significativa diferença na sua redução (P*=0,045) e, no escore de qualidade de vida, SF-36 vitalidade, também encontramos uma diferença significativa na melhora (P*=0,041), quando comparamos os resultados encontrados no grupo de acupuntura verdadeira com os do grupo-controle.

Discussão

A acupuntura como uma terapia complementar no tratamento da gonartrose foi efetiva na redução da dor e promoveu uma melhora da vitalidade relacionada à qualidade de vida desses pacientes.

Grupo de tratamento pela acupuntura e grupo-controle

O grupo de tratamento pela acupuntura e o grupo-controle receberam tratamentos que eram aparentemente idênticos. Decidimos aplicar, no grupo simulado, um modelo de placebo que não requer inserção transcutânea da agulha, evitando, assim, as respostas neurofisiológicas e neuroquímicas dos receptores cutâneos. Tendo o estudo demonstrado um significativo efeito na redução da dor e na melhora da vitalidade na qualidade de vida dos pacientes do grupo de tratamento acupuntura, foi também disponibilizado o tratamento pela acupuntura aos pacientes que participaram do grupo-controle após o final do protocolo.

Este é um desenho cross-over parcial, que vem cumprir o compromisso ético inicial assumido com os pacientes, de que todos seriam tratados na forma efetiva da acupuntura.

Desenho Duplo-cego

Os pacientes, ao final do protocolo, também foram questionados quanto à sua percepção a respeito de terem recebido o tratamento pela acupuntura ou o simulado e quanto ao grupo ao qual acreditavam ter pertencido durante o estudo.

Nos pacientes do grupo-controle, depois de feita a análise estatística dos resultados encontrados, concluiu-se que não houve diferença estatística significativa entre o tipo de acupuntura recebido por eles (simulada) comparado com o tratamento que esses pacientes acreditavam ter recebido, pois 54% deles acreditavam ter recebido o tratamento pela acupuntura (P=0,69).

Já os pacientes do grupo de tratamento pela acupuntura, ao responder à pergunta sobre o grupo ao qual acreditavam ter pertencido, 89% deles responderam corretamente mostrando um grau de acerto significativo entre o tipo de acupuntura recebido pelo grupo de intervenção comparado com o tratamento que os pacientes acreditavam ter recebido (P=0,001).

Logo, os pacientes do grupo-controle não definiram, de forma significativa, a qual grupo eles haviam pertencido.

Limitações do estudo

A observação de uma amostra de dois grupos, por um período de 8 semanas, pode ser insuficiente para avaliar os efeitos do tratamento a longo prazo. A única variável que mostrou uma diferença significativa na linha basal foi a da idade média dos pacientes, que foi maior no grupo de tratamento pela acupuntura do que no grupo-controle.

Sendo a idade um dos fatores de risco para o surgimento e evolução da doença, e ela, sendo em média maior no grupo de intervenção, reforça a importância dos resultados significativos na melhora dos pacientes, no que se refere à dor e à vitalidade.

No caso de pacientes com uma idade mais avançada, há uma redução proporcional quanto à capacidade de resposta aos estímulos provocados pelas agulhas de acupuntura. Assim, os pacientes com menor idade, em geral, respondem melhor ao tratamento do que aqueles mais velhos.

O uso de medicamentos pelos pacientes, durante o estudo, foi uma variável que não foi incluída na análise dos resultados finais, pois os pacientes dos dois grupos, quase na sua totalidade, usavam drogas analgésicas e/ou antiinflamatórios não-esteróides no início do estudo.

À medida que o estudo avançava, alguns pacientes foram diminuindo o uso dessas drogas e outros até o interromperam parcialmente. Mas, como muitos pacientes ainda seguiram usando estas drogas de forma contínua e outros de forma irregular, isso poderia ser um viés. Não foram reportados pelos pacientes efeitos adversos ao tratamento pela acupuntura durante o estudo, nem após seu término.

O estudo também sugere que a observação dos resultados no tratamento pela acupuntura na gonartrose implica a aplicação de um protocolo mais longo no tempo, com uma freqüência adequada de sessões.

Sugere ainda que muitos dos insucessos no tratamento por acupuntura para essa patologia, apresentados em outros trabalhos de pesquisa, correm por conta de falhas metodológicas, principalmente, no que se refere à freqüência e à duração dos protocolos aplicados.

Estudos futuros devem estender o período de observação depois do tratamento com o objetivo de avaliar a duração da melhora obtida.

Conclusões

O estudo mostrou que a acupuntura, como terapia complementar, foi efetiva no tratamento da dor em pacientes portadores de gonartrose. O estudo também demonstrou uma melhora na qualidade de vida desses pacientes, no que se refere à vitalidade.

ACUPUNTURA CURITIBA GONARTROSE 7

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CRÉDITOS

AUTORES DO ARTIGO: 1Silvio Harres, 2Luciana Schwan 3Henrique Staub 4Carlos Cezar Fritscher.

1- Mestrando do Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica e Ciências da Saúde – Área de Concentração em Geriatria - Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS. Médico de Acupuntura, Professor do Centro de Estudos em Acupuntura do Rio Grande do Sul. E-mail: siliviosh@terra.com.br 2- Mestre em Clínica Médica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS. Professora da Faculdade de Medicina da PUCRS. 3- Doutor em Clínica Médica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS. Professor da Faculdade de Medicina da PUCRS. 4- Doutor em Pneumologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – URGRS. Professor da Faculdade de Medicina da PUCRS, Diretor do Hospital São Lucas da PUCRS.

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REFERÊNCIAS

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2. Felson DT, Lawrence RC, Dieppe PA, Hirsch R, Helmick CG, Jordan JM, et al. Osteoarthritis: new insights. Part 1: the disease and its risk factors. Ann Intern Med. 2000;133:635-46.

3. Felson DT, Lawrence RC, Hochberg MC, McAlindon T, Dieppe PA, Minor MA, et al. Osteoarthritis: new insights. Part 2: treatment approaches. Ann Intern Med. 2000;133:726-37.

4. Helmick CG, Lawrence RC, Pollard RA, Lloyd E, Heyse SP, National Arthritis Data Workgroup. Arthritis and other rheumatic conditions: who is affected now, who will be affected later? Arthritis Care Res. 1995;8:203- 11.

5. American College of Rheumatology Subcommittee on Osteoarthritis Guidelines. Recommendations for the medical management of osteoarthritis of the hip and knee: 2000 update. Arthritis Rheum. 2000;43:1905-15.

6. Pendleton A, Arden N, Dougados M, Doherty M, Bannwarth B, Bijlsma JW, et al. EULAR recommendations for the management of knee osteoarthritis: report of a task force of the Standing Committee for International Clinical Studies Including Therapeutic Trials (ESCISIT). Ann Rheum Dis. 2000;59:936-44.

7. Felson DT. The sources of pain in knee osteoarthritis. Curr Opin Rheumatol. 2005;17:624-8.

8. Altman RD. Pain relief in osteoarthritis: the rationale for combination therapy. J Rheumatol. 2004;31:5-7.

9. Rao JK, Mihaliak K, Kroenke K, Bradley J, Tierney WM, Weinberger M. Use of complementary therapies for arthritis among patients of rheumatologists. Ann Intern Med. 1999;131:409-16.

10. Berman BM, Bausell RB, Lee WL. Use and referral patterns for 22 complementary and alternative medical therapies by members of the American College of Rheumatology: results of a national survey. Arch Intern Med. 2002;162:766-70.

11. Hochberg MC. Multidisciplinary integrative approach to treating knee pain in patients with osteoarthritis [editorial]. Ann Intern Med. 2003;139:781-3.

12. White A, Foster NE, Cummings M, Barlas P. Acupuncture treatment for chronic knee pain: a systematic review. Rheumatology (Oxford). 2007;46:384-90.

13. Altman R, Asch E, Bloch D, Bole G, Borenstein D, Brandt K, et al. Development of criteria for the classification and reporting of osteoarthritis. Classification of osteoarthritis of the knee. Diagnostic and Therapeutic Criteria Committee of the American Rheumatism Association. Arthritis Rheum. 1986;29:1039-49.

14. American College of Rheumatology Subcommittee on Osteoarthritis Guidelines. Recommendations for the medical management of osteoarthritis of the hip and knee: 2000 update. Arthritis Rheum. 2000;43:1905-15.

15. Kijowski R, Blankenbaker D, Stanton P, Fine J, De Smet A. Arthroscopic validation of radiographic grading scales of osteoarthritis of the tibiofemoral joint. AJR Am J Roentgenol. 2006;187:794-9.

16. Cheng XN. Chinise acupuncture and moxibustion. Beijing: Foreign Languages Press, 1987.

17. Goddard G, Albers D, Guachalla J. A Randomized controlled trial of placebo acupuncture vs real acupuncture. Med Acupunct. 2006;17:24-9.

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.

PARALISIA FACIAL: UMA PERSPECTIVA ENERGÉTICA

Paralisia Facial (面神經麻痺) - Uma Perspectiva Energética

面神經 Miàn Shén Jīng . nervo facial
麻痹 Má Bì . . . . . . paralisia
医学 Yī Xué . . . . . . Medicina Ocidental
中医 Zhōngyī . . . . . Medicina Tradicional Chinesa

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Anatomista Charles Bell

O anatomista escocês Sir Charles Bell é o 1º a descrever os
nervos da face e dos olhos e descreve os 12 pares cranianos.
É também o 1º a descrever a paralisia facial periférica, que
leva seu nome a Paralisia de Bell.

Objectivo: Pretende-se dar a conhecer melhor a patologia Paralisa facial face à luz da Medicina Ocidental e da Medicina Tradicional Chinesa, seus sintomas e tratamentos efectuados por cada medicina.

A Paralisia Facial face à Medicina Ocidental (YīXué 医学) é uma debilidade ou paralisia dos músculos de um lado da cara, podendo apresenta-se em 2 tipos: a Paralisia Facial Periférica (PFP) e a Paralisia Facial Central (PFC). Esta afecção pode afectar tanto as crianças, adultos ou idosos. Esta patologia consiste numa afecção total ou parcial dos músculos da face com ausência ou diminuição dos movimentos faciais.

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paralisia facial

A paralisia facial central (PFC) é devida a uma lesão a nível cerebral devido a afecções vasculares (Acidente Vascular Central - AVC) ou tumorais, é uma doença grave e é considerada uma emergência médica. Esta lesão é sobretudo no ramo inferior do trigémeo, os músculos inferiores da face são paralisados, as rugas da face não desaparecem, o paciente pode fechar olho. Pode haver uma hemiplagia ou monoplegia ao mesmo tempo. O paciente apresenta uma incapacidade de sorrir e o resto da face está normal, existe também uma perda de força do braço e da perna oposta ao lado do desvio da boca.

A paralisia facial periférica (PFP) é devida a uma afecção do nervo facial – VII par craniano – em que toda a hemiface enervada pelo nervo lesado fica paralisada. É uma doença benigna, que na maioria dos casos evoluirá para a cura, sem risco de vida do paciente. Esta paralisia tem um aparecimento súbito, parte da face está paralisada/imobilizada, lisa sem rugas, o olho fica aberto durante a noite, há desvio do sulco nasogeniano e boca aberta, podendo haver dor a nível retroauricular. O paciente tem a sensação de ter a cara torcida. Pode durar 6 semanas a 6 meses. Á 12ª semana pode haver um agravamento levando a um hemipasmo facial.

Os sintomas de paralisia facial consistem em: sensação de dormências ou fraquezas, pressão ou inchaço no lado afectado. Por vezes, mudanças no paladar, intolerância a sons, secura ocular e dor em volta ou na própria região auditiva.

As queixas principais dos pacientes são:

• Dificuldade em fechar os olhos, de sorrir, em mastigar e em beber líquidos

• Diminuição ou alteração no sabor com amortecimento da língua

• Sensibilidade a ruídos

• Olho seco ou lacrimejo em excesso

Existem imensas causas que podem provocar uma paralisia facial desde uma causa inaparente, traumatismos (acidentes de viação ou cirúrgicos), tumores (benigno ou maligno), doenças metabólicas ou congénitas, agentes infecciosos (HSV1 ou HVZ entre outros), acção tóxica de determinados produtos (álcool e o arsénio) ou iatrogênica (administração de uma anestesia que bloqueia a mandíbula).

O diagnóstico da paralisia é efectuado na busca de assimetrias faciais entre o lado são e o lado afectado. Essa busca poderá ser efectuada com o paciente estando em repouso ou feita pedindo ao paciente para executar alguns movimentos faciais como levantar as sobrancelhas, fechar os olhos, sorrir, assobiar, entre outros ….

Esta patologia pode ser dividida em quatro fases:

1. Fase Aguda Os sintomas normalmente são mais severos nos primeiros 7 dias.

2. Fase Estável Durante o 8 ao 14 dia.

3. Fase de Convalescência A partir do 15º dia, durante a qual há uma melhoria gradual dos sintomas

4. Fase crónica A partir de 2 meses do início dos sintomas

Na Medicina Ocidental pode-se utilizar na terapia de paralisia facial:

• Laser, calor e fisioterapia

• Vitaminas B12, B6 e zinco

• Corticosteroides

• Agentes anti-virais, analgésicos

• Massagem, exercícios faciais

• Injecções da toxina botulinica

• Cirurgia.

Enquanto que a Paralisa facial face à luz da Medicina Tradicional Chinesa (MTC Zhōngyī 中医) enquadra-se num quadro de zhòngfēng 中风 (ataque por vento) que poderá conter 2 categorias, na 1ª categoria kou pi口僻 ou kou wai 口歪 em que temos um desvio da boca e na 2ª categoria kou yan wai xie口眼歪斜 em que existe um desvio do olho e da boca. A paralisia facial é considerada uma disfunção do movimento dos músculos de um lado da face, o que leva a uma aparência desproporcional. A paralisia facial ocorre em qualquer idade, tem um início súbito e frequentemente o paciente acorda de manhã com a face paralisada.

Sendo a paralisia facial periférica devida a uma lesão sobre o próprio nervo facial (VII par craniano) em que a causa é inaparente sendo atribuída ao frio, mas pode ser secundária a diversas afecções.

A medicina chinesa (Zhōngyī 中医) atribui esta circunstância aos factores patogénicos vento-frio e vento-calor de origem externa e a causas endógenas (vento interno) que invadem os meridianos e os colaterais que atravessam a região da face e interrompem o fluxo de Qi e de Xue, impedindo que os jingluo e os músculos sejam nutridos devidamente. Esta estagnação leva à incapacidade motora dos músculos para relaxar ou contrair.

A sintomatologia é muito semelhante à apresentada na Medicina Ocidental consiste em uma oclusão palpebral incompleta, podendo haver uma ptose palpebral tanto a nível da pálpebra superior como da inferior, desvio da comissura labial com dificuldade em soprar, sorrir, mastigar e beber líquidos. Poderá existir uma incontinência salivar como lacrimal, por vezes esta sintomatologia é antecedida de dor retro-auricular, homolateral antes do aparecimento da paralisia unilateral dos músculos da face.

De acordo com a diferenciação de síndromes pode dever-se a:

• Bloqueio do meridiano devido a:

– Vento

– frio (agressão externa)

• Há aversão ao frio, língua capa Branca fina e Pulso superficial

– Vento

– calor (agressão externa)

• Língua capa Amarela pulso superficial

– Vento interno (agressão interna)

• Agrava com as emoções, Língua corpo pálido capa Branca, Pulso Tenso fino

• Estagnação de Qi e Xue

• Deficiência em Qi e Xue

Podemos utilizar como princípio terapêutico da paralisia facial na MTC (Zhōngyī 中医):

• Eliminar factores patogénicos

• Remover obstrução

• Activar circulação Qi e Xue nos jingluo da região facial

• Nutrir o Qi e Xue

• Acalmar a mente

Na Medicina Tradicional Chinesa o tratamento é efectuado de acordo com diferenciação de síndromes, seleccionando-se pontos de Acupunctura específicos para cada quadro clínico:

• Bloqueio do meridiano devido a:

– Vento – frio (agressão externa) • FengChi (20VB-GB20), HeGu (4GI-LI4)

– Vento – calor (agressão externa) • YiFeng (17TR-SJ17), YangLingQuan (34VB-GB34) –

Vento interno (agressão interna) • TaiChong (3F-Liv3), HeGu (4GI-LI4), ZuSanLi (36E-St36)

• Estagnação de Qi e Xue

• WaiGuan (5TR-5SJ), TaiChong (3F-Liv3)

• Deficiência em Qi e Xue

• ZuSanLi (36E-St36), SanYinChiao (6Rt-Sp6)

Pontos distais: HeGu (4GI-LI4) ou WaiGuan (5TR-5SJ) consoante o meridiano atingido.

Pontos no lado afectado ► DiCang (4E-ST4), JiaChe (6EST6), XiaGuan (7E-ST7), YangBai (14VB-GB14), YiFeng (17TR-SJ17).

Podem também ser utilizados pontos de acupunctura de acordo com as diferentes regiões da face atingidas.

• Dificuldade em elevar sobrancelha ► ZanZhu (2V-UB2), SiZhuKong (23TR-SJ23)

• Fecho incompleto do olho ► ZanZhu (2V-UB2), JingMing (1V-UB1), TongZiLiao (1VB-GB1), YuYao, SiZhuKong (23TR-SJ23)

• Dificuldade em sorrir ► JuLiao (3E-St3)

• Desvio do Seio nasogeniano ► YingXiang (20GI-LI20)

• Desvio do Seio nasal ► RenZhong (26VG-Du26)

• Desvio do Seio metolabial ► ChengJiang (4VC-Ren4)

• Acufenos e surdez ► TingHui (2VB-GB2)

• Dor mastóide ► YiFeng (17TR-SJ17), HuiZong (7TR-SJ7) ou WaiGuan (5TR-SJ5), WanGu (12VB-GB12)

Pode-se direccionar a punctura de determinados pontos de acupunctura em direcção a outros tais como: JiaChe (6EST6) em direcção ao DiCang (4E-ST4) e vice-versa, de modo a obter melhores efeitos.

Pode-se de acordo com diferenciação de síndromes recorrer à moxibustão, ao TDP e à electroestimulação.

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Moxibustão em Paralisia Facial

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Também se pode e deve usar simultaneamente a fitoterapia para ajudar na recuperação da paralisia facial como:

• Feng Shi Pian – F594 – Dispersa o Vento Humidade – Elimina o frio

• Qian Zheng San (decocção para restabelecer a simetria) – Dispersa o Vento – Transforma a mucosidades – Pára os espasmos

• Zhen Gan Xi Feng Tang – F31b – Acalma Vento do Fígado – Nutre o Yin – Acalma o Yang

• Tian Ma Giu Teng Yin – acção semelhante à F1019 – Tonifica o Fígado e Rins – Mobiliza o sangue – Clarifica o calor – Acalma vento do fígado

• Zai Zao Wan – Mobiliza Qi e Xue – Dispersa Vento-Frio e Vento-Humidade – Abre os orifícios – Elimina mucosidades do JingMai

Podemos também utilizar a gama harmo, das quais a Harmo Hepato (HH1) faz parar o vento e age sobre músculos e tendões, a Harmo Splen (HS1) para nutrir os jinluo e a Harmo Reno (HR1) que nutre os rins. ■

CRÉDITOS: Patrícia Miguel, Clínicas Dr. Pedro Choy®, Portugal (2007). Publicado no Journal of Traditional Chinese Medicine . Ano 6 . Nº 20 . 2008. Para acessar a bibliografia e o trabalho completo em PDF CLIQUE AQUI.

Se você, ou uma pessoa que você ama, sofre com problemas de saúde de difícil solução e fica vagando por vários profissionais que às vezes não lhe dispensam a atenção que você quer e precisa ou, por outro lado, faz tratamentos longos e caros sem experimentar uma melhora, talvez seja a hora de você se consultar com um ACUPUNTURISTA!

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NOTA EXPLICATIVA: O que é Acupuntura? A Acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa, bem como a auriculoterapia, moxabustão, ventosaterapia,an-ma e a reflexologia, dentre outras. É considerada como uma medicina alternativa ou complementar. Os pontos da Acupuntura utilizados nas sessões tratam desde uma lombalgia até problemas mais graves. Os pontos de Acupuntura atuam também de forma bastante eficaz sobre as dores, stress, vícios e na estética - acupuntura estética. O acupunturista integra os esforços da fisoterapia, da homeopatia, da medicina convencional e de inúmeras outras áreas, incluindo aí demais especialidades abarcadas pelas terapias alternativas. A Eidos Acupuntura e Medicina Chinesa está sediada em Curitiba, Paraná. Em nossa clínica o acupunturista utiliza principalmente a técnica chinesa complementada por outras técnicas milenares igualmente fundamentadas nos pontos de Acupuntura para proporcionar saúde, beleza, bem-estar e qualidade de vida aos nossos pacientes.